Pular para o conteúdo

13/01/2022

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 13 de janeiro de 2022                                                       Ano 16 - N° 3.576


"Não viemos dar falsas esperanças"
 
Ministra da Agricultura esteve na região noroeste do RS, conferiu a situação da estiagem e prometeu resposta a pedidos
 
Com 200 municípios em situação de emergência no Rio Grande do Sul, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, desembarcou ontem no Estado para conferir os prejuízos causados pela estiagem. Em Santo  ngelo, nas Missões, visitou uma propriedade rural e se reuniu com entidades do agronegócio para ouvir as reivindicações. — Não viemos dar falsas esperanças. Viemos ouvir para depois ver o que podemos fazer. O que não podemos ter é gente saindo da produção — disse Tereza Cristina. 
 
Acompanhada por técnicos do Banco do Brasil, do Banco Central e de órgãos ligados ao ministério, como a Embrapa e a Conab, Tereza Cristina fez sua primeira parada em solo gaúcho numa propriedade castigada pela estiagem. Caminhando pelos 25 hectares em que o agricultor Dirceu Segatto produz soja, milho e leite, presenciou os efeitos perversos da falta de chuva. Segundo Segatto, as perdas no milho já são irreversíveis. As produções de soja e de leite enfrentam quebras de 50%.
 
— O que a gente espera, ministra, é milho da Conab para pelo menos alimentar as vacas, porque se morrerem os bichinhos a gente vai junto — conclamou Segatto.
 
Agachada diante da rala pastagem que serve de comida ao gado, Tereza Cristina pegou na mão as plantas de capim-sudão com 10 centímetros de altura. Com um regime normal de chuvas, as plantas deveriam ter entre 30 e 40 centímetros.
 
— Não vou dizer que vou resolver tudo, porque não consigo. Mas a gente tem de dar alguns caminhos. Tem comissão vendo o que é possivel fazer — disse ela. Da propriedade, a comitiva oficial — na qual estava ainda o vice governador do Rio Grande do Sul, Ranolfo Vieira Jr., a secretária estadual da Agricultura, Silvana Covatti, e parlamentares — seguiu para o campus da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e Missões (URI). Em frente a um auditório lotado de produtores rurais, prefeitos, vereadores e entidades do agronegócio, Tereza Cristina recebeu um diagnóstico atualizado da situação e reivindicações.
 
As prioridades apresentadas pela platéia foram a suspensão por 180 dias de todas as cobranças de financiamentos federais, a abertura de crédito emergencial e novos empréstimos para manutenção das propriedades diante da perda de renda.
 
Em 18 minutos de discurso, Tereza Cristina reafirmou a preocupação com os efeitos da estiagem. Disse que não estava trazendo nenhuma "fórmula mágica" e que em breve espera poder anunciar medidas de curto, médio e longo prazos pam amenizar os prejuízos da falta de chuva.
 
— Não viemos com solução pronta. Anotei várias questões para levar a Brasília e agora vou dar um prazo à equipe. Produtor rural não é caloteiro. Ele paga a conta. Temos de arrumar maneiras para que ele não fique cada vez mais enterrado — afirmou a ministra.
Em Santo  ngelo, as perdas causadas pela falta de chuva já alcançam R$190 milhões, cifra próxima do orçamento da prefeitura para 2021, que totaliza R$230 milhões. Do município, a ministra seguiu para Chapecó, no oeste de Santa Catarina, onde também iria verificar perdas em razão da estiagem.
 
Municípios
No mesmo dia, o Rio Grande do Sul atingiu a marca de 200 municípios quejá decretaram situação de emergência, desde o ano passado, em razão da estiagem. Ao todo, o Estado possui 497 prefeituras. Conforme dados da Defesa Civil, os municípios mais recentes a ter o status reconhecido pelo Estado são Cerro Largo, na Região das Missões, e Candiota, na Campanha. Esse número ainda deve aumentar, já que outras 26 prefeituras já registraram a solicitação de homologação e aguardam o aval do governo estadual. Do total, 52 já tiveram a situação homologada também pela União.
 
Com a emergência decretada, municípios ganham direito a benefícios para o combate à estiagem. Uma delas, em âmbito estadual, é a anistia dos produtores no programa Troca-Troca Sementes de Milho da safra 2021/2022.Com isso, o Executivo irá subsidiar 100% das sementes adquiridas pelos produtores — para cidades que não oficializaram o decreto, o benefício é de 280/0. Devido ao agravamento da estiagem no RS, ao menos 5,4 mil famílias estão sem acesso a fontes de abastecimento de água. (Zero Hora) 


Neutralidade de carbono e sustentabilidade são objetivos possíveis na cadeia industrial do leite
 
É possível ser mais sustentável na indústria alimentícia brasileira? Os especialistas no assunto asseguram que sim.
 
Durante o workshop “Neutralidade do carbono e sustentabilidade no setor lácteo”, promovido pela Associação Brasileira de Lácteos (Viva Lácteos) em dezembro, as principais empresas do setor de laticínios abordaram temas como neutralidade de carbono e sustentabilidade e trouxeram medidas já adotadas para diminuir o impacto ambiental da indústria.
 
A Unium, marca institucional das cooperativas Frísia, Castrolanda e Capal, foi uma das convidadas para ministrar palestras, representada pelo coordenador ambiental da cooperativa Frísia, Francis Bavoso. “A sociedade e os futuros consumidores do produto sempre estão buscando mais informações sobre os produtos comprados/consumidos e a rastreabilidade e responsabilidade da cadeia, sendo assim, o setor já de forma voluntária discutiu quais são os principais gargalos na emissão de CO² e quais são as ações que estão sendo realizadas para minimizar e neutralizar essa emissão de carbono. Plantio direto, gestão do consumo de água, gestão do dejeto e redução do uso de fertilizantes químicos, rotação de cultura, melhoramento genético, maior eficiência na conversão alimentar são apenas alguns exemplos do que temos adotado na Unium”, explica o coordenador ambiental.
 
Segundo ele, o mercado está se desenhando para três escalas: Leite Pro Carbon, Leite Low Carbon e Leite Netzero. “Com isso, mostramos as principais ações sustentáveis que o grupo Unium realiza no campo, para buscar a maior eficiência em kg de leite produzido por CO² emitido”, acrescenta.
 
Sustentabilidade
Além de contar com sua indústria de lácteos no Paraná e em São Paulo, a Unium ainda possui atuação no mercado de farinha de trigo e na pecuária suína.
 
Por isso, desenvolve com programas como a gestão de estrume e aplicações de tecnologia, que prevê uma redução de 14 milhões de CO²; o fomento de reflorestamento de mudas nativas em áreas de mais de 3 mil hectares e um programa de preservação, redução e uso consciente de recursos hídricos. “Carbono é nosso componente-chave em vários atributos do solo, como aumento da porosidade, melhor infiltração e retenção de água”, finaliza Francis Bavoso.  (As informações são da Assessoria de Imprensa Central Press, adaptadas pela equipe MilkPoint)
 



 
Os municípios mais ricos do agronegócio - Nota nº 01-2022/CGPLAC/DAEP/SPA/MAPA
 
Esta Nota procura identificar os municípios mais ricos do agronegócio do país. Esta análise será feita tendo por base os dados da produção Agrícola Municipal – PAM, referente a 2021, divulgada em setembro de 2021. Duas classificações foram utilizadas: pelo valor da produção das lavouras permanentes e temporárias, e pelo Produto Interno Bruto dos Municípios. Foram classificados 100 municípios, a partir do total levantado pelo IBGE, e verificada a posição de cada um em relação ao valor da produção e ao PIB. Como a informação mais recente sobre o PIB municipal é de 2019, usou-se essa referência para fazer algumas classificações. 
 
As informações que podem ser obtidas a partir desses dados permitem observar as áreas mais ricas da agricultura, e alguns fatores relacionados a esse processo. Lembramos o leitor que o ano de 2021, principal referência utilizada nesta Nota foi recorde na produção no país. O IBGE destaca a produção de algodão, soja, milho, café e cana-de-açúcar. Segundo a Conab, a safra de grãos foi de 257,0 milhões
de toneladas. 
 
Municípios mais ricos
A maior parte dos municípios com maior valor da produção situa-se em Mato Grosso. Mas os estados de Mato Grosso, Bahia, Goiás e Mato Grosso do Sul, contém a maioria dos municípios classificados entre os 100 mais ricos. O Mato Grosso tem 35 municípios, Bahia 9, Goiás 10, Mato Grosso do Sul 13, Minas Gerais 8, São Paulo 6. Os demais municípios estão distribuídos em Pernambuco (1), Maranhão (2) Pará (4), Brasília (1), Piauí (2), Paraná (4), Tocantins (1) e Rio Grande do Sul (2). 
 
Os 100 municípios classificados geraram em 2021 um valor da produção de R$151,2 bilhões, 32,0% do total, estimado em R$ 470,5 bilhões. O destaque desses municípios se dá pelo elevado valor da produção agropecuária e pelo valor do PIB municipal. Principalmente em Mato Grosso, a Agropecuária tem participação relevante no PIB do estado, estimada em 21,36%. Sorriso, que é o líder na geração de valor, a agropecuária representa 26,65% do PIB do município, e Sapezal, líder na produção de algodão representa 53,17% do valor do PIB municipal. Nesse exemplo, mais da metade do PIB municipal provem da Agropecuária. Nos estados da região Norte do país, também a agropecuária tem participação elevada no PIB – em Rondônia de 13,9% e em Tocantins 14,17%.
 
Soja, algodão e milho são os principais produtos responsáveis pelo sucesso desses municípios, pois carregam elevados níveis de tecnologia e de produtividade. Do valor da produção obtido pelo município de Sorriso em 2021, 52,0 % foi obtido pela soja e 35,0% pelo milho. São Desidério (BA), segundo maior produtor de algodão herbáceo, teve 38,3 % de seu faturamento proveniente desse produto. O município
de Sapezal, maior produtor de algodão herbáceo do país, teve 35,5 % de seu faturamento vindo da soja e 54,4 % do algodão herbáceo. E assim, essa observação estende-se a outros municípios. 50 municípios de maior valor da produção.



Outros trabalhos mostram que esses municípios têm apresentado taxas de crescimento do emprego acima da média do estado correspondente, e também renda per capita superior à média. Do mesmo modo, outro indicador como o IDH dos municípios analisados, é considerado elevado. (MAPA)


Jogo Rápido 

Estiagem: seca prejudica produção de leite no RS
200 cidades gaúchas já decretaram situação de emergência por conta da estiagem. E a seca já atinge a produção de leite no estado. A falta de chuva prejudica as plantações de milho. O grão é base da ração das vacas. Sem o alimento, os animais, é claro, produzem menos leite. Clique aqui e assista a entrevista do Secretário-Executivo do Sindilat/RS, Darlan Palharini, sobre o tema. (Record TV) 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *