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13/07/2020

 

Porto Alegre, 13 de julho de 2020                                              Ano 14 - N° 3.261

União permite competir com grandes multinacionais
Fruto da união de 24 cooperativas que mantêm cada uma seu próprio CNPJ, a Cooperativa Central Gaúcha Ltda (CCGL) exibe um complexo industrial referência para o setor de lácteos, competindo com grandes multinacionais instaladas no Estado, como Nestlé e Lactalis, e um exemplo para sistema cooperativo apontado por diferentes especialistas. Caio Vianna, presidente da CCGL, explica que a central é uma cooperativa classificada como de 2º grau porque integra cooperativas e, por sua vez, une as pessoas.
“A integração é multiplicada muitas vezes. Quando tu, isoladamente, está associado a uma cooperativa, tu melhora a tua escala. E em uma central de cooperativas, além da soma de todos os produtores, tu amplia a escala e o tamanho pela soma de cooperativas”, explica Vianna. Essa soma de coletividades, diz o executivo, é ainda mais essencial em setores em que os investimentos e a competitividade são altos, como no setor industrial de leite. Um produtor que tira mil litros de leite na sua propriedade mil não vai conseguir industrializar, embalar, distribuir, vender. Então ele ingressa em uma cooperativa singular, que receberá milhares de litros para processamento diário. Uma escala que vai aos milhões pela intercooperação, como é o caso da CCGL, que hoje processa em torno de 1,5 milhão de litros por dia.
 
Com capacidade para produção de 2,2 milhões de litros de leite por dia, o parque industrial da CCGL em Cruz Alta está entre os mais modernos do setor de leite no País, e conta com bases de operação em Rio Grande, nos terminas Termasa e Tergrasa, para recebimento, armazenagem e expedição de granéis agrícolas. Por meio da CCGL LOG, conta ainda com operações rodoviárias, ferroviárias e hidroviárias de leite e grãos, entre outros produtos.
Isso tudo é resultado da soma de 24 cooperativas que, além da escala de produção primária, têm custo menor e mais eficiência na industrialização, na embalagem, na distribuição e na área comercial, entre outros ganhos. As dificuldades, conta Vianna, muitas vezes, são políticas e de convergência de opiniões, ideias e prioridades. (Jornal do Comércio)
                  

Perspectivas mundiais do comércio de lácteos
Os analistas econômicos do Observatório Europeu elaboraram um relatório sobre as perspectivas do comércio mundial de lácteos. A captação de leite na União Europeia (UE) continua aumentando, mas, a taxa está caindo. Os fluxos interanuais de leite aumentaram 1,7% em março e 0,9% em abril.

Perspectivas UE: condições climáticas secas e os esforços para reduzir a oferta de leite em alguns países da UE poderão levar à desaceleração da produção nos próximos meses e 2020 terminar com níveis idênticos aos de 2019.

Perspectivas EUA: a produção de leite nos Estados Unidos passou ao território negativo em maio (-1,1% interanual), refletindo os esforços para reduzir a produção. Em abril houve um recorde de descarte de leite, mas, os volumes foram contados como entregues. A volatilidade causada pelo Covid-19 foi particularmente extrema nos EUA, aumentando as incertezas. As projeções do Departamento de Agricultura (USDA) apontam para +1,9% em 2020 e +1,3% em 2021.

Perspectivas Nova Zelândia: ligeiro aumento à medida que as condições climáticas comecem melhorar. Houve recuperação da produção em maio (+4,3% interanual) depois de 5 meses de queda causada pelas condições climáticas adversas. A temporada completa 2019/20 terminou com queda de 0,4% em relação à anterior, embora os sólidos tenham crescido 0,7%.

Perspectivas Austrália: A produção continua se recuperando com as condições climáticas favoráveis nos últimos meses (abril +6,4% interanual, no acumulado até abril -1,3%). A Dairy Australia prevê resultado entre -1% e -3% para a temporada 2019/20.

Perspectivas América do Sul: com melhora na rentabilidade a produção de leite continua se recuperando desde 2019, especialmente na Argentina (+9% no acumulado do ano até abril). Entretanto, os preços podem cair no segundo trimestre e as condições climáticas secas impactarão na produção. No Uruguai a recuperação não está conseguindo ultrapassar os níveis de 2018. Em relação a 2019 a variação interanual é de +5,4% e no acumulado do ano +2,6%.

Disponibilidade de leite mundial: é esperado aumento de 1% na disponibilidade mundial ade leite té o final do ano. As cotações dos produtos lácteos caíram rapidamente quando a pandemia dominou o cenário mundial, chegando ao nível de preços de intervenção do leite em pó desnatado (SMP). A recuperação de preços ocorreu durante a Semana Santa, havendo uma estabilização depois, mas, abaixo dos valores de antes da pandemia.

As perspectivas do mercado melhoraram graças à diminuição no fluxo de leite e à recuperação da atividade econômica, mas quão sustentável é essa recuperação?

A reabertura dos serviços de alimentação combinada com as fortes compras no varejo sustentaram a demanda. É perceptível que os restaurantes não alcançarão as compras normais antes de 2021, no mais cedo e as famílias terão menor poder aquisitivo.

O impacto do Covid-19 começa a ser visível nos números do comércio, e como os volumes de março/abril se contraíram antes do surto, é esperada uma desaceleração mais significativa a partir de junho/julho.  

Todos os indicadores macroeconômicos estão negativos: crescimento do PIB, volume do comércio mundial, emprego, preço do petróleo.

O queijo e a manteiga são as categorias mais afetadas pelo Covid-19, e o serviço de alimentação representa de 30% a 40% da demanda total na UE. A demanda varejistas aumentou em torno de 20%, mas não podem compensar as perdas.

As Políticas de Ajuda não deram resultados espetaculares, mas, ajudaram dissipar parte do desânimo. O programa de cestas de alimentos dos EUA também ofereceu um apoio considerável ao mercado.

Além do coronavírus, as tarifas dos EUA e o Brexit continuam sendo as principais preocupações.

O saldo atual parece frágil já que, concretamente, a oferta superará a demanda em 2020. É necessária maior redução da produção de leite.

Estarão os mercados lácteos ignorando o impacto do Covid-19 e a provável recessão severa? Incertezas e volatilidade são esperadas no futuro.

Para terminar com um fator positivo: apesar de tudo as pessoas precisam comer e os consumidores conscientes da saúde e da sustentabilidade optam por produtos lácteos.  (Portalechero – Tradução livre: Terra Viva)

Argentina – Preços de queijos congelados

Os preços dos queijos na fábrica continuam “congelados”, e inclusive houve baixa em alguns segmentos de queijos frescos. A medida de força decidida pelo Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Laticínios (Atilra), agrava a situação do setor.

Um levantamento feito no dia 6 de julho, que é realizado periodicamente pelas pequenas indústrias de laticínios, concluiu que o preço médio do queijo cremoso foi de AR$ 201,29, [R$ 15,16], o do Port Salut AR$ 245,20, [R$ 18,46], mussarela AR$ 262,50, [R$ 19,76], o sardo fresco AR$ 341,50, [R$ 25,71], o Holanda AR$ 368,33, [R$ 27,73], e o Sardo curado AR$ 455, [R$ 34,26].

Estes valores, comparados com o mês anterior registra queda de 1,7% para o queijo cremoso e de 0,9% para o sardo fresco, e uma leve subida do curado de 0,3%.

Cabe destacar que na comparação interanual, os preços dos queijos perderam acentuadamente contra a inflação, cujo índice foi de 43%.

Comparando os aumentos entre o início de julho de 2020 e julho de 2019, teremos aumento de 12% no queijo cremoso, de 25,6% no sardo fresco, o que evidencia a grave retenção dos preços dos queijos nas fábricas.

Javier Baudino, vice presidente da Apymel, entidade que representa as Pequenas e Médias Empresas de Laticínios, disse que no contexto da pandemia “o consumidor continua recebendo o produto com valores defasados, já que os valores de venda da fábrica estão igual ou em muitos casos, abaixo dos preços do ano passado. O prejuízo que estamos tendo pela falta de reajuste é muito grande”, enfatizou.

Nessas circunstâncias, Baudino questionou as ações sindicais nas redes e enviou uma mensagem aos produtores: “As empresas estão totalmente sozinhas e expostas à ação sindical, que não se importam com os prejuízos que causam. O produtor, no momento, não percebe, porque a indústrias faz o maior esforço para captar o leite, mas se alguma empresa for impactada ao ponto de não poder mais processar, em algum momento deixaremos de captar o leite”. (TodoAgro - Tradução livre: Terra Viva)                  

 
Regulamentação do uso de drones em atividades agropecuárias é colocada em consulta pública
Os drones têm ocupado cada vez mais espaço na agricultura e na pecuária. São versáteis, podendo desempenhar diversas funções, variando de acordo com modelo e tecnologias embarcadas. Dentre as atividades que podem ser realizadas com drones, destacam-se topografia, imageamento, monitoramento de culturas, plantio, aplicação de defensivos agrícolas, dentre outras. As normas deverão ser aplicadas para drones pertencentes as classes 2 (de mais de 25 kg até 150 kg de peso total) e 3 (até 25 kg de peso total), destinadas à aplicação de defensivos, adjuvantes, fertilizantes, inoculantes, corretivos e sementes. Pela proposta, a Instrução Normativa deverá prevê o registro de operadores que utilizem RPA na agricultura, englobando corpo técnico qualificado, com pilotos com curso de piloto agrícola remoto e responsável técnico para coordenar as atividades. Também devem estar previstos os requisitos das aeronaves e equipamentos, e o plano de destinação de resíduos; o registro de entidades de ensino para ministrarem curso de piloto agrícola remoto; os requisitos operacionais e de segurança operacional, envolvendo a segurança aos operadores e distâncias mínimas a serem respeitadas nas aplicações. O texto da minuta pode ser acessado por este link e as sugestões deverão ser encaminhadas por formulário disponível neste link. (As informações são do Mapa)
 
 

 

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