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26/06/2020

 

Porto Alegre, 26 de junho de 2020                                              Ano 14 - N° 3.249

Sindilat avalia impacto da pandemia no setor lácteo

Os planos sociais criados para fazer frente à pandemia do coronavírus no Brasil – que somam mais de R$ 200 bilhões incluindo auxílio emergencial, liberação de FGTS e antecipação do 13° salário - foram fundamentais para manter o consumo de produtos lácteos no Brasil nos últimos meses. Em live Roda de Conversa – Mercado do Leite - promovida na manhã desta sexta-feira (26) por Emater-RS e Secretaria da Agricultura do Estado, o presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat-RS), Alexandre Guerra, pontuou que os recursos injetados na economia contribuíram para reduzir o impacto da crise sobre o setor – uma vez que as famílias priorizaram a compra de alimentos neste período. “Em meio às incertezas, dependemos dos planos sociais para também contribuir no giro da economia interna, o que inclui a manutenção do consumo de lácteos pelas famílias”, pontuou Guerra. Segundo ele, o segmento também foi ancorado no momento de crise pelo fator câmbio sobre a parcela da produção que é importada - essencialmente o leite em pó.

Como representante da indústria, Guerra destacou que uma das linhas mais afetadas pela crise foi a de food service, voltada a um grande mercado que atende hotéis, restaurantes, lancherias e o setor de eventos em geral. “Com o fechamento desses estabelecimentos e os cancelamentos de todos os eventos, essa linha simplesmente parou”, afirmou o presidente do Sindilat. No entanto, o isolamento das famílias e a impossibilidade de se investir em outras ações – viagens ao exterior por exemplo – levaram muitos brasileiros a direcionarem seus recursos para a qualidade de vida dentro de casa. “O setor lácteo neste mês de junho já sentiu esse impacto positivo das famílias apostando em novas receitas, pois houve um aumento das vendas de itens diferenciados da cadeia láctea, como manteigas, cremes de leite, leite em pó e queijos, equilibrando assim a perda da comercialização no food service”, constata Guerra.

Apesar do aumento do consumo em algumas linhas, desde março o mercado se mantém bastante volátil em relação a preços, oferta, estoque e demanda – acompanhando o movimento de consumo que em um primeiro momento da pandemia cresceu exponencialmente para depois oscilar. “As incertezas prevalecem no setor e o que vemos é um mercado sem saber como proceder diante do cenário”, destacou. Para Guerra, a fragilidade do momento exige ações de equilíbrio para acompanhar a evolução do mercado. “Isso passa pela lição de casa, fazendo a gestão da atividade e buscando a equação, como produzir mais com menos”, afirma Guerra. Outras iniciativas importantes partem do governo, com a promoção de uma reforma que simplifique e unifique o sistema tributário nacional, e do próprio setor, com redução de despesas, diversificação de linhas e inserção no e-commerce, que nos últimos meses vem se mostrando importante ferramenta de comercialização para todos os segmentos da economia.

Jaime Ries, assistente técnico estadual em Bovinocultura de Leite da Emater-RS, falou sobre os desafios do setor produtivo diante do cenário que inclui balança comercial deficitária, redução drástica do número de produtores na atividade (especialmente os menos tecnificados) e queda no consumo. De acordo ele, no período que compreende 2009-2018, o déficit da balança do setor equivaleu a 2,8% do volume total de leite. “São cerca de 900 bilhões de litros/ano daquilo que é consumido no país”, afirma Ries. No mesmo período analisado, em todos os anos o Brasil foi deficitário no comércio exterior , sempre importando mais que exportando. “A exceção foi em 2008, quando a curva se inverteu, mas logo depois voltamos à realidade de importador”, pontuou o técnico. Segundo ele, em média, o Brasil exporta apenas 1% daquilo que produz e importa 3,50%. Para Guerra, apesar de tudo o setor segue trabalhando, captando todo o leite das propriedades e industrializando para fazer chegar nas casas dos consumidores um produto tão essencial para saúde das pessoas.(Assessoria de imprensa Sindilat/RS)

                    

Produtores de leite uruguaios voltaram a receber mais pelo leite que os argentinos

Os produtores de leite uruguaios novamente estão recebendo mais do que seus colegas argentinos após a queda nos preços sofridos devido à recessão global impulsionada pela pandemia de Covid-19.

Em maio passado, o preço médio ponderado do leite pago ao produtor de leite argentino foi equivalente a US$ 0,269 por litro, segundo dados publicados pela Direção Nacional de Laticínios, enquanto no Uruguai estava em uma média de US$ 0,290 por litro, de acordo com dados do Instituto Nacional do Leite (Inale).

Diferentemente da Argentina, onde há uma multiplicidade de indústrias de laticínios, no Uruguai, o principal determinante dos preços do leite é a cooperativa Conaprole, que exporta a maioria dos produtos lácteos que produz.

Embora a política da Conaprole seja evitar ajustes bruscos de preços nos acordos feitos a seus parceiros produtores de leite, a queda na demanda internacional por lácteos registrada no início da pandemia de Covid-19 obrigou a empresa a reduzir o valor do leite que só pode ser parcialmente corrigido em maio.

O preço médio do leite em pó integral a granel exportado pelo Uruguai, que atingiu US$ 3329 por tonelada em março, caiu para US$ 3222 e US$ 3071 por tonelada em abril e maio, respectivamente.

Na Argentina, o efeito combinado da valorização da taxa de câmbio – no quadro de um mercado de câmbio interposto pelo Estado – juntamente com uma crescente disputa das indústrias de laticínios para comprar leite, impulsionaram os valores do leite medido em dólares.

No entanto, a partir de abril, o aumento do consumo de laticínios no mercado interno – o principal cliente –, juntamente com as dificuldades na exportação, causaram uma queda considerável no valor do leite medido na moeda americana.

No Uruguai, um dos crescentes riscos presentes no setor é o conflito trabalhista no campo industrial da Associação de Trabalhadores e Empregados da Conaprole (AOEC), que na semana passada, paralisou algumas linhas de produção da cooperativa provocando uma escassez temporária de alguns produtos lácteos no mercado local. (As informações são do Valor Soja, traduzida pela Equipe MilkPoint)

 
 

Governo edita portaria sobre prevenção e controle da transmissão da Covid-19 no trabalho

O Ministério da Saúde e a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia editaram a Portaria Conjunta nº 20/2020, contendo orientações gerais sobre prevenção, controle e mitigação dos riscos de transmissão da COVID-19 nos ambientes de trabalho. Veja a íntegra da portaria clicando aqui.

Editada em 18 de junho de 2020, a portaria estabelece orientações para organizações visando à prevenção, controle e mitigação dos riscos de transmissão da COVID-19 em ambientes de trabalho, de forma a preservar a segurança e a saúde dos trabalhadores, os empregos e a atividade econômica.

De acordo com o Governo Federal, esses dispositivos não se aplicam aos serviços de saúde, para os quais devem ser observadas as orientações e regulamentações específicas. “Também é importante pontuar que as disposições contidas na Portaria são de observância obrigatória apenas entidades da administração pública federal indireta a este vinculadas, nos termos do Decreto n° 9.960, de 1° de janeiro de 2019, e por seus respectivos agentes públicos, durante o enfrentamento do estado de calamidade pública reconhecido pelo Decreto Legislativo nº 6, de 20 de março de 2020”.

No entanto, esclarece o governo, o ato normativo segue como sugestão de referencial para elaboração de medidas de prevenção, controle e mitigação de riscos de transmissão da COVID-19 em ambientes de trabalho de forma geral. “Complementarmente, orientações setoriais complementares poderão ser emitidas pela Secretaria de Trabalho da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia ou pelo Ministério da Saúde, no âmbito de suas competências”. (AMP)
                   

 
EUA: USDA já aprovou US$ 4 bilhões em pagamentos a produtores afetados por covid-19
A Agência de Serviços Agrícolas (FSA, na sigla em inglês) do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) aprovou até agora mais de US$ 4 bilhões em pagamentos a produtores rurais afetados pela pandemia de Covid-19, de acordo com dados atualizados pela FSA na segunda-feira, dia 22. A ajuda financeira total disponível é de US$ 16 bilhões. Desde 26 de maio, a agência recebeu mais de 360 mil solicitações de ajuda. Até agora, a FSA fez pagamentos a mais de 252 mil produtores. Estes receberão 80% de seu pagamento total máximo após a aprovação do pedido. A parcela restante será paga posteriormente. Do montante total aprovado até agora, US$ 1,04 bilhão foi para lavouras não especiais (soja, milho, algodão, etc.), US$ 84,3 milhões para lavouras especiais (frutas, vegetais, castanhas, cogumelos), US$ 1,98 bilhão para criadores de bovinos, suínos e ovinos e US$ 895,3 milhões para produtores de lácteos. (As informações são do Terra Viva) 
 

 

 

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