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15/05/2020

 

Porto Alegre, 15 de maio de 2020                                              Ano 14 - N° 3.221

 RS: Cotrifred inicia a produção de leite na próxima semana

Em entrevista ao Jornal O Alto Uruguai na manhã da última sexta-feira (8), o presidente da Cooperativa Tritícola de Frederico Westphalen (Cotrifred), Élio Pacheco, confirmou o início da produção do Laticínios Cotrifred. A partir desta quarta-feira (13), a indústria estará fazendo testes nos maquinários e demais equipamentos, visando garantir a qualidade dos produtos para comercialização. 
 
"Vamos iniciar com uma produção pequena, processando de 1 mil litros até 5 mil litros de leite por dia, justamente para testar e fazer os ajustes necessários. Gradativamente vamos aumentar a produção, começando o trabalho de divulgação dos produtos nas nossas unidades. Em relação as medidas protetivas, estamos tomando todos os cuidados contra o Covid-19", comenta Pacheco.
 
A estrutura soma um investimento de mais de R$ 16 milhões por parte da cooperativa. Esta deverá processar 100 mil litros de leite por dia. A indústria está situada em uma área de 12 hectares, localizada próxima a saída de Frederico Westphalen em direção a cidade de Caiçara.
 
Semana de Negócios Cotrifred
De segunda-feira (11), até a sexta-feira (15), a Cotrifred irá promover a quinta edição da Semana de Negócios em sua matriz e filiais. A iniciativa já é tradicional da cooperativa, porém, nesta edição as estratégias serão diferentes devido a pandemia do Covid-19, visando a proteção dos associados, clientes e colaboradores.
 
Zera Estoque 
Paralelo a Semana de Negócios Cotrifred, será realizada a Semana de Negócios Zera Estoque, que também iniciou na segunda-feira e se estende até a sexta-feira. O objetivo é comercializar todo o estoque da agropecuária de Frederico Westphalen devido a mudança de endereço nos próximos dias.
 
Cotrifred Unidade Agro  
A agropecuária da cooperativa terá novas instalações em Frederico Westphalen. Serão mais de 3.000m² de área e 500m² quadrados de loja, com variedade de marcas e produtos, localizada na Avenida Luiz Milani, antiga loja da Valtra. A inauguração está prevista para o dia 25 de maio. Para o ato inaugural, a Cotrifred salienta que manterá todas as medidas protetivas, conforme as normas vigentes de combate ao Covid-19. (As informações são da  Assessoria de Comunicação Cotrifred)
                   

Players internacionais, inclusive Brasil, exortam UE a não distorcer mercado lácteo mundial
A União Europeia (UE) está se preparando para comprar leite em pó desnatado e manteiga, financiada pelo governo. A última vez que a UE criou “estoques de intervenção” impactou os preços globais de lácteos por vários anos. Desta vez, produtores e processadores de lácteos nos principais países produtores do mundo estão solicitando à UE que evite práticas como esta, que distorcem o mercado global.
 
Uma coalizão de organizações de laticínios da Argentina, Brasil, Chile, Costa Rica, Equador, Guatemala, México, Paraguai, Uruguai e Estados Unidos se uniu nesta semana e pediu à UE que não repita a estratégia de estoques que leva à supressão de preços do leite no mercado mundial, como fez há alguns anos.
 
"A Comissão Europeia deve evitar despejar leite em pó desnatado e manteiga comprados pelo governo no mercado mundial e implementar políticas que comprometam os mercados globais de lácteos sob o pretexto de proteger seus produtores de leite", afirmou o grupo em comunicado conjunto. "As práticas de distorção de mercado da EU já são prejudiciais o suficiente durante as operações normais. Se usadas na pandemia de Covid-19, que está corroendo drasticamente os preços do leite, seria desastroso para o mercado global de lácteos, prolongando as esmagadoras condições econômicas atuais. Os compradores de leite em pó desnatado e manteiga terão pouco incentivo para aumentar os preços, se o governo da UE manter quantidades significativas de leite no mercado.”
 
Se a UE exportar grandes quantidades de produtos comprados pelo governo abaixo dos preços de mercado, prolongará inevitavelmente os desafios que a indústria láctea enfrenta no mundo. O programa de intervenção distorcerá artificialmente os preços por um período prolongado e deslocará a concorrência comercial assim que o mundo começar a se recuperar dos impactos de Covid-19.
 
"É fundamental que a UE aja imediatamente e implemente um plano de longo prazo para lidar com seus estoques, uma vez que possui um histórico de intervenções que perturbam o mercado mundial de lácteos”, disse o grupo. “A UE interveio em 2016-17 e detinha o equivalente a 16% do mercado global de leite em pó desnatado em armazenamento governamental. Depois, lançou o produto no mercado mundial durante dois anos, minando injustamente os preços internacionais e prejudicando a indústria global de laticínios.”
 
Em vez da intervenção, os grupos solicitam que a UE trabalhe para aumentar a demanda e peça a seus produtores que reduzam o volume produzido.
 
“Produtores e processadores de lácteos em nossos países e em muitos outros ao redor do mundo já estão passando dificuldades, trabalhando duro todos os dias para ajudar a manter o mundo bem nutrido nessa crise. Todos estamos lidando com grandes desafios em nossos próprios mercados. Se a UE não se comprometer em evitar distorcer o mercado global despejando nele seu excesso de estoque, assim que os setores lácteos começarem a se recuperar, muitos produtores e processadores fora da UE poderão ser forçados a fechar suas portas”, disseram eles. "Encorajamos a UE a implementar políticas que incentivem uma maior utilização de produtos lácteos com o objetivo de aumentar o consumo, particularmente com os consumidores mais afetados pelo surto de Covid-19".
 
Os grupos que se juntam à Federação Nacional de Produtores de Leite, à International Dairy Foods Association e ao Conselho de Exportação dos EUA incluem:
 
Argentina
• Sociedad Rural Argentina (SRA)
• Centro de la Industria Lechera Argentina (CIL)
 
Brasil
• Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados no Estado São Paulo (SINDLEITE)
 
América Central
• Federación Centroamericana de Productores Lácteos (FECALAC)
 
Chile
• Federación de Productores de Leche (FEDELECHE)
 
Costa Rica
• Cámara Nacional de Productores de Leche de Costa Rica (CNPL)
 
Equador
• Centro de la Industria Láctea del Ecuador (CIL)
• Asociación de Ganaderos (AGSO)
 
Guatemala
• Cámara de Productores de Leche (CPL)
 
México
• Asociación Mexicana de Productores de Leche, A.C. (AMLAC)
• Cámara Nacional de Industriales de la Leche de México (CANILEC)
• Confederación Nacional de Organizaciones Ganaderas (CNOG)
 
Paraguai
• Cámara Paraguaya de Industriales Lácteos (CAPAINLAC)
 
Uruguai
• Cámara de la Industria Láctea del Uruguay (CILU)
 
As informações são do Farm Journal's MILK, traduzidas pela Equipe MilkPoint.
 
 
 
Pandemia na agricultura: porteira aberta para a digitalização
Mais digitalizada do que a dos Estados Unidos, a agricultura brasileira está preparada para se adaptar ao novo modelo de economia, chamado por especialistas de baixo contato (low touch economy). Essa é a opinião de Guy de Capdeville, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, e de Nelson Ferreira, sócio-sênior da McKinsey Consultoria. Eles falaram sobre o assunto durante debate online promovido pelo programa AgEvolution, do Canal Rural, no dia 13 de maio. Participou também Daniel Azevedo, editor-chefe do programa. 
É claro que adaptações serão necessárias, como disse Capdeville, já que ninguém estava preparado para os efeitos do novo Coronavírus, mas a Embrapa há muito já investe em tecnologias de automação e conexão no campo. A chamada agricultura 4.0 já era uma das prioridades na programação de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) da empresa, mas com a pandemia, com certeza, vai crescer ainda mais para atender às demandas do setor produtivo.
O diretor de P&D destaca como uma das prioridades o desenvolvimento de tecnologias para reduzir o contato físico, especialmente na produção animal, visando diminuir os riscos de transmissão de doenças. Já é comprovado que as gripes suínas e aviárias são capazes de contaminar seres humanos. “Então, um dos nossos focos será investir em tecnologias automatizadas que evitem esse contato”, complementa. 
Estudo comprova que agricultura brasileira é mais digitalizada do que a dos EUA: O sócio-sênior da McKinsey Consultoria falou sobre o estudo realizado pela empresa com mais de 750 agricultores de sete culturas diferentes em 11 estados brasileiros antes da pandemia, nos meses de janeiro e fevereiro. A pesquisa mostrou que o nível de digitalização brasileira é maior do que a norte-americana e que os nossos produtores são muito receptivos a novas tecnologias. 
 
No Brasil, 36% dos agricultores fazem uso de ferramentas online contra 24% nos Estados Unidos. 
Segundo Ferreira, isso se deve em grande parte ao perfil jovem dos agricultores brasileiros. Em algumas culturas, como o algodão e grãos do Cerrado, 80% dos tomadores de decisão nas fazendas têm menos de 45 anos. “Com a pandemia, esse apetite por digitalização se escancarou de vez. Abriu de vez a porteira para a digitalização”, comenta. 
Ele explica que as transações online se tornaram mais habituais no dia a dia dos produtores. A experiência do Brasil em sites voltados à agricultura ainda não está no patamar de outros setores de e-commerce varejista, como moda, alimentação e eletrônicos, entre outros. Mas, a tendência é que cresçam com a pandemia tanto na compra de insumos, como para obtenção de crédito rural. 
Outro setor que deve mudar de patamar é o de eventos, como dias de campo, feiras e visitas técnicas. “É muito provável que os virtuais passem a coexistir com os físicos num cenário futuro”, acredita. 
Embrapa colabora em testes da Covid-19: O diretor de P&D da Embrapa explicou que a forte expertise na área de biologia molecular torna a Embrapa uma aliada na luta contra o novo coronavírus. Os testes já começaram a ser realizados em dois laboratórios da Empresa, um na unidade de Suínos e Aves, em Concórdia, SC, e o outro na unidade de Gado de Corte, em Campo Grande, MS. 
A Embrapa conta hoje com 59 laboratórios aptos a realizar análises moleculares pela técnica de RT-PCR, tanto no que se refere a equipamentos, como também profissionais capacitados, mas possuem diferentes níveis de segurança biológica, que variam de um a três. Apenas os de nível três, que é o caso dos de Concórdia e Campo Grande, podem receber material biológico ativo.
“Com essa estrutura, temos capacidade para realizar de 80 a 100 mil testes por dia, mas para isso é preciso adequar outros laboratórios ao nível biológico exigido”, explica Capdeville. 
A tecnologia de RT-PCR já é muito utilizada na Empresa para pesquisas de transformação genética, biotecnologia e caracterização molecular, entre outas. Capdeville explica que alguns ajustes estão sendo feitos, pois o material genético do novo coronavírus é o RNA e as análises de DNA são mais triviais. “Estamos trabalhando para realizar cópias em DNA do RNA do vírus. Assim, poderemos utilizar mais 13 laboratórios para a realização de testes para Covid”, acrescenta. 
Ferramentas digitais à disposição dos pequenos produtores no Brasil: O estudo realizado pela McKinsey mostrou que 90% dos produtores utilizam ferramentas digitais na gestão de suas propriedades. Mas, segundo o consultor, essa é uma característica mais restrita aos tomadores de decisão e que precisa ser fortalecida no campo. Os avanços nessa área esbarram em problemas de infraestrutura, especialmente a de comunicação. 
Nesse sentido, o diretor de P&D da Embrapa explicou que a empresa vem atuando fortemente para reduzir esse gargalo, disponibilizando para o setor produtivo soluções tecnológicas que aumentam a conectividade no campo. Ele citou, como exemplo, aplicativos capazes de avaliar a maturidade de frutos, sensores com inteligência artificial capazes de diagnosticar e controlar pragas nas lavouras. Essas ferramentas são gratuitas e de fácil aplicação em qualquer dispositivo móvel, logo são acessíveis a pequenos produtores. 
Outro exemplo que merece ser ressaltado é o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC), desenvolvido pela Embrapa e parceiros. Aplicado no Brasil oficialmente desde 1996, por meio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, proporciona a indicação de datas ou períodos de plantio/semeadura por cultura e por município, considerando as características do clima, o tipo de solo e ciclo de cultivares, de forma a evitar que adversidades climáticas coincidam com as fases mais sensíveis das culturas, minimizando as perdas agrícolas. A tecnologia constitui-se, portanto, em uma ferramenta crucial para o apoio à tomada de decisão para o planejamento e a execução de atividades agrícolas, para políticas públicas e, notadamente, à seguridade agrícola. 
Hoje, segundo o diretor da Embrapa, esse método está sendo ampliado para várias culturas de importância socioeconômica, como por exemplo, a mandioca. 
Agricultor brasileiro confia na ciência: Capdeville destacou ainda que a Embrapa investe fortemente em programas para atrair startups de forma a colocar rapidamente essas tecnologias à disposição do setor produtivo. "Iniciativas como essa já estão acontecendo com as cadeias de leite, suínos e aves e vão se estender para outros segmentos". Segundo ele, o programa "Pontes para Inovação", que busca atrair parceiros para levar os resultados das pesquisas da Embrapa ao mercado, deve direcionar o foco para produtos de baixo contato, a partir da pandemia. “Uma das prioridades é a automação na sanidade animal”, pontua. Já existem hoje tecnologias de chips em animais ligados a sensores, que permitem acompanhar a sanidade de rebanhos em relação à nutrição, uso de antibióticos etc. 
Essas tecnologias são fundamentais para garantir a rastreabilidade, que certamente será mais cobrada a partir de medidas regulatórias e de higiene pós-pandemia. Segundo Ferreira, toda crise mundial é acompanhada de mudanças regulatórias. Se a de 2008 foi voltada a bancos, a do novo coronavírus impactará questões sanitárias e de higiene. 
Mas, todo o aporte tecnológico proporcionado pela ciência ao longo das últimas quase cinco décadas confere ao Brasil condições competitivas para liderar uma revolução agrícola. Segundo Capdeville, a agricultura será a solução da economia brasileira nos próximos meses. “A inteligência artificial aliada à tecnologia da informação já tem resultado em impactos reais de conectividade no campo. Por se tratar de tecnologias de fácil acesso e baixo custo, chegam facilmente aos pequenos produtores”.
Para o diretor da Embrapa, o grande diferencial do sucesso da agricultura brasileira é o próprio produtor. “O agricultor brasileiro é receptivo a novas tecnologias porque, acima de tudo, confia na ciência e no que ela pode oferecer”, finaliza. (As informações são do Agrolink.)
                    
Consumo em restaurantes cai 64%
O Índice de Consumo em Restaurantes (ICR), desenvolvido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) em parceria com a Alelo, recuou 64,0% em abril ante igual mês de 2019. No período, o indicador de consumo em supermercados (ICS) também teve queda, de 12,5%. Na primeira quinzena do mês, o volume de transações em restaurantes teve queda de 67,7% e o valor das transações, de 56,7%. O número de estabelecimentos que registraram alguma transação no período caiu 40,5%. Todas as variações dizem respeito à comparação com a média das primeiras quinzenas de todos os meses de 2019. No caso do consumo em supermercados, o volume de transações recuou 19,4% na primeira quinzena, enquanto o valor transacionado caiu 5,0% e o número de estabelecimentos que realizaram transações, 3,6%. (Jornal do Comércio)
 
 
 

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