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28/04/2020

 

Porto Alegre, 28 de abril de 2020                                              Ano 14 - N° 3.211

  Conseleite divulga projeção e Sindilat alerta que mercado já mudou

O valor de referência do leite projetado para abril de 2020 ficou em R$ 1,3541 o litro, alta de 9,79% em relação ao consolidado do mês de março (R$ 1,2333/litro). Os dados – que se referem aos primeiros dez dias do mês – foram apresentados pelo Conseleite em reunião virtual na manhã desta terça-feira (28/04) e causam apreensão no setor lácteo gaúcho em meio à pandemia de coronavírus que vem reduzindo consumo e impondo novos desafios à produção. De acordo com o presidente do Conseleite, Rodrigo Rizzo, a recomposição de preço na entressafra era um movimento esperado em função da queda na lactação e pelo impacto da seca em mais de 300 municípios gaúchos, mas também reflete o aquecimento do consumo nos primeiros dez dias do mês devido à formação de estoques pelas famílias. Infelizmente, alertou ele, a elevação de preços no varejo ainda não se refletiu em ganhos no campo.  “Os animais estão produzindo menos, o dólar está em alta, as cotações da soja e do milho tiveram valores elevados, assim como insumos e medicamentos. E, ao abrir os silos para alimentar os animais, verificamos que a qualidade da silagem estocada está ruim”, pontuou. Segundo ele, a grave seca que atinge o RS coloca a produção leiteira em situação diferenciada em relação ao restante do país e segue trazendo fortes impactos no dia a dia e na rentabilidade do produtor.

Representando as indústrias, o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, alertou que as vendas despencaram e os preços já retornaram a patamares anteriores à Covid-19. “As pessoas foram às compras e adquiriram, em um curto período de tempo, produtos para várias semanas. O que vimos agora é uma queda forte tanto no varejo tradicional quanto no food service, setor mais impactado pelo isolamento social com o fechamento de bares, hotéis e restaurantes. As incertezas são grandes e não saberemos como será o amanhã. O momento é de muita cautela”, ponderou. Guerra ressaltou que o Conseleite avalia apenas os primeiros dez dias do mês, e o mercado é regido por todo um mix durante 30 dias. “No próximo levantamento, veremos provavelmente o reflexo da queda de consumo nos preços, o que já é realidade na produção hoje”. 

Apesar do consumo retraído, a captação de leite no campo foi mantida, informa Guerra. O compromisso resultou em estoques elevados na indústria. Segundo ele, algumas empresas optaram por vender o leite a outros laticínios, o chamado mercado Spot, e linhas de produção simplesmente deixaram de operar pela ausência de consumo como o caso da manteiga, do requeijão e de outros derivados para o consumo culinário em grande escala. “O que se deixou de produzir, os negócios que não ocorreram, os estoques que têm alto custo de manutenção, o leite que precisou ser repassado ao mercado spot e a falta de pagamento por parte de diversos clientes não estão mensurados nos dados do Conseleite e nos colocam em uma situação muito delicada”, lamentou.

Durante a reunião, foi definido que o Conseleite remeterá ofícios aos governos estadual e federal com reivindicações do setor lácteo. Ao secretário da Agricultura, Covatti Filho, o colegiado requer ações de enfrentamento da seca no Rio Grande do Sul com apoio financeiro e aquisição pública de alimentos. Para a União, a urgência é em relação à liberação de PIS Cofins às indústrias e agilidade na operacionalização dos recursos anunciados. (Imprensa Sindilat)
                   

Conseleite/PR
A diretoria do Conseleite-Paraná reunida no dia 28 de Abril de 2020 na sede da FAEP na cidade de Curitiba, atendendo os dispositivos disciplinados no Capítulo II do Título II do seu Regulamento, aprova e divulga os valores de referência para a matériaprima leite projetados para Abril de 2020, calculados por metodologia definida pelo Conseleite-Paraná, a partir dos preços médios e do mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes.

Os valores de referência indicados nesta resolução para a matéria-prima leite denominada “Leite Padrão”, se refere ao leite analisado que contém 3,50% de gordura, 3,10% de proteína, 500 mil células somáticas/ml e 300 mil ufc/ml de contagem bacteriana. 

Visando apoiar políticas de pagamento da matéria-prima leite conforme a qualidade, o Conseleite-Paraná disponibiliza um simulador para o cálculo de valores de referência para o leite analisado em função de seus teores de gordura, proteína, contagem de células somáticas e contagem bacteriana. (Conseleite/PR)
 

SC: produção cai 4% com estiagem e pandemia de coronavírus
A produção de leite em Santa Catarina deve recuar em 2020, refletindo os problemas gerados pela estiagem prolongada no estado e também pela pandemia do novo coronavírus, segundo a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri). A expectativa é de que o estado produzissse 3 bilhões de litros, mesmo volume de 2019.

Somente no mês de março, a captação catarinense registrou queda de 4% em relação ao volume estimado de produção, de 227,5 milhões de litros. No acumulado de abril, a retração está projetada em 8%, frente à perspectiva de produção de 214,5 milhões de litros, ainda conforme levantamento do analista de leite da Epagri, Tabajara Marcondes.

De acordo com o vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), Enori Barbieri, a estiagem, uma das piores dos últimos anos, ocasionou perdas de até 40% na produção de silagem de milho. E os altos preços do milho e do farelo de soja, muitas vezes, inviabilizam economicamente o investimento em ração.

“Com isso, temos uma queda na produção, porque as vacas estão comendo menos. O potencial produtivo não está sendo utilizado na sua totalidade, pois não há dinheiro para a compra da ração. A atividade está trabalhando no vermelho há algum tempo, o que tem feito com que mil a 1.500 produtores deixem a atividade todos os anos no estado”, explica o vice-presidente.

Os produtores de leite ainda amargam mais um custo: o do abastecimento de água nas propriedades rurais com caminhões-pipa. Desde junho de 2019, o estado enfrenta a pior estiagem dos últimos anos, afetando, especialmente, as regiões extremo oeste, oeste, meio-oeste, planalto sul, planalto norte e alto Vale do Itajaí. Situações semelhantes foram registradas apenas em 1978 e 2006, conforme dados da Epagri.

Além da estiagem, o setor leiteiro ainda sofre com a queda no consumo, um dos reflexos da pandemia do novo coronavírus. De acordo com dados da Faesc, o estado possui mais de cem pequenos laticínios, que produzem queijos, um dos produtos mais afetados diante do fechamento de bares e restaurantes. “A retração no consumo devido à Covid-19 é muito forte, os produtos lácteos são os primeiros a deixarem de ser consumidos quando a renda de uma família é impactada”, afirma Barbieri.

Enquanto isso, o Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados de Santa Catarina (Sindileite/SC), divulgou um documento para alertar os produtores. “É preciso que sejam realizadas avaliações criteriosas da gestão das atividades, redução dos custos de produção, administração de despesas e controle de produção, a fim de minimizar os impactos rigorosos que possamos vir a sofrer em nossos negócios nos próximos meses”, diz.

O presidente do Sindileite/SC, Valter Antônio Brandalise ainda pondera que a preocupação da entidade é deixar o setor funcionando. “Não queremos deixar nenhum produtor de fora da captação do leite”, completa. (Canal Rural)
                   

Movimento #bebamaisleite arrecada 86 toneladas de lácteos em live do cantor Léo Chaves
O Movimento #bebamaisleite foi convidado pelo cantor Léo Chaves a participar de uma live Solidária para ajudar pessoas atingidas, direta e indiretamente, pela Covid-19. A ação ocorreu no último dia 27 de abril, no perfil do cantor no YouTube, e alcançou mais de 2,3 milhões de visualizações totais. Flávia Fontes, representando o movimento, destacou a importância do consumo deste alimento para pessoas de todas as idades, especialmente crianças e idosos e dos benefícios dos lácteos para a imunidade. Falou ainda de como o setor vem atuando diante do coronavírus: “O setor lácteo não parou frente à pandemia. Desde o produtor, passando pela indústria, até chegar no ponto de venda, todos continuam trabalhando para que não falte lácteos nas mesas dos brasileiros”, disse, por meio de vídeo. O cantor sertanejo aproveitou para salientar a importância social da produção de leite para o país e mencionou, orgulhosamente, que seu avô era produtor. Na live foram arrecadados 86 mil litros de leite, iogurtes e bebidas lácteas que serão doados a instituições assistenciais. Segundo o movimento, a arrecadação só foi possível com o apoio do setor lácteo, que abraçou a causa. As doações serão direcionadas para as seguintes instituições: Instituto Hortense, de Uberlândia/MG, Projeto Voluntárias Sociais, da Bahia; Projeto Anjos e Amigos,de Juazeiro/BA; Asilo Lar Esperança, de Uberaba/MG; Paróquia Senhor Bom Jesus, de Inocência/MS; Associação das obras Pavonianas de Assistência, de Belo Horizonte/MG. Como as doações continuam, outras instituições poderão ser beneficiadas. (As informações são do #bebamaisleite)
 
 

 

 

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