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31/03/2020

Porto Alegre, 31 de março de 2020                                              Ano 14 - N° 3.193

  Laticínios fazem doações a comunidades no RS
 
As empresas associadas ao Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat) estão juntas em uma grande ação de responsabilidade social neste momento de crise provocada pela pandemia de Covid-19. Os associados estão na linha de frente de iniciativas em prol de instituições com sede nas comunidades onde estão inseridas - atendendo a pessoas do grupo de risco e que estão em situação de vulnerabilidade social, em meio ao caos provocado pela doença.
 
Um exemplo de ação social vem do Grupo Tangará, indústria que mantém unidades em diversas cidades brasileiras, incluindo Estrela (RS). A empresa realizou a doação de 500 quilos de composto lácteo a base de café para atender às necessidade dos idosos da Fundação Vovolândia São Pedro. De acordo com Luciano Marques, gerente de Gestão de Pessoas da Tangará Foods, o objetivo é contribuir com essas entidades, fazendo com que os recursos que seriam destinados à compra de alimentos como leite e café, sejam agora direcionados a aquisições de equipamentos que possam auxiliar no atendimento dos pacientes diante desta pandemia. Marques adianta que as mesmas doações estão ocorrendo também em Minas Gerais e no Espírito Santo. 
 
Também em Estrela, a Latvida está doando leite para atender às necessidades do hospital local da cidade, o Divina Providência. A indústria vai suprir a demanda de leite dos pacientes internados pelo período de 30 dias. Segundo a empresa, a ação de solidariedade vem para reduzir os danos causados pela pandemia, e considera ainda os benefícios do leite para o sistema imunológico das pessoas - essencial para fortalecer o organismo contra uma eventual contaminação. 
 
Solidária com as comunidades onde mantém suas operações, a CCGL anunciou aporte de R$ 250 mil. O recurso será empregado na aquisição de insumos para hospitais em Rio Grande e Cruz Alta e para a distribuição de cestas básicas a famílias carentes que estão sem renda em função do isolamento da quarentena. Segundo o presidente da CCGL, Caio Vianna, a empresa estará acompanhando o desenrolar dos próximos dias, sempre atenta às estratégias para minimizar os efeitos e transmissão da epidemia, mas buscando, dentro das recomendações médicas de segurança, manter suas operações e colaborar para que as unidades de saúde tenham condições de atendimento da população e também que as pessoas mais fragilizadas financeiramente tenham um apoio alimentar neste momento difícil.
 
Vianna, que também é vice-presidente do Sindilat, entende que este é um momento de mobilização de toda a sociedade, e é essencial que cada um ajude como pode dentro de suas possibilidades sem achar que os governos têm condições, isoladamente, de resolver os problemas decorrentes da crise sanitária. A CCGL segue fazendo a sua parte na manutenção dos postos de trabalho, fornecimento de alimentos e entregas dos mesmos, bem como as operações no escoamento da safra agrícola através dos terminais Termasa e Tergrasa no Porto de Rio Grande. Para isso, implantou rígidas normas, reorganizou os turnos, liberou parte dos funcionários para home office e concedeu férias. A estimativa de Vianna é que as unidades estejam operando com 80% da força de trabalho.
 
Já a Laticínio Stefanello está direcionando à Associação Hospitalar São José, com sede em Rodeio Bonito (RS), diversos itens do segmento lácteo, segundo o diretor geral Ricardo Stefanello. São 70 kg de queijo mussarela, 15 kg de queijo parmesão ralado e outros 80 kg de requeijão cremoso que vão ajudar a instituição a passar pelo período de crise sem ter que desembolsar recursos para esta finalidade. As doações foram efetivadas na segunda-feira (30) e a entrega está prevista para os próximos dias. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

                  

Quarentena derruba consumo de queijos; Abiq busca forma de financiar estocagem

O fechamento do comércio em geral e o esquema de delivery adotado pelos restaurantes em vários Estados brasileiros por causa da quarentena como prevenção ao coronavírus afetou em cheio a cadeia produtiva de queijo. "O abalo foi grande", confirma ao Broadcast Agro (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Queijo (Abiq), Fábio Scarcelli. Ele calcula queda nas vendas do setor em pelo menos 60% desde o início da quarentena.

No início, diz, a corrida aos supermercados para estocar alimentos até provocou uma aceleração no consumo do laticínio. "Mas quando veio o fechamento do comércio e dos restaurantes as vendas despencaram". Scarcelli, cuja associação representa 1,5 mil fábricas de queijo no País sob inspeção federal (com SIF), ou 65% da produção nacional, diz que a cadeia depende bastante das vendas para alimentação fora de casa.

"Restaurantes e food service absorvem no mínimo 30% da produção nacional, que é cerca de 1,2 milhão de toneladas por ano", diz. A maior parte do consumo é dos queijos prato, muçarela e requeijão, que perfazem 450 mil toneladas do total produzido por ano no País e são destinados, em sua maioria, para restaurantes, pizzarias, lanchonetes e fast foods. Daí a queda acentuada na comercialização. Por mais que os restaurantes possam operar, mesmo em esquema de delivery, na quarentena as pessoas reduziram bastante o consumo deste tipo de serviço", diz. A maior parte, ressalta, está elaborando as refeições em casa. "E, mesmo tendo aumentado o consumo no lar, não é a mesma coisa do consumo na rua; sem quarentena, tem o pessoal que vai para a faculdade, para o restaurante, o boteco e consome bastante queijo fora de casa", diz ele.

Como reflexo na redução expressiva no consumo de queijos, Scarcelli diz que as indústrias associadas começam a reclamar da falta de espaço nas câmaras frias para armazenar o produto que deixou de ser vendido. Como presidente da Abiq, ainda estuda, junto com os associados, as estratégias para minimizar o efeito econômico. Ele já adianta, entretanto, que "parar de comprar leite dos produtores seria a última das opções".

Mas diz que, ainda assim, a vaca no campo continua a produzir leite e logo haverá dificuldades de captar tudo se a produção de queijos não for escoada. Uma das alternativas em estudo é verificar linhas de crédito disponíveis no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiar a armazenagem, que tem alto custo para os laticínios. "Vários fabricantes estão totalmente estocados e não têm espaço para colocar os queijos, tampouco reserva financeira para guardar esses estoques por muito tempo", comenta.

Outra medida seria solicitar ao governo, por meio da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), para que ele abra a compra emergencial de leite em pó, a fim de absorver o excesso de leite que possa haver com a redução da produção queijeira. Scarcelli ressalta que, a depender da duração da quarentena e da consequente queda do consumo de queijos, a indústria "pode chegar no limite". "Infelizmente, vai chegar uma hora em que a indústria não terá onde estocar, nem como pagar por esses estoques", lamenta. (As informações são do Estadão)

 

Ministério estuda forma de minimizar problemas de produtores de perecíveis

O Ministério da Agricultura deverá concentrar esforços esta semana na construção de medidas para minimizar os problemas enfrentados por pequenos e médios produtores, principalmente de itens perecíveis como hortaliças, frutas, flores e leite.
 
A equipe da ministra Tereza Cristina avalia a criação, junto ao Ministério da Economia, de linhas de crédito para atender aos agricultores e quer estabelecer canais de comercialização direta e online entre os produtores e os consumidores finais. Desde a semana passada, técnicos do ministério e representantes do setor privado e de startups de logística trabalham num modelo para dar fluxo às vendas nos centros urbanos.
 
Outra medida em estudo é a normatização das feiras livres. A proposta foi apresentada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A intenção é determinar regras de segurança e higiene para a retomada dos pontos de comercialização de hortifrútis, principalmente.
 
A sugestão de um “novo formato” para as feiras deve prever um espaçamento maior entre as barracas e a fixação de faixas no chão para manter o distanciamento entre consumidores e vendedores. A ideia é que os feirantes coloquem preços nos produtos com “valores redondos” para diminuir o manuseio de dinheiro em papel e o contato humano para o troco. Outra medida avaliada é a venda de produtos já ensacados.
 
O objetivo é “pulverizar” o número de feiras em regiões em que são costumeiramente realizadas. “É um canal importante que foi fechado”, afirmou Bruno Lucchi, superintendente da CNA.
 
A articulação também contempla a ampliação dos recursos e das compras do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) como forma de garantir a transferência de renda aos produtores rurais que vendem aos órgãos públicos. O Senado já aprovou projeto de lei para liberar a distribuição de alimentos do PNAE para os familiares dos alunos.
 
Produtores do Rio Grande do Sul também aguardam o anúncio de alguma ação efetiva de socorro frente aos prejuízos causados pela estiagem que afetou lavouras de partes do Estado desde o fim de 2019. O Conselho Monetário Nacional (CMN) deve se reunir ainda esta semana para tratar do tema. A expectativa é que sejam aprovadas as prorrogações das parcelas de financiamentos de custeio e investimentos dos agricultores gaúchos e mudanças temporárias nas regras para as vistorias de perdas do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro). (Valor Econômico)
 
Leite/Japão 
O governo do Japão anunciou que estará aumentando o apoio aos produtores e processadores de leite para mitigar o impacto com a redução do consumo de leite nas escolas, decorrente da decisão governamental de fechar todas as instituições de ensino por causa do Covid-19. Aproximadamente 10% do leite do Japão é destinado à alimentação escolar. O programa tem um orçamento de US$ 21,5 milhões para sustentar os preços do leite que terá de ser realocado para fabricação de leite seco desengordurado (NFDM) que vai para alimentação animal. Os processadores receberão pagamento pelo NFDM vendido para alimentação animal. Os estoques do produto já estão em níveis históricos desde 2019, quando o consumo foi menor do que o projetado. Em março de 2019, foram produzidos aproximadamente 22 milhões de litros de leite para refeições escolares, representando 8% da produção total de leite bebido no Japão naquele mês. A maioria das escolas públicas japonesas de ensino fundamental e médio oferece aos alunos 200 ml de leite como parte do almoço, todos os dias. (Dairy Industries – Tradução livre: Terra Viva)

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