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23/03/2020

Porto Alegre, 23 de março de 2020                                              Ano 14 - N° 3.187

  Emissão do CIOT é prorrogada por prazo indeterminado

 

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) suspendeu a obrigatoriedade de emissão do Código Identificador de Operação de Transporte (CIOT) por prazo indeterminado. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (23/3) e faz parte do conjunto de medidas para enfrentamento da pandemia ocasionada pelo Coronavírus (Covid-19). Anteriormente, a ANTT tinha prorrogado esta data para o dia 09 de junho de 2020. A resolução também prorroga, até 31 de julho deste ano, a validade dos certificados do Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas (RNTRC), cujo vencimento esteja compreendido entre 1º de março e 30 de junho de 2020.

O Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat) comemora a ação da ANTT, pois entende que é necessário mais tempo para negociação entre governo e empresários, bem como o setor produtivo do leite. "A decisão atende a um pedido do setor produtivo. Neste momento, não podemos dispersar nossa atenção. O foco tem que ser produzir para alimentar a população", afirma o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini. O CIOT é uma obrigação no Brasil desde 2011. Contudo, vinha sendo exigido apenas de transportadores autônomos, com fiscalização e multas brandas. A nova legislação exige emissão para todas as cargas transportadas que não sejam feitas em veículo próprio da empresa. Acesse o DOU na íntegra. (Assessoria de imprensa Sindilat/RS)
    

 

Importações brasileiras de lácteos recuaram 17% em relação a janeiro

A menor disponibilidade de leite e a valorização do dólar ante o real reduziram as negociações de lácteos no mercado internacional em fevereiro deste ano, informou o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as importações brasileiras de produtos lácteos totalizaram 9,1 mil toneladas no mês, recuo de 17% em relação a janeiro. Em relação a fevereiro do ano passado, a retração foi de 44%.
Conforme o Cepea, o recuo se deu diante da forte valorização do dólar ante o real. A moeda americana alcançou patamar recorde, com média de R$ 4,35 em fevereiro. 
As compras de leite em pó, que representaram quase 60% do total, recuaram 7% de janeiro para fevereiro, para 5,3 mil toneladas. As importações desse produto do Uruguai, que junto com a Argentina está entre os principais fornecedores brasileiros nesse segmento, diminuíram 65% em relação ao primeiro mês de 2020. A média de preços atingiu US$ 3,12 por quilo, 1% acima na mesma comparação. Em relação ao mesmo mês de 2019, a importação total de leite em pó caiu 53,7%. 
As exportações brasileiras de lácteos, por sua vez, somaram 1,9 mil toneladas em fevereiro, redução de 35% em relação a janeiro. Na comparação com fevereiro de 2019, a retração foi de 18,8%. A queda foi puxada pela redução do volume negociado de leite em pó, abaixo de 30 toneladas, retração de 97% em relação a janeiro. Na comparação anual, o recuo foi de 65,1%. 
Quanto ao creme de leite, o total enviado foi de 686 toneladas, baixa de 10,4% ante janeiro. Em relação a fevereiro do ano passado, porém, houve alta de 40,2%. 
A balança comercial do setor lácteo registrou déficit de US$ 25,5 milhões em fevereiro, redução de 17% frente ao mês anterior. Em volume, o déficit foi de 7,2 mil toneladas, 10,3% inferior de janeiro para fevereiro. (Valor Econômico)
 
EUA: novas diretrizes Covid-19 para a indústria de alimentos
O governo Trump divulgou um conjunto de diretrizes sobre coronavírus para todos os americanos, com disposições especiais para setores críticos de infraestrutura, como alimentos e bebidas. As marcas estão se adaptando esta semana à nova realidade, mantendo a segurança dos funcionários como uma das principais prioridades.
Com as notícias mudando a cada hora em relação à pandemia, as indústrias ao redor do mundo estão se esforçando para se adaptar. Os cidadãos estão procurando orientação dos governos locais e o presidente dos EUA, Donald Trump, até agora foi criticado por sua lenta resposta aos eventos. 
Nesta semana, ele emitiu diretrizes preventivas oficiais para os americanos, como ficar em casa se estiver doente, mantendo distância social dos outros e praticando higiene frequente. Contudo, muitos trabalhadores de classe baixa são forçados a continuar se reportando ao trabalho, reabastecendo as prateleiras dos supermercados, entregando pacotes e fazendo café. 
No aviso intitulado "15 dias para desacelerar a expansão", a Casa Branca diz: "Se você trabalha em um setor de infraestrutura crítico, como serviços de saúde, produtos farmacêuticos e alimentos, você tem uma responsabilidade especial de manter seu horário de trabalho normal. Você e seus empregadores devem seguir as orientações do CDC [Centro de Controle e Prevenção de Doenças] para proteger-se no trabalho." 
Mindy Brashears, Vice-Subsecretário de Segurança Alimentar, e Greg Ibach, Subsecretário de Marketing e Programas Regulatórios do USDA também divulgaram uma declaração esta semana: 
"É mais importante do que nunca garantir ao público americano que o governo e a indústria tomarão todas as medidas necessárias para garantir o acesso contínuo a produtos seguros e saudáveis, inspecionados pelo USDA. À medida que nos unimos para lidar com essa ameaça à saúde pública, saiba que o USDA continua comprometido em trabalhar em estreita colaboração com a indústria para cumprir nossa missão de garantir a segurança dos alimentos dos EUA e proteger a saúde agrícola". 
Orientação para os trabalhadores da indústria de lácteos
O American Dairy Products Institute (ADPI) enviou um e-mail direcionado a seus membros, alertando sobre a necessidade da indústria de laticínios continuar colaborando estreitamente com as autoridades federais e estaduais, “a fim de remover possíveis gargalos da força de trabalho, cadeias de suprimentos, fluxo de insumos, redes de transporte, entre outros.” 
Blake Anderson, presidente e CEO da ADPI, disse que o grupo está buscando orientações com seus parceiros na UE e no Canadá e que agora é imperativo que o governo federal dos EUA comece a traçar uma estratégia para garantir a operação continuada das indústrias críticas para infraestrutura.  
Ele enfatizou que os EUA devem priorizar a segurança e a disponibilidade da força de trabalho dos laticínios, garantindo que as rotas de transporte permaneçam abertas e proporcionando um mercado viável para produtos lácteos dos EUA. 
As diretrizes específicas para os membros da ADPI incluem: 
1. Força de trabalho: garantir que a força de trabalho continue tendo acesso às instalações de produção e distribuição de alimentos;
2. Serviços: continuidade dos serviços de gerenciamento de resíduos, serviços de energia e utilidades, telecomunicações e internet, etc.;
3. Transporte: para serviços de transporte rodoviário e ferroviário, verificar se todas as rotas de transporte estão desimpedidas; portos, garantir que permaneçam abertos e funcionais para mercadorias de entrada e de saída; para todos os modos de transporte, fornecer acesso a contêineres refrigerados, reboques, paletes e ferramentas logísticas;
4. Fronteiras: garantir que as instalações de inspeção fronteiriça priorizem a entrada de alimentos e permitam que os motoristas e seus veículos acelerem a triagem e a entrada;
5. Fabricação: garantir que instalações de produção de alimentos e bebidas tenham acesso a insumos; articular um plano para padronizar a segurança das operações nas instalações de produção; confirmar que o governo terá inspetores suficientes, essenciais para a produção e/ou distribuição de alimentos, bebidas e ingredientes.
“Sabemos, observando outros países e as consequências do COVID-19, que as coisas provavelmente piorarão antes de melhorarem, e é extremamente importante que o Governo Federal dos EUA desenvolva uma estratégia com táticas coordenadas, para garantir a operação contínua das indústrias indispensáveis do país, incluindo alimentos, agricultura e laticínios”, afirmou a ADPI. (As informações são do Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint)             
Leite: analistas projetam tendência do mercado para os próximos meses.
Segundo especialista, escolas paradas em boa parte do país em função do coronavírus podem afetar o consumo
Diante de consequências da disseminação do novo coronavírus pelo Brasil, como o fechamento de portos, muitos produtores se perguntam o rumo nos próximos meses de mercados de produtos agropecuários, como o leite. O analista Rafael Ribeiro arma que na primeira quinzena de março houve uma procura maior por lácteos em função das incertezas e maior movimentação por parte da população. Entretanto, ainda há algumas preocupações. “Um ponto que a gente precisa analisar é a demanda pelos produtos, pensando nas escolas, que estão paradas em boa parte do país, o que pode, sim, afetar pontualmente o consumo”, arma ele. “Hoje, o recebimento de matéria-prima está normal, insumos também. Não temos nenhum caso de transportadores que tenham parado de trabalhar, então a única expectativa que a gente tem essa preocupação.” Afirma o secretário-executivo do Sindilat-RS, Darlan Palharini. Segundo ele, houve uma grande perda de produção, de leite no Rio Grande do Sul em dezembro, de mais de 2 milhões de litros, por conta de uma estiagem signicativa. Em relação às importações, acredita-se que o mercado interno possa ofertar para efetivamente cobrir o décit causado pela alta do dólar. Para assistir as entrevistas desta matéria na íntegra clique aqui. (Canal Rural)
 
 

 

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