Programa Despertar Empreendedor encerra oitava edição com parceria do Sindilat
O Despertar Empreendedor, evento promovido pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) mais uma vez mostrou a que veio. Em sua oitava edição, o evento que desde segunda-feira (02) reúne 52 participantes chega ao final nesta quinta-feira (05) com o cumprimento de um cronograma que oportunizou uma imersão no mundo de gestão e de negócios.
Aberta à comunidade e com o patrocínio do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), o programa iniciado em 2013 em parceria com o Sebrae proporcionou experiências e vivências no mundo do empreendedorismo, com uma participação heterogênea de empresários e futuros empresários. “Todos os anos aprimoramos as ações dentro do programa. Inicialmente buscávamos participantes sem nenhum conhecimento em empreendedorismo. Hoje esse perfil mudou bastante, pois temos pessoas já com negócios estabelecimentos e bastante diversidade de gênero, idade e raça”, afirma Ana Beatriz Michels, coordenadora do Programa de Empreendedorismo da universidade.
Durante quatro dias, os participantes foram convidados a explorar características empreendedoras individuais e a se posicionar em uma equipe na busca de um negócio de impacto que solucione problemas da sociedade. O Despertar foi desenvolvido em quatro etapas, abrangendo aspectos da figura do empreendedor, das questões a serem resolvidas e a busca pelas soluções. Para o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, é importante fomentar o empreendedorismo, cada vez mais, nos ambientes acadêmicos. "Sabemos que o futuro é empreendedor. Precisamos de líderes que vejam necessidades de mercado e consigam supri-las agregando responsabilidade e inovação", afirma. O Sindilat marcou presença no evento dispondo produtos para o milkbreak. (Assessoria de imprensa Sindilat/RS)
Argentina: agrava-se a fragmentação da indústria leiteira
A crise econômica que vem passando a cadeia láctea na Argentina, não somente provoca paulatino desaparecimento de fazendas leiteiras, mas também a pulverização da indústria, a ponto de, segundo os últimos boletins setoriais, 64,3% da produção é dividida entre nada menos do que 33 empresas.
Por outro lado, fatores econômicos e, em alguns casos climáticos, estão conspirando contra a sustentabilidade da atividade primária desenvolvida pelos produtores de leite, o que provocou o desaparecimento de 43% das fazendas do país nos últimos 20 anos. Hoje são 10.287 estabelecimentos, o que representa variação negativa anual de 8,7%, segundo o Observatório da Cadeia Láctea (OCLA). Do outro lado, o ranking das indústrias de laticínios da Argentina segue rumo à fragmentação como mostra dados elaborados pelo OCLA.
São 670 indústrias, dentre as quais 47 processam mais de 100.000 litros de leite por dia, mas, nenhuma empresa tem mais de 15% de participação na produção local. De fato, as duas empresas que encabeçam o ranking são Mastellone e Saputo, com 11,8% e 11,5% de participação do mercado, respectivamente. Logo depois aparece um pelotão de 8 empresas que ficam entre 4,9% e 2,2%. Na ordem decrescente são Williner-Ilolay, SanCor, Noal, Verónica, García, Nestlé, Milkaut e Danone.
Um grande player, a SanCor, conta a história de uma forte inflação, da exorbitante elevação das taxas de juros e, sobretudo, a brutal queda na demanda de lácteos registrada nos últimos anos, que colocou o setor em terapia intensiva. Como ingrediente adicional, a crise provocou o avanço da atividade informal, trazendo junto o aumento do risco em qualidade e segurança alimentar, maior sonegação fiscal, insegurança e precarização do trabalho.
Este conjunto de fatores, somado à perda do poder aquisitivo de parte da população determinou a queda de 20% no consumo de leite por habitante nos últimos cinco anos, voltando aos níveis de 2002: 170 litros/per capita/ano. Em outras categorias, como o iogurte, o consumo per capita caiu 35% de 2008 para cá.
O setor lácteo na Argentina, que produz por volta de 10.343 milhões de litros é responsável por 1% do Produto Interno Bruto (PIB), e representa 11% do setor agrícola. É preciso considerar que da produção total do país, mais de 20% vai para exportação, enquanto que o mercado interno é o principal destino do leite fluido.
Um dado relevante é o fato do preço do leite ao produtor ter subido 110% em 2019, diante de um Índice de Preço ao Consumidor (IPC) de 53,8%. Os aumentos continuam em 2020, e em janeiro o valor teve reajuste de 2,62% em relação a dezembro.
A maior parte dos custos da fazenda são dolarizados. A alimentação, que corresponde a 70% das despesas correntes (principalmente porque os grãos são commodities), além de outros itens que são estabelecidos em dólar, como terras, vacinas e alguns serviços profissionais. (As informações são do Portalechero, traduzidas pelo Terra Viva)