Pular para o conteúdo

07/02/2020

 

Porto Alegre, 07 de fevereiro de 2020                                              Ano 14 - N° 3.160

 EMATER/RS: com recuperação das pastagens, produtores utilizam menos suplementação

Nas diversas regiões gaúchas, os rebanhos leiteiros apresentam bom estado e condições sanitárias satisfatórias.

Com a recuperação do suporte alimentar das pastagens, ocorrida na maior parte das áreas, a produção de leite volta a patamares próximos aos registrados historicamente nesta época do ano, com menor utilização de suplementação alimentar e consequente redução dos custos.

Para amenizar o desconforto térmico causado pelas temperaturas muito elevadas, os criadores adotam medidas como o manejo das vacas para pastoreio noturno e nas primeiras horas da manhã, o fornecimento de água à vontade e a disponibilização de áreas sombreadas.

O aumento de umidade do solo pela continuidade das chuvas favorece a intensificação do plantio tardio de milho para silagem, buscando assim compensar as perdas ocorridas na produção das lavouras plantadas no cedo. (EMATER/RS)

RS: perdas no milho elevam preços e preocupam outras cadeias

A 9ª edição da Abertura Oficial da Colheita do Milho, que acontece hoje (07) no município de Chiapetta, na Região Noroeste do Estado, deverá ser marcada pela preocupação com os efeitos da estiagem nas lavouras. Apesar de as últimas chuvas terem contribuído para melhorar a situação, em vários locais, segundo a Emater, as perdas estão consolidadas, com redução de produtividade que varia de 5% a 40%, conforme a região. A quebra da safra gera um alerta para outras cadeias produtivas dependentes do cereal.

Segundo pesquisa realizada pela FecoAgro-RS, a colheita gaúcha de milho no ciclo 2019/2020, que era estimada em 5,8 milhões de toneladas, deve ficar pouco acima de 4 milhões de toneladas devido à estiagem — um recuo em torno de 30% na produção.

"Os danos foram fortes, e a quebra está consolidada. Em muitos lugares não houve como fazer replantio, e, em outros, os produtores só puderam fazer silagem com as plantas. Temos uma perda irreversível de 30% da lavoura", afirma Paulo Pires, presidente da Fecoagro.

A redução da produção preocupa os setores de leite, suínos e aves, que são dependentes do cereal para a alimentação animal. Uma das preocupações é o aumento dos custos de produção, devido à alta dos preços do cereal. Segundo levantamento da Emater, nesta semana, o valor médio da saca de 60 quilos no Estado foi de R$ 43,25, um aumento de 10,55% em relação à primeira semana de janeiro, quando era cotada a R$ 39,12. Em relação ao mesmo período do ano passado, quando a saca custava R$ 33,90, a alta chega a 27,52%. "Não bastasse o preço, a qualidade do grão e mesmo da silagem está menor. Isso vai ter efeitos mais tarde, pois podemos chegar no inverno sem alimentação adequada aos animais, que vão ganhar menos peso e, no caso do leite, menor produção", destaca o presidente da Fetag-RS, Carlos Joel da Silva.

Nesta semana, a entidade buscou uma solução junto ao governo do Estado, solicitando a ampliação do Programa de Financiamento de Sementes Forrageiras, que oferece linha de crédito via Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Pequenos Estabelecimentos Rurais (Feaper). "A Secretaria da Agricultura foi autorizada a ter suplementação de R$ 2,8 milhões no orçamento para atender a essa demanda", informa Joel. "O milho é essencial para diversas cadeias, mas, infelizmente, não somos autossuficientes. Perdas climáticas nos fazem ainda mais vulneráveis", explica o presidente da Fetag.

Justamente com o objetivo de aumentar a produção de milho, tornando o Rio Grande do Sul autossuficiente no cereal, o governo do Estado lançará, nesta sexta-feira, na abertura da colheita, o Programa Estadual de Produção e Qualidade do Milho (Pró-Milho RS). "O milho interage com toda a cadeia de aves, suínos e bovinos, que representa 10% do PIB do Estado", destaca o diretor do Departamento de Política Agrícola da Seapdr, Ivan Bonetti. O Pró-Milho RS deverá atuar em três eixos. Na produção, os objetivos são intensificar a assistência técnica aos produtores, ter maior eficácia tecnológica na produção, ampliar a área irrigada de milho, pesquisar variedades mais adaptadas a cada região e aumentar a produtividade em regiões de menores resultados por área foram os destaques.

Na questão da qualidade, o programa buscará ampliar o número de secadores de grãos, modernizar os procedimentos de recebimento, limpeza e secagem, e ampliar a capacidade estática de armazenamento no Estado. Já em crédito e comercialização, a ideia é ampliar comercializações antecipadas e a utilização de mecanismos de travamento de preços, agilizar as contratações dos financiamentos de custeio e investimento; e buscar parcerias com agentes financeiros e bancos de fábrica para financiar equipamentos de irrigação, secadores e armazéns.

"Ao incentivar a produção, o Pró-Milho RS busca reduzir o déficit do grão do Estado, que produz menos do que consome, e proporcionar renda compatível e maior segurança aos produtores", destaca o secretário estadual da Agricultura, Covatti Filho. (Jornal do Comércio)

 
 
Elevação dos preços mundiais dos alimentos em janeiro
Índice FAO dos Lácteos – O Índice FAO dos produtos lácteos atingiu 200,6 pontos em janeiro, aumento de 1,8 pontos (ou 0,9%) em relação a dezembro. 
 
Neste nível, o índice está 18,5 pontos (10,2%) acima do valor do mesmo mês do ano passado. Em janeiro, as cotações da manteiga, do queijo e do leite em pó desnatado (SMP) aumentaram, refletindo a forte demanda, combinada com disponibilidades limitadas na Europa e Oceania. 
 
A baixa produção sazonal de leite na Oceania sustentou o preço adicional dos lácteos. Por outro lado, as cotações do leite em pó integral (WMP) caíram, refletindo a demanda global limitada na primeira metade do mês. (FAO)
 
 
 
Preços/NZ
O preço do leite na Nova Zelândia poderá voltar aos NZ$ 8,00/kgMS, que é um valor próximo ao de seis anos atrás, segundo estimativas do analista Nathan Penny do banco ASB da Nova Zelândia. O analista não disse exatamente quando isto irá ocorrer. Mas, acredita que pode ser ainda este ano, mas, que existem muitas possibilidade de alcançá-lo no ano que vem. Esta previsão contrasta com o prognóstico da Fonterra, que estabeleceu valores na faixa entre NZ$ 7,00 e NZ$ 7,60/kgMS. Em relação ao surto de coronavírus em Wuhan (China, Penny não crê que afetará as exportações neozelandesas de produtos lácteos para o mercado chinês (mercado muito importante para a Nova Zelândia). Os lácteos exportados são fórmulas infantis e leite em pó, que é um produto com pouco risco à saúde pública e que pode ser armazenado por quanto tempo for necessário. Depois do preço recorde de NZ$ 8,40/kgMS alcançado na Nova Zelândia em 2013/14, houve uma queda abrupta na temporada seguinte, quando o preço caiu pela metade (NZ$ 4,40/kgMS em 2014/15), caindo ainda mais no ano seguinte (NZ$ 3,90/kgMS em 2015/16). O preço registrou certa recuperação NZ$ 6,12/kgMS em 2016/17. (Agrodigital)
 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *