Porto Alegre, 09 de janeiro de 2020 Ano 14 - N° 3.139
Produtor começa a pedir o Proagro
Solicitações do seguro para perdas por intempéries como a estiagem se multiplicam
O Estiagem secou folhas da plantação de milho no interior de Santa Cruz do Sul número de produtores de milho que protocolaram o pedido de Proagro, seguro agrícola destinado a pequenos e médios agricultores, chegou a 332 nas últimas semanas, segundo a Emater. A região de Ijuí concentra metade das ocorrências, com 166. O cultivo do cereal é, até o momento, o mais impactado pela escassez de chuvas, que perdura desde dezembro e atingiu principalmente as lavouras semeadas em setembro, que estavam em fase de florescimento e enchimento de grãos.
Desde novembro de 2019, a instituição registra 1.942 pedidos protocolados. O número equivale à metade do total de ocorrências encaminhadas durante todo o ano passado. Porém, a maior parte - 1.048 casos - está relacionada ao cultivo do trigo, que enfrentou excesso de chuvas na fase final da colheita, em novembro.
As propriedades que comunicam prejuízos utilizaram recursos de financiamento para custeio da lavoura. "O seguro agrícola repõe ao menos o valor que o agricultor financiou. (Caso contrário) haveria um passivo maior ainda", observa o responsável pela área de crédito rural na gerência técnica da Emater, Célio Colle.
O presidente da Farsul, Gedeão Pereira, encaminhou mensagem aos presidentes de sindicatos rurais recomendando que auxiliem os órgãos de pesquisa a mensurar as perdas e discutam com as prefeituras para que seja decretada situação de emergência nos municípios. Também orientou produtores a solicitar o laudo técnico agronômico de profissional responsável, documento que será fundamental para renegociações e discussões com as seguradoras. (Correio do Povo)
A captação de leite pelas indústrias uruguaias contraiu cerca de 4% no ano passado e, para este ano, segundo o Escritório de Política e Programação Agrícola (Opypa), espera-se uma expansão de 3% em relação ao ano anterior. Isso foi indicado pela análise de Ángela Cortelezzi "Situação e perspectiva das cadeias agroindustriais 2019/2020", publicada no anuário da Opypa.
No ano passado, houve uma redução no número de fazendas leiteiras, na área dedicada a laticínios e também no tamanho dos rebanhos. Isso também resultou em uma queda nos volumes exportados pelo Uruguai, que combinados com preços médios de vendas relativamente estáveis, resultaram em uma queda aproximada de 9% no valor exportado em relação a 2018, ano em que foi observada uma pequena recuperação, indicou a análise da economista do Opypa.
O analista de produtos lácteos da RaboResearch, Ben Laine, disse: "Os preços mais altos das commodities são uma mudança bem-vinda para os produtores de laticínios. No entanto, à medida que esses preços atingem os consumidores, sua disposição de pagar preços altos em restaurantes e mercearias não é tão alta, pois grande parte do mundo ainda está se recuperando, no meio ou no limite de algum grau de recessão. (El País Digital tradução MilkPoint)
Os custos de produção da atividade leiteira tiveram o terceiro aumento consecutivo em dezembro/19. O indicador calculado pela Scot Consultoria teve alta de 1,3%, frente ao mês anterior. Desde o início das altas, o índice subiu 5,7%. A alta dos alimentos concentrados energéticos e proteicos, dos suplementos minerais e dos produtos para sanidade animal contribuíram para que os custos de produção da atividade aumentassem em dezembro.
O Índice FAO dos produtos lácteos atingiu 198,9 pontos em dezembro, aumento de 6,3 pontos (ou 3,3%) em relação a novembro. Isto foi decorrente dos preços de queijos, que depois de três meses de baixa contínua, tiveram aumento em decorrência da forte demanda mundial de importação e a redução dos estoques exportáveis na União Europeia (UE) e na Oceania. Depois da forte alta em novembro as cotações do leite em pó desnatado continuaram subindo em dezembro, sustentadas pela oferta limitada, sobretudo na UE. O contrário ocorreu com a manteiga e o leite em pó integral, que tiveram a demanda mundial enfraquecida. O Índice FAO dos produtos lácteos fechou 2019 com a média de 199 pontos, ou seja, alta de 5,8 pontos (3%) em relação à média de 2018. O leite em pó desnatado registrou o maior aumento anual, seguido pelo queijo e o leite em pó integral, enquanto os preços da manteiga foram estabelecidos em valores médios menores. (FAO traduzido por Terra Viva)