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Porto Alegre, 07 de janeiro de 2020                                              Ano 14 - N° 3.137

  Estiagem é a mais severa em sete anos no Estado

Falta de chuva já dura seis semanas e está prejudicando produtores rurais gaúchos, especialmente os que cultivam milho, tabaco e soja.

A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) criou grupo de trabalho para acompanhar os efeitos da estiagem no Rio Grande do Sul, que já dura seis semanas e está prejudicando produtores rurais. 

O secretário em exercício, Luiz Fernando Rodriguez Júnior, solicitou à Emater um acompanhamento aprofundado da situação da safra do milho e da soja. “São colheitas que impactam também a produção de carne e leite”, justifica. De acordo com Rodriguez Júnior, trata-se da estiagem mais severa dos últimos sete anos. O diretor técnico da Emater, Alencar Rugeri disse que milho, tabaco e soja são as plantações mais afetadas. 

A criação de um grupo de trabalho havia sido reivindicada por entidades do setor, como a Fetag. A federação encaminhou um ofício aos governos federal e estadual pedindo atenção especial aos agricultores familiares. Segundo o secretário-geral da Fetag, Pedrinho Signori, o objetivo é manter as informações atualizadas por meio de acompanhamento técnico. “A cada dia que passa, o estrago fica muito grande”, observa, citando prejuízos na produção de grãos e na cadeia do leite.

Nesta quinta-feira, prefeitos, secretários e outros gestores municipais se reunirão no auditório da Famurs para verificar demandas e problemas que o Estado está enfrentando com a falta de água. Ao final, um documento será enviado aos governos estadual e federal. 

Conforme a MetSul Meteorologia, a região mais crítica é a Metade Sul e o Leste do Estado. A meteorologista Estael Sias afirma que a diminuição de chuvas é normal nesse período. “O problema é que houve resfriamento de parte do Oceano Pacífico próximo à América do Sul. Quando esfria mais do que o normal, a chuva diminui e há frio tardio”, esclarece. 

A meteorologista prevê que a situação não irá melhorar tão cedo. “Para recuperar esse solo, o ideal seria mais de 200mm de precipitação, e por vários dias seguidos”, afirma. A Defesa Civil já emitiu alertas meteorológicos. Até agora, apenas os municípios de Chuvisca e Camaquã tiveram situação de emergência homologada. (Correio do Povo)

Nova tabela de frete rodoviário deverá ser publicada até o dia 20 deste mês
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) tem até o dia 20 de janeiro para publicar a nova tabela com os pisos mínimos do frete rodoviário no país, após consulta pública finalizada em 8 de dezembro. Segundo Thiago Péra, coordenador do grupo da Esalq-Log, que participou de reuniões com representantes de motoristas, empresas e do governo em torno dos novos parâmetros, as correções de preços ainda não foram definidas. A Esalq-Log foi contratada pela ANTT em janeiro de 2019, por dois anos, para revisar a metodologia de definição da tabela e atualizar seus valores mínimos.
Neste momento, a Esalq-Log estuda incluir na tabela uma nova categoria de carga (silo pressurizado) e uma remuneração especial para transporte de alto desempenho (carregamento e descarregamento em até três horas, por exemplo). Também avalia considerar gastos dos motoristas com pernoite e refeições, entre outros, como custo fixo.
Segundo Péra, as perspectivas para o segmento em 2020 são boas, diante da queda na taxa de juros do país, da retomada da atividade econômica e de mais uma safra recorde de grãos. “Os indicadores de vendas de veículos pesados e de consumo de combustível mostram que a demanda está maior, o que significa mais carga transportada”.
A tabela do frete foi criada pelo então presidente Michel Temer em 2018, após uma greve dos caminhoneiros que parou o país por dez dias. Na época, os motoristas reivindicaram a diminuição do preço do diesel e uma tabela mínima para prestar serviços. Associações do setor produtivo e empresas, porém, questionaram a constitucionalidade da tabela, que será julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O relator do processo, ministro Luiz Fux, pediu suspensão da decisão até a realização de audiência pública, que já foi feita. O julgamento foi remarcado para o dia 19 de janeiro. (Valor Econômico)
 
 
Leilão GDT – Global Dairy Trade
 
 
 
Produção de leite tende a cair
Além de prejudicar o cultivo de grãos, a estiagem começa a ser sentida também na produção de leite. Produtor de Boa Vista do Cadeado, na região Noroeste, Rafael Hermann afirma que as chuvas estão escassas desde novembro, com raras pancadas. A situação das pastagens, segundo Hermann, está “precária”, o que compromete a nutrição dos animais. A produção diária da propriedade caiu de 1,2 mil para 600 litros e “tende a diminuir mais”, conforme o produtor. O clima fez com que os açudes secassem. Hermann teve de pedir auxílio para a prefeitura, que enviou uma máquina para fazer limpeza de nascentes. “É bem semelhante a um clima de deserto”, descreve o produtor, que conta com 45 animais e teme uma elevação ainda maior dos custos da atividade.  Segundo o gerente técnico adjunto da Emater, Jaime Ries, os prejuízos à cadeia do leite ainda estão sendo mensurados. Ele alerta, porém, que a situação não é generalizada em todo o Estado. Entre as orientações ao produtor estão fornecer sombra para os animais e disponibilizar pastoreio durante a noite. Conforme o especialista, as raças criadas no Rio Grande do Sul são muito suscetíveis ao estresse térmico. O cenário alerta para a necessidade de irrigação para culturas de pastagem, que, segundo Ries, é um investimento viável para o produtor de leite. (Correio do Povo)

 

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