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25/11/2019

Porto Alegre, 25 de novembro de 2019                                              Ano 13 - N° 3.115

PIB da agropecuária crescerá 1,4% em 2019, estima Ipea

O Produto Interno Bruto (PIB) do setor agropecuário deverá aumentar 1,4% em 2019, conforme estimativa divulgada nesta terça-feira (19) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A projeção mostra uma aceleração ante a estimativa de agosto, que apontou um avanço de 0,5%.

O horizonte para 2020 também melhorou. O Ipea avaliou dois cenários. Com base no prognóstico para a safra de grãos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), a estimativa é de crescimento de 3,2%. Quando considerada a estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que prevê uma nova colheita recorde, a previsão de alta chega a 3,7%.

Carlos von Doellinger, presidente do Ipea, realçou que o estudo do instituto mostra que, apesar da conjuntura desfavorável às cotações das commodities no mercado internacional, o agronegócio brasileiro resistirá bem, já que, como corroborou José Ronaldo Souza Jr., diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, o PIB do campo deverá crescer mais que o geral tanto neste ano quanto em 2020.

Segundo o Ipea, o resultado positivo de 2019 será puxado pela pecuária, que deverá crescer 1,8%. As cadeias de bovinos, aves e ovos impulsionam o crescimento, com altas de 2,1%, 2,1% e 3,4%, respectivamente. Já para a agricultura, a previsão é de aumento de 1% no valor adicionado das lavouras. Cana e café pressionam negativamente a projeção, com quedas de 1,1% e 16,5%, respectivamente. Do lado positivo, os destaques são milho e algodão, com aumentos previstos em 23,2% e 39,7%.

Para 2020, a pecuária deve ser protagonista, com previsão de avanço de 4,3%, puxado principalmente pela produção de bovinos (5,8%). O Ipea espera um recorde de produção de carne bovina, determinada pela maior demanda da China, de Hong Kong e dos Emirados Árabes Unidos. Já a soja deverá crescer, no mínimo 4,7%, e o milho poderá sofrer queda de 1,7%. Mas, segundo a pesquisadora Nicole Rennó, do Cepea/USP, os custos de produção tendem a subir — no caso da soja, carro-chefe do agronegócio brasileiro, poderão ser os maiores dos últimos dez anos. A alta se deve, principalmente, ao aumento dos preços de fertilizantes e defensivos, que tiveram índices mais elevados para o primeiro semestre em nove anos.

Até setembro, 70% desses insumos já haviam sido comprados pelos produtores de soja para o plantio desta safra 2019/20. Assim, a renda poderá cair. “É um fator de pressão na renda do produtor para o ano que vem, e pode comprimir a rentabilidade do sojicultor”, acrescentou.

De janeiro a outubro de 2019, o Ipea destacou, nas exportações, avanço do milho, cujos embarques tendem a bater recorde no ano, e também do algodão e da carne suína. Em contrapartida, as vendas externas de soja caíram em virtude da menor demanda da China.

O Ipea também realçou a terceira redução consecutiva nas taxas médias praticadas nas operações de crédito rural. O juro médio ficou em 7,1% ao ano em setembro, decréscimos de 0,07 ponto percentual ante agosto e de 0,31 ponto percentual em relação a setembro de 2018. A queda foi mais acentuada para as pessoas jurídicas, cuja taxa média em setembro foi de 6,8% ao ano.

O estudo do Ipea aponta, ainda, uma evolução da inadimplência média do crédito rural, reflexo do processo de saneamento da carteira de pessoas jurídicas — o processo de recuperação judicial da Atvos, do Grupo Odebrecht, teve impacto direto no aumento. Em setembro, o atraso médio na carteira de crédito rural foi de 2,8%, 0,06 ponto percentual a mais que em agosto de 2019. Para pessoas jurídicas, chegou a 5%. (Valor Econômico)

Leite/Oceania
O clima extremamente quente e seco, com ventos fortes, afetou a produção de feno no Norte da Austrália, e o volumoso tem sido transportado do Sul para ajudar atender à demanda. No Sudeste do país tem muita umidade para enfardar o feno.
 
Houve forte reação dos produtores de leite acerca da proposta de alteração da Lei dos Laticínios da Austrália, que prevê a alteração dos contratos, caso ocorram eventos imprevisíveis. Muitas discussões estão sendo feitas sobre o tema, mesmo porque, a falta de certeza em relação ao projeto real, e os boatos, confunde o setor. De qualquer forma diversas reuniões do setor lácteo estão sendo realizadas.
Na Nova Zelândia o pico sazonal de produção ocorre em outubro. E o resultado divulgado pela DCANZ apresentou queda de 2,3% em relação ao mesmo mês de 2018, em volume de leite, 3.213 milhões de toneladas, e redução de 1,5% em termos de sólidos totais, 266.907 milhões de quilos. Com este resultado, a estação no acumulado até outubro está com a produção 0,7% menor em relação ao mesmo período do ano passado. Apesar disso, em termos de sólidos totais, até outubro, houve ligeiro crescimento.
Especula-se, no entanto, se isso será decisivo para que a produção desta temporada possa ser menor do que a verificada no ano passado. Até o momento, as principais projeções apontam para produção de leite, em 2019, nos mesmos níveis de 2018. De qualquer forma faltam muitos meses para que os dados sejam elaborados.
 
As maiores preocupações giram em torno das regras sobre a utilização da água doce. Existem defensores de redução da disponibilidade de água para irrigação, limitando o crescimento dos rebanhos. O sistema atual de irrigação estaria prejudicando a pureza da água do país, tornando a Nova Zelândia um destino turístico menos atraente.
Os preços da manteiga na Oceania estão menores, refletindo a perda de valor das gorduras na região. As exportações estão diminuindo, notadamente para a China.
Os cronogramas de produção permanecem em níveis altos. Muita da produção atual vai para atender contratos de compras já firmados, no entanto, volumes anteriormente, imprevisíveis de manteiga estão sendo produzidos no momento, aumentando os estoques e impactando nos preços. O leite em pó desnatado (SMP) vem mantendo preços firmes na região. Tem sido um desafio acompanhar a demanda, principalmente se for levado em consideração que o período de pico, na Nova Zelândia já ficou para trás, e os resultados foram menores do que os contabilizados no ano passado. Com o processamento em declínio, a maior parte da produção vai para atender compromissos já firmados, agitando os negócios de curto prazo. A produção de leite em pó integral (WMP) está sazonalmente forte. A indústria está confortável com os volumes atuais de WMP. A grande incerteza é a taxa de declínio da produção de leite a partir de agora. Esse é o fator que está impulsionando o comércio. Sendo o WMP o produto lácteo dominante na região, o preço sazonal do leite ao produtor é afetado pela cotação do WMP. E, a força atual dos preços do WMP irá refletir no pagamento aos produtores de leite.
Os preços do cheddar na Oceania estão mais altos. A intensa concorrência tem resultado em vendas privadas a preços mais elevados do que os verificados no GlobalDairyTrade (GDT), revertendo tendências de períodos recentes. Embora a produção e os estoques atuais pareçam confortáveis, há uma constatação de que o pico sazonal da produção de leite já passou, e que os volumes agora são declinantes. (Usda – Tradução Livre: Terra Viva)
 
 
 
Secretaria da Agricultura anuncia termo de colaboração para garantir serviços da Emater
A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural anunciou nesta terça-feira (19) que foi autorizada pela Procuradoria-Geral do Estado a assinar termo de colaboração com a Emater/RS-Ascar para garantir os serviços de assistência técnica e extensão rural por um período de 180 dias, a partir de 1o de janeiro de 2020. O termo de colaboração estende os efeitos do convênio mantido entre a Seapdr e a Emater e envolve o aporte de cerca de R$ 90 milhões para o período.
“Uma das prioridades da Secretaria da Agricultura é fortalecer a relação com a Emater e garantir a prestação de serviços qualificados no campo”, afirma o secretário Covatti Filho. “Este termo de colaboração significa dar segurança para os produtores rurais, que estavam receosos em perder o trabalho da Emater, segurança para os funcionários da empresa, para prefeitos, vice-prefeitos e líderes regionais”, detalha o secretário.
O termo de colaboração será elaborado a partir desta quarta-feira (20), em reunião envolvendo diretores da Seapdr e da Emater. “Este é mais um passo para a qualificação do relacionamento com a Emater e sua permanência no atendimento aos agricultores gaúchos”, acredita Covatti Filho.
Ao mesmo tempo em que será celebrado o termo de colaboração, a Emater já está trabalhando junto ao governo federal para a renovação do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (Cebas). “A Emater está buscando a renovação do certificado e buscando internamente medidas de governança e interno para tornar a empresa cada vez mais saudável e eficiente”, diz o presidente da Emater, Geraldo Sandri.
Sandri destaca ainda a importância da instituição para os 497 municípios gaúchos onde mantém escritórios. “Ressalto ainda o profissionalismo de nossos 2.120 colaboradores e a certeza do bom encaminhamento dado pela Secretaria da Agricultura neste assunto.” (Secretaria da Agricultura/RS)
 
 
Região Sul produz 39,13% do leite do país 
O Brasil produz 34 bilhões e 500 milhões de leite por ano dos quais 13 bilhões e meio são da região sul do país. Deste total, de quase 40%, 15% são do Paraná e Rio Grande do Sul e 10% de Santa Catarina. A Rádio Agert ouviu o coordenador da Aliança Láctea SulBrasileira, Airton Spies, e o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, sobre o mercado do leite e os desafios para aumentar as exportações.  Clique aqui para ouvir as entrevistas. (Agert)
 

 

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