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12/11/2019

Porto Alegre, 12 de novembro de 2019                                              Ano 13 - N° 3.107

 Brasil quer diversificar pauta do agronegócio na China

Principal parceiro comercial do Brasil, a China mantém, há anos, uma pauta de importações focada em itens do agronegócio, notadamente commodities como a soja. Outros produtos vêm ganhando espaço cada vez maior nos últimos anos, como carnes. Além disso, há expectativa de ampliar o comércio de lácteos.

Mas a participação brasileira na segunda edição da China International Import Expo, megafeira de importações iniciada na terça-feira e que se encerra neste domingo (10) em Xangai, foi marcada pela exposição de alimentos industrializados, mas que ainda estão fora da pauta ou com vendas incipientes.

Café, cachaça, mel, pão de queijo, açaí, pimenta, vinho e até erva mate foram expostos no estande do Brasil, no pavilhão dos países na Expo. De olho no avanço do processo de urbanização e na mudança de hábitos alimentares dos chineses, a estratégia foi promover o agronegócio no setor de alimentos e bebidas, para diversificar a pauta e abrir novas frentes de exportação, explica o gerente de agronegócios da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), Igor Brandão.

Assim, foram selecionadas a participar do estande do Brasil empresas com essas características e que já estavam com a ida garantida para a feira de Xangai. Além de palestras diárias sobre os produtos, as degustações logo causavam aglomeração no espaço - no momento em que a reportagem do Jornal do Comércio esteve no estande do Brasil, havia fila para experimentar café e muito interesse pelo mel que era servido.

O gaúcho Rodrigo Affonso Pereira, da empresa SP Prospekt com sede em Porto Alegre, é o responsável pela marca Moon Mel - Brazilian Honey. Ele aposta em ganhar o mercado da China gradativamente, com um trabalho de marketing no gigante asiático. Para isso, tem a parceria da empresa brasileira China Invest, cujo gerente geral, Leonardo Arend, estava ao lado de Pereira na feira. Falando mandarim fluente, Arend explicava aos chineses os benefícios do mel, enquanto o público provava curioso.

Pereira está animado depois da venda do primeiro pallet de mel (equivalente a cerca de duas toneladas) aos chineses neste ano. O mel é feito no Rio Grande do Sul, em Bagé e Dom Pedrito, e envasado por uma cooperativa.

Outra empresa otimista e que também fechou o primeiro negócio na China em 2019 é a marca de pimenta Sabor das Índias. O diretor comercial, Gustavo Moreira de Aquino, que esteve na Expo em Xangai no ano passado, vê uma receptividade cada vez maior ao produto. Mas observa que o resultado não vem de uma hora para outra. "O brasileiro acha que vai ficar rico na primeira feira internacional, mas tem uma série de ajustes que precisamos aprender até ganhar dinheiro neste mercado", adverte.

O chefe do setor de Promoção Comercial e Investimentos do Consulado do Brasil em Xangai, Jean Taruhn, observa que feiras como a Expo são importantes para buscar parceiros locais e boas para fechar negócios. Mas ressalva que quem obtém resultados no megaevento da China são as empresas já estabelecidas no gigante asiático e em condições de fornecer o produto, já que o governo chinês incentiva compradores a sair com pedidos firmes - no ano passado, a Expo movimentou US$ 57,8 bilhões. "Essa feira é boa para quem já deu o primeiro passo e quer fortalecer sua presença na China." Para quem ainda está ingressando no mercado, Taruhn aconselha iniciar por feiras setoriais, melhores para achar um parceiro local.

Essa peculiaridade do mercado chinês talvez explique a diferença de retorno obtido pelas 80 empresas brasileiras que participaram da Expo em 2018. Segundo o gerente de agronegócios da Apex, várias tiveram bons resultados - as vendas foram estimadas em US$ 400 milhões - mas outras não saíram satisfeitas.

Neste ano, a participação do Brasil é menor: são 15 empresas com exposição e outras 20 que participaram de missão da Fiesp. Entre as companhias com estande próprio em Xangai, estão Vale, JBS, Marfrig e Minerva. (Jornal do Comércio)

Ministério aprova regimento do Conselho de Política Agrícola
Com a finalidade de dar apoio às formulações de política agrícola e decisões estratégicas da administração pública, foi aprovado o regimento interno do Conselho Nacional de Política Agrícola (CNPA).
A medida foi publicada em portaria do Diário Oficial da União na última quinta-feira (7). 
De natureza consultiva, o conselho terá apoio das Câmaras Setoriais e Temáticas, que realizarão estudos setoriais e formularão propostas de aprimoramento da atividade agropecuária. A agenda do conselho deve ser divulgada até o início do próximo ano.
 
"Já existia uma expectativa muito grande de revisitar o CNPA, com suas Câmaras Setoriais e Temáticas já previstos na Lei Agrícola. Esse conselho teve uma certa dificuldade de se estabelecer nos diversos governos, pelas amarras em sua conformação regimental. O Consagro (Conselho do Agronegócio), criado por decreto, foi revogado juntamente com outros conselhos criados por decretos, dando a oportunidade de se renovar o CNPA e a criar um regimento interno pelo ministério, reorganizando em uma lógica contemporânea o seu funcionamento", explica o diretor de Estudos e Prospecção da Secretaria de Política Agrícola, Luís Eduardo Pacifici Rangel.
 
O conselho, presidido pela ministra Tereza Cristina, será composto por representantes dos ministérios da Agricultura, Economia, Meio Ambiente, Desenvolvimento Regional e Infraestrutura, além de técnicos do Banco do Brasil, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), da Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça e dos setores econômicos privados abrangidos pela Lei Agrícola, como entidades de crédito, pesquisa e assistência técnica. A secretaria executiva do CNPA será exercida pelo secretário de Política Agrícola. (MAPA) 
 
Emater/RS: rebanho leiteiro em bom estado físico e sanitário
No último Informativo Conjuntural da Emater/RS, publicado no dia 07/11, foi divulgado que os rebanhos leiteiros, nas diversas regiões do Estado, encontram-se em bom estado físico e sanitário. Durante a última semana, a ocorrência de chuvas persistentes provocou excesso de umidade ou até mesmo inundações, em áreas mais baixas. Essa situação causou, prejuízo ao manejo e ao pastoreio, nessas áreas. Em alguns casos, chegou inclusive a dificultar o recolhimento do leite.
No manejo sanitário, tem atenção especial a vacinação contra a febre aftosa e as medidas de controle estratégico de verminoses e ectoparasitos. Alguns casos de incidência de carrapatos e de moscas são observados, exigindo imediatas medidas de combate a esses ectoparasitos. Os produtores continuam fazendo o máximo de esforço para conseguir entregar o seu leite de forma a atender os parâmetros de Contagem Bacteriana Total (CBT) e Contagem de Células Somáticas (CCS) exigidos pelas instruções normativas - INs 76 e 77.
A Emater/RS Ascar vem orientando os criadores para conseguirem a adequação ao disposto nas normativas. Na maior parte do Estado, o volume de produção leiteira continua em alta.
Pastagens
Os campos nativos estão rebrotando e crescendo com mais intensidade, melhorando suas condições alimentares e nutricionais para os rebanhos. As pastagens cultivadas perenes de verão também apresentam um bom desenvolvimento. Já, as pastagens cultivadas anuais de verão, em grande parte, estão em fase de implantação. Esta implantação está sendo mais lenta, em função do clima chuvoso que vem ocorrendo. As pastagens cultivadas de inverno, em período final de seu ciclo produtivo, apresentam-se cada vez mais fibrosas, com diminuição de sua qualidade nutricional. Confira o Informativo Conjuntural na íntegra aqui. (Emater/RS.) 
 
 
Números preliminares da média diária das importações de leite e derivados
Importação de leite e derivados: Os números preliminares da média diária das importações de leite e derivados, em dólar, na segunda semana de novembro de 2019 foram, 20,6% menores que os de novembro de 2018 e 43,7% maiores em relação a outubro de 2019.
 
 
 
Derivados lácteos
Os preços dos derivados lácteos negociados no estado de São Paulo continuaram reagindo na primeira semana deste mês. De 4 a 8 de novembro, o valor médio do leite UHT foi de R$ 2,3997/litro, 0,92% maior que no período anterior. O queijo muçarela, por sua vez, se valorizou 1,15%, com média de R$ 17,9311/kg. Segundo colaboradores do Cepea, o ritmo de negociações esteve maior em comparação com a semana anterior. A alta nos preços se deve aos estoques, que estão controlados, ou mesmo baixos em alguns laticínios. Além disso, a falta de leite em algumas indústrias influenciou no aumento do preço. (CEPEA)

 

 

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