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01/11/2019

Porto Alegre, 01 de novembro de 2019                                              Ano 13 - N° 3.100

Audiência trata do Fundoleite

Uso dos recursos parados preocupa deputados estaduais e o governo, que busca consenso.

O Fundo de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Leite do Rio Grande do Sul (Fundoleite) será objeto de audiência pública, no dia 27, na Assembleia Legislativa. O fundo possui hoje R$ 603 mil depositados. Os recursos estão parados, sem destinação para o fomento do setor leiteiro. 

Proponente da audiência, o deputado Zé Nunes questiona por que os recursos não estão sendo repassados ao Instituto Gaúcho do Leite (IGL), entidade que foi conveniada para desenvolver projetos de apoio ao segmento. “Temos que abrir esta discussão com a sociedade”, defende. O parlamentar argumenta ainda que, enquanto os valores do Fundoleite não são utilizados, milhares de famílias encontram dificuldades para permanecer na atividade leiteira e estão obrigadas a se adequar às instruções normativas do Ministério da Agricultura, em vigor desde maio, sob ameaça de exclusão da cadeia. “O Rio Grande do Sul perdeu neste ano o posto de segundo maior produtor de leite do país para o Paraná”, destaca o deputado. “Isto evidencia o enfraquecimento da cadeia no Estado”, enfatiza. 

O secretário da Agricultura, Covatti Filho, relata que, nas últimas semanas, esteve reunido com entidades ligadas ao setor leiteiro para buscar um consenso sobre a utilização dos recursos do fundo. Ele lembra que, por discordarem da forma como este instrumento vinha sendo gerido nos últimos anos, muitas indústrias passaram a contestar o repasse de valores e têm feito os depósitos em juízo. “Estamos dialogando com todos, porque entendemos que o fundo é, sim, objeto de grande importância, só que a falta de consenso dificulta a execução de ações”. 

Desde 2017, um projeto de lei do Poder Executivo tramita na AL buscando modificar o Fundoleite. A proposta também divide o setor. (Correio do Povo)

Segunda etapa da vacinação contra febre aftosa começa nesta sexta-feira

Começa nesta sexta-feira (1º de novembro) a segunda etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa no Rio Grande do Sul. Até o próximo dia 30, devem ser imunizados bovinos e bubalinos na faixa etária de zero a 24 meses, o que contabiliza cerca de 4,3 milhões de animais em 240 mil propriedades. “Os pecuaristas gaúchos já deram forte demonstração de responsabilidade e preocupação com a sanidade de seus rebanhos na primeira etapa da vacinação, e agora precisamos manter a mobilização”, afirma o secretário da da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), Covatti Filho.
 


Crédito: Fernando Dias

De acordo com o coordenador do Programa de Controle e Erradicação da Febre Aftosa da Seapdr, Fernando Groff, a meta nesta etapa de novembro é ultrapassar os 90% de animais imunizados e de 90% de propriedades cobertas. A primeira etapa, em maio, envolveu 288.875 propriedades rurais com 12,6 milhões de bovinos e búfalos. Foram imunizados 12,5 milhões de animais, correspondendo a 99% do rebanho, em 279.879 estabelecimentos, que representam 96,89% das propriedades no Estado.

Este ano, a vacina teve alterações na formulação, com redução na dosagem de aplicação, de 5 para 2 ml - a vacina passou a ser bivalente, permanecendo a proteção contra os vírus tipo A e O (removido tipo C) e as apresentações comercializadas agora serão de 15 e 50 doses. A composição do produto também foi modificada com o intuito de diminuir os nódulos.

As vacinas podem ser adquiridas em uma das 600 casas agropecuárias credenciadas na Secretaria para a comercialização deste produto. Após imunizar seu rebanho, o produtor terá até 6 de dezembro para comprovar a vacinação junto à Inspetoria de Defesa Agropecuária local, apresentando a classificação do rebanho, por sexo e idade, e a nota fiscal de compra das doses aplicadas.

Status sanitário
Atualmente, o Rio Grande do Sul, que é considerado zona livre de aftosa com vacinação, busca evoluir seu status sanitário. Em setembro, o Estado passou por auditoria do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para a retirada da vacinação. A Seapdr ainda aguarda a divulgação do relatório do ministério - enquanto a retirada não é confirmada, as etapas de vacinação ocorrem normalmente. (SEAPDR)

Conseleite/PR atualiza o valor de referência

Câmara técnica do Conselho atualizou parâmetros utilizados no cálculo do valor de referência que baliza as vendas de leite entre produtores e agroindústrias do Paraná. 

O valor de referência para o preço do leite no Paraná está sendo atualizado. No dia 22 de outubro, o Conseleite- -PR (conselho paritário que reúne produtores e indústrias de laticínios do Paraná) esteve reunido, na sede da FAEP, em Curitiba, para discutir a atualização dos parâmetros utilizados para o calcular o valor de referência do produto. Mensalmente, o Conseleite-PR divulga o valor do leite padrão, que serve como base nas negociações entre produtores e indústrias de laticínios. O sofisticado modelo de cálculo do Conseleite-PR, elaborada por professores da Universidade Federal do Paraná (UFPR), não mudou, nem os itens analisados. A rigor, a mudança decore da atualização dos índices zootécnicos das propriedades modais (aquelas representativas para os cálculos nos quatro sistemas de produção característicos das propriedades paranaenses), dos custos de produção dentro da porteira e dos custos de captação e de comercialização de leite e derivados. Também os custos de fabricação dos derivados passaram por atualização. Vale lembrar que essa atualização deve ser feita naturalmente de tempos em tempos, para que o valor apresentado reflita a realidade diária das propriedades rurais e das agroindústrias. 

A medida tem como objetivo aproximar o valor de referência daquilo que é de fato praticado pelo mercado. “Esse modelo [do Conseleite-PR] tem dois conjuntos. O primeiro com variáveis que são os preços e volumes de vendas das indústrias, que mudam toda semana. O segundo conjunto são os parâmetros, que em geral, não mudam. Nesse caso, nós revisamos um destes parâmetros, que é a participação da matéria-prima”, explica a professora da UFPR Vânia Guimarães, responsável pelos trabalhos técnicos do Conseleite-PR. No dia 22 de outubro, o conselho divulgou nota técnica informando a aprovação dos estudos da Câmara Técnica do Conseleite-PR para a atualização dos parâmetros. “Essa revisão traz o valor de referência para mais próximo daquilo que é praticado no mercado. Então, ele está mais ‘colado’ aos preços efetivamente recebidos pelos produtores. Isso tem um aspecto de credibilidade, dá mais confiança”, pontuou Vânia. Segundo ela, a proposta é que futuramente estes parâmetros sejam atualizados a cada dois anos. De acordo com o presidente do Conseleite-PR, Ronei Volpi, a atualização é bem-vinda. “Traz bastante tranquilidade, melhora a credibilidade do Conselho. A Universidade continuou com o pilar importante que é a confiabilidade da indústria, no que se refere ao uso de dados sigilosos para estes cálculos”, afirma. O vice-presidente do Conselho, Wilson Thiesen, ratifica a atualização, além de destacar a necessidade de divulgar essas informações. “Seria importante promover uma ampla divulgação, para que o setor conheça a profundidade, a seriedade e a transparência deste trabalho que foi feito”, diz. 

Para que produtores e indústrias não sejam surpreendidos com esta atualização, a mudança será gradual. Nos últimos três meses do ano (outubro, novembro e dezembro) serão divulgados valores conforme os novos parâmetros e também de acordo com os parâmetros anteriores, para que aqueles que utilizam o valor de referência possam aos poucos se ajustar. A partir de janeiro de 2020, será divulgado apenas o valor atualizado. Segundo Vânia, a atualização é importante para corrigir algumas distorções que se agravam ao longo do tempo. “Nesses 10 anos, os custos do lado dos produtores rurais cresceram mais do que os das indústrias. Também colaborou para a entrada de novas empresas neste mercado”, observa. Estabilidade após queda Entre os meses de agosto e setembro, o valor de referência do leite no Paraná caiu 4 centavos. Esta queda foi puxada por três itens: o leite UHT, cujo valor sofreu queda de 5,6% em relação ao mês anterior; o leite em pó, que caiu 6,3% no período; e do queijo muçarela, cuja queda registrada foi de 1,6%. Já de setembro para outubro, o valor de referência ficou praticamente estável. O leite UHT caiu mais 3,2%, porém, o leite em pó se recuperou, subindo 2,2%, e o queijo prato também registrou alta de 2,3%, mantendo o valor de referência no nível da estabilidade. (FAEP)

Consulta
Foi publicada nesta sexta-feira (1º) do Diário Oficial da União a Portaria 220, que abre consulta pública, pelo prazo de 75 (setenta e cinco) dias, para elaboração de Instrução Normativa destinada a atualizar as diretrizes gerais para a vigilância da febre aftosa com vistas à execução do PNEFA.
A nova instrução deverá incluir as mudanças necessárias às atualizações realizadas no Código de Animais Terrestres da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). As sugestões, tecnicamente fundamentadas, deverão ser encaminhadas por meio do Sistema de Monitoramento de Atos Normativos - SISMAN, da Secretaria de Defesa Agropecuária - SDA/Mapa, por meio do link. Para ter acesso ao SISMAN, o usuário deverá efetuar cadastro prévio no Sistema de Solicitação de Acesso - SOLICITA, do MAPA, por meio do link. (MAPA)

 

 

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