Pular para o conteúdo

04/10/2019

 

Porto Alegre, 04 de outubro de 2019                                              Ano 13 - N° 3.080

   Decreto facilita abertura de novos mercados para produtos de origem animal

Decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro nesta semana amplia a possibilidade de novos mercados para produtos de origem animal, como queijos e embutidos, inspecionados por consórcios públicos. A nova norma, que entrará em vigor em 3 de fevereiro de 2020, permite a comercialização desses itens em qualquer um dos municípios que fazem parte da associação. Consórcios públicos são parcerias entre entes da federação — União, Estados, municípios — na prestação de serviços. Por exemplo, municípios com pouca capacidade financeira se associam para tocar determinado trabalho, diminuindo custos. 

Na prática, um produtor que tem selo do serviço de inspeção municipal concedido por um consórcio poderá vender seus itens para as demais cidades que fazem parte dessa parceria. A legislação atual prevê que esses produtos podem ser vendidos apenas no município de origem.

Presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), Carlos Joel da Silva, entende que medida traz benefícios para as agroindústrias que tentam expandir seus negócios para outros consumidores:

— É uma questão importante que ajuda os municípios com maiores dificuldades. Isso também vai ajudar as agroindústrias na ponta a se desenvolver e buscar mercados com uma inspeção oficial.

O decreto também prevê que "caso o consórcio de municípios não adira ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-POA) no prazo de três anos, os serviços de inspeção dos Municípios consorciados terão validade apenas para o comércio realizado dentro de cada Município".

Silva entende que essa equivalência permitirá a entrada de produtos de agroindústrias em outros Estados, pois também abre espaço para adesão ao selo Arte. Regulamentado em julho deste ano, o selo arte permite o comércio em todo o país desde que o item passe por algum tipo de inspeção, seja municipal, estadual ou federal.  

O Ministério da Agricultura deve divulgar nos próximos meses as orientações sobre o cadastramento e demais procedimentos para aderir a esse sistema. (Zero Hora)

Leite/Espanha 

A captação de leite na Espanha, em agosto último, não só seguiu mantendo a tendência de alta iniciada em março, depois de seis meses de quedas contínuas, mas, também registrou um aumento significativo. 
 
O incremento foi de 2,5% em relação a agosto de 2018. Esse é o maior aumento percentual dos últimos 12 meses (o segundo maior foi em abril, 1,7%). Em agosto de 2019 foram captados 599.835,90 toneladas, de acordo com os dados do Fundo Espanhol de Garantia Rural (FEGA).
 
 

A captação de agosto alcançou um volume recorde para o mês, e foi bem mais elevada do que nas campanhas precedentes.

Em agosto 13.075 produtores entregaram leite, 4.782 menos que em janeiro. Quanto aos preços, em agosto subiu ligeiramente: 32,3 centavos de euros por litro, mais do que os 32 centavos pagos em julho. É, no entanto, o menor preço de todo o ano de 2019, ainda que esteja acima dos registrados no mesmo mês dos últimos quatro anos.(Agrodigital – Tradução livre: Terra Viva)


POF/IBGE: famílias com até 2 salários gastam 61% do orçamento com alimentos e habitação

As famílias com rendimento de até dois salários mínimos (R$ 1.908) comprometem uma parte maior de seu orçamento com alimentação e habitação que aquelas com rendimentos superiores a 25 salários mínimos (R$ 23.850).

Somados, os dois grupos representam 61,2% das despesas das famílias com menores rendimentos, sendo 22% destinados à alimentação e 39,2% voltados à habitação. Entre aquelas com os rendimentos mais altos, a soma atinge 30,2%, sendo 7,6% com alimentação e 22,6% com habitação.

É o que mostra a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018, divulgada hoje (04) pelo IBGE.

O gerente da pesquisa, André Martins, diz que “o entendimento do orçamento doméstico, no que se refere às despesas, muda de acordo com a classe de rendimento das famílias”.

É o caso da alimentação. Para as famílias que formam a classe de maiores rendimentos, as despesas com alimentação (R$ 2.061,34) são mais que o triplo do valor médio do total das famílias do país (R$ 658,23) e mais de seis vezes o valor da classe com rendimentos mais baixos (R$ 328,74).

Para André, quando se olha para despesas, como as de saúde (6,5%), a participação percentual é bastante parecida entre os dois extremos de rendimento, mas os valores em si são em níveis e tipos diferentes. “Nas famílias de maiores rendimentos, essas despesas vão para plano de saúde [2,9%]. Nas famílias com menores rendimentos, são despesas com remédios [4,2%]”, ressaltou.
 
 

Segundo a POF, alimentação, habitação e transporte comprometiam, em conjunto, 72,2% dos gastos das famílias brasileiras, no que refere ao total das despesas de consumo, ou seja, aquelas utilizadas para a aquisição de bens e serviços.

No caso da alimentação, a proporção nos gastos totais das famílias em situação rural (23,8%) superou a da urbana (16,9%), bem como as despesas com transporte (20% rural e 17,9% urbano). Educação (4,7%) foi o grupo que apresentou a diferença mais relevante entre as participações da situação de residência urbana (4,9%) e da rural (2,3%).

Brasileiros investem menos e pagam mais dívidas
A participação das despesas destinadas ao aumento do ativo, como aquisição e reforma de imóveis, foi de 4,1% em relação ao total das despesas. Esse grupo teve forte queda ao longo dos quase 30 anos que se passaram entre o Estudo Nacional de Despesa Familiar (Endef), com 16,5%, e a POF de 2003, com 4,8%. Para o período mais recente, o percentual vem apresentando menor variação, atingindo 5,8% em 2009 e 4,1% em 2018.

Já a diminuição do passivo, que inclui pagamentos de débitos, juros e seguros com empréstimos pessoais, apresentou menores variações na tendência histórica. Após uma manutenção na participação em 2003 (2%) e 2009 (2,1%), o percentual foi um pouco maior para 2018, chegando a 3,2%. Esse percentual está próximo do observado no Endef, quando representava 3,6% da despesa total.

Para o gerente da pesquisa, “quando se compara com o Endef, reparamos que a parcela destinada ao aumento do ativo era maior, quando comparada com a pesquisa de 2003. De 2009 a 2018, vimos um pequeno aumento com as despesas para pagamento de empréstimo”.

Como as despesas correntes comprometem 92,7% das despesas do domicílio, “sobra essa outra parcela para dividir entre investimentos e a diminuição do passivo”, concluiu André, lembrando que os gastos correntes incluem, além das despesas de consumo, impostos, contribuições trabalhistas, serviços bancários e pensões.

Brasileiro gasta, em média, R$ 4,6 mil por mês
A despesa total média mensal familiar no Brasil foi de R$ 4.649,03 em 2018, sendo 7,2% mais alta nas áreas urbanas (R$ 4.985,39) e 45,3% menor nas áreas rurais (R$ 2.543,15). Os maiores valores ocorreram nas regiões Centro-Oeste (R$ 5.762,12) e Sudeste (R$ 5.415,49). Norte (R$ 3.178.63) e Nordeste (R$ 3.166,07) ficaram abaixo da média.

André disse, ainda, que “essa pesquisa trabalha com despesas monetárias e não monetárias, que são as parcelas em que as famílias têm a aquisição de determinado produto, mas não precisaram desembolsar determinados valores para isso. E têm tido uma importância de cerca de 18% em relação às despesas totais”.

No Brasil, as despesas monetárias, realizadas mediante pagamento em dinheiro, cheque ou cartão de débito ou crédito, representam 81,9% do total. Já as despesas não monetárias representam 18,1%, aquelas provenientes de produção própria, retiradas do negócio, troca, doação e outras formas de obtenção que não envolveram pagamentos em dinheiro.
As despesas não monetárias têm uma participação maior nas áreas rurais (22,5% contra 17,7% nas áreas urbanas). A região Centro-Oeste mostrou o menor percentual (15,9%), enquanto o maior foi registrado no Norte (19%). (As informações são do IBGE)
 
Divergência
Estudo da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil indicou que pecuária leiteira teve prejuízo de 11% no acumulado do ano. Levantamentos feitos pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, divulgados nesta quarta-feira, 2, apresentaram divergências em relação à lucratividade do setor leiteiro em 2019. Enquanto a CNA concluiu que no acumulado do ano houve prejuízo de 11% estimulado pelo aumento de custos, o Cepea apontou que a renda foi positiva puxada pelo aumento no preço pago pelo litro. Mas segundo análise Benedito Rosa, ex-secretário do Ministério da Agricultura e comentarista do Canal Rural, as pesquisas não possuem divergências e que os estudos só possuem  objetivos diferentes. “A pesquisa do Cepea se baseia em números dados por empresas e cooperativas. Eles somam todos os números e mostra uma média ponderada”, afirma. “Já a CNA buscou números de estados em que há produção menores, que refletem melhor a situação do pequeno produtor do Brasil. A federação mostra números mais ligados a realidade, que infelizmente não tende a melhorar”, afirma. (Canal Rural)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *