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12/08/2019

Porto Alegre, 12 de agosto de 2019                                              Ano 13 - N° 3.042

  Leilão GDT apresenta desvalorização em todos os derivados lácteos!

O leilão GDT, realizado na última semana resultou em uma queda dos preços de todos os derivados lácteos negociados. Neste leilão, o índice de preços GDT caiu 2,6%, com o preço médio fechando em US$ 3.253/tonelada, como ilustra o gráfico 1.

Gráfico 1. Preços médios e variação no índice de preços em relação ao leilão anterior. Fonte: Global Dairy Trade. 
 

As tensões que envolvem países produtores de petróleo – em especial o Irã – fizeram o preço do barril de petróleo atingir o valor de 55,70 dólares nessa semana, o menor valor desde de 20 de junho de 2019. Há uma série de países exportadores de petróleo que compram leites em pó e outros derivados lácteos, o que pode explicar uma maior pressão por uma queda no leilão dessa quinzena.

O leite em pó integral, que corresponde por 51% da formação de preços do “GDT Price Index”, apresentou uma queda de 1,7%, com o preço médio a US$ 3.039/tonelada. Na mesma toada, a desvalorização do leite em pó desnatado – que corresponde a 21% do índice GDT – foi de 1,6%, com preço médio a US$ 3.039/tonelada.

Os Estados Unidos, um país tipicamente exportador de leite em pó desnatado, buscou oferecer preços mais competitivos após uma redução de 15,3% no volume exportado de leite em pó desnatado ao compararmos o primeiro semestre de 2019 (período o qual foram exportadas 327 mil toneladas) com o primeiro semestre de 2018 (quando foram exportadas 387 mil toneladas no período). É possível notar essa evolução no gráfico abaixo. 

Gráfico 2. Exportações de leite em pó desnatado dos Estados Unidos em toneladas para o primeiro semestre de 2018 e para o primeiro semestre de 2019. Fonte: USDEC.


Com todos os derivados lácteos negociados no leilão apresentando queda, é possível notar desvalorização também para a gordura anidra (-5,1% e preço médio de US$ 5.246/tonelada), para a manteiga (-5,5% e preço médio de US$ 4.165/tonelada), e para o queijo (-2,0% e preço médio de US$ 3.838/tonelada).


Após um mês de setembro com vendas comprometidas a valores mais altos para o leite em pó integral nos preços futuros do GDT - os quais se distanciam nesse mês dos preços praticados na bolsa NZX, de outubro até janeiro, tanto para os preços do GDT como para os preços da bolsa NZX - os preços ficaram próximos a US$ 3.000/tonelada, como é possível notar no gráfico 3. (Milkpoint Mercado)

Gráfico 3. Contratos futuros de leite em pó integral – GDT vs. NZX. Fonte: Global Dairy Trade. 
 

 

Com a crise, consumidor está mais preocupado com qualidade e menos com marcas

A crise mudou os hábitos de compra. Junto com o acesso à tecnologia, o consumidor mudou a forma de enxergar a relação custo-benefício. De acordo com um estudo do Instituto Locomotiva, 67,9 milhões de pessoas dizem que não se identificam com nenhuma marca. A pesquisa afirma que aconteceram mudanças no consumo em todas as classes sociais.

Os pesquisados colocaram como item de menor importância a marca na hora de decidir comprar algo que equilibre bom preço e qualidade. O preço, que antes era o fator mais relevante para a realização da compra passou para o terceiro lugar.

81% dos pesquisados disseram estar mais preocupados com a qualidade do que adquirem. Além disso, 89% afirmaram ter hoje mais consciência de seus direitos como consumidor e 77% que passaram a exigi-los mais do que há 10 anos.

Simone Nicolasi, professora de comunicação mercadológica pelo Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), considera a mudança “um reflexo muito positivo do nosso amadurecimento enquanto sociedade economicamente ativa. Mesmo com as incertezas econômicas, independente da classe social, temos consumidores que têm pesado outras questões para além do preço, pessoas que não caem mais no truque do produto barato que quebra rápido”.

Um exemplo disso seria o mercado de móveis, que explodiu com o estimulo à compra da casa própria. As fabricantes de móveis se aproveitaram para vender itens de baixa qualidade e que traziam altos custos no médio prazo.

Este cenário colaborou para que parte dos consumidores deixasse de se identificar com as marcas. Quando analisados grupos como de mulheres, negros ou idosos, o percentual é ainda maior. Esta mudança revela que apenas o nome não é mais suficiente para garantir vendas e que “novas marcas ainda têm espaço para ganhar mercado”, afirmou Nicolasi.

43% dos consumidores não se sentem representados pelas marcas. As pessoas estão mais exigentes, querem empresas e produtos que resolvam seus problemas antecipadamente, de forma rápida. Elas querem ofertas individualizadas, personalizadas. Assim, o online é, cada vez mais, a escolha natural. Este deve ser o caminho dos varejistas que querem cativar o consumidor. (Newtrade) 

 
 
Indústria do leite também estará presente na Expointer
O sindicato das indústrias de laticínios e produtos derivados do RS (Sindilat-RS) estará presente na Expointer com o PUB queijo. O diretor tesoureiro da entidade, Jéferson Smaniotto, falou da participação na feira, bem como do acordo Mercosul/União Europeia. CLIQUE AQUI para ouvir a entrevista. (Agert)

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