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14/06/2019

Porto Alegre, 14 de junho de 2019                                              Ano 13 - N° 3.002

  Produtores de leite lotam auditório para discutir INs 76 e 77 em Santo Cristo

Com casa cheia, a cidade de Santo Cristo recebeu a reunião que debate a adequação às Instruções Normativas do Leite (INs) 76 e 77 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). As novas regras estabelecem mudanças quanto à produção, coleta e armazenagem do leite cru e estão em vigor desde 30 de maio. O evento foi realizado na tarde desta quinta-feira (13), no Centro Cultural José Paulino Stein, e contou com mais de 500 pessoas. O encontro, que percorre o interior do Estado, tem a finalidade de esclarecer todas as dúvidas da cadeia produtiva sobre as exigências do Mapa, que visam a acabar com a concorrência desleal e aumentar a qualidade do leite.

Para o secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Darlan Palharini, é essencial que o setor lácteo saiba que as INs vieram para, acima de tudo, qualificar o produto. Palharini, que abriu o encontro, falou também sobre o Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa) e exemplificou os casos em que o produtor poderá ser indenizado pelo fundo, ressaltando a importância da contribuição. ”Atualmente, o leite é a cadeia produtiva que mais arrecada para o Fundesa”, conta.

A médica veterinária do Mapa Milene Cé sinalizou que as INs 76 e 77 se complementam e lembrou que de nada vale o leite sair da propriedade com qualidade se a mesma for perdida durante o transporte até a plataforma. “As normas preveem uma coleta mensal do silo das empresas para verificar a contagem bacteriana e a temperatura”, afirmou. A interrupção das coletas poderá ocorrer após três meses consecutivos de resultados da média geométrica de três meses fora do padrão.

Sobre programa Mais Leite Saudável, que possui mais de 30 mil produtores beneficiados, e o Plano de Qualificação de Fornecedores, previsto na Instrução Normativa 77, falou o médico veterinário do Mapa Roberto Lucena. Ele explicou sobre assistência técnica e gerencial, educação sanitária, melhoramento genético e explicou o que fazer para que os padrões exigidos sejam atendidos.

A médica veterinária da Secretaria de Agricultura do Estado Karla Pivato apresentou os principais pontos da Lei do Leite. A estudante de agropecuária e estagiária da cooperativa Coopermil de Santa Rosa Carolina Finger, falou sobre sucessão familiar, a busca por especialização e a inserção dos jovens na atividade leiteira. “Se as novas regras dizem que existe uma forma de deixar o leite melhor, é necessário alterar o manejo da ordenha dentro das propriedades”, enfatizou.

O chefe do escritório municipal da Emater Vanderlei Newhaus apresentou dados sobre o uso de energia fotovoltaica e citou alguns projetos apoiados pela instituição na região. “A Emater incentiva o uso dessa energia limpa na atividade do campo”, declara. Na oportunidade, a empresa HCC Engenharia expôs aos participantes algumas informações sobre o alto custo da energia elétrica e ressaltou que a energia solar, com o tempo, torna-se mais lucrativa.

Ao final do encontro, houve uma mesa redonda para responder as perguntas de todos os participantes que acompanharam o evento, presencialmente ou através do Facebook do Sindilat. A reunião, promovida pela Superintendência Federal do Ministério da Agricultura no Estado (Mapa/RS), Secretaria da Agricultura, Sindilat, Apil, Famurs, Sistema Farsul, Fetag, Sistema Ocergs, Emater, Embrapa, Conseleite, Gadolando, Associação dos Criadores de Jersey, Fecoagro, Simvet, CRMV/RS e Prefeitura Municipal de Santo Cristo, ocorrerá, ainda, nas cidades de Frederico Westphalen (18/6) e Palmeira das Missões (19/6). (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 

 Crédito: Stephany Franco 
 
                  
IBGE: aquisição de leite atinge 6,2 bilhões de litros e tem melhor 1º tri desde 1997

Após divulgar os dados prévios na terça-feira (14/05), o IBGE divulgou no dia 13 de junho os resultados consolidados da Pesquisa Trimestral do Leite para o primeiro trimestre dede 2019.

Se a prévia apontava uma alta de 2,8% (para o primeiro trimestre de 2019) em relação ao primeiro trimestre de 2018, os dados consolidados demonstram um aumento de 3,1% em relação ao mesmo período, com uma produção de 6,2 bilhões de litros nos três primeiros meses de 2019, o maior valor desde 1997. Confira a evolução das variações trimestrais anuais no gráfico 1.

Gráfico 1. Captação formal: variação em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.
Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados do IBGE. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados do IBGE. 

Com o produtor no campo incentivado durante todo o primeiro semestre de 2019, é possível notar uma maior aceleração na produção de leite para cada mês, com um aumento de 2,3% para jan/19, 2,3% para fev/19 e 4,8% para mar/19 (ao compararmos cada mês com os valores de 2018). (A matéria foi escrita com dados do IBGE pela Equipe do MilkPoint Mercado)


Nova ferramenta de inteligência artificial da Arla prevê produção de leite das fazendas fornecedoras

A Arla Foods desenvolveu uma nova ferramenta de inteligência artificial (IA) para melhor prever a produção de leite das fazendas fornecedoras. A cooperativa de lácteos disse que isso significa que 200 milhões de quilos de leite podem agora ser utilizados melhor a cada ano, tornando a cadeia de valor da Arla ainda mais sustentável. Todos os anos a Arla coleta cerca de 13 bilhões de quilos de leite de 10.300 fazendeiros do norte da Europa.

A ferramenta IA da Arla prevê quanto leite 1,5 milhão de vacas produzirão no futuro. Antes, esse tipo de previsão levava dias para ser criado e gerado manualmente a partir de pilhas de planilhas do Excel. Mas com a nova ferramenta, leva apenas algumas horas e a previsão é 1,4% mais precisa, disse a empresa.

Michael Bøgh Linde Vinther, diretor de planejamento global de leite da Arla, disse: “quanto melhor prevemos qual será nossa 'ingestão de leite', melhor podemos planejar e otimizar toda a nossa cadeia de valor, o que melhora a rentabilidade para nossos proprietários de fazendas e impulsiona a sustentabilidade. A nova ferramenta de inteligência artificial nos fornece uma visão do suprimento de leite que nunca tivemos antes”.

Através da IA, a Arla disse que é capaz de criar a previsão de ingestão de leite a partir de uma base de dados muito mais rica. Isso inclui mudanças sazonais, o número de produtores que se convertem em novos tipos de leite, as características geográficas dos produtores e a quantidade de leite que produzem diariamente.

“Agora podemos tomar decisões estratégicas importantes de maneira mais informada. Os dados tornaram-se mais válidos, pois agora são formalizados em um sistema ‘à prova de balas’, em vez de baseados em conhecimentos individuais. É incrível ver como essa nova tecnologia é capaz de otimizar e melhorar uma tarefa até o momento muito demorada”, disse ele.

Por exemplo, agora é possível fazer a distinção entre quanto leite deve ser coletado de produtores na Alemanha do Norte e na Alemanha Ocidental, três a cinco meses antes do tempo. “Esse tipo de conhecimento é muito valioso, pois nos permite planejar e ajustar o número de caminhões da Arla que viajam pelo país. Dessa forma, podemos reduzir custos e preservar o meio ambiente para emissões desnecessárias de CO2”.

A nova ferramenta de previsão de produção de leite está sendo implementada em todos os mercados da Arla na Europa, incluindo Dinamarca, Alemanha, Suécia, Reino Unido, Bélgica, Luxemburgo e Holanda. (As informações são do Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint)
 
Preço do leite
Em maio, o preço do leite ao produtor registrou o quinto aumento consecutivo, o que fez o seu valor saltar de R$1,34 em dezembro de 2018 para R$1,62 neste último mês, na média nacional.
Na comparação anual, as cotações nominais de maio ficaram 18,2% superiores aos valores pagos no mesmo mês de 2018. CLIQUE AQUI e confira a análise completa no Boletim Indicadores: Leite e Derivados. (Embrapa)

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