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29/04/2019

Porto Alegre, 29 de abril de 2019                                              Ano 13 - N° 2.968

   Casos de raiva bovina reacendem alerta

Seis anos após o último surto de raiva bovina no Rio Grande do Sul, quando mais de 33 mil casos foram registrados, criadores de bovinos de corte e de leite voltam a ficar em alerta. Neste ano, 18 casos foram confirmados pela Secretaria Estadual da Agricultura. O que chama a atenção não são os números, dentro da média para a época do ano, mas a região onde estão concentrados: no norte do Estado.

Um dos municípios mais atingidos é Soledade. O produtor Adriano Borges Knopf perdeu cinco animais da raça holandesa no final de março. 

- As vacas começaram a perder a força nas pernas, não levantavam mais. Vi que algo errado estava ocorrendo - lembra Knopf, que acionou a assistência técnica da Coagrisol Cooperativa Agroindustrial.

Ao constatar o quadro clínico dos animais, o médico veterinário da cooperativa Bolivar Camargo fez coleta de sangue e encaminhou para exame laboratorial. No mesmo período, o produtor Luiz Carlos dos Santos, também de Soledade, acionou o profissional pelo mesmo motivo: morte de seis vacas de um total de 20.

- Vivemos do leite. Estávamos até pensando em aumentar a produção, mas depois dessa rasteira, vai ficar difícil - lamenta Santos.

Dias depois da coleta das amostras, veio a confirmação da raiva herbívora - vírus transmitido a bovinos, equinos e ovinos por morcegos hematófagos (que se alimentam de sangue de animais vertebrados). O mesmo quadro clínico foi verificado em animais de pelo menos outras 12 propriedades rurais de associados da Coagrisol em Soledade e Ibirapuitã.

- Só aqui na região pelo menos 60 bovinos já morreram com quadro clínico da doença - contabiliza o veterinário, explicando que os exames laboratoriais são feitos por amostragem, por isso os números oficiais são menores.

VACINA É A PRINCIPAL FORMA DE PROTEÇÃO
Após a confirmação da doença, a Coagrisol orientou a todos os criadores de bovinos da região a vacinarem o rebanho - a única forma de proteger os animais, já que o vírus é fatal quando passado a animais não imunizados (veja mais abaixo). A mesma orientação é dada pela Secretaria da Agricultura para as regiões com casos confirmados e também suspeitos.

- Fazia muito tempo que o Estado não registrava casos nesta região, o que nos preocupa e reforça a necessidade dos produtores tomarem medidas preventivas - destaca André Witt, analista ambiental da Secretaria da Agricultura, lembrando que o surto de 2011 a 2013 atingiu principalmente a região Centro-Sul.

Com casos sendo notificados e investigados, Witt estima que os números tendem a aumentar à medida em que os diagnósticos serão concluídos. Mas tranquila ao afirmar que não se trata de um surto, mas sim de reforço dos cuidados no campo. No ano passado, 24 municípios gaúchos registraram casos de raiva herbívora em bovinos.

Atenção aos sintomas
Distúrbios nervosos, saliva em abundância e paralisia nos membros inferiores. Com perda da força nas patas, animais não conseguem levantar e se alimentar, até morrerem. Ferimentos e fios de sangue escorrendo podem ser sinais da mordida de um morcego-vampiro. Ao constatar esses sintomas, deve-se comunicar a inspetoria veterinária do município para investigação do caso e proteção dos demais animais.

Como proteger o rebanho
A única forma de proteção é a vacinação, que deve ser aplicada em duas doses na primeira vez (com intervalo de 21 dias). Depois da primeira imunização, a vacina deve ser aplicada anualmente, em dose única. A vacinação não é obrigatória, por isso, não é gratuita. O frasco com 25 doses custa em média R$ 16. Usar luvas e utensílios esterilizados, para evitar a contaminação cruzada. Além da vacina, é preciso monitorar possíveis mordidas nas extremidades do animal. Constatada a mordida, recomenda-se aplicar uma pasta vampiricida ao redor do ferimento. Como o morcego tem o hábito de voltar ao ponto mordido, o produto é usado para causar hemorragia no transmissor. O controle deve ser reforçado com a identificação de refúgios, onde os morcegos hematófagos podem habitar - como cavernas, túneis, casas abandonadas, telhados e porões.

Riscos a humanos
Embora menor, o risco de contaminação de raiva bovina em humanos existe. Se uma pessoa tiver contato com um animal doente, precisa recorrer a atendimento médico, para avaliar a necessidade de aplicação de soro e de vacina antirrábica. A doença não é transmitida a humanos pelo consumo de leite ou carne. Fonte: Secretaria Estadual da Agricultura

Registros da doença em 2019
Soledade 6
Venâncio Aires 3
Forquetinha 2
Ivoti 2
Canudos do Vale 1
Santa Clara do Sul 1
Vale do Sol 1
Salto do Jacuí 1
Santo Antônio da Patrulha 1 (Zero Hora)

                 

 
LEITE/CEPEA: valorização do leite ao produtor perde força de março para abril

Depois de acumular alta real¹ de 18,9% no primeiro trimestre de 2019, o movimento de valorização do leite ao produtor perdeu força de março para abril. Segundo pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia aplicada), da Esalq/USP, a “Média Brasil” líquida² de abril (referente à captação de março) foi de R$ 1,4920/litro, variação de 0,92% (ou de praticamente um centavo) frente ao mês anterior.

As consecutivas elevações no preço ao produtor ao longo do primeiro trimestre estiveram atreladas à limitação da oferta no campo e à maior competição das indústrias para garantir a compra de matéria-prima. No entanto, a dificuldade das empresas em elevar os preços dos lácteos ao consumidor sem prejudicar seus shares limitou o movimento de valorização no campo em abril.

Para garantir liquidez no período, agentes de laticínios mudaram suas estratégias de processamento e trabalharam com a diminuição dos estoques, principalmente no caso do leite UHT. O preço deste derivado apresentou queda acumulada de 2,1% no atacado paulista em março. No caso da muçarela, houve desvalorização de 1,1% no acumulado de março. É importante lembrar que a formação do preço do leite ao produtor é diretamente influenciada pelo desempenho das vendas dos derivados no mês seguinte à captação.

No campo, a produção dentro da porteira continuou limitada em março, devido ao clima desfavorável. O Índice de Captação Leiteira do Cepea (ICAP-L) registrou queda de 1,6% na “Média Brasil” de fevereiro para março. As reduções mais expressivas foram observadas no Rio Grande do Sul (6,4%), Santa Catarina (4,1%) e São Paulo (3,5%). Os volumes em Goiás e Minas Gerais caíram ligeiramente (1,7% e 0,4%, respectivamente), enquanto Paraná e Bahia apresentaram altas (de 3,9% e 9%, nesta ordem).

O cenário de oferta restrita no campo foi observado em abril, o que tem forçado laticínios a repassarem a valorização da matéria-prima aos derivados. Esse cenário, por sua vez, pode sustentar as cotações no campo para o próximo mês. No acumulado da primeira quinzena de abril, as cotações diárias do UHT e da muçarela no atacado paulista se elevaram 6,7% e 3,8%, respectivamente. O leite spot negociado em Minas Gerais também seguiu valorizado, fechando a segunda quinzena de abril com alta de 12,3% em relação ao período anterior. (Cepea/Milkpoint)
 


 
Mercado de embalagem inteligente crescerá 11% ao ano, atingindo US$ 39,7 bilhões

As embalagens inteligentes e as embalagens conectadas estão no radar dos executivos seniores e atraindo investimentos significativos em toda a cadeia de valor, de acordo com a Deloitte. A empresa apresentará as conclusões de sua pesquisa sobre o futuro das embalagens inteligentes na AIPIA (Active & Intelligent Packaging Industry Association) US Summit, em Nova Jersey, de 3 a 4 de junho de 2019.

Este é o segundo AIPIA Summit Americas e o evento contará com dois dias de seminários, networking e expositores de tecnologia de embalagens disruptivas. Os tópicos incluem: realidade aumentada, proteção de marca, engajamento do consumidor, rótulos inteligentes, impressão eletrônica, monitoramento de condições, controle de resíduos e controle da cadeia de fornecimento. De acordo com a Deloitte, entre US$ 5 e US$ 10 trilhões de bens de consumo são vendidos globalmente a cada ano e a maioria deles é embalada de alguma forma, gerando um mercado de embalagens de US$ 424 bilhões em 2016.

“A embalagem é muitas vezes um aspecto negligenciado e subutilizado no design de produtos e que agrega um valor imenso a todos os envolvidos. Embalagem com funcionalidade aprimorada, por meio de novas tecnologias, novos materiais e design inteligente, ou seja, a embalagem inteligente, tem um enorme potencial para criar valor e revolucionar os modelos de negócios tradicionais”, disse Mike Armstrong, MD, Monitor Deloitte. Ele disse que a Deloitte realizou uma pesquisa entre novembro de 2017 e fevereiro de 2018, entrevistando 425 executivos norte-americanos de 12 indústrias. Mais de 70% dos entrevistados representaram empresas com receita de mais de US$ 1 bilhão. Quase 90% estavam em cargos de gerência sênior.

Os resultados confirmam que as embalagens conectadas se dividem em três categorias: inventário e gerenciamento do ciclo de vida; integridade do produto e a experiência do usuário. Os dois primeiros estão atraindo a maior parte do investimento. “A embalagem inteligente ainda está surgindo, mas não pode ser ignorada, pois apresenta oportunidades significativas e um risco real de ruptura. O setor gerou receitas de US$ 23,5 bilhões em 2015 e deve crescer 11% ao ano, chegando a US$ 39,7 bilhões até 2020", acrescentou.

As empresas estão considerando a embalagem como uma solução possível para transformar a maneira como entregam, vendem e usam produtos. Os líderes de mercado em todos os setores estão adotando aplicativos de embalagem inteligentes inovadores, especialmente do tipo conectado, que geram e aproveitam dados para tomar melhores decisões de negócios e encantar o cliente. O potencial positivo para os participantes de projetos com embalagens inteligentes é grande, mas eles enfrentam pelo menos quatro desafios: comercial, legal, tecnológico e organizacional.

A pesquisa da Deloitte descobriu que a maioria das embalagens inteligentes se enquadra no campo “ativo”, usando química avançada e materiais para oferecer controle de corrosão/umidade ou capacidades termocromáticas, principalmente para alimentos e bebidas, cuidados com a saúde e produtos de consumo pessoal. A embalagem conectada, que pode se comunicar com outras embalagens ou com a internet, ainda é uma oportunidade relativamente inexplorada, com códigos de barras simples e RFIDs cada vez mais usados para rastrear e localizar a embalagem na cadeia de fornecimento.

O relatório afirma que a adoção de embalagens conectadas varia de acordo com a indústria, com bens de consumo embalados e empresas industriais e de manufatura expressando os mais altos níveis de interesse. No entanto, as embalagens conectadas ainda estão nos estágios iniciais de crescimento e nenhuma aplicação ou indústria está próxima de atingir a maturidade. “A indústria de embalagens inteligentes ainda é altamente fragmentada, pois empresas de grande e pequeno a médio porte continuam focando em soluções únicas e limitadas, em vez de oferecer uma oferta integrada e coesa para implementação em grande escala. A natureza interconectada do ecossistema e a grande variedade de participantes de provedores de infraestrutura para empacotadores, marcas, varejistas e consumidores impediram que as embalagens inteligentes acelerassem rapidamente”, disse Armstrong.

“A inovação no espaço tem sido impulsionada principalmente por pequenas startups, e as soluções ainda precisam atingir uma escala significativa. Os padrões de Internet das Coisas (IoT) dominantes em todo o setor ainda precisam se firmar, muito parecido com os dias que antecederam a chegada do Bluetooth ou Wi-Fi em redes sem fio locais. O custo de sensorização e conectividade ainda é alto, embora tenha diminuído significativamente nos últimos anos e esperamos que caia ainda mais”.

Francesco Fazio, da Deloitte e co-autor do relatório apresentará seu seminário; "Capturando valor da revolução das embalagens inteligentes" no evento na terça-feira, 4 de junho, às 9h. Outro destaque no evento deste ano é a Mondelez International, que sediará o "Packaging Challenge", convidando as empresas a ouvirem Lou Fenech, líder da plataforma de embalagem, Mondelez International e Charles Halgren, desenvolvedora de embalagens da Mondelez International, com sua tecnologia de embalagem ativa e inteligente. “À medida que procuramos aumentar nosso impacto em embalagens inteligentes, reconhecemos que estamos desenvolvendo tecnologias de embalagem no mundo digital que podem nos ajudar a cumprir nossa missão”, disse Fenech.

“Para o propósito deste resumo, selecionamos duas áreas nas quais acreditamos que embalagens ativas e inteligentes podem aumentar o envolvimento e a conectividade com os consumidores por meio de nossas embalagens; segurança e sustentabilidade". Como parte do campo, a Mondelez estará procurando tecnologias que demonstrem a autenticidade e a segurança de seus produtos através de evidências de falsificação; recursos de embalagem que podem atuar como um PIF (recurso de integridade da embalagem) e tecnologias que asseguram que a embalagem interna ou principal e o conteúdo correspondam à embalagem externa ou secundária.

Como parte das metas de sustentabilidade da empresa de tornar 100% de suas embalagens recicláveis e fornecer informações de reciclagem em mercados em todo o mundo até 2025, a empresa está procurando por tecnologias/canais de comunicação que possam ajudar os consumidores a entender melhor como reciclar seus produtos; plataformas conectadas para incentivar os consumidores a reciclar e tecnologias/infraestrutura que permitam uma melhor classificação de MRF (Material Recovery Facilities) para gerar taxas de reciclagem. (As informações são do Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint)
 
Economia fracaEmpresários de diferentes segmentos estão reavaliando suas estratégias diante das frustrações com o desempenho da economia nesse início de ano. A atividade econômica esfria desde o final de 2018, a inflação voltou a subir, o desemprego é crescente e a massa salarial não evolui em nível suficiente para aquecer o consumo. (Fonte: Diário do Comércio/SP 

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