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11/03/2019

Porto Alegre, 11 de março de 2019                                              Ano 13 - N° 2.934

      Produção de leite 4.0 é tema de Fórum na Expodireto

Os produtores de leite brasileiros precisam entrar na era da produção de leite 4.0. O modelo é composto por novos sistemas de produção de leite, baseados na adoção de tecnologia de ponta para aumento de produtividade, redução de custos e bem-estar animal. O assunto será tema da 15ª edição do Fórum Estadual do Leite, tradicional palco de debates do setor leiteiro na Expodireto Cotrijal. O encontro ocorrerá na próxima quarta-feira (13/3), a partir das 9h, no Auditório Central da feira que acontece em Não-Me-Toque (RS). Em sua palestra, o chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, de Juiz de Fora (MG), Paulo do Carmo Martins, abordará as perspectivas com relação à tecnologia do campo e seus impactos na produção leiteira.

Durante a programação, o economista da Embrapa Gado de Leite, doutor Glauco Carvalho, falará sobre as lições que ainda precisam ser aprendidas para que o pecuarista brasileiro se torne mais competitivo. “As indústrias lácteas gaúchas precisam trabalhar por mais competitividade, enxugando custos e adotando processos produtivos cada vez mais eficientes”, completou o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini. Apoiador do evento, o Sindilat atua em políticas voltadas ao desenvolvimento do setor em âmbito local e nacional.

Alinhado com esse objetivo, explica Palharini, ao fim do evento, as demandas do setor lácteo serão reunidas em um documento a ser remetido às empresas, entidades representativas e órgãos públicos em âmbito estadual e federal. “Precisamos levar nossas demandas ao Poder Público e à iniciativa privada, pois, sem união, não conseguiremos avançar”, frisou Palharini.

Estímulo ao Consumo
O aumento no consumo de lácteos também estará em pauta no Fórum, visto o potencial produtivo e exportador da cadeia leiteira brasileira. O assunto será tratado pela coordenadora do programa “Beba Mais Leite”, Flávia Fontes.

Painel traz agtechs vencedoras do Ideas for Milk
A programação do 15º Fórum Estadual do Leite continua no estande da CCGL, uma das realizadoras do evento, às 15h, com a realização de painel com as agtechs vencedoras do Ideas for Milk, competição tecnológica que revelou soluções para o setor lácteo ao final de 2018. Segundo o gerente de Suprimento de Leite da CCGL, Jair Mello, o encontro encerra a programação traçando formas de aproximar as tecnologias vencedoras do campo. “São ideias possíveis de serem aplicadas, porém, requerem infraestrutura para funcionamento. Muitos produtores de leite estão localizados em áreas carentes de energia elétrica, telefonia e internet”, lembra Mello.

Agtechs vencedoras Ideas for Milk 2018
Primeiro lugar – O empreendedor e zootecnista Cristian Martins da OnFarm, de Pirassununga (SP), desenvolveu um kit de tecnologia para identificar as principais bactérias causadoras da mastite. A agtech apresentou as ferramentas que permitem a detecção da doença na própria fazenda e com diagnóstico em 24 horas: o SmartKit, com todos os materiais necessários para a aplicação dos testes; o SmartLab, uma espécie de cabine portátil; e o OnFarmApp, aplicativo de gestão que controla todas as etapas da análise.

Segundo lugar - A gaúcha Cowmed (Santa Maria/RS) idealizou uma coleira com chip capaz de medir os principais parâmetros comportamentais dos animais (tempo de ruminação ou ócio, de forma individual e coletivamente). Os dados são enviados para um servidor virtual e capturados pelo sistema de Inteligência Artificial denominado VIC. A ferramenta analisa os animais e faz alertas aos produtores sobre períodos importantes, como cio, melhor momento para a inseminação, doenças e outras alterações no rebanho.

Terceiro lugar - A Z2S Sistemas Automáticos, pré-incubada da Agência de Inovação Tecnológica da Universidade de Passo Fundo (UPF), apresentou um sistema automático de limpeza de ordenhadeiras canalizadas. A solução possui três sistemas que podem ser usados individualmente ou integrados. Com alguns toques, a limpeza é realizada de forma automática e inclui controle e monitoramento de temperatura e dosagem dos produtos químicos. A solução reduz consideravelmente a Contagem de Bacteriana Total do leite, algo que pode ser visualizado nas análises do leite cru antes e pós uso do sistema.

Mobimilk – O projeto conquistou o terceiro lugar na edição de 2017 no Ideas for Milk. A iniciativa é uma ordenhadeira móvel, que tem um conceito construtivo para a sala de de ordenha e sala de leite, me módulo tipo container, que chega pronto na propriedade, dispensando outras obras. O projeto foi desenvolvido pelo engenheiro agrícola Andrew Jones, da AJAGRO.  (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
                 
 

Fonterra aumenta previsão do preço do leite para 2018/19

A Fonterra Co-operative Group Limited aumentou sua previsão do preço do leite pago aos produtores para 2018/19 para NZ$ 6,30 (US$ 4,28) a NZ$ 6,60 (US$ 4,48) por quilo de sólidos do leite, o que equivale a NZ$ 0,52 (US$ 0,35) a NZ$ 0,55 (US$ 0,37) por quilo de leite, mais que a previsão anterior, de NZ$ 6,00 (US$ 4,07) a NZ$ 6,30 (US$ 4,28) por quilo de sólidos do leite, o que equivale a NZ$ 0,50 (US$ 0,33) a NZ$ 0,52 (US$ 0,35) por quilo de leite, e revisou seus ganhos previstos para 15-25 centavos (10,1 a 17 centavos de dólar) por ação.

O presidente, John Monaghan, disse que essa nova previsão reflete os aumentos nos preços globais do leite no último trimestre. “Desde a nossa última atualização do preço do leite em dezembro, a demanda global se fortaleceu. Isto é impulsionado predominantemente pela demanda mais forte da Ásia, incluindo a China. Os estoques da intervenção da União Europeia (UE) de leite em pó desnatado (LPD)também já foram reduzidos para a época e, como resultado, esperamos que a demanda pelo mesmo seja forte. A oferta global permanece acima dos níveis da última estação, mas o crescimento desacelerou devido às condições climáticas desafiadoras em algumas das maiores regiões produtoras de leite do mundo - em particular, a produção de leite da Austrália deve cair de 5 a 7% na última temporada e o crescimento da UE diminuiu e agora está previsto para ser menos de 1% acima do ano passado”.

Monaghan continuou contando que na Nova Zelândia, devido ao clima quente e seco, eles revisam as previsões de coleta de leite da cooperativa de 1,550 bilhão de quilos de sólidos do leite (equivalente a 18,44 bilhões de quilos de leite) para 1,530 bilhão de quilos de sólidos do leite (18,2 bilhões de quilos de leite). “Isso representa um aumento de 2% no ano passado. Vimos o impacto positivo desse quadro de oferta e demanda em algumas frentes - o número de licitantes e, mais importante, os preços dos produtos de referência que compõem o preço do leite aumentaram nos últimos seis eventos do GDT. Esperamos que a demanda permaneça mais forte em relação à oferta pelo resto da temporada”.

O preço do leite do Ato de Reestruturação da Indústria de Lácteos (DIRA) e a taxa de adiantamento paga aos produtores foram compensados com um preço do leite de NZ$ 6,45 (US$ 4,38) por quilo de sólidos do leite [equivalente a NZ$ 0,54 (US$ 0,36) por quilo de leite.

A Fonterra também está aconselhando seus produtores e detentores de unidades que sua faixa de receita prevista será reduzida para 15-25 centavos (10,1 a 17 centavos de dólar) por ação e que não pagará dividendos intermediários. A decisão sobre qualquer dividendo anual só pode ser feita no final do ano financeiro e dependerá dos resultados anuais e do balanço patrimonial da cooperativa.

O presidente disse que, embora o preço do leite esteja forte, o desempenho dos ganhos da cooperativa não está satisfatório e eles precisam fornecer aos produtores e detentores de unidades um retorno respeitável do seu investimento. O Conselho está analisando por completo sua estratégia, que inclui uma revisão da política de dividendos. “Estamos investigando de perto nossos negócios com nossa análise de portfólio. Precisamos de uma mudança fundamental de direção, se quisermos entregar todo o nosso potencial. Forneceremos uma atualização sobre a estratégia e o progresso que foi feito na revisão do portfólio em nossos resultados provisórios em 20 de março”.

O CEO, Miles Hurrell disse que o desempenho subjacente da empresa não é onde ela precisa estar. "Os principais pontos de pressão sobre nossos ganhos são os três que destacamos em nossa atualização de negócios no primeiro trimestre - esses são os desafios em nossas empresas Australian Ingredients e Foodservice na Ásia em geral. Estamos fazendo incursões para resolvê-los, mas eles não serão resolvidos da noite para o dia. Desde a nossa atualização de negócios no primeiro trimestre, também sentimos o impacto das difíceis condições de negociação na América Latina, principalmente devido a situações geopolíticas em alguns países. Além disso, o aumento no preço do leite, que é a principal entrada de custos em nossos produtos não relacionados ao preço do leite, pressionou as margens desses produtos e contribuiu significativamente para nossos ganhos. Continuamos comprometidos com a disciplina financeira. Estamos fazendo um bom progresso em nossa revisão de portfólio e desinvestimentos de ativos, a fim de reduzir nossa dívida em NZ$ 800 milhões (US$ 543,63 milhões) neste ano financeiro. Também estamos no caminho certo para atingir nossas metas de despesas de capital e despesas operacionais”, disse Hurrell. (As informações são da Fonterra, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint)

 

Argentina – 12 pesos por litro?

Preços/AR – O relatório do Observatório da Cadeia Láctea (OCLA) destaca que hoje existe uma capacidade provável de que o preço médio do leite ao produtor com destino à exportação de leite em pó integral chegue a 10,45/litro.

O valor hipotético de 11,95 pesos por litro seria para todo o leite, não somente ao destinado à exportação de leite em pó integral, se os dados esses dados concretos forem analisados pela famosa “Teoria James”, do qual o TodoAgro relatou em notas sucessivas.

Há 20 anos, o ex-presidente do Centro de Indústrias de Laticínios (CIL), Ricardo James, um especialista do comércio internacional de lácteos, esboçou uma teoria que dizia que quando a exportação de lácteos excedesse 13% do total produzido no país, o preço do produtor seria “internacionalizado”.

Os produtores olharam com desconfiança para a teoria, uma vez que consideraram um argumento pessimista, uma vez que mais de 85% do preço é formado por um “mix” do mercado doméstico, mas, a “Teoria de James” foi usada pela indústria, nos momentos em que o leite em pó era cotado entre US$ 1.200 e US$ 2.000/tonelada; e colocado no coquetel de elementos que compõem o preço da época, foi, claramente, um elemento de baixa.

No final da década de noventa a Argentina se preparava para quebrar um recorde de produção e o Brasil comprava tudo. Se hoje, que as coisas mudaram (em especial os preços do leite em pó que se move entre US$ 2.000 e US$ 3.500/tonelada), diríamos que sob a luz da “Teoria James” a Argentina teria seu preço totalmente internacionalizado, já que exporta mais de 20% de sua produção. E se a esses argumentos adicionarmos a hipótese do relatório da OCLA, ou seja, que o preço ao produtor, sem retenções, a conclusão é que o preço ao produtor argentino seria da ordem de US$ 0,29/litro.    

O que indicam os dados do OCLA
O relatório elaborado pelo OCLA, que usa dados de diversas fontes, destaca o seguinte:
A simulação da capacidade de pagamento do leite ao produtor em função do destino do mesmo para a exportação do produto 04.02.21.10 da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM).
As exportações representam atualmente 21% do leite produzido e aproximadamente 43% delas, tanto em volume como em valor são de leite em pó integral. O quadro mostra de um lado os custos de elaboração e comercialização, o câmbio, o direito de exportação, a reintegração de impostos, a margem industrial e a conversão de litros de leite em quilos do produto. Do outro lado o valor que se pode conseguir para o leite em pó integral em pacotes de 25 quilos, em dólares por tonelada.   
- Custo de elaboração e comercialização: os valores indicam que o mesmo fica entre US$ 500 e US$ 800/tonelada.
- Câmbio: utiliza a cotação do dia para o dólar no Banco da Nação Argentina (BNA) para liquidar as exportações;
- Direitos de exportação: é deduzido no câmbio 3,00 pesos por dólar (Decreto 793/2018).
- Reintegração de impostos: adiciona-se ao preço recebido, 0,75% que corresponde à devolução de impostos para esse tipo de produto (Decreto 767/2018);
- Margem Bruta da Indústria: considerar um percentual de margem sobre o valor FOB (4%).
- Rendimento: efetua a média de litros necessários para elaborar uma tonelada de leite em pó integral (8.500). Os valores indicados oscilam entre os extremos de 8.290 litros/tonelada e 8.900 litros/tonelada. Nesse caso, se incorpora uma alternativa de 8.200 litros/tonelada.
- Preços de exportação: os valores informados oscilam entre US$ 3.000 e US$ 3.200/tonelada, em função da quantidade e destino da exportação. Cabe lembrar que a última cotação no GDT (05/03/2019) o valor foi de US$ 3.186/tonelada para o leite em pó integral.

O preço médio de todas as alternativas indica uma capacidade provável de pagamento do leite ao produtor com destino à exportação de 10,45 pesos/litro (para o rendimento de 8.200 litros). Os valores são muito similares ao que se está pagando hoje pela matéria-prima. Cabe lembrar que não existe direitos de exportação (ultimamente reintroduzidos), e se a devolução for no seu valor normal de 3%, o valor médio chegaria a 11,95 pesos por litro (+14,3%), ou US$ 0,29/litro.

Por outro lado, e não de menor importância, cabe lembrar que mencionamos há muito tempo que, são estão reduzidos os níveis de estoques, fundamentalmente de leite em pó integral, produto com fortes vendas em 2018 e reduzida produção nos primeiros meses de 2019 (entre 5 e 7% menos em relação ao ano anterior).

“Este esquema é apenas uma orientação para os atores setoriais e foi baseado em consultas a quem tem ingerência direta no negócio e/ou experiência profissional sobre o tema”, esclarece o relatório do OCLA. (ON24 – Tradução livre: www.terraviva.com.br)

Queijos/Holanda
A produção de queijo holandês registra crescimento excepcional desde 2012, superando o crescimento limitado do consumo no noroeste da Europa, de acordo com um relatório do Rabobank. A ascensão do queijo holandês teria reduzido as margens e enfraquecido a posição dos produtores de queijo na cadeia de valor. No entanto, o Rabobank prevê que a produção de queijo na Holanda deverá aumentar para quase 930.000 toneladas até 2022, com base no aumento das importações de leite fluido e investimentos na capacidade adicional de processamento. “As preferências dos consumidores mudam em direção à nutrição personalizada e conveniência, incluindo vendas online, produtos locais e especialidades” diz o analista do Rabobank, Richard Scheper. Focar no valor agregado ao longo da cadeia, e nessas novas preferências, melhoram as oportunidades para os produtores de queijo e asseguram margens mais elevadas”, acrescenta. Os mercados em desenvolvimento oferecem melhores oportunidades para o crescimento em volume, enquanto o segmento de queijos Premium e especializados se desenvolve em regiões mais desenvolvidas, oferecendo oportunidades de crescimento do valor agregado. No entanto, as oportunidades dos mercados e canais de distribuição no exterior não são ilimitados e, muitas vezes, exigem abordagem de marketing personalizada. Nos países desenvolvidos, as oportunidades de crescimento de volume são mais restritas uma vez que a base de consumo de queijos é muito elevada e ter baixo crescimento populacional. Para alguns países como os Estados Unidos, a produção doméstica competitiva em preço tem que ser levada em conta para certas variedades de queijos e canais de distribuição. No entanto, a demanda por queijos Premium via especialização em mercados desenvolvidos ainda oferece oportunidades de crescimento do valor. (Dairy Industries – Tradução livre: www.terraviva.com.br)
 

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