Pular para o conteúdo

08/03/2019

Porto Alegre, 08 de março de 2019                                              Ano 13 - N° 2.933

      Balança comercial: e as importações mantém o fôlego!

Muito discutidas recentemente, em função de alterações propostas pelo Ministério da Fazenda em relação às tarifas antidumping dos lácteos europeus e da Nova Zelândia, as importações seguem com fôlego. Os recentes dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) apontam um aumento de 15% na quantidade internalizada em equivalente leite no mês de fevereiro em relação a janeiro (total de 129 milhões de litros em equivalente leite). Ao compararmos com fev/18, importamos 58% a mais (ainda que, em relação a fev/17, a quantidade importada tenha sido 3% menor). Confira a evolução no saldo da balança comercial láctea no gráfico 1.

Gráfico 1. Saldo da balança comercial de lácteos no Brasil; elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados da Secex.

 
Uma das principais influências no aumento da quantidade importada foi o aumento dos preços internos, notadamente para o leite em pó integral. Em fevereiro, foram importadas 8,8 mil toneladas, um aumento de 41% em relação ao mês de janeiro, e de 155% em relação a fevereiro de 2018. A correlação entre os aumentos de preços para o leite em pó integral e a quantidade importada entre dezembro de 2018 até fevereiro de 2019 é de 98,2%. Confira no gráfico 2.

Gráfico 2. Quantidade importada pelo Brasil de leite em pó integral industrial versus preço do leite em pó integral industrial no Brasil; elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados da Secex e com dados próprios.
 
Todavia, a quantidade importada diminuiu para outros derivados lácteos. A redução foi de 7% para o leite em pó desnatado, 11% nos queijos e 13% na manteiga, com a quantidade importada em fevereiro sendo de 2,7 mil toneladas, 2,3 mil toneladas e 0,7 mil toneladas respectivamente para cada um dos derivados citados acima. Já para o soro em pó, a maior demanda interna impulsionou as importações do produto, sendo internalizadas 1,5 mil toneladas, um aumento de 120% em relação a janeiro. Veja os valores na tabela 1. (Milkpoint)

Tabela 1. Balança comercial láctea em novembro de 2018; elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados da Secex.
 
                 

 
Consumo antecipa reação do preço

O setor de lácteos vive um momento de recuperação de preços em 2019. Comemorando este novo cenário, após meses consecutivos de queda nos valores do litro de leite pagos aos produtores no ano passado, o presidente da Cooperativa Central Gaúcha Ltda (CCGL), Caio Vianna, acredita que a reação antecipada - geralmente o preço começa a subir somente em março - deve-se ao aumento do consumo interno de lácteos. "A economia brasileira e o poder de compra das famílias vêm se recuperando e favorecem o maior consumo. Também há uma reação de preços no mercado internacional", constata. 

O valor de referência do litro de leite fechou o ano de 2018 em R$ 1,0559, segundo o Conseleite. Em fevereiro, foi projetado em R$ 1,1142. Estes cenários e outros painéis que abordarão as condições competitivas para produção de lácteos estarão em debate no 15° Fórum Estadual do Leite, promovido pela Cotrijal e CCGL, na próxima quarta-feira, dentro da 20ª Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque. Mas antes disso, na terça-feira, Vianna irá moderar uma das palestras do 30° Fórum Nacional da Soja. 

O dirigente diz que a soja enfrenta um movimento contrário ao do leite, porque o ano de 2019 é "de muitos questionamentos" e há "um baixo interesse dos compradores estrangeiros" pela soja gaúcha neste momento. Como controladora dos terminais graneleiros Termasa e Tergrasa em Rio Grande, a CCGL percebeu que o número de agendamentos de navios para embarque da soja no porto gaúcho é inferior aos de ciclos anteriores nesta época do ano. O volume menor de negócios, segundo Vianna, é reflexo das negociações comerciais que envolvem China e Estados Unidos. 

Dependendo das tratativas entre estes países, Vianna comenta que os preços no Brasil podem ser favorecidos ou não, sobretudo no que se refere aos prêmios pagos nos portos. Para o gerente comercial de grãos da Cotrijal, Luís Claudio Gomes, 2019 deverá ser marcado por um ano de comercialização mais lenta da soja. Ele lembra que parte expressiva da safra, que recém começou a ser colhida, já foi comprometida em vendas antecipadas. Argumenta ainda que os preços atuais não estão atrativos e que os produtores, principalmente os mais capitalizados e os que travaram os custos antecipadamente, tendem a vender o produto somente em momentos mais oportunos. (Correio do Povo)

RS tem desafio de avançar no controle da brucelose

Foi definida nesta quinta-feira (7) a nova presidência do Conselho Técnico da Pecuária Leiteira do Fundesa RS. Foi eleito o representante do Ministério da Agricultura, auditor fiscal federal agropecuário Rodrigo Teixeira Pereira. Na vice-presidência, o representante da Fetag, Kaliton Prestes foi o escolhido.  Para o novo presidente do CTOPL o maior desafio é avançar no controle e erradicação da brucelose e tuberculose. "Isso só será possível com o aumento do número de testes diagnósticos para as enfermidades e com mais certificações de propriedades livres", afirma Pereira. Ele aproveitou o momento para reiterar a obrigatoriedade de vacinar contra a brucelose todas as terneiras de 3 a 8 meses de idade.

O presidente do Fundesa, Rogério Kerber, destacou que o Rio Grande do Sul é o único estado que indeniza produtores em casos de constatação de brucelose. Por isso, segundo ele, "há mais tranquilidade para realizar os testes e sanear o rebanho". Conforme o último levantamento realizado, a prevalência de brucelose no estado é inferior a 1%. "Embora com incidência baixa, é preciso manter os cuidados e realizar a vacinação para chegar à erradicação da doença e ao status de área livre", afirma Kerber. 

Os Conselhos Técnicos Operacionais do Fundesa têm o objetivo de sugerir ações para desenvolvimento de políticas de sanidade e produtividade para os setores. Também é atividade dos integrantes do CTO avaliar os pedidos de indenização de produtores, conforme o regulamento do fundo e a legislação sanitária vigente. 

Na próxima semana o CTOPL volta a se reunir com o objetivo de avaliar e atualizar os critérios para a tabela de indenizações para tuberculose e brucelose. (Assessoria de Imprensa Fundesa)

 
Leite/Uruguai 
O índice global de preços dos produtos lácteos subiu pela sétima vez seguida, desta vez 3,3%, fechando com a média de US$ 3.300/tonelada. O aumento ocorreu nesta terça-feira, 05 de março, no GlobalDairyTrade, referência chave para o mercado mundial. Um dos destaques foi o leite em pó integral (WMP), o principal produto exportado pelo Uruguai, que subiu 6%, cotado a US$ 3.186/tonelada. O aumento geral, e em particular desse produto, é um fator que eleva os ânimos dos produtores de leite. Isso, ocorre em um cenário que continua sendo complicado, avalia os agricultores, em consequência dos elevados custos e queda no faturamento, o que não permite que os produtores de leite sejam remunerados adequadamente pelo seu trabalho. (El Observador - Tradução livre: www.terraviva.com.br)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *