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13/02/2019

Porto Alegre, 13 de fevereiro de 2019                                              Ano 13 - N° 2.919

     Indústria espera compensação após a suspensão da taxa de antidumping

Em Brasília nesta terça-feira (12/02), o presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Alexandre Guerra, disse esperar o anúncio de medidas compensatórias que neutralizem o impacto da suspensão da taxa antidumping do leite em pó importado da Europa e da Nova Zelândia. Segundo ele, o setor gostaria que a decisão fosse revogada, mas, consciente das dificuldades, espera apoio para garantir a competitividade do setor lácteo nacional. “Nossa expectativa é que o governo sinalize em breve com a construção de medidas compensatórias”, disse o executivo, informando que o assunto não foi tratado de forma oficial durante sua visita à capital federal.  A posição que ganhou força no final da tarde, com a postagem do presidente Jair Bolsonaro, no Instagram, dizendo que o governo manterá o nível de competitividade do produto com outros países, sem mais detalhes.

Durante a agenda em Brasília, Guerra participou ainda de reunião extraordinária da Câmara Setorial do Leite do Ministério da Agricultura (Mapa), onde foi alinhado com todos os integrantes da cadeia produtiva do leite (produtores, indústrias e mercado) o plano plurianual com vistas ao desenvolvimento sustentável do setor em médio prazo. A demanda foi solicitada pessoalmente pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, em janeiro, para tornar o produto competitivo nacional e internacionalmente.

Segundo o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, o plano busca fazer com que o Brasil deixe de ser importador de leite e passe a ser exportador. De acordo com ele, a ideia é que, com a aplicação das ações propostas no plano, o desenvolvimento da cadeia produtiva seja gradativo e duradouro. “Entre as propostas, estão itens como incentivo a programas de exportação, criação de linhas de crédito para investimentos nas propriedades e nas indústrias, inclusive para exportação, aprimoramento do programa Leite Saudável, simplificação tributária, programas para compras futuras e programa de desenvolvimento tecnológico para aplicação nas propriedades e indústrias”, citou.

Para melhorar as condições de produção no campo e a produtividade das indústrias, também foram incluídas questões trabalhistas, de abertura de mercado e de igualdade de condições às dos países do Mercosul. “Queremos ter condições de importar produtos que possam ser utilizados em nossa produção de leite”, afirmou Guerra. Ainda foram incluídos temas pertinentes à questão ambiental, sanidade animal, diminuição de burocracias e guerra fiscal entre os estados. “Só vamos ser exportadores o dia em que formos competitivos”. A questão da qualidade do leite também foi debatida, com ênfase às Instruções Normativas (IN) n. 76 e n. 77. “O trabalho é constante no que se refere à qualidade do leite”, enfatiza. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
 

Governo voltará a adotar taxa extra para leite da União Europeia 

Surtiram efeito as pressões de diferentes entidades e da Frente Parlamentar da Agricultura (FPA) contra o fim da taxa extra incidente sobre o leite em pó importado da União Europeia (UE) e da Nova Zelândia. Segundo o deputado federal Alceu Moreira (MDB-RS), presidente da FPA, formada por cerca de 200 parlamentares ligados ao agronegócio, amanhã o setor lácteo poderá comemorar a publicação de uma nova medida que dificultará o ingresso de leite europeu por aqui. "O governo nos confirmou hoje (terça-feira) que na quinta-feira publicará decisão ampliando a taxa de importação do produto da União Europeia em 42,8%", assegurou Moreira. A nova taxa seria a soma dos 28% cobrados de qualquer outro país mais os 14,8% equivalentes a taxa que havido sido retirada na semana passada, explica o deputado. 

Por meio de seu Twitter o presidente Jair Bolsonaro confirmou "a decisão do governo de aumentar o imposto de importação de leite em pó da União Europeia, compensando o fim da taxa antidumping que era adotada pelo Brasil até o último dia 6". Para Moreira, o "caso está encerrado", mesmo sem a inclusão da Nova Zelândia que, de acordo com ele, não oferece riscos ao produto nacional porque exporta praticamente todo seu excedente para a China. "O que temos de discutir de agora em diante é uma maneira de qualificar o setor, melhorar a produtividade e outras formas de fomentar a produção interna", avalia. O fim da taxação extra por dumping, anunciado na semana passada, gerou inúmeras reclamações do setor, mesmo que o fim da vigência de taxa de antidumping de 14,8% já fosse previsto. Sem a taxa, que vigorava desde 2001, o setor alega que poderia ter mais um baque no já fragilizado equilíbrio do setor, complicado por problemas internos e externos, como ingresso de muitos produtos do Mercosul e pouca produtividade brasileira. 

Questionado se o fato de impor sobretaxas a um produto da União Europeia que, por cálculos do próprio governo federal não mais se justificaria, Moreira questiona quais produtos brasileiros poderiam ser sobretaxados. "Vão nos retaliar onde mais, se já colocaram restrições (em janeiro) sobre o aço brasileiro, com perdas de US$ 180 milhões?", argumenta o presidente da FPA.   

Uso de tecnologia contribui para o melhor aproveitamento do produto europeu 
Apesar de ter de cruzar o oceano e ter implicado nisso um alto culto logístico, os produtores e indústrias de lácteos garantem que o leite em pó europeu é extremamente competitivo. Darlan Palharini, secretário executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Estado (Sindilat), explica que além de custos menores em geral, a União Europeia (UE) tem um estoque elevado de cerca de 150 mil toneladas do produto que poderia desovar aqui. O preço reduzido, diz Palharini, tem relação com tecnologias de produção que, por exemplo, fazem um melhor aproveitamento da gordura extraída do leite desnatado. O que torna os ganhos de produtores maiores, diversificados e por isso mais competitivos. "A gordura do leite, que no Brasil tem pouco rendimento, é muito bem aproveitada na Europa, por questões de técnica e de tecnologias, o que torna seus produtos com rentabilidade muito maior, como na grande produção de manteiga, algo que tem grande demanda no mercado", diz Palharini. 

A prova de valores menores do produto europeu ante o leite em pó brasileiro, segundo Palharini, pode ser confirmada pelo cruzamento de dados de diferentes órgãos, como do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), dos leilões do Global Dairy Trade (GDT), do antigo Ministério de Desenvolvimento Indústria e Comércio (Mdic) e do Conseleite que mostram essas disparidades. Pelo cruzamento desses dados, a tonelada do leite em pó desnatado do Brasil custa R$ 13,8 mil ante R$ 10,05 mil da UE (já incluindo custo de transporte até portos brasileiros) e de R$ 8,53 mil do Mercosul. Mas os desafios do setor seguem muitos, e talvez a maior batalha seja interna, afirma o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, que ontem participou de reunião extraordinária da Câmara Setorial do Leite do Ministério da Agricultura (Mapa). 

No encontro foi solicitado pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, um plano para fazer com que o Brasil deixe de ser importador de leite e passe a ser exportador. Entre as propostas estão a criação de linhas de crédito para investimentos nas propriedades e nas indústrias, inclusive para exportação, aprimoramento do programa Leite Saudável, simplificação tributária, programas para compras futuras e programa de desenvolvimento tecnológico para aplicação nas propriedades e indústrias, entre outras. (Jornal do Comércio)

Prévia IBGE: captação formal de leite cresce 2,5% no quarto tri de 2018

Nessa terça-feira (12/02), o IBGE divulgou a prévia dos resultados da Pesquisa Trimestral do Leite para o quarto trimestre dede 2018. A captação formal foi de 6,71 bilhões de litros, contra 6,54 bilhões de litros no último trimestre de 2017, com crescimento de 2,53%. Já em comparação com o 3º trimestre de 2018, o crescimento foi de 7,19%. 

Gráfico 1. Captação formal: variação em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.


 *Dados preliminares. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint com base em dados do IBGE. 

Apesar da queda de preços do leite observada, a melhor relação de troca com os preços do milho e da soja explicam este crescimento. Assim, ao compararmos o 3º trimestre de 2018 com o 3º trimestre de 2017, a Receita Menos Custo da Ração (RMCR) para o produtor era de 13,9% acima, na comparação 2018 contra 2017 no 4º trimestre, o valor é de 24,0%. Veja o gráfico 2.

Gráfico 2. Evolução do indicador da RMCR. Fonte: elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados do DERAL/SEAB/PR e do Cepea.


 
Nota: os primeiros resultados das Pesquisas Trimestrais do Leite são dados prévios, divulgados apenas a nível nacional, que podem sofrer alterações até a divulgação oficial dos resultados do trimestre de referência, agendada pelo IBGE para ocorrer em 28.02.2018. (Milkpoint)
 
 
Grupo Sooro e Renner Herrmann anunciam constituição de uma nova empresa
Os acionistas dos Grupos Sooro e Renner Herrmann informaram hoje (13/02) que chegaram a um entendimento para a constituição de uma nova empresa, de nome Sooro Renner Participações S.A. A empresa reunirá os seus atuais investimentos no segmento de laticínios: as empresas Sooro Concentrado S.A., em Marechal Cândido Rondon/PR, e a Relat – Latícínios Renner S.A., em Estação / RS. A Sooro Renner começará a operar no mês de fevereiro de 2019, com sede em Marechal Cândido Rondon/PR, e terá como foco de atuação o mercado de concentrados de proteína de soro de leite (WPC – Whey Protein Concentrate, e WPI – Whey Protein Isolated), lactose, permeado, soro de leite em pó e derivados, a serem produzidos nas plantas industriais citadas e em uma nova planta industrial a ser instalada na região Sul do país. A nova empresa nasce com um amplo portfólio de produtos, expressiva participação no mercado nacional de WPC’s e soro de leite em pó, com uma capacidade de processamento de 3,5 milhões de litros de soro de leite por dia e amplo domínio da tecnologia utilizada no seu segmento de atuação, consolidando sua posição de liderança no mercado. A matéria contou com informações de um comunicado feito pela Relat nesta manhã (13/02). (Milkpoint)

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