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28/12/2018

Porto Alegre, 28 de dezembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.888

    Setor lácteo: hora de renovar e inovar

Os desafios impostos à cadeia leiteira no ano que se encerra foram os mesmos que deixaram evidente a grande potencialidade do setor. Relembrando que a mais abrangente greve dos caminhoneiros atingiu em cheio nossas indústrias e nossos produtores e nos levou a questionar sobre a logística do setor, a pensar em formas de inovar, de produzir diferente e de sermos mais competitivos. Ingressamos em 2019 com otimismo renovado frente ao cenário político-econômico que se desenha, apostando no potencial do segmento que só no RS é responsável por 2,81% do PIB, e comemorando a retomada de nosso Estado na segunda colocação nacional na produção de leite. São 4,55 bilhões de litros/ano, ou 13,6% da produção de todo o País. 

No ano em que completamos 50 anos de atuação em prol do desenvolvimento do setor lácteo gaúcho, temos pela frente uma grande missão, que é a de elevar o nível de competitividade na cadeia produtiva. Estamos longe dos grandes centros de consumo e precisamos de estratégias para alcançá-la de uma forma viável. Uma de nossas ações prioritárias, que em 2018 se consolidou como uma bandeira, é o fomento às exportações. Somos agente de negociações em Brasília para garantir a abertura de mercados e a definição de ações para exportação de leite, medida essencial para estabilizarmos a produção no Sul, região reconhecida pelo excelente controle sanitário e por ter os rebanhos mais testados para brucelose e tuberculose do País. Alicerçados no trabalho realizado com a Aliança Láctea Sul Brasileira, nossa meta é fazer com que Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná respondam, até 2025, por 50% da produção nacional de leite. Mais do que volume, acreditamos na excelência de nossos produtos e na atração por consumidores de diferentes países. Para alcançarmos esse objetivo, precisamos da sensibilidade dos governos de diferentes esferas no atendimento de nossas mazelas para ganharmos competitividade e enfrentarmos o Mercosul. Assim como os governos, nos comprometemos com o crescimento do Brasil e fazemos o dever de casa ao trabalharmos pelo desenvolvimento de uma atividade que no Rio Grande do Sul envolve diretamente 65 mil famílias. (Alexandre Guerra - Presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados/RS - Jornal do Comércio)
 
 
Canal facilita as denúncias

A Secretaria da Agricultura disponibiliza nos próximos dias, em local de destaque na página inicial do seu site, um canal para o consumidor fazer denúncias referentes a produtos de origem animal. A medida foi encaminhada em reunião da coordenadora do Centro de Apoio Operacional do Consumidor e da Ordem Econômica do Ministério Público, Caroline Vaz, com diretores de frigoríficos, chefes de inspeção e fiscais. 

O diretor-geral da secretaria, Antônio Machado de Aguiar, explica que o canal já estava disponível, mas agora será melhor divulgado. Podem ser denunciadas irregularidades como produtos com problemas, abates clandestinos, má conservação e armazenamento de alimentos e comércio em locais impróprios. A indústria pode apontar procedimentos inadequados de profissionais da secretaria ou encaminhar questionamentos. (Correio do Povo)

Venâncio Aires terá Centro Tecnológico

O município de Venâncio Aires receberá um investimento de R$ 3 milhões para a implantação do Centro de Vocação Tecnológica (CVT) de Produção de Proteína Animal. Deste valor, 2,1 milhões se direcionam à construção de um prédio com espaço físico de 911 metros quadrados. O centro será erguido em área da antiga Fundação Ambiental de Venâncio Aires (Favan), em Linha Ponte Queimada. 

O novo espaço será usado para pesquisa e extensão voltadas ao desenvolvimento regional e também para promoção e oferta de serviços que fortaleçam os sistemas produtivos locais. A Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) foi a responsável pela elaboração do projeto do CVT, que será concebido de acordo com as diretrizes do Programa de Apoio à Implantação e à Modernização dos Centros Vocacionais Tecnológicos do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. A instalação se tornará uma referência regional, e até mesmo estadual, por concentrar uma série de estudos tecnológicos e prever a transferência de práticas validadas por pesquisas ali desenvolvidas.

As obras devem iniciar em maio de 2019. “É um projeto grandioso para o desenvolvimento do setor primário e com certeza garantirá novos caminhos para a nossa produção rural”, afirma o prefeito de Venâncio Aires, Giovane Wickert. Já o pró-reitor de Extensão e Relações Comunitárias da Unisc, Ângelo Hoff, destaca que as ações públicas como a da implantação do Centro são importantes para o desenvolvimento de toda a região. “O Vale do Rio Pardo tem potencial para a produção de alimentos”, destaca. “Esperamos que na próxima década Venâncio Aires se consolide como um grande polo de proteína no país.” (Correio do Povo)

Emater/RS: campos nativos continuam com boa brotação

O milho, que já vinha apresentando sintomas de estresse hídrico em algumas lavouras, foi beneficiado pelas precipitações que ocorrem em diversas regiões produtoras no Estado. De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar ontem, quinta-feira (27/12), no Norte do Estado e nas regiões da Produção, Nordeste, Noroeste Colonial, Celeiro e Alto Jacuí, as chuvas ocorridas devolveram a normalidade à cultura e trouxeram alívio ao quadro preocupante que se avistava, de redução na produtividade.

Já nas regiões do Alto da Serra do Botucaraí e Vale do Rio Pardo, o milho no geral apresenta ótimo potencial produtivo, sobretudo nas lavouras em enchimento de grãos, que têm seu potencial produtivo favorecido pelas chuvas, mas principalmente pelo trabalho desenvolvido pela Emater/RS-Ascar de manejo e conservação do solo que, comprovadamente neste período de estiagem, mantém as lavouras com boa umidade no solo, evitando perdas aos produtores.

As lavouras de milho já implantadas no Estado alcançam 95% da área total, estimada em aproximadamente 740 mil hectares. Atualmente, 27% das áreas estão em desenvolvimento vegetativo, 18% em floração, 45% em enchimento de grãos, 9% das lavouras estão maduras e por colher e 1% da área já foi colhida.

As precipitações dos últimos períodos também amenizaram o déficit hídrico nas lavouras de soja, em especial no Norte do Estado. Já em municípios das regiões da Fronteira Oeste e Campanha, a chuva da semana prejudicou os trabalhos de finalização do plantio de algumas áreas e o desenvolvimento das áreas já plantadas. Percebem-se problemas fitossanitários e a necessidade de alguns replantes das lavouras devido à alta umidade do solo. Em alguns municípios das regiões da Fronteira Noroeste e Missões, foram identificados diversos focos de ferrugem asiática, sendo antecipado o controle com fungicidas, o que vai acarretar um aumento de aplicações nesta safra que se inicia. Restando poucas áreas a serem implantadas, a cultura avança no Estado, com 89% das lavouras na fase de germinação e desenvolvimento vegetativo, 10% em floração e 1% em enchimento de grãos.

Pastagens e criações 
Os campos nativos de maneira geral continuam com boa brotação e a produção de forragem está proporcionando grande disponibilidade de pastos com alta qualidade nutricional, proporcionando assim melhores condições nutricionais para os animais. Os produtores estão adequando a lotação animal dos potreiros de pastagens naturais, conforme a disponibilidade de oferta de forragem para os rebanhos. Alguns produtores aproveitam para realizar roçadas.

As temperaturas elevadas e a volta das chuvas estão contribuindo para o bom desenvolvimento das pastagens anuais e perenes de verão, assim como das lavouras de milho destinadas à produção de silagem.

O produtor de leite deve estar atento ao bem-estar animal com vistas ao melhor desempenho do rebanho, pois o calor em maior intensidade pode causar estresse, o que reduz a produção já que os animais consomem menos alimentos durante o pastejar. Para compensar a menor ingesta de alimentos, os produtores aumentam a oferta de silagem, feno, grãos, farelos e ração no cocho. (As informações são da Emater/RS, resumidas pela Equipe MilkPoint)

 

Procura grande, crédito restrito
A poucos dias de encerrar a atual gestão, o Ministério da Agricultura apresenta balanço de diferentes áreas de atuação. Uma delas é a de crédito rural. Segundo a pasta, as operações do Plano Agrícola e Pecuário 2018-2019 cresceram 19% entre julho e novembro, na comparação com igual período da safra anterior, alcançando a cifra de R$ 75,36 bilhões. Todas as modalidades tiveram alta. E, ainda que a maior quantia liberada seja para custeio (R$ 43,4 bilhões), linhas de investimento e comercialização tiveram o maior aumento: 19%. Anunciado em junho, o Plano Safra da agricultura empresarial prevê R$ 194,37 bilhões. Uma parte, R$ 32,3 bilhões, é de juro livre (negociado entre instituição financeira e produtor). No início do mês, a coluna mostrou que a procura por crédito com juro controlado fez o orçamento do segundo semestre ser atingido antes do final do ano. Na prática, deixou como opção só as linhas de juro livre. (Zero Hora)

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