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26/11/2018

 

 

Porto Alegre, 26 de novembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.866

Por mais Ivânias no campo gaúcho

Um tanto quanto tímida e com resumo de sua fala à mão, a produtora de leite Ivânia Binda (foto abaixo), de Fagundes Varela, na Serra, conquistou o público do 7º Fórum Itinerante do Leite, em Teutônia, Vale do Taquari. Ela era "a prova viva" da experiência, desenvolvida com a Emater, que tem o objetivo de usar a gestão como ferramenta de garantia de renda.

Quem acompanha o setor de leite sabe que a atividade é marcada pela sazonalidade. Anualmente, seguindo o ciclo da produção, os preços pagos ao produtor oscilam muito. O problema é que, às vezes, se somam a essa tradicional variação outros fatores. Agora, por exemplo, o valor pago por litro deveria estar estabilizado. Mas segue caindo. O percentual de recuo é de 5,44%, segundo o Conseleite. Há relatos, no entanto, de reduções maiores.

A crise do setor nos últimos anos levou cerca de 20 mil famílias a abandonar a atividade no Rio Grande do Sul, segundo levantamento da Emater. Ainda assim, outras 65 mil permanecem na atividade. E precisam encontrar um meio de garantir renda.

Dona Ivânia está nesse contingente. Sem cerimônias, reconheceu que ela e a família não faziam "nenhuma conta" até serem abordados pelo agrônomo Leandro Ebert, da Emater.

- Na primeira vez que fizemos, nos apavoramos - confidenciou a produtora no fórum.

Ao ganhar a confiança dessa e das outras famílias que integram a ação, Ebert plantou a semente do conhecimento. Usou a tecnologia - um aplicativo - para ajudar os produtores a terem consciência da importância de ter a atividade sob controle.

A produtora contou do estranhamento quando ganhou um smartphone:

- O que é que eu vou fazer com isso?

Ivânia poderia ter se intimidado e parado por aí. Decidiu, no entanto, que precisava vencer aquela barreira. E "fuçando" no celular, vai aos poucos, domando a tecnologia, transformando-a em aliada.

Os resultados já aparecem na propriedade das 15 famílias do GT do Leite. A receita mensal, menos despesa com ração, quase duplicou de abril a setembro.

A maior conquista de Ivânia está em não se intimidar. Ela poderia recuar e ficar só reclamando das dificuldades - que existem. Decidiu ir além. E vem fazendo a diferença na vida da família e da atividade. (Zero Hora) 

Campo Futuro mostra pecuária leiteira competitiva em relação a outras atividades

Custos leite - Em contrapartida ao estigma da baixa remuneração da pecuária leiteira, análise realizada pelo Projeto Campo Futuro mostra que a atividade pode ser competitiva em relação a outras, como pecuária de corte, cana de açúcar, soja e mandioca, e superar os valores oferecidos pelo arrendamento.

A premissa para que esse cenário ocorra é que o produtor invista em gestão e em ganhos de produtividade, por meio de nutrição adequada e mão de obra qualificada, para atingir eficiência produtiva e econômica. Em 2018, o Projeto Campo Futuro visitou 16 regiões nos estados de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul. Na maioria dessas localidades, foi relatado o abandono da atividade leiteira em função da baixa remuneração. Com base nesse cenário, a equipe de Custo de Produção do Cepea realizou uma análise comparativa de competitividade entre a pecuária de leite e outras atividades apontadas como possibilidade de arrendamento nas regiões visitadas pelo Projeto Campo Futuro. Dentre as 16 propriedades típicas levantadas, 9 apresentaram margem bruta por hectare superior ao valor recebido pelo arrendamento mais comum da região, foram elas: Pompéu (MG), Uberlândia (MG), Cascavel (PR), Castro (PR), Chopinzinho (PR), Umuarama (PR), Cruz Alta (RS), Pelotas (RS) e Três de Maio (RS) - Figura 1. Analisando o estado de Minas Gerais, que registra grande heterogeneidade nos sistemas de produção, duas das cinco propriedades típicas se mostram competitivas, ou seja, a margem bruta por hectare superou o valor de arrendamento. Nestas propriedades, os diferenciais foram o uso de uma estratégia nutricional adequada, que atende às exigências do rebanho e permite a expressão do potencial produtivo dos animais, e a presença de mão de obra qualificada e especializada na atividade.

 

Os bons desempenhos produtivo e econômico das propriedades competitivas, por sua vez, se refletem nos indicadores de participação dos custos com alimentação do rebanho e mão de obra contratada (terceirizada ou com carteira assinada) em relação à receita da atividade. Esses dois itens representavam, respectivamente, 50,8% e 13,6% da receita. Tais valores convergem com os indicadores tidos como ideais para propriedades economicamente equilibradas: os custos com alimentação do rebanho equivalendo a 50% da receita e os com mão de obra, entre 10% e 15% da receita. Quanto à eficiência produtiva, as regiões competitivas se destacam. Nesses locais, a produção de leite por lactação foi 31% maior em comparação aos números obtidos nas regiões não competitivas; a produção por hectare foi 92% superior e a produção por colaborador, 39% maior (Figura 2). Os números de produtividade evidenciam que a melhor eficiência produtiva torna as propriedades competitivas na medida em que permite diluição dos custos fixos da produção e retornos atrativos a investimentos na atividade. (Cepea)

 
 

Produtores gaúchos pedem antecipação da retirada da vacina contra febre aftosa

Pecuaristas do Rio Grande do Sul pediram ao secretário executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Eumar Novacki, a antecipação da retirada da vacina contra a febre aftosa do rebanho gaúcho. O secretário explicou que o Mapa está tratando do assunto, mas que o estado ainda precisa fazer uma série de procedimentos até chegar a fase de auditoria que precede a retirada da vacina.

Novacki foi recebido na Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), pelo diretor administrativo da federação Francisco Schardong e por entidades ligadas ao setor de Proteína animal, onde foram discutidos temas do segmento como sanidade animal e comércio internacional, além da febre aftosa.

O secretário executivo também esteve reunido com representantes da Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (Fetag), onde relatou o estágio de desenvolvimento dos principais programas do Mapa para o setor.

No Palácio Piratini, sede do executivo gaúcho, Novacki foi recebido pelo governador do Rio Grande do Sul, Ivo Sartori, e pelo vice-governador, José Paulo Cairoli, onde destacou a relevância e o dinamismo da agropecuária gaúcha. (As informações são do Mapa.)

 

LEITE | ESTUDO REFORÇA COMPETITIVIDADE DA PECUÁRIA LEITEIRA

Em contrapartida ao estigma da baixa remuneração da pecuária leiteira, análise realizada pelo Projeto Campo Futuro, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq USP) mostra que a atividade pode ser competitiva em relação a outras, como pecuária de corte, cana de açúcar, soja e mandioca, e superar os valores oferecidos pelo arrendamento. A premissa para que esse cenário ocorra é que o produtor invista em gestão e em ganhos de produtividade, por meio de nutrição adequada e mão de obra qualificada, para atingir eficiência produtiva e econômica.

Em 2018, o Projeto Campo Futuro visitou 16 regiões nos estados de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul. Na maioria dessas localidades, foi relatado o abandono da atividade leiteira em função da baixa remuneração. Com base nesse cenário, a equipe de Custo de Produção do Cepea realizou uma análise comparativa de competitividade entre a pecuária de leite e outras atividades apontadas como possibilidade de arrendamento nas regiões visitadas pelo Projeto Campo Futuro.

Dentre as 16 propriedades típicas levantadas, 9 apresentaram margem bruta por hectare superior ao valor recebido pelo arrendamento mais comum da região, foram elas: Pompéu (MG), Uberlândia (MG), Cascavel (PR), Castro (PR), Chopinzinho (PR), Umuarama (PR), Cruz Alta (RS), Pelotas (RS) e Três de Maio (RS).

Analisando o estado de Minas Gerais, que registra grande heterogeneidade nos sistemas de produção, duas das cinco propriedades típicas se mostram competitivas, ou seja, a margem bruta por hectare superou o valor de arrendamento. Nestas propriedades, os diferenciais foram o uso de uma estratégia nutricional adequada, que atende às exigências do rebanho e permite a expressão do potencial produtivo dos animais, e a presença de mão de obra qualificada e especializada na atividade.

Os bons desempenhos produtivo e econômico das propriedades competitivas, por sua vez, se refletem nos indicadores de participação dos custos com alimentação do rebanho e mão de obra contratada (terceirizada ou com carteira assinada) em relação à receita da atividade. Esses dois itens representavam, respectivamente, 50,8% e 13,6% da receita. Tais valores convergem com os indicadores tidos como ideais para propriedades economicamente equilibradas: os custos com alimentação do rebanho equivalendo a 50% da receita e os com mão de obra, entre 10% e 15% da receita.

Quanto à eficiência produtiva, as regiões competitivas se destacam. Nesses locais, a produção de leite por lactação foi 31% maior em comparação aos números obtidos nas regiões não competitivas; a produção por hectare foi 92% superior e a produção por colaborador, 39% maior. Os números de produtividade evidenciam que a melhor eficiência produtiva torna as propriedades competitivas na medida em que permite diluição dos custos fixos da produção e retornos atrativos a investimentos na atividade. (Fonte Portal DBO) 

Lácteos: demanda continua robusta e preços estão em queda, diz ANZ
A demanda por commodities lácteas continua robusta, e os preços em queda são, principalmente, uma consequência do aumento da produção global de leite, segundo nota da ANZ Research. "A oferta mundial de leite tem sido reforçada este ano pelo crescimento constante da produção nos Estados Unidos e na Europa, combinado com excelentes condições de crescimento na Nova Zelândia." No entanto, a instituição observa que, embora o excedente de leite tenha pressionado os preços, ele está sendo absorvido pelo mercado, e os estoques globais estão começando a ser utilizados. "Em algum momento durante os próximos meses, os mercados devem recuar em favor dos fornecedores." (As informações são do Dow Jones Newswires, publicadas no Estadão)
 
 

 

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