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30/10/2018

Porto Alegre, 30 de outubro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.849

Sindilat prestigia lançamento da obra que marca o cinquentenário da Cooperativa Piá

Livro 50 Anos de Histórias - Crédito Miron Neto

A Cooperativa Piá lançou na terça-feira (29) o livro "50 anos de histórias", obra que aborda a trajetória da cooperativa desde a sua fundação - 1967-2017, data de cinquentenário. Assinado pela jornalista Maria Lúcia Badejo, o livro mostra o ciclo de crescimento da Piá, com prefácio de Werno Neumann, primeiro presidente da cooperativa.

O lançamento da obra que remete ao cinquentenário foi realizado em cerimônia na Sociedade de Vila Olinda, em Nova Petrópolis, e contou com a presença de associados fundadores, familiares e representas do setor lácteo. O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, participou da festividade.  Na ocasião, os associados fundadores foram presenteados com o livro e um certificado. 

O presidente da cooperativa, Jeferson Smaniotto, destaca que o livro é um importante resgate histórico do legado da cooperativa, e também uma homenagem aos colaboradores "pelo ato de bravura e de coragem em acreditar no processo de organização de uma sociedade em cooperativa". Para Smaniotto, a obra encoraja os novos investidores a darem continuidade ao trabalho dos antepassados. 

Fundada com 213 associados, a Cooperativa Agropecuária Petrópolis alcançou 20,7 mil associados no ano passado.  Hoje, a marca está entre as líderes de mercado de iogurtes da Região Sul, e recebendo 131,5 milhões de litros de leite anualmente.  A cooperativa possui 17 unidades de supermercados e agropecuárias. (Assessoria de Imprensa Piá)

Produtores de leite de Cruzaltense garantem resultados pela profissionalização
 

Produção/RS - Numa propriedade, uma família garante uma sobra de até R$ 0,75 por litro de leite que produz e na outra, a família conseguiu um patrimônio de mais de R$ 700 mil só com a produção de leite.  

O segredo está na profissionalização das pessoas que trabalham na atividade e na escolha da estratégia certa para produzir com custos baixos e numa escala que garanta uma média de rentabilidade para evitar cair no vermelho. Na comunidade de Nossa Senhora de Lourdes, o agricultor Neri Bampi e a esposa produzem sete mil litros de leite por mês com 14 animais em lactação. Na propriedade são 27 animais no total e a própria família cria as novilhas. Atualmente a família recebe R$ 1,27 por litro e garante um lucro de quase 60%, ou seja, o custo de produção e o frete representam menos que a metade do eu recebem. Isso acontece porque a família produz leite exclusivamente à pasto. A única alimentação adicional vem da silagem de milho plantada em três hectares da propriedade. A silagem garante alimento quando a pastagem não dá conta. "Para quem tem pouca terra como nós, o leite é um excelente negócio. Para produzir grãos e ter a mesma renda, teríamos que ter mais terra", raciocina Neri. Ele tem auxílio da prefeitura de Cruzaltense para fazer a silagem.  A Secretaria da Agricultura fornece as máquinas a preço subsidiado para os produtores de leite. "É uma boa ajuda, principalmente porque falta mão de obra na agricultura. Quando vem a máquina também vem junto o operador", avalia o agricultor.

Na propriedade de Ildo Schmidt, os únicos insumos que vem de fora são o sal mineral e o farelo de soja, componentes da ração que a própria família produz. A fábrica de rações foi o último investimento, com o objetivo de dar autonomia para a atividade. A aveia, cevada e o milho vem da propriedade, assim como a silagem. Desta forma o custo de produção da família Schmidt é mais alto: chega a 62%, mas o que perde no custo, a família ganha na escala. Com 32 vacas produzindo a propriedade garante uma média de 850 a 1.000 litros de leite por dia, confirmando a projeção feita há oito anos.

Outra característica da propriedade é o manejo. Todos os piquetes tem água e árvores que foram plantadas para garantir sombra para o rebanho, porque Schmidt considera que o bem estar dos animais vem em primeiro lugar. O planejamento e o controle financeiro são outra característica marcante do produtor. Ele tem o controle de todos os custos, todas as metas e todas as necessidades de investimento, que são feitas de forma escalonada. Primeiro, a família comprou as ordenhadeiras, depois, investiu em irrigação de pastagens, em seguida foram instalados os silos e agora, a fábrica de rações. Sei Ildo calcula que a estrutura instalada dobrou o valor da propriedade. "100% do resultado que nós atingimos vem da gestão, nós fazemos todos os cursos que estão disponíveis, aprendemos a calcular a expectativa de retorno, os investimentos necessários e cruzando estas informações chegamos à conclusão de que a atividade é viável, por isso investimos e trabalhamos com segurança", diz o agricultor. Ele calcula que em média a produção de leite rende quatro vezes mais do que a produção de soja, mas em anos de baixa valorização do cereal, chega a ser sete vezes mais rentável.   

O secretário de agricultura do município, Moacir Rochemback, destaca o profissionalismo das duas famílias. "Eles atendem a todas as normas de sanidade e higiene, estão prontos para os novos desafios que a indústria e a legislação impõem, ou seja, são profissionais na sua atividade". Ildo Schmidt já visualiza um incremento de 25% na produção, a partir da análise feita pelo instrutor do último curso que ele participou e a projeção da Emater, que acompanha a atividade leiteira no município. Bampi, que sempre produziu leite, pretende manter a produção como principal atividade da propriedade. (Jornal Bom Dia)

CEPEA: com retorno das chuvas e lenta recuperação econômica, preço do leite recua

O preço do leite entregue em setembro e recebido pelo produtor em outubro registrou queda pelo segundo mês consecutivo. Segundo pesquisa do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, a "Média Brasil" líquida¹ de outubro foi de R$ 1,4401/litro, recuo de 3 centavos ou de 2,4% em relação ao mês anterior. Ainda assim, a média de outubro ficou 37,6% acima da do mesmo mês de 2017. No acumulado de janeiro a outubro, o preço ao produtor registra alta de 39,3%, em termos reais².

A diminuição das cotações em outubro continuou atrelada ao consumo enfraquecido de lácteos, que, por sua vez, esteve associado à lenta recuperação econômica e aos elevados patamares de preços. Segundo agentes consultados pelo Cepea, indústrias e atacados ainda precisam praticar promoções para assegurar liquidez.

O leite UHT negociado entre indústria e mercado atacadista do estado de São Paulo se desvalorizou 4% entre setembro e outubro (a média deste mês considera até o dia 29). Apesar das vendas fracas, colaboradores relatam que os estoques estão baixos, o que limitou o movimento de queda neste mês - vale lembrar que, de agosto para setembro, o recuo foi de 6,6%.

Além disso, com o retorno das chuvas, a disponibilidade de pastagens se elevou e favoreceu a produção em muitas bacias leiteiras - o que também pressionou as cotações no campo. Apesar do crescimento do volume disponível, a oferta ainda segue enxuta, sem excedentes consideráveis para "inundar" o mercado. Por esse motivo, a competição entre as indústrias de laticínios impediu quedas mais intensas de preços neste mês. O Índice de Captação Leiteira do Cepea (ICAP-L) registrou alta de 2,8% na "Média Brasil". Ressalta-se, contudo, que o aumento da captação para algumas empresas apenas refletiu o maior poder de mercado.

1 - A "Média Brasil" considera os estados de BA, GO, MG, SP, PR, SC e RS. Os preços líquidos não incluem frete e impostos.
2 - Os dados desta análise estão deflacionados pelo IPCA de setembro.

E o que esperar daqui para frente?
Para agentes do setor, a perspectiva é de que o movimento de desvalorização continue nos próximos meses. O aumento da oferta deve pesar mais no processo de formação de preços já em novembro (captação de outubro), com a consolidação do período de chuvas e melhoria das pastagens. Assim, colaboradores do Cepea esperam maior intensidade na queda das cotações para novembro e dezembro, podendo chegar aos patamares registrados em 2016, em termos reais.

Tabela 1. Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquido) em outubro/18 referentes ao leite entregue em setembro/18 nos estados que compõem a "Média Brasil". Fonte: Cepea-Esalq/USP. Nota: em janeiro de 2017, o CESSR (ex-Funrural) foi reajustado para 1,5%.


 
Tabela 2. Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquido) em outubro/18 referentes ao leite entregue em setembro/18 nos estados que não estão incluídos na "Média Brasil" - RJ, MS, ES e CE. Fonte: Cepea-Esalq/USP. Nota: em janeiro de 2017, o CESSR (ex-Funrural) foi reajustado para 1,5%. (Por Natália Grigol, do CEPEA/ESALQ-USP)
 

 

Aumento da produtividade na cadeia do leite
Produtividade - Alimentação balanceada para produzir mais leite. As 40 vacas aumentaram de 750 para 1.100 litros por dia. Vídeo (Negócios da Terra)

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