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09/10/2018

Porto Alegre, 09 de outubro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.836

Argentina: nos primeiros 8 meses, exportação de leite em pó tem aumento de 82%

As exportações argentinas de leite em pó 'explodiram' nos primeiros oito meses do ano. O forte ajuste de desvalorização foi o que permitiu esse avanço, em um contexto de menores preços internacionais e maiores custos internos.

Entre janeiro e agosto, as colocações do produto atingiram 70.857 toneladas, um aumento de 82% em relação ao mesmo período de 2017. Medido em pesos - graças à desvalorização e tendo um valor médio em dólar de 30,1 pesos -, o preço médio foi de 95.433 pesos (US$ 2.504,86) contra 59.717 pesos (US$ 1.567,41) por tonelada há um ano atrás.

Esse aumento diminui quando medido em termos reais, ou seja, contra a evolução da inflação. No ano encerrado em agosto, o Índice de Preços Básicos do Produtor acumulou alta de 45,9%. Assim, o preço do peso registrou aumento real de 9,5%.

O forte avanço nas exportações não se traduziu em um aumento similar nos preços ao produtor, devido ao fato de que as vendas externas representam uma porcentagem minoritária de comercialização de leite na Argentina. Desta forma, no último ano, o aumento do preço recebido pelos produtores foi de 32% em termos nominais, sem contar a inflação.

De acordo com as últimas estatísticas até julho, nos primeiros sete meses do ano, a produção de leite foi de 5,740 bilhões de litros, com expansão de 6,7% em relação ao mesmo período de 2017. (As informações são do El Observador, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint)

 
RS: cooperativas geram 60 mil empregos por ano e faturam R$ 43 bilhões
 

As cooperativas se espalham pelo Rio Grande do Sul. O estado conta atualmente com 426 associações de produtores que dividem diariamente esforços e resultados, e que geram em média 60 mil empregos por ano. De acordo com o Sistema Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo do Estado (Sescoop-RS), as organizações somaram em 2017 um faturamento de R$ 43 bilhões. O volume, considerado recorde no ano, é resultado de qualificação no campo, e mostra o bom desempenho das cooperativas nas mais diversas regiões em que estão inseridas, conforme destaca o extensionista rural e social da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Marcos Servat. "O próprio IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) comprova que municípios que têm sede de cooperativa no local têm um índice mais elevado. O contexto econômico nosso hoje não permite mais amadores em qualquer tipo de ramo e na agricultura não é diferente", explica. 

As capacitações passaram a se tornar constantes pelo estado, e fazem parte da rotina de quase 3 milhões de associados gaúchos.  Os 21 associados da Cooperlat de Tuparendi, no Noroeste do estado, conseguiram, em 12 anos, modernizar o sistema de ordenha, aumentar a produção em 50%, e ainda comprar a frota que transporta o leite até as indústrias. "Melhorou as tecnologias de produção, melhoramos a qualidade, subimos o volume, aprendemos a transportar, hoje temos um dos melhores transportes", ressalta o presidente da cooperativa, Joares Ghellar. 

O ramo com o maior número de contratações é o agronegócio, mas as oportunidades se espalham ainda pela área da saúde, educação e crédito. "Através dessa formação, dessa educação, nós temos percebido que os recursos financeiros têm sido muito melhor utilizados e maximizados os seus resultados", reforça Giovani John, diretor executivo de uma cooperativa de crédito do Noroeste do estado. 

A Família Camargo, de Giruá, recebe técnicos para ajudar a planejar os gastos. Em 30 anos, eles viram o número de hectares crescer mais de sete vezes, o que estimula Adriano Camargo, filho de agricultores, a permanecer no campo. "Incentiva a gente a produzir cada vez mais e melhor e cada vez mais melhorando e se aperfeiçoando com as tecnologias", diz. Juntos, os agricultores gaúchos têm encontrado uma série de benefícios com o trabalho associado. Máquinas são compartilhadas entre os cooperados, gerando economia na produção e agilidade na entrega do produto. 

"Isolado, um produtor pequeno não consegue nada, vai comprar um insumo caro, um medicamento é tudo mais caro, então na cooperativa a gente consegue comprar isso bem mais acessível", opina o agricultor Paulo Moz. 

A qualificação é o que gera emprego, renda e oportuniza jovens a permanecerem na agricultura. Foi o que aconteceu a médica veterinária Mariane Moz, de 24 anos, responsável pelo controle de toda a produção de leite da família em Tucunduva. Desde que ela voltou para propriedade, após se formar, o volume gerado pelas vacas triplicou. "A gente tem acompanhamento de várias empresas, vários técnicos que dão palestras, dão suportes na propriedade. Tivemos muitas melhoras e muitos resultados bons", celebra. Compartilhando conhecimento, produzindo mais e com maior qualidade, os produtores rurais colhem um trabalho feito por muitas mãos. (As informações são do portal de notícias G1)

 

Japão: fabricantes de queijo temem acordo comercial com a UE

Embora tenham se passado 30 anos, Kazuhiko Ochiai ainda lembra da primeira vez que provou queijo em uma visita à França, um prazer para o paladar que inspirou o ex-pesquisador a começar a produzir sua própria variedade no Japão. No entanto, hoje ele teme que um acordo comercial entre a UE e o Japão possa desencadear uma enxurrada de queijos baratos importados da Europa, que poderiam tirar uma fatia generosa do seu próprio negócio.
 
Ochiai faz cinco tipos de queijo, incluindo brie e uma variedade semelhante ao comté. Seus negócios cresceram, e as vendas alcançam 20 milhões de ienes (US$ 177.500) este ano, acima dos 2 milhões de ienes de quando ele começou, há uma década. "Não podemos atender à demanda", disse o homem de 74 anos, que emprega apenas um punhado de funcionários. Mas ele se preocupa com o impacto do acordo de livre-comércio, que eliminará a pesada tarifa de 29,8% atualmente imposta aos queijos importados. "Estou preocupado com o longo prazo", disse Ochiai à AFP em sua pequena fábrica na cidade montanhosa de Nasushiobara, ao norte de Tóquio, enquanto seus colegas trabalhavam dando forma e embalando queijos especiais. 
 
"Acho que a concorrência de preços será acirrada. É difícil para nós baixar o preço porque é preciso tempo e esforço para os pequenos produtores de queijo", disse ele, acrescentando que o leite é muito mais barato na Europa que no Japão.
 
O acordo assinado em julho - o maior já negociado pela UE - cria uma enorme área de livre-comércio que cobre quase um terço do PIB global, eliminando tarifas para tudo, de carros japoneses ao queijo francês.
Anunciando o acordo, o primeiro-ministro Shinzo Abe disse que o povo japonês "poderá desfrutar de excelentes vinhos ou queijos da Europa".
 
O consumo japonês de queijo está aumentando, de 279.000 toneladas em 2007 para 338.000 toneladas uma década depois, de acordo com as estatísticas mais recentes do ministério da fazenda. Mas há muito espaço para crescimento. O consumo anual per capita é de apenas 2,66 kg, em comparação com 27,2 kg na França, 24,7 kg na Alemanha e gritantes 28,1 kg na Dinamarca. Cerca de três quartos do queijo consumido é importado, principalmente da Austrália e da Nova Zelândia.
 
Centenas de quilômetros ao norte, na ilha de Hokkaido, onde a maioria dos laticínios japoneses é fabricada, os criadores de gado também observam os desdobramentos comerciais com inquietação. "Estamos preocupados que a demanda por queijo fabricado no Japão possa ser perdida", contou a Cooperativa Agrícola do Japão à AFP. 
 
Outra preocupação é a possibilidade de, diante da maior concorrência, os fabricantes de queijo passarem a pressionar os produtores de leite para reduzir seus preços. Quase todo o leite usado na produção de queijo no Japão vem de Hokkaido.
 
Empenhados em apoiar os agricultores familiares - um importante grupo de apoio político a Abe - o governo já anunciou medidas para amortecer o impacto. O governo de Abe destinou 15 bilhões de ienes em subsídios "para conter o crescimento do queijo europeu antes que o acordo comercial entre em vigor", segundo o Ministério da Agricultura. Os fabricantes podem usar os subsídios para expandir suas instalações, participar de treinamentos no exterior para melhorar a qualidade ou promover o consumo de queijo. Ochiai deposita suas esperanças nos gostos de queijo dos consumidores japoneses, que tendem a preferir variedades mais suaves.
 
"Não são muitos os japoneses que gostam de queijo com sabores muito fortes. Uma maneira de competir é produzir queijo com sabores suaves que mais pessoas japonesas gostariam. Acho que a única maneira é melhorar a qualidade e fazer queijos saborosos", concluiu Ochiai. (As informações são do portal de notícias G1, adaptadas pela Equipe MilkPoint)

LEITE/CEPEA: UHT e muçarela iniciam outubro em direções opostas
Leite UHT - Entre 1º e 5 de outubro, a cotação do leite longa vida caiu 0,32% em comparação à semana anterior, indo a R$ 2,57/litro no dia 5 - essa é a 13ª semana consecutiva de queda do UHT. De acordo com colaboradores do Cepea, esse cenário se deve ao baixo consumo e à queda na produção. Por outro lado, com o mercado calmo, o queijo muçarela iniciou o mês em alta. De 1º a 5 de outubro, o preço médio negociado foi de R$ 18,53/kg, aumento de 2,36% frente ao período anterior. (Cepea)

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