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25/09/2018

 

Porto Alegre, 25 de setembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.826

Preço do leite segue em queda no RS

O preço do leite manteve trajetória de baixa no Rio Grande do Sul no mês de setembro. Segundo dados divulgados na reunião do Conseleite, realizada nesta terça-feira (25/09), o valor de referência do litro projetado para o mês é de R$ 1,1480, 3,78% abaixo dos R$ 1,1931 do consolidado de agosto. Apesar da queda, o valor do UHT - carro chefe do mix de derivados lácteos gaúchos - segue acima dos parâmetros de anos anteriores. A reunião foi coordenada pelo presidente do Conseleite, Pedrinho Signori, que reforçou a importância de manter remuneração digna ao produtor gaúcho.

O professor da UPF Eduardo Finamore pontua que, após o pico de valor nominal registrado em julho no Rio Grande do Sul, o leite teve dois meses de diminuição consecutiva em função da entrada da safra. "Contudo, temos, em valores acumulados de janeiro a setembro, o melhor preço médio nominal dos últimos tempos", pontuou. O economista ainda indica que, em termos reais (com valores acumulados de janeiro a setembro corrigidos pelo IPCA), o valor do leite em 2018 está em seu pico com média acumulada anual de R$ 1,1220. Além disso, lembrou que, no campo, os produtores recebem acima do valor de referência do leite padrão em função de bonificações de qualidade e quantidade. "O que estamos vendo é que, mesmo que alguns produtores estejam deixando a atividade, a produção segue crescendo. Isso mostra que quem fica está produzindo mais", justifica o professor da UPF Marco Antônio Montoya.

"A produção já chegou no pico e o acesso de chuvas ajudará a retirar pressão do mercado pelo fim do aumento em volume na captação. Esse cenário demonstra que haverá pela frente uma estabilidade de preços no mercado consumidor", afirma o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra. O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, pontuou a importância de equilibrar o mix de produção para estabilizar o mercado, hoje ainda muito concentrado no UHT. "A produção de leite em pó e queijos sempre ajuda a regular o mercado", citou. Além disso, ressaltou a relevância de incentivar as exportações para garantir menores oscilações no mercado nacional.

Durante a reunião, os dirigentes também debateram a necessidade de qualificação constante da produção. O presidente da Apil, Wlademir Pedro Dall'Bosco, reforçou os avanços já obtidos e o caminho a ser percorrido. Pontuou a importância de estreitar relacionamento entre produtores e indústrias para qualificar produção e garantir maior rentabilidade à atividade.(Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
 

Sindilat e Sarle/UPF preparam projeto de monitoramento leite cru na plataforma

Na tentativa de aprimorar cada vez mais o monitoramento do leite gaúcho, o Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat) e o Sarle/UPF estão alinhando um projeto piloto para diagnosticar os gargalos existentes atualmente no Estado. A proposta, que está em fase de implementação, deve permitir a testagem do leite cru por meio das chamadas CPPs (Contagem Padrão em Placas) nos silos onde são armazenados o leite tanto nas plataformas industriais quanto nos entrepostos de associados do Sindilat. O projeto foi apresentado na tarde desta terça-feira (25/9) durante reunião de associados pela responsável técnica do Sarle Joseane Bressiani. Ela relatou dados preliminares coletados em empresas nos últimos dias de setembro e que já demonstram as potencialidades das novas testagens. Segundo ela, a ideia é conhecer a fundo a realidade dos níveis de CPP do leite gaúcho posto na plataforma. Hoje, os indexadores referem-se apenas às propriedades de forma individual. Os padrões de CPP são um dos pontos polêmicos trazidos na revisão da IN 62 e de difícil implementação imediata pela indústria uma vez que estabelece limite de 900 UFC/ml. 

Segundo o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, a ideia é apenas buscar dados, que serão sigilosos e repassados apenas às empresas participantes do projeto, para embasar correção de processos produtivos. Palharini informa que mais empresas já manifestaram interesse em participar. "Queremos coletar dados sob uma metodologia única que forneça ao setor informações consistentes para poder contrapor exigências e normativas", pontuou o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra.

O serviço de testagem será realizado pela UPF e custeado pelo Sindilat, sem ônus às empresas participantes. "É um serviço profundo com embasamento científico em laboratório oficial", completou a consultora em qualidade do Sindilat, Letícia Vieira.  

Frete - Durante a reunião, os associados ainda debateram a implementação da nova tabela do frete. Palharini explicou que o Sindilat está avaliando com sua assessoria jurídica as fragilidades da legislação pois entende-se que ela não se aplica ao setor lácteo. Uma das inconformidades, pontua o executivo, é que ela prevê níveis de depreciação diferentes para cada tipo de caminhão, o que exigiria uma tabela distinta para cada modelo de veículo. "O mercado está muito nebuloso. Estamos conversando com outros setores industriais e, majoritariamente, as entidades entendem que a lei é inconstitucional e essa tabela não tem aplicabilidade". (Assessoria de Imprensa Sindilat)


Foto: Carolina Jardine
Na foto:  Joseane Bressiani 

 

Conseleite/MS

A diretoria do Conseleite - Mato Grosso do Sul reunida no dia 21 de setembro de 2018, atendendo os dispositivos do seu Estatuto, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima, referente ao leite entregue no mês de agosto de 2018 e a projeção dos valores de referência para leite a ser entregue no mês de setembro de 2018.  Os valores divulgados compreendem os preços de referência para o leite padrão levando em conta o volume médio mensal de leite entregue pelo produtor.  (Famasul)

 
 

Exportação aumenta e reduz déficit da balança comercial

Exportação de lácteos - As exportações de derivados lácteos aumentaram significantemente em agosto, totalizando 6,471 milhões de litros em equivalente leite, 80,9% acima dos embarques de julho, mas 8,6% abaixo do exportado em agosto de 2017. 

A expressiva elevação dos embarques e a queda de 10% na quantidade importada reduziram o déficit da balança comercial de lácteos em 12,9% - assim, o saldo negativo no mês passado foi de 99 milhões de litros de leite. Os produtos mais exportados pelo Brasil em agosto foram os queijos, com participação de 50,4% no total de derivados enviados ao exterior, e o leite condensado, com 34,9%. Frente ao mês de julho, os embarques desses lácteos aumentaram 63,6% e 109,8%, respectivamente.
 
Os países que mais importaram o queijo brasileiro no mês passado foram Argentina (31,7%), Chile (22,5%) e Rússia (21,1%). Quanto ao leite condensado, os principais compradores foram Trinidad Tobago (34,7%), Tunísia (16,7%) e Chile (14,3%). 

As importações, por sua vez, somaram 105 milhões de litros em equivalente leite, aumento de 2% frente às do mesmo período de 2017. O leite em pó continua sendo o principal produto importado pelo Brasil, somando 78 milhões de litros em equivalente leite em agosto, o que representa 73,9% do total. Em seguida destacam-se os queijos, com participação de 25,6% no volume total. Frente a julho, as importações de leite em pó e de queijos diminuíram 9,9% e 5,89%, nessa ordem. As importações de leite em pó e de queijos da Argentina, especificamente, representaram 56,6% e 74,1% do total adquirido pelo Brasil em agosto, enquanto as compras dos mesmos produtos vindos do Uruguai representaram 41% e 15,2% no mesmo período. (Cepea) 

 

Preço ao produtor continua em elevação, mas varejo já registra queda
Preço ao produtor - Os preços do leite pagos ao produtor tiveram novo aumento em agosto, dando continuidade à valorização que vem sendo registrada desde fevereiro desse ano. Nesse último mês, o leite ao produtor fechou cotado a R$1,66 na média nacional, resultando em alta acumulada de 52,3% desde janeiro. Dos Estados pesquisados todos tiveram aumentos, mas em menor magnitude que as valorizações do mês anterior. Com esse aumento, os preços atuais do leite ficaram 31,6% mais altos que os valores pagos no mesmo mês de 2017. Por outro lado, com os aumentos de preço do milho e do farelo de soja, a relação de troca, que vinha melhorando para o produtor nos últimos meses, voltou a preocupar. A relação de troca litros de leite / quilo de ração subiu 1,24% em agosto, sendo que nesse mês foram necessários 33 litros de leite para aquisição de uma saca de ração. No mesmo mês do ano anterior eram necessários 29 litros. Acompanhando esse movimento de aumento nos preços dos insumos para alimentação, o custo de produção, medido pelo ICPLeite/Embrapa, voltou a crescer, alta de 2,77% em agosto, na comparação mensal. Já na comparação com o mesmo mês de 2017, o índice de custo de julho está 18% maior. No varejo, o preço do leite UHT começou a cair, após seis meses de valorização. Mesmo com essa queda, os preços do último mês ficaram quase 29% maiores que os valores praticados em agosto de 2017. Na balança comercial, os valores das importações brasileiras de leite e derivados continuam menores em relação ao mesmo período de 2017, assim como as exportações. Em agosto, as importações recuaram 13,2% enquanto as exportações caíram 24,1%, em relação ao mesmo mês de 2017. Esses dados estão apresentados no boletim mensal de INDICADORES LEITE E DERIVADOS da Plataforma de Inteligência Intelactus. Na edição de setembro de 2018 veja também os dados da Pesquisa Trimestral do Leite divulgados recentemente pelo IBGE, que mostram que a produção nacional inspecionada caiu 0,3% no primeiro semestre de 2018 em relação ao mesmo período do ano passado. (Embrapa)

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