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22/08/2018

Porto Alegre, 22 de agosto de 2018                                              Ano 12 - N° 2.805

China mantém importações de lácteos firmes no primeiro semestre

China - As importações chinesas de lácteos continuaram aumentando, segundo os dados de exportação de seus principais fornecedores publicados no site especializado CLAL. Devido à guerra comercial com os Estados Unidos, a China deixou de publicar os dados sobre importações de alguns produtos como os lácteos. A CLAL realizou estimativas com base nos dados de exportação dos principais fornecedores de lácteos para a China. E segundo esses cálculos, as exportações para a China aumentaram, em média, 3,8% na primeira metade do ano medidas em volume.

As remessas da União Europeia (UE) para a China aumentaram 1% no período, as vendas dos Estados Unidos saltaram 17,7%, enquanto que as remessas neozelandesas caíram 6,4%. A UE se aproximou de 500.000 toneladas enviadas para a China no primeiro semestre do ano. Foi sólido o desempenho dos envios de fórmulas infantis, com 138.000 toneladas exportadas (um salto interanual de 30,4%) sendo o principal produto enviado ao país asiático. Em sentido contrário, caíram em relação ao ano passado as remessas de leite em pó desnatado (-7,5%) e creme (-9,7%). Os Estados Unidos ganhou terreno, escalando em 34% as exportações de queijos, mas, reduzindo os envios de leite em pó desnatado (-25%). (Blasina y Asociados - Tradução livre: www.terraviva.com.br)

 

Sistema vai integrar até fim do ano a rede de laboratórios oficiais e credenciados

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) vai instalar até o fim do ano o sistema Hub Laboratorial para centralizar todas as informações de amostras dos seis Lanagros (Laboratório Nacional Agropecuário) e da rede de 450 laboratórios credenciados no país. A cada ano, são feitas cerca de 33 milhões de análises laboratoriais pela rede do Mapa e credenciados. O secretário de Defesa Agropecuária, Luis Rangel, avalia que o Hub irá proporcionar maior grau de transparência, como está sendo reivindicado por importadores. 

O Hub Laboratorial vai rastrear as amostras desde a coleta na propriedade até o resultado final da análise. As informações serão acessadas em tempo real, com acompanhamento da custódia da amostra (guarda), manutenção do material, insumos aplicados, análises realizadas, permitindo o controle e a auditoria de todas as ações envolvidas. Os laboratórios, por sua vez, poderão planejar melhor seu trabalho. A decisão foi tomada em reunião na quinta-feira (16) entre o secretário de Defesa Agropecuária, Luis Rangel, o coordenador-geral de laboratórios agropecuários, Rodrigo Nazareno e outros integrantes do Mapa. 

O sistema é voltado para o combate de fraudes ou quaisquer desvios de finalidade em análises laboratoriais. O foco inicial do sistema são as análises de Salmonella e Listeria em carcaças de frango, em resposta a problemas apontados na "Operação Trapaça", deflagrada pela Polícia Federal com apoio do Mapa, no início de março. "A defesa agropecuária compreende ações que visam evitar danos à saúde dos consumidores, aos rebanhos e lavouras e que eliminem o risco econômico para o Brasil", observou o coordenador-geral.

"Não são necessários grandes investimentos, apenas a integração total dos sistemas existentes no Mapa e a implantação de alguns que serão instalados", explica Rodrigo Nazareno. "O Hub pode ser executado e vai trazer resultados que permitirão melhorar o planejamento da fiscalização sanitária no país", acrescenta Nazareno.

A racionalização das análises, de ponta a ponta, vai gerar economia e ganho de eficiência. Atualmente o auditor fiscal federal agropecuário faz a coleta da amostra no campo, preenchendo, formulário, por vezes, manualmente, e, quando a amostra chega no laboratório, as informações do formulário devem ser transcritas. Com o Hub as informações da coleta serão enviadas diretamente ao laboratório e o resultado diretamente à pessoa que solicitou a análise, com ganho de tempo. (As informações são do Mapa) 

Pesquisa analisa gestão de resíduos em fazendas leiteiras no Brasil, Chile e Argentina

Uma pesquisa avaliou percepções, necessidades e obstáculos para o manejo adequado de dejetos em fazendas de leite na América do Sul. O objetivo foi identificar prioridades para estratégias de gerenciamento e transferência de tecnologias para melhorar a gestão dos resíduos. A consulta foi realizada no Brasil, Chile e Argentina, entre março de 2015 e novembro de 2017, com 593 produtores de leite, técnicos, consultores, funcionários de fazendas, prestadores de serviços, estudantes, pesquisadores e representantes de instituições públicas e de laticínios.

É o primeiro estudo que analisa as percepções do público de interesse sobre o manejo de dejetos na América Latina, considerando três países diferentes, onde o setor de lácteos é uma indústria forte.
Os três possuem 70% dos rebanhos leiteiros da América do Sul e produzem 73% do leite. Dessa forma, a gestão de resíduos é importante devido ao grande volume produzido e ao impacto ambiental que práticas inadequadas podem causar.

De acordo com o pesquisador Julio Palhares, da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos - SP), nesses países, na maioria das vezes, os resíduos da produção de leite são utilizados de forma incorreta, sem considerar as limitações ambientais, aumentando as chances de causar impactos negativos, como contaminação do solo, emissão de gases e odores para o ar e poluição das águas. "O uso como fertilizante ou para produção de biogás são alternativas para se fazer o manejo de resíduos na propriedade. Mas a falta de gestão ou aplicação em excesso pode resultar em danos ao meio ambiente", explica Palhares.

Cerca de 90% dos entrevistados reconhece o esterco como um bom fertilizante. Em relação à produção de biogás, 60% consideram uma opção eficaz para tratamento de dejetos animais. No entanto, o manejo complexo, os altos custos e a falta de conhecimento e de leis específicas foram apontados como obstáculos para se fazer a gestão adequada. Também, os entrevistados indicaram necessidades para um melhor gerenciamento: ter um manual de com práticas para o manejo dos resíduos, disponibilidade de equipamentos e tecnologias e acesso a análises laboratoriais para caracterização dos resíduos.

Da amostra total, 52% que responderam o questionário são argentinos, 308 pessoas. Brasileiros, 37% (217) e chilenos, 11%. Em relação à profissão, 77% são produtores de leite.

Algumas diferenças aparecem de acordo com o país. Especificamente, em relação ao Brasil, quase todos os entrevistados concordaram com o uso de esterco como fertilizante e que o usariam para substituir o adubo mineral. Para 80% dos brasileiros a biodigestão é uma boa opção para o manejo. Pouco mais de 60% afirmou que os odores são poluentes e um percentual elevado acredita que não há regulamentação adequada no Brasil para esse tema.

Palhares ressalta que apesar das semelhantes condições produtivas, culturais, econômicas e ambientais dos países, observaram-se diferenças entre o Brasil e os outros dois países. "Isso é resultado dos diferentes níveis de desenvolvimento da aplicação de regulações e programas voltados ao manejo dos resíduos leiteiros. No caso do Chile e Argentina, a discussão sobre o tema e, consequentemente, a sua internalização pelos envolvidos está mais avançada que no Brasil. Por exemplo, no Chile já há alguns anos empresas bonificam o produtor pelas suas práticas ambientais. No Brasil isso começa a ser implementado", conta.

Os resultados podem contribuir para que esses países estabeleçam planos de manejo dos resíduos, desenvolvimento de políticas públicas e programas de pesquisa e educação.

O estudo foi realizado por pesquisadores da Embrapa Pecuária Sudeste, Universidade de Buenos Aires, Instituto de Investigações Agropecuárias (INIA - Chile), Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA - Argentina) e Universidade Tecnológica Nacional (Argentina). (As informações são da Embrapa Pecuária Sudeste)

Produção de leite cresceu 8% na Argentina em julho
O Ministério da Agroindústria da Argentina informou na sexta-feira (17) que a produção de leite cresceu 8% em julho deste ano em relação ao mesmo mês do ano passado. As estatísticas elaboradas pelo Sistema Integrado de Gestão do Leite Argentino (SIGLeA) também revelaram que o preço pago ao produtor pelo litro de leite em julho cresceu 28% em termos interanuais, chegando a 7,12 pesos (23,84 centavos de dólar). Enquanto isso, a variação da produção de julho em relação ao mês anterior foi de 4% e o preço pago ao produtor por cada litro de leite cresceu 5% em junho em relação a maio deste ano. O aumento da produção é observado principalmente nas províncias de Santa Fé e Córdoba, que ficaram acima de oito por cento, enquanto a província de Buenos Aires, por exemplo, cresceu, mas em menor porcentagem. A estatística leva em conta a compra de leite cru de 307 indústrias e vincula as bases de dados da Administração Federal de Receitas Públicas (AFIP), do Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar (Senasa) e do Ministério da Agroindústria. O objetivo deste indicador é tornar a dinâmica operacional mais transparente e ter informações confiáveis para o desenho de políticas públicas. O mesmo ocorre em decorrência dos acordos assinados pelo Departamento de Laticínios com representantes da indústria e produção, com o objetivo de ter mais informações para aumentar a competitividade da cadeia. (As informações são do jornal Diario Clarín, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

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