Pular para o conteúdo

 

         

Porto Alegre, 29 de fevereiro de 2016                                                Ano 10- N° 2.214

 

    Importação chinesa de leite em pó dispara

A China, maior importadora mundial de lácteos, voltou ao mercado neste início de ano, mas esse retorno ainda não teve efeito sobre os preços internacionais. Em janeiro passado, as importações chinesas de leite em pó integral e desnatado somaram 153 mil toneladas, 4,4 vezes mais que o comprado pelo país em dezembro e 49% acima do mesmo mês de 2015, conforme dados da consultoria italiana CLAL, especializada em mercado de lácteos, compilados pela brasileira MilkPoint. O volume de leite em pó importado em janeiro só foi menor do que as 160 mil toneladas de janeiro de 2014 (o maior desde 2009), ressalta a consultoria. Em todo o ano passado, segundo dados compilados pela MilkPoint, as importações da China caíram cerca de 40%, saindo de 923,7 mil toneladas para 547,3 mil toneladas. O recuo na demanda foi um grandes responsáveis pela retração dos preços do leite no mercado internacional. 

No último leilão da plataforma Global Dairy Trade (GDT), referência para o mercado internacional, no dia 16, a cotação do leite em pó integral ficou em US$ 1.890 por tonelada, queda de 42,3% num período de 12 meses. Valter Galan, analista da MilkPoint, afirma que não é possível dizer que o aumento do volume em janeiro indique uma tendência de recuperação das importações chinesas. Isso porque tradicionalmente há um aumento das compras da China em janeiro, por conta dos termos de acordo comercial entre o país asiático e a Nova Zelândia, maior exportador mundial. Nesse mês, explica Galan, vigora uma tarifa preferencial de importação, de 2,5%, abaixo dos 10% que incidem normalmente. O atual patamar dos preços internacionais dos lácteos também pode ter estimulado as importações em janeiro, avalia Galan. Outra hipótese seria a intenção dos chineses de recompor estoques. "É uma boa sinalização, mas não é possível dizer que vai continuar", afirma. O analista cita a estimativa cautelosa da CLAL, que prevê alta de 13% nas importações chinesas de leite em pó este ano, para 620 mil toneladas. Em relação a 2014, porém, ainda deve haver queda de 33%. "O consumo interno chinês [de lácteos] não está caindo, mas não é sensacional", completa. (Valor Econômico)
 

  
 
LEITE/CEPEA: captação apresenta queda e preços em março tendem a seguir em alta

A menor oferta de leite neste período em que seria esperado ritmo crescente resultou em alta das cotações ao produtor. De acordo com pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, chuvas intensas seguidas por estiagem e temperaturas elevadas atrapalharam a produção nos três estados do Sul do País, que acabaram registrando queda média de 14,1% na captação de leite nos últimos quatro meses. Outro fator que levou à diminuição da oferta no campo foi a decisão do produtor em adiantar a secagem das vacas como forma de reduzir os custos, tendo em vista que a suplementação concentrada, necessária para produção de leite, está muito cara. 

Na "média Brasil" (GO, MG, RS, SP, PR, BA e SC), o preço do leite recebido pelo produtor subiu 3,3% com relação ao mês anterior, indo para R$ 0,9981/litro (valor líquido - sem frete e impostos), aumento de 3,2 centavos por litro, conforme o Cepea. O preço bruto (inclui frete e impostos) pago ao produtor teve média de R$ 1,0967, alta também de 3,3% frente ao mês anterior. Considerando-se a série histórica deflacionada do Cepea (pelo IPCA de jan/16), o preço médio líquido de fevereiro/16 é 8,9% superior ao de fevereiro/15.

O Índice de Captação do Leite (ICAP-L/Cepea) de janeiro sinalizou redução de 4,44% em relação a dezembro, a maior queda dos últimos dez meses, considerando-se a "média Brasil" formada por sete estados. O Sul continua registrando as maiores baixas na captação. No Paraná, a redução foi de 7,65%, em Santa Catarina, de 5,93% e, no Rio Grande do Sul, 5,60%. Na sequência vieram Goiás (3,61%), São Paulo (3,36%) e Minas Gerais (2,94%). A Bahia foi o único estado que manteve estabilidade na produção, com ligeira alta de 0,34%.

Para março, a expectativa é de que os preços do leite sigam em alta, ainda apoiados na oferta relativamente pequena e que pode ser agravada pelo início da entressafra - que tradicionalmente, começa no final do primeiro trimestre. Entre os profissionais de laticínios/cooperativas consultados pelo Cepea, 94,1% deles (que representam expressivos 99,6% do leite amostrado) acreditam em nova alta para o próximo mês. Os outros 5,9% dos agentes (que representam 0,4% do volume de leite amostrado) têm expectativas de estabilidade dos preços; ninguém sinalizou queda.

A valorização da matéria-prima se refletiu no segmento de derivados, onde os estoques estão abaixo do esperado para esta época do ano. Com isso, os preços de muitos produtos se mantêm elevados, fator que tem limitado também a demanda por alguns lácteos. No atacado paulista, os preços do leite UHT aumentaram 9,6% entre janeiro e fevereiro, com a média mensal de R$ 2,4455/litro. O queijo muçarela, que normalmente segue as tendências do UHT, também se valorizou, 4,4%, com o quilo na média de R$ 14,59 em fevereiro. Para o levantamento de preços de derivados, a equipe Cepea contata diariamente representantes de laticínios e atacadistas; essa pesquisa tem apoio financeiro da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). 

Confira as tabelas abaixo:

Tabela 1 - Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquidos) em FEVEREIRO referentes ao leite entregue em JANEIRO. 


Fonte: Cepea-Esalq/USP.

Tabela 2 - Preços em estados que não estão incluídos na "média Brasil" - RJ, MS, ES e CE.  


Fonte: Cepea-Esalq/USP.
(As informações são do CEPEA/USP)


Proteínas lácteas

Combater a desnutrição infantil faz das proteínas lácteas uma ferramenta para o desenvolvimento econômico mundial. Acabar com a moderada desnutrição infantil tornou-se uma prioridade para programas de nutrição em todo o mundo por causa da ligação entre o crescimento físico e cognitivo, além de potencialmente representar desenvolvimento econômico.

A má nutrição pode levar à redução do desenvolvimento cognitivo das crianças, resultando em baixo desempenho escolar e baixa produtividade na força de trabalho. De fato, ela tem a capacidade de reduzir em até 8% a força de trabalho, além de representar queda de 16,5% do PIB do país, de acordo com o estudo "The Cost of Hunger in Africa", [O Custo da Fome na África] elaborado por grupos Africanos de desenvolvimento e normas, com apoio do Programa de Alimentação Mundial das Nações Unidas. O estudo nota que há mais crianças com nanismo (abaixo da altura normal) na África de hoje do que 20 anos atrás. Em alguns países da África subsaariana, a taxa de nanismo em crianças com idade inferior a cinco anos chega a 40%, de acordo com dados do Banco Mundial. O nanismo pode ser combatido com a melhoria nutricional, incluindo proteínas lácteas. (USDEC - Tradução livre: Terra Viva)
 


Rotulagem de alimentos
Quais são as informações obrigatórias e facultativas a serem apresentadas nos rótulos de alimentos? Para esclarecer essas dúvidas a Embrapa acaba de lançar o Manual de Rotulagem de Alimentos. A publicação representa uma ferramenta fundamental a técnicos e agroindústrias familiares. "As leis e regulamentos técnicos sobre rotulagem de alimentos são, de certa forma, de difícil leitura e interpretação. A ideia foi reunir e fazer uma adequação da linguagem da legislação brasileira sobre o assunto", informa o autor Roberto Machado, da Embrapa Agroindústria de Alimentos (RJ). O Manual de Rotulagem de Alimentos orienta quanto às informações obrigatórias e complementares a serem apresentadas nos rótulos, porções de alimentos para fins de rotulagem nutricional e elaboração de rótulos de alimentos e bebidas. (Embrapa)


Compartilhe nas redes sociais

Descadastre-se caso não queira receber mais e-mails. 

    

 

         

Porto Alegre, 26 de fevereiro de 2016                                                Ano 10- N° 2.213

 

     Sindilat abre consulta sobre ajuste tributário

O Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat) abriu consulta a seus associados sobre a elaboração de uma nova proposta tributária para o leite no Rio Grande do Sul. A ideia é unificar uma posição da indústria laticinista a ser apresentada ao governo do Estado. Em reunião na tarde desta sexta-feira (26/2), o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, apresentou o plano de ajuste que está em estudo pela área técnica do sindicato. O objetivo, reforçou o presidente Guerra, é ampliar a competitividade da indústria do Rio Grande do Sul frente aos demais estados produtores que concorrem pelos mesmos mercados com diferenciações fiscais que os favorecem, como São Paulo e Paraná.

Lei do Leite
Durante a reunião, as indústrias ainda avaliaram os diversos artigos do decreto da Lei do Leite e compilaram sugestões a serem encaminhadas à Secretaria da Agricultura nos próximos dias. Uma das medidas que será apresentada é a regulamentação do transvase de leite no Rio Grande do Sul. 

As empresas ainda manifestaram preocupação com a queda de produção verificada no campo. Levantamento realizado entre os presentes indica uma queda de 5% a 8% em fevereiro em relação a janeiro de 2016 na coleta de leite no Estado. O volume também sinaliza captação inferior ao mesmo período de 2015. Guerra explica que o cenário é reflexo dos altos custos de produção, do impacto do clima sobre as pastagens e de um momento de desestímulo geral à atividade. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
 
Crédito: Carolina Jardine/ Divulgação
 
  
 
Sindilat prestigia posse de Carlos Joel da Silva na Fetag

Autoridades e representantes do agronegócio, políticos e imprensa marcaram presença na manhã desta sexta-feira (26/2) na posse da diretoria da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag) para a gestão 2016-2020. O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, e o diretor-secretário, Renato Kreimeier, prestigiaram a solenidade, realizada no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio. "A Fetag é uma importante parceira do sindicato, nossas lutas e preocupações sempre estiveram alinhadas", destacou Guerra. 

Com Carlos Joel da Silva reconduzido à presidência e Nestor Bonfanti como primeiro vice-presidente, a entidade tem como objetivo dar continuidade ao trabalho desenvolvido nos últimos anos. "Ampliar o acesso à terra, garantir maior renda aos trabalhadores rurais e programas sociais como saúde, previdência e habitação estão entre as principais metas da nossa direção", salientou Silva. A Fetag congrega 350 sindicatos de trabalhadores rurais, que representam 1,3 milhão de pessoas.

Emocionado, o presidente da Fetag agradeceu o apoio da família e de todas as entidades que sempre estiveram ao seu lado. Durante a posse, também reforçou a preocupação em garantir uma gestão fundamentada no respeito e na coletividade. Entre os presentes, estiveram o governador José Ivo Sartori, a senadora Ana Amélia Lemos, o deputado Elton Weber, o secretário estadual da Agricultura e Pecuária, Ernani Polo, a presidente da Assembleia Legislativa do RS, Silvana Covatti, o secretário de Reordenamento Agrário, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Adhemar Lopes de Almeida, entre outras autoridades. (Assessoria de Imprensa Sindilat)


 Crédito foto: Luiz Chaves/Palácio Piratini
 
 
 
Rebanhos 

Na União Europeia (UE-25), o censo de vacas leiteiras aumentou em 100.000 cabeças passando para 22 milhões, apesar das reduções na Polônia e Lituânia de 127.000 cabeças. 

- Na UE-15, o censo registrou aumento de 242.000 cabeças, chegando a 18,4 milhões. E 90% deste incremento se deveu à Irlanda e Holanda. 

- Nos Estados Unidos, o censo também constatou aumento, mas somente em 9.000 cabeças, chegando a 9,31 milhões. As novilhas que vão parir este ano acrescentarão mais 65.000 (+2,1%).

 - Na Rússia, a tendência é de baixa, chegado a 8 milhões de cabeças. Espera-se que a tendência continue já que as pequenas propriedades estão sacrificando as vacas menos produtivas.". (Agrodigital - Tradução Livre: Terra Viva)

 
 

 
 


EUA: 3,4% das fazendas leiteiras são responsáveis por metade do leite produzido no país
Nenhuma estatística pode dizer mais do que o fato de que 3,41% das fazendas leiteiras produzem 50% do leite no Central Federal Milk Marketing Order (CFMMO) - mapeamento das bacias leiteiras dos Estados Unidos. Essa proporção caiu de forma significativa desde o início do sistema de Federal Order, em 2000. Na ocasião, aproximadamente 10% das fazendas comercializavam 50% do leite, escreveram os administradores do Federal Milk Marketing Order em seu boletim de dezembro de 2015.Com base na superfície de área, a Central Order está entre as maiores com operações leiteiras espalhadas no coração da América. As 178 fazendas leiteiras que produziram metade da produção de leite incluem fazendas localizadas nos seguintes estados: Colorado (56 fazendas leiteiras); Iowa (25); Texas (22); Kansas (20); Novo México (19); Nebraska (11); South Dakota (6); Oklahoma (4); Minnesota (4); Wisconsin (4); Illinois (3); Missouri (3); Wyoming (1).Cada uma dessas operações leiteiras produziu mais de 680,35 milhões de quilos de leite em outubro de 2015. Isso equivale a um tanque cheio de leite por dia. Somente partes de fazendas leiteiras em Colorado, Iowa, Kansas, Nebraska, South Dakota, Oklahoma, Illinois e Missouri estão localizados na Central Order. (As informações são da Hoards.com)
 

         

Porto Alegre, 25 de fevereiro de 2016                                                Ano 10- N° 2.212

 

     Setor lácteo terá até dia 7 para apresentar sugestões para regulamentação da Lei do Leite

A Secretaria da Agricultura apresentou, na tarde desta quarta-feira (24/02), o projeto de regulamentação da Lei do Leite, o mesmo já detalhado aos associados do  Sindilat no dia 11. O protótipo do decreto será repassado às entidades representativas do setor lácteo ainda hoje para que elas compilem suas sugestões e auxiliem o governo a compor uma proposta coletiva. "O interesse de todos é o mesmo que o nosso: fortalecer o setor. Esse regramento é amplo e complexo", salientou o secretário da Agricultura, Ernani Polo, ao lado do staff técnico que trabalhou no projeto. A apresentação ocorreu na sede da Fecoagro, em Porto Alegre.

Foi combinado que as entidades terão até o dia 7 de março para enviar as sugestões à Secretaria da Agricultura. Os técnicos, então, trabalharão no texto até o dia 11 para compilar os ajustes. Uma reunião coletiva com o setor produtivo para alinhar o texto final ficou agendada para o dia 14 de março, às 9h.  O secretário da Agricultura ainda pontuou a possibilidade de se realizarem algumas rodadas de negociação posteriores para novos ajustes. A ideia, frisou Polo, é ter margem para que a regulamentação fique o mais próximo possível dos anseios do setor. O presidente do Conseleite, Jorge Rodrigues, sugeriu que o decreto não engesse muito a legislação de forma a que restem temas a serem regidos por instruções normativas. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
 
Crédito: Carolina Jardine/ Divulgação
 
  
 
Riispoa

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) anunciou mais uma medida no seu processo de desburocratização da gestão. Decreto da Presidência da República, publicado ontem no Diário Oficial da União, permite a concessão automática do registro dos produtos de origem animal (carnes, mel, ovos, pescados e derivados) com regulamentos técnicos específicos.

Isso engloba o registro do rótulo, a composição e o processo de fabricação do alimento. Hoje, o procedimento demora, em alguns casos, até oito meses. Com a mudança, a obtenção do registro será instantânea, e o Mapa terá mais tempo para se dedicar à fiscalização. "Esse ajuste representa um avanço necessário para beneficiar a agroindústria", disse o secretário de Defesa Agropecuária, Luís Rangel, ao falar sobre a edição do Decreto nº 8.681, que modifica o Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal, aprovado pelo Decreto nº 30.691, de 1952. Essa medida se destina às empresas do setor agropecuário vinculadas ao Serviço de Inspeção Federal (SIF). De acordo com o diretor do Departamento de Fiscalização de Produtos de Origem Animal (Dipoa), José Luis Vargas, o ministério desenvolverá, em até 90 dias, um sistema para fazer a concessão instantânea do registro. A alteração, acrescentou ele, deve simplificar a concessão do registro de cerca de 90% dos produtos de origem animal. O Mapa aprova, por ano, entre 30 e 35 mil produtos. Leia AQUI o decreto assinado pela presidenta Dilma Rousseff e pela ministra Kátia Abreu. (MAPA)

 
 
Concurso leiteiro da Fenasul/Expoleite 2016 terá novidades
 
 
Reunião com entidades para tratar de novidades na feira 
Foto: Fernando Dias

Foi realizada nesta quinta-feira (25/02) na sede da Secretaria de Agricultura, Pecúaria e Irrigação - SEAPI, reunião para tratar de uma novidade no concurso leiteiro da FENASUL/EXPOLEITE deste ano. O encontro contou com a presença da Gadolando, Farsul, Sindilat, UFRGS e a Câmara Setorial do Leite/SEAPI. 

A proposta é resgatar o torneio leiteiro por qualidade, premiando os animais participantes que apresentarem maior teor de sólidos, como gordura e proteína. Atualmente, esse concurso contempla apenas o quesito volume, porém é bastante receptiva a ideia entre o setor para avaliar também a qualidade do leite. Alguns pontos ficaram pré-definidos para o torneio, como a divisão por categoria, jovem e adulto, o número de ordenhas que serão avaliadas e a premiação para cada vencedor. O regulamento com as especificações ficará pronto na próxima semana, bem como a definição da data da próxima reunião, que contará com outras associações de criadores. (Fonte: CST/Leite/SEAPI)

 
 
Bancos sentem crise no setor leiteiro da Nova Zelândia
 
Os problemas vividos pelos produtores de leite da Nova Zelândia devido ao excesso de oferta global de leite estão causando dor de cabeça para vários bancos na forma de empréstimos. Após cair 3,7% na plataforma comercial internacional na última quarta-feira, os preços do leite em pó integral caíram quase um terço desde outubro. Os menores preços dos lácteos estão reduzindo os lucros das fazendas do Reino Unido e da Austrália, mas estão gerando muita preocupação na Nova Zelândia, onde os produtores acumularam dívidas na última década para converter operações de ovinos e bovinos de corte na produção leiteira.

Responsável por quase um terço do comércio global de lácteos, a Nova Zelândia é conhecida como a "Arábia Saudita do leite". O banco central do país estima que os empréstimos do setor leiteiro representem cerca de 10% dos empréstimos totais do banco no país. Em dezembro, o banco alertou que 80% dos produtores deverão ter um fluxo de caixa negativo na estação de 2015-16 devido aos baixos preços dos lácteos. Somado a isso, há a preocupação de que esses produtores são os mais endividados.

Os bancos australianos estão mais expostos ao setor de lácteos da Nova Zelândia do que os rivais globais, devido a uma série de aquisições de credores locais na década de 1990. Embora as somas que vão a empréstimos ao setor leiteiro sejam uma parte do que o banco disponibiliza para outros negócios ou para compradores locais, elas são grandes o suficiente para os executivos destacarem a dívida como um problema.

O Commonwealth Bank of Australia Ltd. nesse mês disse que as despesas de depreciação de empréstimos em seus negócios na Nova Zelândia aumentaram 11% nos seis meses até dezembro, principalmente devido às maiores provisões dentro da indústria de lácteos. O National Australia Bank Ltd. disse que os empréstimos em atraso por mais de 90 dias como uma proporção dos empréstimos totais aumentaram durante os últimos três meses até dezembro, principalmente devido a sua exposição aos lácteos. O banco estimou prejuízos por empréstimos ao setor leiteiro de US$ 276 milhões, apesar de atualmente não esperar perdas.

A companhia do Commonwealth Ban, maior companhia da Austrália em valor de mercado - recentemente disse que os prejuízos em seu portfólio de empréstimos de US$ 13,4 bilhões às indústrias de mineração e petróleo mais que dobraram, para 1,9% entre junho e dezembro. Nos Estados Unidos, um dos maiores credores de energia, Wells Fargo, citou a "contínua deterioração do setor" por um aumento nas perdas devido aos não pagamentos por companhias de petróleo e gás, para US$ 118 milhões no quarto trimestre, de US$ 28 milhões no terceiro.

A Nova Zelândia, com sua água e pastos abundantes, transformou-se na última década em um país focado na produção de lã e ovinos e no maior exportador mundial de lácteos. As vacas leiteiras agora ultrapassam seu número de 4,5 milhões de pessoas. Essa mudança foi em grande parte financiada pelos empréstimos bancários. A dívida do setor de lácteos chegou a NZ$ 37,9 bilhões (US$ 25,11 bilhões) até o final de junho, de NZ$ 11,3 bilhões (US$ 7,48 bilhões) em 2003. Muitos produtores endividados agora enfrentam uma escolha difícil: perderem  vacas sem garantias de que os preços se recuperaram logo ou se tornarem inadimplentes e perderem suas terra.

No mês passado, a Fonterra Cooperative Group Ltd. reduziu sua previsão de pagamento pelo leite para NZ$ 4,50 a NZ$ 4,55 (US$ 2,98 a US$ 3,01) por quilo de sólidos do leite - equivalente a NZ$ 0,37 a NZ$ 0,38 (US$ 0,24 a US$ 0,25) por quilo de leite -, com relação à estimativa anterior, de NZ$ 5 (US$ 3,31) por quilo de sólidos do leite [NZ$ 0,42 (US$ 0,27) por quilo de leite)]. Isso é bem abaixo dos pagamentos médios de NZ$ 6 (US$ 3,97) por quilo de sólidos do leite [NZ$ 0,50 (US$ 0,33) por quilo de leite)] - dado em que os bancos basearam suas decisões de empréstimos, disse a firma Fitch Ratings. Com os baixos preços do leite pela segunda estação, a Fitch disse que espera que aumente a inadimplência.

O banco central da Nova Zelândia, que estimou uma queda no fluxo de caixa para o produtor de leite médio de NZ$ 1 (US$ 0,66) por quilo de sólidos do leite [8,4 centavos ( 5,56 centavos de dólar) por quilo de leite], ordenou que os cinco maiores credores da indústria testem seus portfólios de lácteos. Oficiais também conversaram com os bancos para garantir que estão deixando de lado provisões realistas para empréstimos problemáticos.

O diretor executivo da Fonterra, Theo Spierings, disse no mês passado que embora uma recuperação nos preços dos lácteos deva ocorrer mais tarde do que se pensou originalmente, provavelmente acontecerá nesse ano. 

Em 22/02/16 - 1 Dólar Neozelandês = US$ 0,66266 
1,50684 Dólar Neozelandês = US$ 1 (Fonte: Oanda.com) (As informações são do The Wall Street Journal, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 


Fiscais buscam revogação
Nomeado há duas semanas, o novo superintendente do Mapa/ RS, Luciano Maronezi, ainda não assumiu o cargo, alegando problemas pessoais. A expectativa dele é assumir até o começo de março. Enquanto isso, a delegada regional da Anffa, Consuelo Paixão Cortes, afirma esperar que o MPF acolha denúncia da categoria e revogue a decisão. O deputado Luis Carlos Heinze disse que conversou com a ministra Kátia Abreu sobre o tema, mas ela teria dito que a nomeação não seria alterada. (Correio do Povo)

 

    

 

 

         

Porto Alegre, 24 de fevereiro de 2016                                                Ano 10- N° 2.211

 

     Preço do leite se recupera no Rio Grande do Sul

As dificuldades climáticas e o início da entressafra resultaram em recuperação dos preços dos produtos lácteos no Rio Grande do Sul neste mês de fevereiro. Segundo levantamento do Conseleite divulgado nesta quarta-feira (24/02), o valor de referência do leite para fevereiro é de R$ 0,8590, aumento de 0,98% em relação ao consolidado de janeiro, que ficou em R$ 0,8506 e já representou alta de 0,99% em relação ao previsto de R$ R$ 0,8422. As cotações estão bem acima dos valores de mercado de fevereiro de 2015, contudo, não acompanham o desempenho do setor em Santa Catarina e Paraná, onde os preços estão em um patamar superior. O descolamento entre a realidade gaúcha e a dos demais estados da Região Sul preocupa o Conseleite/RS. "A realidade em Santa Catarina está descolada, bem acima dos preços do Rio Grande do Sul. Precisamos entender o que está acontecendo", frisou o presidente do Conseleite, Jorge Rodrigues.

 

Foto: Carolina Jardine

A tendência de aumento foi acompanhada por outros produtos lácteos como o queijo e o creme, por exemplo.   Segundo o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, a previsão é de novas elevações nos próximos meses com o período de volta às aulas, quando aumenta a demanda das famílias. "A lei da oferta e da procura é soberana. Temos menos leite no mercado e uma demanda ampliada típica desta época do ano", justificou Guerra. Segundo ele, o reajuste é essencial para assegurar a competitividade da indústria gaúcha, que enfrenta concorrência acirrada pelo mercado interno. Também garante valorização adequada ao produtor que vem enfrentado aumento de custos e achatamento de rentabilidade. Muitos criadores de gado leiteiro têm abandonado a atividade ou substituindo-a por outras mais lucrativas como o milho e a soja. Com aumento do milho, pontua ele, também se reduziu a oferta de ração aos animais, o que diminuiu a produção de leite a patamares abaixo dos níveis tradicionais da entressafra.   

Custo de Produção
Durante a reunião, as entidades representativas dos produtores de leite também deliberaram por realizar reunião no próximo dia 17 de março, às 9h, na Fetag. A ideia é debater os modelos de produção e os custos do processo. Devem estar presentes representantes da Farsul, Fetag e Fecoagro, e a ideia é avaliar parâmetros de cálculo que permitam a avaliação se os parâmetros de custo de produção do Conseleite estão de acordo com a realidade do mercado.  Os apontamentos serão apresentados na próxima reunião do Conseleite, em 22 de março. 


 
A Tabela 2 mostra os valores projetados para o preço de referência no mês de fevereiro de 2016, tanto do preço de referência do leite padrão quanto dos preços de referência acima e abaixo do leite padrão. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
 
  
 
Aliança Láctea recorrerá ao Codesul por harmonização tributária
O impasse criado pela adoção de substituição tributária para o leite UHT pelo estado do Paraná gerou debate acalorado nesta terça-feira (23/02) em reunião da Aliança Láctea Sul Brasileira, realizada em Porto Alegre (RS).  A medida dificulta o acesso do leite produzido em SC e no RS àquele mercado, com custo majorado em cerca de R$ 0,15 o litro ao consumidor. Integrantes do fórum de estados questionaram o porquê da decisão, que coloca o Paraná ao lado de São Paulo em ações restritivas ao leite e dificulta a almejada harmonização tributária na Região Sul.  Lideranças pontuaram a importância de decisões políticas de governo que ajudem nesse objetivo. Foi definido que um pedido oficial da Aliança Láctea será levado ao Codesul para que os governadores do RS, SC e PR tentem um entendimento acerca da questão fiscal do leite UHT. Há informação que as secretarias estaduais de Fazenda já estão trabalhando em uma proposta conjunta. Presente no encontro, o secretário da Agricultura, Ernani Polo, ficou de encaminhar a questão.

O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, sugeriu que, frente ao fato concreto de majoração tributária no Paraná, os demais estados adotem medidas que permitam proteger seus mercados. "Os estados vão ter que tomar ações para que suas indústrias se mantenham viáveis", frisou Guerra. Segundo o dirigente, o Rio Grande do Sul enfrenta um custo de logística maior e, para se manter competitivo, tem sua margem de lucro achatada.

O presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios do PR (Sindileite/PR), Wilson Thiesen, explicou que, depois de quatro anos de debates, a decisão foi uma imposição das próprias indústrias paranaenses que tinham apenas 24% do mercado local de UHT e viam seus excedentes sendo escoados a São Paulo como leite spot. Apesar disso, pediu apoio dos demais estados para lutar contra as restrições do mercado paulista, o que classifica como inconstitucional.
A Aliança Láctea ainda avaliou o Projeto de Lei da senadora Ana Amélia Lemos, que prevê equiparação tributária de todos os produtos da cesta básica entre as 27 unidades da federação. A medida, que beneficiaria o leite, coloca fim à guerra fiscal mas ainda precisa de encaminhamentos, principalmente em relação à reposição das perdas de alguns estados com a medida. A Farsul declarou-se favorável ao projeto, mas informou que ainda não há uma proposta fechada nem um percentual definido. Uma das hipóteses, pontou o economista da Farsul, Antônio da Luz, é que tais produtos tenham tributação zerada. "Esse é o nirvana dos setores, mas é complexo frente à situação financeira dos estados", destacou Luz.

A próxima reunião da Aliança Láctea ocorrerá dia 18 maio em Florianópolis. Ainda há agendas previstas para julho e setembro, quando a ideia é que o RS assuma a coordenação do grupo.

A Aliança Láctea Sul Brasileira 
É um fórum criado pelos três estados da Região Sul do Brasil (RS, SC e PR) com o objetivo de reunir pessoas e descobrir sinergias que ajudem ao desenvolvimento do setor. Sua atuação é baseada por cinco grandes eixos de trabalho: qualidade do leite, sanidade, assistência técnica e profissionalização dos produtores, estrutura industrial e tributação.

 
Reunião nesta terça-feira na Farsul

Foto: Carolina Jardine

Lácteos têm alta na primeira quinzena do mês

Os preços dos lácteos subiram 0,9% no mercado atacadista na primeira quinzena de fevereiro, em relação à segunda metade de janeiro, considerando a média de todos os produtos pesquisados pela Scot Consultoria. O grupo dos queijos e o leite em pó lideraram as altas, com valorização de 1,7% e 1,1% no período, respectivamente. O leite longa vida também subiu, o litro ficou cotado em R$ 2,16, alta de 4,1% desde o começo do ano. Em relação ao mesmo período do ano passado, a valorização foi de 17,0%. Mesmo em momento de consumo fraco na ponta final da cadeia, a captação tem sido menor, o que diminui a disponibilidade do produto no mercado. De acordo com a Scot, com os aumentos nos custos, os produtores estão investindo menos, o que colabora com a queda da produção. Os laticínios estão reajustando não só os preços do leite longa vida, mas também de outros lácteos, na tentativa de manter as margens de comercialização, já que o preço ao produtor também subiu, diz a consultoria. (Canal Rural/Scot Consultoria)

 


Seapi apresenta decreto
A Secretaria da Agricultura (Seapi) apresenta hoje à tarde, às entidades do setor lácteo, minuta do decreto que vai regulamentar a Lei do Leite -- 14.835, sancionada em 6 de janeiro. A reunião ocorre na sede da Fecoagro. A proposta foi elaborada por técnicos da Pasta e está aberta a sugestões. O prazo de 90 dias para a regulamentação da lei encerra no início de abril. Os transportadores que forem flagrados comercializando leite -- pela lei, a prática fica proibida -- poderão ser penalizados com a perda do cadastro, que pela nova legislação será obrigatório. Entre os pontos que ainda necessitam ser debatidos, explica o veterinário Danilo Cavalcanti, coordenador da Câmara Setorial do Leite, está a normatização do transporte interestadual de leite em função do documento de trânsito que passará a ser exigido no Estado. (Correio do Povo)
 

 

    

         

Porto Alegre, 23 de fevereiro de 2016                                                Ano 10- N° 2.210

 

     Seapi padroniza nomenclatura de queijo colonial

Através de portaria assinada essa semana pelo secretário da Agricultura, Pecuária e Irrigação Ernani Polo, o queijo colonial passa a responder apenas por essa nomenclatura. Até então alguns produtos eram registrados e embalados como "tipo colonial", embora o queijo fosse o mesmo apenas com nome diferente. A necessidade da padronização foi apontada em auditoria do Ministério da Agricultura em novembro do ano passado. (Seapi/RS)
 
 
  
RAR/Rasip lança loja virtual

Para atender cada vez melhor aos seus consumidores, a RAR/Rasip lançou seu e-commerce. Através do espaço virtual, os produtos da marca, como queijos, vinhos, azeites, acetos balsâmicos e kits especiais serão comercializados para todo o Brasil. "Queremos levar nossos produtos de forma ágil, através de uma online segura", destaca o diretor-superintendente da empresa, Sergio Martins Barbosa. 

Entre outros produtos, a empresa sediada em Vacaria/RS, responde pela primeira fábrica de queijo tipo grana no Brasil e na América Latina, e de seus derivados como creme de leite, manteiga sob a marca Campos Gourmet e queijo ralado nas marcas Gran Formaggio e Campos de Vacaria. A marca RAR também comercializa queijos italianos importados Grana Padano, Parmigiano Reggiano e Pecorino Romano. (Revista Balde Branco)

Tetra Pak divulga perfil de consumo 
 
Há uma nova geração de consumidores: os denominados Millennials.  São jovens que têm entre 20 e 35 anos, são exigentes e gastam cerca de US$ 600 bilhões por ano, segundo um estudo global realizado pela Goldman Sachs e divulgado pela Tetra Pak.  O levantamento aponta que, em relação ao hábitos de consumo, o grupo está sempre procurando novos produtos e serviços.
 
Uma tendência do grupo é a busca por refeições (comidas e bebidas) rápidas e simples. Cerca de 41% deles disseram que estão dispostos a pagar mais por produtos que facilitem suas vidas. Eles têm como foco a preocupação com a saúde, sendo que mais da metade (51%) evita fast-foood e 63% afirma escolher alimentos e bebidas que conferem mais qualidade de vida.

Os consumidores Millennials buscam cinco atributos-chave nos produtos quando vão às compras: o aspecto da embalagem, se o manuseio e o transporte são fáceis, se é prático para comer e beber diretamente, se a embalagem pode ser fechada novamente e se o produto é sustentável. (Revista Balde Branco)

Laticínio vai exportar soro em pó

Relat, laticínio gaúcho localizado no município de Estação, deverá iniciar as exportações de soro de leite em pó ainda no primeiro semestre deste ano. A decisão veio após conseguir, no final do ano passado, a homologação do Ministério da Agricultura e a certificação de qualidade ISSO 22000. Segundo o diretor da empresa, Claudio Hausen de Souza, os contatos iniciais estão sendo feitos com o Peru, Colômbia, Argélia e Marrocos.

A empresa é líder na fabricação de soro de leite em pó na região sul. Atualmente, tem produzido na sua capacidade máxima, de 65t/dia. "Apesar de o câmbio estar favorável à exportação, o preço do soro internacionalmente segue baixo. Mesmo assim, a expectativa é de que os valores reajam nos próximos meses, valorizando a exportação do produto", observa o dirigente. (Revista Balde Branco)

Goiás quer implantar Conseleite

O presidente do Sindileite-Sindicato das Indústrias de Laticínios no estado de Goiás, Joaquim Guilherme Barbosa de Souza, iniciou articulação para implantar o Conseleite - conselho Paritário do Leite no Estado. "Trata-se de uma antiga aspiração de produtores e industriais do setor, mas só agora deverá ganhar mais fôlego em se tratando de sua implantação", ele afirma.

A instituição cuidará dos interesses dos produtores de leite e das indústrias de laticínios, buscando consenso no que se refere à qualidade dos produtos, tanto in natura quanto industrializados, e dos custos de produção. Esses dados serão repassados para a Universidade Federal de Goiás, que elaborará uma planilha e, a partir dela, todos passarão a conhecer as políticas de preços dos diferentes elos de forma transparente. (Revista Balde Branco)

Projeto para avaliar qualidade do leite

Está sendo realizado na Embrapa Gado de Leite um treinamento que visa capacitar técnicos com atuação na área de Tecnologia da Informação para acompanhar o desenvolvimento de um sistema de inteligência para análise dos dados da qualidade do leite no Brasil. O treinamento reúne analistas de quatro unidades: Gado de Leite, Informação Tecnológica, Informática Agropecuária e Monitoramento por Satélite, além do Departamento de Tecnologia da Informação e do Departamento de Transferência de Tecnologia da empresa.

O sistema a ser desenvolvido reunirá informações geradas pelos laboratórios da Rede Brasileira de Laboratórios de Qualidade do Leite e pelo SIF - Serviço de Inspeção Federal a partir dos últimos 10 anos. De acordo com o chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo do Carmo Martins, trata-se de um projeto estratégico que vai consolidar dados gerados pelos laboratórios e transformá-los em conhecimento para subsidiar o Mapa e o Governo Federal no acompanhamento da qualidade do leite do País. "O objetivo é criar condições que favoreçam o desenvolvimento das estratégias, o estabelecimento de políticas públicas, a proposição de normas e legislações. Enfim, criar um painel para aumentar a competitividade do leite brasileiro", afirmou. O treinamento, ministrado pela empresa First Decision, é composto de dois cursos que compreendem o preparo e a organização dos dados para geração de conhecimento para apoiar processos decisórios. (Revista Balde Branco)
 

Ordenhadeiras e a redução de impostos
No final de 2015 recebeu parecer favorável pela aprovação do projeto 8119/14, do deputado federal Alceu Moreira, que isenta do IPI (Imposto de Produto Industrializado) as peças de borracha usadas em máquinas de ordenha e em aparelhos da indústria de laticínios. Atualmente, esses equipamentos são taxados em 5%. Já algumas peças de borracha, como teteiras, anéis de vedação e mangueiras usadas nas máquinas de ordenhar, têm alíquotas de 18%. "O custo das teteiras, que entram em contato direto com o animal e podem alterar a cor, o sabor e a integridade do leite, tem adiado a substituição dessas peças, impactando a remuneração do produtor e a qualidade da matéria-prima", argumenta. (Revista Balde Branco)

         

Porto Alegre, 22 de fevereiro de 2016                                                Ano 10- N° 2.209

 

     PIB per capita deve cair até 2017, mas menos que nos anos 80

Entre 2014 e 2017, o Brasil poderá ter, pela primeira vez na sua história, quatro anos seguidos de queda no Produto Interno Bruto (PIB) per capita, mas a retração no período será proporcionalmente menor que nas recessões dos anos 80 e 90. Com a queda da taxa de fecundidade, a proporção é mais favorável às famílias. Além disso, mudanças sociais (como o maior emprego das mulheres casadas) e o aumento da rede de proteção do Estado tendem a atenuar o impacto negativo dessa queda na renda média da população. Por outro lado, o expressivo ganho de renda dos últimos anos, amplia a sensação de perda da população. Considerando as previsões atuais do boletim Focus, do Banco Central, a retração acumulada do PIB per capita pode alcançar 11% no período 2014¬2017, enquanto a contração do PIB ficará em 7%. Essa situação é diferente daquela vivida na recessão do início dos anos 80, quando o PIB per capita caiu por três anos seguidos, mas somou retração de 13%, o dobro da queda do PIB, que foi de 6,4%, embora não tenha sido consecutiva. O menor ritmo de crescimento da população explica por que o recuo do PIB per capita, agora, não é tão intenso como foi nos anos 80. Naquela época, a população crescia 2,3 % ao ano. Atualmente, cresce 0,9%. Entre os anos 80 e hoje, o número de filhos por mulher caiu de 4,4 para 1,9. Além de encolher em decorrência dessa mudança na taxa de fecundidade, as famílias estão menos dependentes da renda de um só membro. Há 30 anos, a taxa de participação das mulheres casadas no mercado de trabalho era de 20%. Em 2010, já havia chegado a 54%. Embora no conjunto a renda familiar média possa ficar mais preservada na atual crise, os economistas ponderam que as famílias tendem a sentir mais a atual crise também em função das mudanças dos últimos anos. Mais cientes dos seus direitos, vindas de um período de inflação mais controlada e com o poder de consumo ampliado pelo crédito, que agora secou, a sensação de perda pode ser maior. Luiz Guilherme Schymura, diretor do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre¬FGV), diz que a rede de proteção hoje é maior, o que decorre de programas como Bolsa Família (criado em 2004), seguro¬desemprego (introduzido em 1986, ampliado e reformulado em 1994) e o salário mínimo para idosos (introduzido pela Lei Orgânica das Assistência Social, a Loas, de 1993). "As famílias estão mais protegidas", afirma o economista, ressaltando que, apesar dessa "defesa", a expectativa é outra.

Nos anos 80 e 90, diz Schymura, o salário mínimo funcionava como uma política de controle da inflação, e de certa forma a população de baixa renda era mais resignada. Hoje, a população está mais ciente dos seus direitos e vem de uma década de conquistas sociais e econômicas, o que torna a sensação de perda de bem¬estar muito grande. "A percepção é muito negativa, e o que move é a expectativa", avalia. Para o pesquisador associado do Ibre, Claudio Considera, a queda do PIB per capita representa uma retração da renda média das famílias, mas nessa "média" quem sente mais a perda de bem¬estar são as famílias pobres. Embora a rede de proteção social seja maior que nas recessões anteriores, as pessoas mais pobres sofrem mais porque não possuem patrimônio ou poupança que possam ser gastos nesse momento. Além disso, a sua rede social também é uma rede de pessoas pobres e também menos qualificadas para encontrar novas oportunidades no mercado de trabalho. "O Brasil é um país muito desigual, e a recessão torna essa situação mais aguda", diz Considera. O economista Fábio Silveira, da GO Associados, pondera que a queda da renda média familiar pode ser menor, mas vai incidir sobre uma renda maior, o que amplia a sensação de perda. Entre 2003 e 2014, diz ele, a renda familiar cresceu mais de 60% em termos reais. Esse aumento da renda associado ao crédito ampliou o poder de consumo das famílias. É como se, na década de 80, a perda de renda de uma família de classe média a impedisse de comer fora em restaurantes durante dois anos. Agora, a crise vai impedi¬la de comprar carro e viajar nas férias. No limite, diz, serviços que foram incorporados ao dia a dia das famílias nos últimos anos podem ser revistos. "Todo o colchão é maior e mais largo, mas isso não significa que ele não vai encolher", pondera Silveira. Considera concorda. "A inflação vai corroer o poder de compra dos benefícios do Bolsa Família", diz ele, acrescentando que, além da perda da renda, o ajuste fiscal em curso reduz o espaço para o Estado fazer qualquer tipo de compensação. (Valor Econômico)
 
 
  
 
Corte no orçamento afetará seguro rural

O tamanho da tesourada a ser aplicada sobre os R$ 741 milhões destinados à subvenção do seguro rural em 2016, diante de novo corte no orçamento determinado ao Ministério da Agricultura, será conhecido nesta semana. Secretário de Política Agrícola da pasta, André Nassar é direto ao afirmar que haverá impacto.

- O corte geral no ministério foi de 30%. Só nesta semana saberemos o quanto vai impactar (o seguro) - afirmou, quando visitou o Estado durante a 26ª Abertura da Colheita do Arroz.

Diante dessa nova realidade, fica cada vez mais complicado atender à demanda de fruticultores, em especial os produtores de uva, que tiveram perdas de até 65%, para realocar recursos deste ano para cobrir o rombo que ficou da subvenção do seguro rural do ano passado.

- Se formos utilizar de novo o orçamento para cobrir o ano anterior, continuaremos em uma bola de neve e nunca conseguiremos fazer o seguro chegar onde se quer - diz Nassar.

Em 2015, o governo usou parte do orçamento para pagar o montante que havia faltado em 2014. O valor considerado ideal para o seguro seria de R$ 1 bilhão, segundo o secretário de Política Agrícola. Essa quantia permitiria cobrir 90% do custeio agrícola.

O único alento, às vésperas de mais uma Expodireto-Cotrijal, é de que a redução no orçamento não irá afetar o Moderfrota, linha de financiamentos para compra de máquinas. Pelo contrário. Nassar afirma que o governo trabalha para ampliar o R$ 1,5 bilhão disponível até junho. O pedido, sustentando pelo presidente da Expodireto-Cotrijal, Nei César Mânica, era para mais R$ 2,5 bilhões para a safra 2016/2017.

A ideia, no entanto, afirma o secretário, é ter recursos adicionais ainda para o primeiro semestre. A prerrogativa de anunciar a cifra caberá à ministra Kátia Abreu, que confirmou presença na feira em Não-Me-Toque. Quem sabe virão de lá, enfim, boas notícias. (Zero Hora)

Desemprego sobe para 9% no trimestre até novembro, o maior desde 2012

A taxa de desemprego aumentou para 9% no trimestre encerrado em novembro de 2015, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a maior taxa desde o início da pesquisa, iniciada em 2012. No mesmo período em 2014, o desemprego atingia 6,5% da população economicamente ativa do país. No trimestre encerrado em agosto, a taxa era de 8,7%. A população desocupada, de 9,1 milhões de pessoas, cresceu 41,5% (mais 2,7 milhões de pessoas) no confronto com igual trimestre de 2014, e aumentou 3,7% (323 mil pessoas) em relação ao trimestre de agosto. É o maior número de desempregados de toda a série da Pnad Contínua.

Já a população ocupada, de 92,2 milhões de pessoas, é 0,6% menor que a do mesmo período em 2014, de 92,7 milhões de pessoas. No trimestre encerrado em agosto, 92,3 milhões estavam empregados. A chamada população fora da força de trabalho diminuiu em 200 mil pessoas, para 63,5 milhões na comparação com 2014, e ficou estável ante o trimestre anterior. A Pnad Contínua verifica o desemprego em todas as regiões do país. 

Menos estabilidade
Ao todo, 1,114 milhão de pessoas perderam o emprego com carteira assinada no trimestre encerrado em novembro do ano passado, ante igual período de 2014. O número representa uma queda de 3,1% nesse contingente. Ainda segundo a Pnad Contínua, houve queda também no emprego sem carteira no setor privado. Em um ano, o recuo foi de 3,5%, o que representou uma perda de 364 mil vagas nessa posição na ocupação. Por outro lado, tipos de trabalho com menor estabilidade ganharam força. Mais de 969 mil pessoas começaram a trabalhar por conta própria - alta de 4,5% na comparação com o trimestre encerrado em novembro de 2014. Já o número de empregadores, aquele que oferece pelo menos uma vaga em seu negócio, subiu 3,3%, ou 127 mil pessoas nesse grupo em um ano. 

O trabalho doméstico também cresceu e reforça o cenário de deterioração do mercado de trabalho. Ao todo, 228 mil pessoas entraram para essa atividade, o que representa uma alta de 3,8% ante novembro de 2014. Indústria demite mais O setor industrial foi o que mais demitiu no trimestre encerrado em novembro. O emprego no setor caiu 6,1%, ante igual período de 2014, o que representa o fechamento de 821 mil postos de trabalho. Outro destaque negativo foi o grupo que inclui, entre outros, atividades financeiras e imobiliárias: 668 mil vagas foram fechadas nesses 12 meses, queda de 6,3%. O setor da agropecuária fechou 179 mil vagas, baixa de 1,9%. Ainda no lado negativo, 140 mil pessoas perderam emprego no segmento "outros serviços", o que representa uma queda de 3,3%, na comparação com o trimestre encerrado em novembro do ano passado. Já a construção se manteve praticamente estável. Ao todo, foram criados 12 mil empregos no setor, o que significa uma alta de 0,2% na mesma base de comparação. Na comparação com o trimestre anterior, encerrado em agosto, houve aumento de 6,1% no número de ocupados no setor, ou 446 mil empregos a mais, o melhor resultado entre os setores nesse tipo de confronto. Entre os destaques positivos está a criação de 219 mil ocupações no comércio. Ante o trimestre encerrado em novembro de 2014, houve crescimento de 1,3%. 

Outros setores que também contrataram nesse mesmo período de comparação: alojamento e alimentação, com 209 mil novas vagas (+4,9%); transporte, armazenagem e correio, com mais 193 mil ocupações (+4,6%); o grupo que inclui administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais ¬ que contratou 332 mil trabalhadores (+2,2%). 

Renda
Quanto à renda, o rendimento médio real habitualmente recebido em todos os trabalhos (R$ 1.899) caiu 1,3% ante o mesmo período em 2014, quando era de R$ 1.923, e recuou 0,7% ante o trimestre anterior, quando era de R$ 1,923. A massa de rendimento real habitualmente recebida em todos os trabalhos para o trimestre encerrado em novembro (R$ 169,9 bilhões) caiu 1,7% ante os R$ 172,8 bilhões do mesmo período em 2014, e recuou 0,6% ante os R$ 171 bilhões do trimestre anterior. (Valor Econômico)

 

Argentina 
A balança comercial da Argentina fechou 2015 com déficit de US$ 3,035 bilhões e reverteu a tendência positiva dos anos anteriores - informou nesta quinta-feira o instituto oficial de estatísticas Indec. O total exportado bateu US$ 56,752 bilhões, enquanto as importações registraram US$ 59,787 bilhões, de acordo com o Indec. Em 2014, o saldo favorável no comércio chegou a US$ 3,1 bilhões. O melhor ciclo dos últimos cinco anos foi em 2012, com superávit de US$ 12 bilhões. (Agência IN)
 

 

Porto Alegre, 19 de fevereiro de 2016                                                Ano 10- N° 2.208

 

     Exportações de lácteos dos EUA quebram ciclo de cinco anos de crescimento

Enfrentando o mercado global mais fraco em mais de uma década, as exportações de lácteos dos Estados Unidos declinaram em 2015, quebrando um ciclo de cinco anos consecutivos de expansão. As exportações totalizaram US$ 5,24 bilhões no ano passado, 26% a menos que o nível recorde de 2014. O volume total exportado caiu 8%, para 1,65 bilhão de quilos de sólidos do leite (base de sólidos totais). O volume exportado representou 14% da produção de leite dos Estados Unidos em 2015, menos que os 15,3% em 2013-14.

 

Uma combinação de fatores se uniram para alterar o balanço entre oferta e demanda no ano passado, criando um ambiente altamente competitivo: a demanda por leite em póda China caiu; a Rússia proibiu produtos lácteos da Europa; e a oferta de leite na Europa cresceu dramaticamente quando as cotas de produção chegaram ao fim. Ao mesmo tempo, os problemas no porto da Costa Oeste prejudicaram as vendas dos Estados Unidos no começo do ano e a forte demanda doméstica manteve os preços por queijos e gordura do leite nos EUA acima dos valores do mercado mundial.

Como resultado, os exportadores perderam participação nos principais mercados da Ásia e da região do Oriente Médio/África do Norte, em quase todos os segmentos de produtos. Dessa maneira, os fornecedores focaram em vendas de leite em pó desnatado e queijos ao México, América do Sul e Caribe. As exportações totais de leite em pó desnatado, de fato, alcançaram um novo recorde, de 559.735 toneladas no ano passado. A maioria das outras categorias, entretanto, registrou quedas.

"Durante a última década, o mercado mundial de lácteos foi primariamente um mercado de compradores, favorável aos exportadores dos Estados Unidos. O ano de 2015 foi mais um mercado de vendedores e 2016 deverá se manter assim", disse o presidente do Conselho de Exportadores de Lácteos dos Estados Unidos (USDEC), Tom Suber. "Os fornecedores dos Estados Unidos precisam entender que agora isso pode ser normal por enquanto e que precisarão ser particularmente agressivos para competir com os exportadores da Europa e da Oceania".

Em longo prazo, entretanto, o USDEC está confiante de que a demanda global por lácteos novamente pressionará as ofertas de leite disponíveis. "Isso deverá trazer maiores preços e uma retomada no aumento das exportações aos fornecedores dos Estados Unidos", disse Suber. (As informações são do blog do USDEC, traduzidas pela Equipe MilkPoint)
 
  
 
Retração do leite no exterior deve limitar alta doméstica

A forte queda nos preços do leite em pó no mercado internacional, que se acentuou recentemente, tende a limitar a valorização das cotações ao produtor no Brasil, embora o cenário seja de menor oferta interna de matéria-prima. O motivo é que, com as atuais cotações internacionais, até mesmo o leite em pó de países de fora do Mercosul ficou mais competitivo para entrar no mercado brasileiro, segundo especialistas e indústrias.

No último leilão da plataforma Global Dairy Trade (GDT), referência para os preços de lácteos no mercado internacional, na terça-feira, a cotação do leite em pó ficou em US$ 1.890 por tonelada, quase 42,3% inferior aos US$ 3.272 de igual período de 2015. O recuo reflete um ambiente de aumento da produção na União Europeia e nos EUA e de retração da demanda de China e Rússia.

Nesse patamar registrado no leilão, o leite em pó importado dos EUA - por US$ 2.400 a tonelada, acrescendo a Tarifa Externa Comum (TEC) para produto de fora do Mercosul de 28% e considerando um dólar a R$ 4,00 - teria um preço equivalente, em leite fresco a R$ 1,19 o litro, colocado na indústria no Brasil, segundo os cálculos de Valter Galan, analista do MilkPoint, consultoria especializada em lácteos. O valor, observa, é muito próximo do que se vê no mercado brasileiro hoje. Para chegar ao valor equivalente do leite fresco no mercado interno, Galan considera o custo do leite em pó importado colocado no Brasil, menos o custo de industrialização e o uso de 8,2 litros de produto fluido para cada quilo de leite em pó produzido.

No caso da matéria-prima nacional colocada na indústria, o valor está entre R$ 1,10 e R$ 1,12, conforme a consultoria. Em outro exemplo de importação, o leite do Mercosul chegaria com valor equivalente a R$ 1,15 por litro colocado na indústria. "Apesar do dólar, os preços internacionais baixos deixam o leite importado competitivo", afirma Galan. "Se o dólar se mantiver no patamar de R$ 4,00, ao preço que está o mercado internacional, se estabelece um limite até onde pode ir o valor [do leite] no mercado doméstico", concorda Laércio Barbosa, do Laticínios Jussara.

Redução de investimentos na produção por causa do alto custo dos grãos eproblemas climáticos em bacias leiteiras estão limitando a oferta brasileira de leite. A estimativa do MilkPoint é de que tenha havido queda de 3% a 3,5% em 2015, em relação à produção de 24,747 bilhões de litros do ano anterior. Diante dessa redução que persiste, laticínios nacionais já está pagando mais pela matéria-prima, assim como o consumidor pelo produto final. Nas negociações do chamado spot (entre laticínios), o preço médio no Brasil, ficou em R$ 1,29 por litro nesta segunda quinzena de fevereiro. Era de R$ 1,22 na primeira quinzena do mês, segundo acompanhamento do MilkPoint. Um mês antes, estava em R$ 1,08.

Embora a produção esteja em queda no Brasil e o leite importado possa ser uma opção para empresas de alimentos ou mesmo laticínios, no atual cenário, analistas e indústrias lembram que a demanda doméstica também está fraca.

Até por isso, Marcelo Costa Martins, diretor-executivo da Viva Lácteos (que reúne empresas do segmento), não vê "possibilidade de crescimento significativo de importações pois não há aumento da demanda interna". Ele considera que as empresas devem importar para suprir suas necessidades. Mas como a oferta interna de leite é menor, o preço não deve cair no curto prazo.

Já as exportações de lácteos do Brasil estão menos competitivas. E os volumes caem. Em janeiro, foram embarcadas 3 mil toneladas, por US$ 10 milhões. Haviam sido 5 mil em dezembro de 2015, com receita de US$ 17 milhões. Já as importações somaram 8 mil toneladas (por US$ 21 milhões) em janeiro ante 12 mil toneladas (US$ 29 milhões) em dezembro do ano passado. (As informações são do Valor Econômico)

FAO X Embrapa 

Uma das mais importantes agendas para o ano de 2016 se concretizou na terça-feira (16/02) na Embrapa. A unidade em Pelotas/RS, Embrapa Clima Temperado, apresentou sua carteira de projetos de pesquisa agropecuária em suas três bases físicas - Sede, Estação Experimental Terras Baixas (ETB) e Estação Experimental de Cascata(EEC), que compõem a infraestrutura de apoio a pesquisa, desenvolvimento e inovação da Unidade - além de realizar visitas às áreas experimentais e laboratórios, que contemplam as cadeias produtivas e os diversos temas estratégicos de atuação ao representante da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO no Brasil, Alan Bojanic.

O diretor-executivo de Transferência de Tecnologia (TT) da Empresa, Waldyr Stumpf Júnior, e o chefe do Departamento de Transferência de Tecnologia (DTT), Fernando do Amaral Pereira, estiveram junto à comitiva de trabalho composta por chefes, assessores e equipe da unidade local. A FAO é o principal órgão das instituições internacionais para o combate à fome no mundo. A programação foi densa e considerada pelo visitante como estratégica para conhecimento e melhor articulação e integração entre a Embrapa e a FAO. (Embrapa)

Software
No dia 22 de março, durante o IV Simpósio em Produção Animal e Recursos Hídricos, o pesquisador Ronaldo Vibart, da Nova Zelândia, apresenta o software de gestão de qualidade de água e nutrientes, o Overseer®. Este programa é considerado um avanço na área agrícola. A ferramenta auxilia produtores rurais no manejo e gestão estratégica dos recursos naturais, nutrientes e resíduos das produções pecuárias. Além disso, minimiza as perdas de nutrientes para o meio ambiente. O pesquisador neozelandês conta que a escala e a intensificação da pecuária em seu país, particularmente a de bovinos de leite, tem sido um fator de pressão sobre os recursos naturais. Com isso, a quantidade e qualidade das águas que drenam a paisagem da Nova Zelândia têm sido tema de crescente preocupação e debate na sociedade. O programa Overseer® se tornou uma ferramenta importante para os conselhos regionais, pois auxilia na gestão da qualidade de água. O software está disponível gratuitamente on-line para agricultores, consultores e assessores da indústria. (Embrapa)
 

 

    

 

Porto Alegre, 18 de fevereiro de 2016                                                Ano 10- N° 2.207

 

     Preços/SC

A diretoria do Conseleite Santa Catarina reunida no dia 18 de Fevereiro de 2016, atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I, aprova e divulga os preços de referência da matéria-prima leite, realizado no mês de Janeiro de 2016 e a projeção dos preços de referência para o mês de Fevereiro de 2016. Os valores divulgados compreendem os preços de referência para o leite padrão, bem como o maior e menor valor de referência, de acordo com os parâmetros de ágio e deságio em relação ao Leite Padrão, calculados segundo metodologia definida pelo Conseleite-Santa Catarina.  (FAESC)
 

  
 
Brasil e Argentina discutem estratégias de abertura de mercados para produtos agropecuários

A secretária de Relações Internacionais do Agronegócio, Tatiana Palermo, o secretário de Política Agrícola, André Nassar, e o secretário de Defesa Agropecuária Luis Rangel, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), receberam nesta quarta-feira (17) a comitiva do secretário da Agricultura, Pecuária e Pesca do Ministério da Agroindústria da Argentina, Ricardo Negri, para estreitar a relação bilateral. O principal objetivo foi construir uma agenda conjunta para impulsionar o comércio internacional de produtos agropecuários.

O governo do novo presidente da Argentina, Mauricio Macri, acredita que o agronegócio será o vetor de desenvolvimento do país. Por isso, a Argentina propõe a construção de uma ambiciosa agenda de negociações comerciais com grandes mercados importadores de produtos agropecuários. Os dois ministérios concordam que as tratativas com a União Europeia, China e Rússia, além de outros mercados, devem ter prioridade na pauta dos governos.

A Argentina propõe, ainda, a retomada do mecanismo de consultas bilaterais em matéria sanitária e fitossanitária, entre os dois ministérios, criado em 2010. Além disso, sugere a coordenação das posições dos dois países em fóruns internacionais. "Como Brasil e Argentina são grandes exportadores de alimentos, com a construção de uma agenda comum, teremos voz mais ativa nos organismos internacionais como o Codex Alimentarius, Comitê da Organização Mundial do Comércio (OMC) e na Organização Mundial de Saúde Animal (OIE)", destacou Tatiana Palermo.

O governo argentino garantiu apoio ao Brasil no grupo de análise de risco sanitário e fitossanitário no âmbito da Junta Interamericana de Agricultura, que engloba todos os países das Américas. O secretário Rangel destacou a importância de ferramentas de alerta rápido e da harmonização de entendimentos e procedimentos na área sanitária e fitossanitária.

O secretário André Nassar apontou o interesse do Mapa em estreitar cooperação com a Argentina na área de infraestrutura e logística para o escoamento de produtos agropecuários, que foi bem recebido pelos argentinos. Os visitantes também ressaltaram a relevância da cooperação técnico-científica entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (Inta).

Para a reunião em Brasília, vieram da Argentina, além do secretário Ricardo Negri, a secretária de Mercados Agroindustriais, Marisa Bircher, o diretor nacional de Relações Agroalimentares Internacionais do Ministério de Agroindústria, Omar Ernesto Odarda, e o diretor nacional de Proteção Vegetal do Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar, Diego Quiroga. (As informações são do Mapa)

Fonterra lança leite com maior prazo de validade na Austrália

O leite Anchor Finely Filtered Milk, da cooperativa neozelandesa Fonterra, com a nova tecnologia de microfiltração para estender o prazo de validade em 40%, foi lançado no estado australiano de Victoria.

Embora todo o leite seja pasteurizado, a Anchor, uma das marcas da Fonterra, disse que usa microfiltração para reduzir as bactérias de ocorrência natural no leite pasteurizado que leva a estragos em um adicional de 95%. A marca faz isso colocando o leite em um filtro cerâmico especial, criando um produto que tem um prazo de validade estendido de 21 dias. O leite pasteurizado normal tem um prazo de validade de 15 dias. Nenhum aditivo ou conservante é adicionado ao leite para obter esse prazo de validade maior.
 

"Achamos que esse produto oferece aos consumidores um perfil superior de sabor, combinado com a conveniência de um prazo de validade estendido", disse o diretor de marketing da Fonterra, Kiril Simonovski.

"O leite tem se tornado algo como uma commoditie na Austrália, mas vemos a oportunidade de aumentar esse conceito com a Anchor e acreditamos que a microfiltração será responsável pela virada do jogo, com Victoria sendo nosso primeiro mercado. Sabemos que o consumidor compra de acordo com a data de uso porque querem um produto mais fresco. Achamos que a Anchor terá um apelo às famílias com discernimento que buscam um produto premium com um preço de varejo recomendado ligeiramente maior do que o leite regular".

O líder de processamento de alimentos da Organização de Pesquisa Industrial e Científica da Austrália (CSIRO, da sigla em inglês), Darren Gardiner, disse que a microfiltração tem sido bem recebida em outras partes do mundo. "Embora estejamos todos familiarizados com o conceito de filtração quando se fala de água e café, o passo adicional de filtrar as bactérias indesejadas no leite antes da pasteurização é um desenvolvimento importante no leite fresco. Nós parabenizamos a Anchor por fazer esse investimento e trazer essa inovação ao leite na Austrália e esperamos que essa experiência tenha o mesmo sucesso em companhias do Reino Unido e Canadá".

O leite Anchor é obtido de um pequeno número de fazendas em Western Victoria, localizadas próximas do local onde o leite é processado. (As informações são do Dairy Reporter)

Produção de leite ficou 5,4% mais cara

A alta do preço dos insumos cotados em dólar, como fertilizantes e suplementos minerais, e o avanço da cotação doméstica do milho elevaram os custos de produção do leite em 5,4% em 2015 ante 2014, conforme aponta a Scot Consultoria em seu Índice de Pecuária Leiteira.

De acordo com os analistas Juliana Pila e Rafael Ribeiro, na mesma base de comparação, o preço do leite recuou 2,2%. Com isso, a rentabilidade média para rebanhos de alta tecnologia caiu de 7,9% em 2014 para 1,7% no ano passado.

Já a pecuária leiteira de baixa tecnologia teve prejuízo, fechando o ano novamente no negativo, em -7,6%, o pior resultado na comparação com várias outras atividades agropecuárias analisadas pela consultoria e recuo maior ainda ante o resultado de 2014, que foi de -3,8%.

A perspectiva não é de melhora para o setor em 2016. "Além da economia ruim, que deverá continuar afetando diretamente o consumo, principalmente dos produtos de maior valor agregado, os preços dos insumos deverão permanecer em patamares elevados, com grande influência do dólar", afirmam os analistas da Scot em relatório. (Fonte: Estadão Conteúdo)
 

Importação de lácteos começa o ano em queda
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as importações brasileiras de lácteos reduziram em janeiro. O volume totalizou 8,4 mil toneladas no mês. Na comparação com o embarcado em dezembro último a queda foi de 28,6%. Para os gastos, a redução no período foi de 28,4%, totalizando US$21,05 milhões. O produto mais importado foi o leite em pó. O país importou 4,8 mil toneladas, num total de US$10,7 milhões no mês de janeiro. Os maiores fornecedores de produtos lácteos, em valor, foram a Argentina com 46,8%, o Uruguai com 25,7% e os Estado Unidos com 13,3%. (Scot Consultoria/Autor: Juliana Pila)
 

 

    

Porto Alegre, 17 de fevereiro de 2016                                                Ano 10- N° 2.206

 

     Sindilat apoia FIEMA Brasil 2016

Reforçando o compromisso social e a preocupação com o meio ambiente, o Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat) estará presente durante a 7ª edição da FIEMA Brasil, um dos mais expressivos encontros que sobre gestão ambiental do país. "Além de um espaço para novos negócios, a FIEMA é um importante encontro para difundir o conhecimento, possibilitando o acesso as mais novas soluções e tecnologias sustentáveis. Nosso apoio busca garantir e incentivar o desenvolvimento do setor lácteo gaúcho de forma sustentável", destaca o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra.  

O presidente da FIEMA Brasil 2016, Jones Favreto, reforça a importância da parceria. "A FIEMA é referência em inovação, informação, tecnologia e também em boas oportunidades de negócios. Essa realidade só é possível graças ao apoio de parceiros relevantes como o Sindilat que está a frente de inúmeras ações em benefício ao setor lácteo do Estado. Com a parceria do Sindilat podemos oferecer a expositores e visitantes um encontro realmente diferenciado e assertivo", disse. 

Realizada bienalmente, a Feira de Negócios e Tecnologia em Resíduos, Águas, Efluentes e Energia será realizada entre os dias 05 e 07 de abril no Parque de Eventos em Bento Gonçalves/ RS. Segundo a organização, a expectativa é receber cerca de 200 expositores com as principais novidades em equipamentos, produtos e serviços que possam auxiliar na inclusão da responsabilidade ambiental na gestão estratégica das organizações. Simultaneamente a feira, ocorre uma intensa programação voltada ao conhecimento como congressos e seminários. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
 
  
 
Conseleite/PR

A diretoria do Conseleite-Paraná reunida em Curitiba, atendendo os dispositivos disciplinados no Capítulo II do Título II do seu Regulamento, aprovou e divulgou os valores de referência para a matéria-prima leite realizados em janeiro de 2016, calculados por metodologia definida pelo Conseleite-Paraná, a partir dos preços médios e do mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes. Os valores de referência indicados nesta resolução correspondem à matéria-prima leite denominada Leite CONSELEITE IN62, que se refere ao leite analisado que contém 3% de gordura, 2,9% de proteína, 600 mil uc/ml de células somáticas e 600 mil uc/ml de contagem bacteriana. 

    

Para o leite pasteurizado o valor projetado para o mês de Fevereiro de 2016 é de R$ 1,8371/litro. Visando apoiar políticas de pagamento da matéria-prima leite conforme a qualidade, o Conseleite-Paraná disponibiliza um simulador para o cálculo de valores de referência para o leite analisado em função de seus teores de gordura, proteína, contagem de células somáticas e contagem bacteriana. O simulador está disponível no seguinte endereço eletrônico: www.conseleite.com.br/conseleite. (Fonte: Conseleite/PR) 

Legenda oculta na publicidade

As campanhas que foram ao ar neste ano precisaram de um toque final extra. Uma nova lei de acessibilidade, que entrou em vigor no dia 3 de janeiro deste ano, exige que os filmes publicitários transmitidos pelos canais abertos tenham o recurso de legenda oculta, conhecido como "closed caption", capaz de tornar a peça compreensível para os deficientes auditivos. A exigência provocou uma corrida entre os anunciantes para se adaptar e trouxe um novo mercado para produtoras e empresas de "streaming", que distribuem os vídeos às emissoras de TV. Desde 2006, as emissoras de TV estão sujeitas a cumprir normas para tornar seu conteúdo mais acessível. Um cronograma definido pelo governo determina que elas insiram recursos de legenda oculta, audiodescrição e Língua Brasileira de Sinais (Libras) gradativamente. 

Uma lei adicional, promulgada em 2015 e vá- lida a partir deste ano, estendeu a regra ao conteúdo publicitário. Até então, poucos anunciantes inseriam legenda nos seus comerciais. O recurso, em geral, estava nas campanhas do governo, de alguns bancos e poucas marcas, como Havaianas. Agora, as empresas correram para se adaptar. "Antes, tínhamos 10% a 15% dos anunciantes que pediam para colocar legenda no vídeo. Neste ano, se inverteu: 80% dos clientes estão solicitando", disse Fábio Bran catelli, diretor da A+V Zarpa, empresa de distribuição de vídeos. A concorrente Adstream, que distribui 3,5 mil vídeos por mês no País, também sentiu um aquecimento da demanda. Em 2014, a companhia inseria legenda oculta em cerca de 10 filmes por mês. 

Só janeiro, foram 116 inserções, segundo o CEO da Adstream, Celso Vergeiro. A empresa está investindo para montar uma nova estação de trabalho para fazer apenas legenda oculta. O custo estimado dos equipamentos e do treinamento dos operadoras é de cerca de R$ 80 mil. "A receita com a legenda oculta era insignificante para a empresa. Achamos que poderá ser até 30% do nosso faturamento até o fim do ano", disse Vergeiro. Na Adstream, a inserção das legendas custa cerca de R$ 750 por filme. As empresas estão correndo para fechar contratos com grandes anunciantes. Nivea e JBS, por exemplo, já fecharam contratos para inserir legendas. Produtoras e companhias especializadas em comunicação acessível também devem disputar esse mercado. A Steno, que faz tradução simultânea em libras em eventos e adaptação de conteúdo televisivo, como o Jornal Nacional e o Big Brother, da Rede Globo, tenta ganhar clientes. Os anunciantes são favoráveis à adaptação do conteúdo, segundo a Associação Brasileira de Agências de Publicidade (Abap). Com a medida, as marcas ampliam o canal de comunicação com quase 10 milhões de brasileiros com deficiência auditiva, conforme dados de 2010 do IBGE. (Jornal do Comércio)

Não é o R$ 1,5/litro ao produtor...

Repercutiu bastante o artigo aqui publicado na semana passada ("Setor lácteo projeta aumentos de preços expressivos ao longo de 2016"), com muitos comentários (alguns bastante críticos e outros esperançosos) sobre os patamares de preços ao produtor projetados para 2016, muitas sinalizações de que a atividade de produção de leite está, efetivamente, num momento bastante crítico (seja pela alta de custos ou pelo nível de preços), e muitas observações indicando que indústrias e supermercados têm ficado com a maior parte da remuneração distribuída na cadeia leiteira nacional.

Sem a pretensão de solucionar todos os pontos ou mesmo dirimir todas as aflições do setor, acessamos nosso extenso banco de informações para agregar um pouco mais de tempero na discussão.

Distribuição dos valores ao longo da cadeia láctea
O gráfico 1 atualiza a análise de distribuição dos valores ao longo da cadeia para um mix de derivados lácteos contendo leite UHT, queijos e leite em pó.

Gráfico 1. Distribuição de valores ao longo da cadeia láctea:
 

Dois pontos são bem claros no gráfico:
• Em 2015, o produtor foi o elo que mais perdeu em valor recebido ao longo da cadeia, tendo visto sua participação cair de 38,3% para 36,6%;

•No mesmo ano, indústria e varejo aumentaram, na mesma proporção, a sua participação (+0,8% em 2015).

Analisando um horizonte mais longo (desde 2010), verifica-se, no entanto, que a indústria perde sistematicamente participação na absorção de valor na cadeia (-7,3%), e basicamente esta participação é transferida para o varejo (que ganha, no período, 7,7% do valor total aferido). Nada mais óbvio do que esta transferência da indústria ao varejo - enquanto as 4 maiores redes varejistas do mercado detém 65% do faturamento do setor, as 12 maiores indústrias lácteas compram somente cerca de 38% da produção nacional. É um setor muito pulverizado negociando com um elo cada vez mais concentrado.

Preços ao produtor e competitividade da atividade leiteira
O valor médio Brasil apurado pelo Cepea para os preços brutos do leite pagos em janeiro/2016 (R$ 1,0615/litro) é 14,2% maior que o valor de janeiro de 2015. Numa realidade de inflação oficial de cerca de 10,5%, isto significa que o produtor está "ganhando" da inflação. Correto? Não. A inflação do produtor de leite é bem maior do que o número oficial. Farelo de soja está, em média, 25% mais caro do que em 2015 e o milho aumentou cerca de 50%! O concentrado, que representa 35 a 40% do custo de produção está mais do que 40% mais caro e o cenário de preços para o restante de 2016 não indica melhoria (baixa!) significativa. Além dele temos a variação dos salários (quase 11,5%, por conta do ajuste do salário mínimo), sem falar de energia e insumos dolarizados.

Assim, se o cenário de 2015 foi de insumos estáveis e preços de leite em baixa, 2016 entra com preços de leite mais elevados mais insumos muito mais caros. Em ambos os caso, a oferta (produção de leite) é bastante comprometida.

Até onde vão os preços do leite?
Claramente este ano teremos dois limitadores aos aumentos de preços do leite: 

• Demanda interna: a economia brasileira deve repetir o pífio desempenho de 2015 e o consumo de lácteos tende a seguir patinando. Fortes (acima da inflação) aumentos de preços tendem a não se sustentar na ponta final, ainda que isto não tenha acontecido até este momento;

• Importações: apesar da desvalorização de nossa moeda e das tarifas de importação, hoje o leite importado é bastante competitivo quando comparado ao leite local e o viés do nosso mercado para 2016 é muito mais importador do que exportador.

Como já comentou o nosso amigo e blogueiro Wagner Beskow, são muitas e extremamente complexas as variáveis que influenciam o mercado lácteo brasileiro. Monitorá-las, tentar antecipá-las e entender seu impacto no nosso dia a dia é o nosso grande desafio. (Valter Bertini Galan/Milkpoint)

O bolo a dividir

Crescimento deficiente da economia do país impõe uma readequação planejada dos gastos públicos para preservar avanços na área social Demagogia, oportunismo e mistificações diversas campeiam no debate político em tomo da necessidade de contenção dos gastos públicos, em particular daqueles destinados aos programas sociais. Pela tese mais encontradiça,aponta-se queajustes orçamentários porão em risco - ou propositalmente eliminarão - iniciativas de redistribuição de renda e combate à pobreza. Sem negar que haja sacrifícios pela frente, cumpre refutar tal argumento. O aparato de seguridade e os direitos instituídos pela Constituição de 1988 decerto constituem conquistas civilizatórias e alicerces do período mais pleno dedemocracia no país. Justamente para preservar tais avanços, é imperativo adequá-los aos recursos disponíveis para seu financiamento. 

Despesas com previdência e assistência social, educação, saúde e amparo ao trabalhador consomem hoje, nas três esferas de governo, cerca de19% do PIB - vale dizer, da renda de todos os brasileiros. Esses desembolsos ficavam em tomo de 13% no início da década passada.Como processo inexorável de envelhecimento da população, os encargos passam por uma escalada que se tomará cada vez mais aguda nos próximos anos. A trajetória seria menos alarmante se desfrutássemos de crescimento econômico acelerado, capaz de, simultaneamente, ampliar a arrecadação tributária e reduzir a clientela das ações assistenciais.A realidade, porém, é bem outra. 

As mais recentes estimativas do FMI evidenciam o desempenho insuficiente do pais. Entre 1996 e 2015, o PIB global mais que duplicou, e o dos emergentes quase triplicou; o brasileiro cresceu na casa dos 70%. No ano passado, o PIB per capita nacional caiu de US$ 16,2 mil para US$ 15,7 mil. Evidencia-se nos resultados o peso de uma máquina estatal que absorve em tributos mais de um terço da renda das famílias e empresas; cujo endividamento, elevado e crescente, demanda juros que deprimem os investimentos.  Sem um equacionamento gradual e planejado dos gastos, portanto, a política sodal está fadada a sofrer um ajuste, mais doloroso, imposto pelas leis da escassez - uma disputa caótica por verbas entre escolas, hospitais, aposentados e desempregados. (Folha de São Paulo)

 
 
 

Fundo Tecnológico
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) definiu os focos prioritários na atuação do Fundo Tecnológico ­ BNDES Funtec durante este ano, com orçamento disponível de R$ 100 milhões. De acordo com o banco, o apoio do BNDES Funtec será destinado em especial a projetos ligados à urbanização, segurança alimentar, envelhecimento da população, escassez de recursos naturais e mudanças climáticas. O BNDES Funtec é composto de partes do lucro do banco. São apoiados, com recursos não reembolsáveis, projetos estratégicos de inovação, executados por instituições de ciência e tecnologia (ICTs) em parceria com empresas. As ICTs poderão apresentar propostas em três datas­limite ao longo do ano, sendo que a primeira encerra­se em 29 de abril. (Valor Econômico)
 

 

    

         

Porto Alegre, 16 de fevereiro de 2016                                                Ano 10- N° 2.205

 

     Leilão GDT: volume de produtos lácteos vendidos registra forte queda

O resultado do leilão GDT desta terça-feira (16/02) registrou nova queda, com preços médios de lácteos em US$ 2.235/tonelada, valor 1,8% inferior ao do leilão anterior. O leite em pó integral foi comercializado a US$ 1.890/tonelada, apresentando queda de 3,2%. Com uma redução equivalente a -1,7%, o leite em pó desnatado chegou a US$ 1.762/tonelada. O queijo cheddar foi quem registrou a maior baixa (-9,7% sobre o último leilão), chegando a US$ 2.535/tonelada.

Foram vendidas 22.021 toneladas de produtos lácteos neste leilão, volume cerca de 33,6% inferior ao mesmo período do ano passado. Com projeção de preço para julho de US$ 1.911/tonelada, os contratos futuros de leite em pó integral demonstram que o mercado não espera reações expressivas nos preços de lácteos, pelo menos até agosto de 2016 (último contrato disponível, que fechou pouco acima de US$ 2.000/ton). Com o volume de compras da China sem apresentar reação, o embargo russo aos lácteos de diversos países e os baixos preços de petróleo, não há no curto/médio prazo nenhum driver de demanda apontando para uma recuperação de preços de lácteos. (Fonte: Global Dairy Trade/Milkpoint) 
 
 
  
Conseleite/MS 

A diretoria do Conseleite - Mato Grosso do Sul reunida no dia 12 de fevereiro de 2016, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima, referente ao leite entregue no mês de janeiro de 2016 e a projeção dos valores de referência para leite a ser entregue no mês de fevereiro de 2016. Os valores divulgados compreendem os preços de referência para o leite padrão levando em conta o volume médio mensal de leite entregue pelo produtor. (Famasul)

 

Embalagem econômica cresce durante a crise

A crise mudou a preferência do brasileiro na hora de comprar produtos do dia a dia, como alimentos industrializados e itens de higiene e limpeza. Embalagens menores e maiores, conhecidas como econô- micas, caíram no gosto do consumidor, enquanto as intermediárias perderam participação nas vendas. Uma pesquisa feita pela consultoria Nielsen mostra que, nas 20 categorias mais importantes em faturamento nos supermercados, como cerveja, refrigerante, industrializados de carne, leite, achocolatado, entre outras, aumentou em 60% a importância da embalagem econômica nas vendas. A embalagem econômica é aquela que é maior, na qual o consumidor desembolsa mais em um primeiro momento, mas o produto sai por um valor unitário menor. 

Na outra ponta, para essas mesmas categorias de produtos, também cresceu em 40% a importância da embalagem menor nas vendas. Nessa versão, o consumidor gasta menos, levando para casa uma quantidade reduzida de produtos. Por meio de um painel eletrônico ligado a 4,5 mil supermercados no País, a consultoria acompanha as vendas de 240 itens. O iogurte em embalagens de até 360 gramas, por exemplo, que representava 3% das vendas em volume em 2014, ampliou sua participação para 5,4% no ano passado. No mesmo período, a fatia das embalagens maiores, com mais de um quilo, passou de 4,3% para 5,8%. Já os potes intermediários, com 361 gramas a um quilo, perderam quase dois pontos e meio de participação nas vendas, de 66,3% para 63,9%, apesar de representarem ainda a maior fatia. O crescimento de participação de vendas de embalagens pequenas e grandes e a perda da fatia das intermediárias se repetiu no ano passado em relação ao anterior para sucos prontos para beber, água mineral, amaciante de roupas, biscoitos, entre outros itens, aponta a pesquisa. "A crise acelerou o efeito 'ampulheta' no consumo", observa o analista de mercado da consultoria, Jonathas Rosa. Pela primeira vez, foi identificado esse movimento nas vendas no início do ano passado e, de lá para cá, a tendência ganhou força. 

A polarização das vendas de uma mesma categoria de produto foi batizada pelos especialistas de efeito "ampulheta" porque o crescimento ocorre nos extremos e os tamanhos intermediários perdem participação. "Observamos o mesmo comportamento das embalagens se repetindo nas marcas", diz o consultor. A participação nas vendas das marcas de preço menor e maior é crescente dentro de uma mesma categoria de produto. Segundo ele, esse movimento pode estar ligado à crise. "As classes sociais que sofrem menor impacto continuam comprando os produtos mais caros, enquanto a grande maioria dos brasileiros busca marcas mais baratas." (Jornal do Comércio)

Leite/AR

A Confederação das Associações Rurais de Buenos Aires (CARBAP) declarou sua preocupação com a crise que atravessa o produtor de leite. Tem uns 60 dias, que a Confederação, em virtude da grave crise que atravessa o setor lácteo, pediu um plano de emergência - que atuasse como ponte até a reativação setorial - com medidas contempladas no anúncio feito pelo Presidente da Nação, Mauricio Macri, em Venado Tuerto.

"Mas a cadeia comercial não está entendendo a inusitada e grave crise do setor", sustentou o presidente da CARBAP, Horacio Salaverri. "Não estamos falando de parafusos, estamos falando de leite, produto essencial para a nutrição humana e insubstituível na primeira infância", salientou Salaverri. "Se não alterar o atual sistema de pagamentos, a crise será muito mais profunda, e haverá encerramento diário da atividade. Historicamente o produtor recebia um terço do preço do leite ao consumidor, e hoje não chega a ser 20%" calculou Salaverri, acrescentando que "a cadeia de valor que chega a 14,00 pesos, dentro da porteira o valor é 4,15 como estudo feito pelo INTA". "O Governo realizou um grande esforço compensando com 0,40 centavos, mas, falta liberar linhas de créditos com taxas acessíveis" lembrou Salaverri. Nós da CABAP entendemos que todos os elos da cadeia devem se reunir para encontrar uma solução rápida e eficaz para que a atividade leiteira do nosso país seja mantida e encerre a angustiante situação em que se encontra os produtores de leite. (ON24 - Tradução livre: Terra Viva)

Rússia x Uruguai 

O ministro da Pecuária, Agricultura e Pesca (MGAP), Tabaré Aguerre, informou a El Observador que durante sua visita a Moscou, de onde retornou ontem a Montevidéu, manteve contatos para "incrementar o comércio de lácteos" com a Rússia.

O ministro Aguerre revelou que "existe um espaço para os queijos duros e semiduros" nesse mercado, acrescentando que "existe interesse de um importador para realizar negócios com o apoio de um banco de São Petersburgo". "É preciso tentar", disse Aguerre. "Agora compete ao Instituto Nacional do Leite (Inale), e à Conaprole e outras indústrias, capitalizar esse interesse" em um momento em que "o mundo dos lácteos está muito difícil". Em 2015 a Rússia foi o principal destino da manteiga uruguaia - 55% da produção - seguida pelos queijos. Desta forma, o Uruguai se converteu no segundo fornecedores de manteiga para a Rússia, atrás da Bielorrússia. A Rússia ficou com aproximadamente 7% das exportações de lácteos do Uruguai em 2015. Com as dificuldades que padecem a Venezuela - o principal destino - e o Brasil em suas economias, a intenção do ministro Aguerre em sua visita desta semana à Rússia foi abrir novas oportunidades nos mercados para os lácteos, como já fez com Cuba e México para ampliar o comércio. A possibilidade de incrementar o comércio de lácteos com a Rússia foi incluído no memorando firmado entre Aguerre com o vice-ministro de Agricultura russo, Serguéi Levin. (El Observador - Tradução livre: Terra Viva)
 

Renda per capita
O Brasil tem empobrecido em comparação à média de seus pares. Segundo estimativa do FMI, a renda per capita do brasileiro (medida em paridade do poder de compra) recuou de US$ 16,2 mil, em 2014, para US$ 15,7 mil, em 2015, o equivalente a 90% do rendimento médio dos 24 países considerados emergentes pela instituição. Esse é o menor patamar registrado desde o início da série histórica do Fundo, em 1980. A paridade do poder de compra é uma medida usada em comparações internacionais, por refletir melhor o custo de vida dos países. Mensurado dessa forma, o poder de compra do brasileiro esteve por muitos anos acima da média dos emergentes. Desde meados da década passada --com o forte avanço da renda em nações como China e Índia-- a situação do Brasil em relação ao grupo passou a ser de equiparação. Mas, com a forte desaceleração da economia brasileira nos últimos anos, o país tem sido deixado para trás. O FMI espera que, em 2020, a renda per capita do Brasil (em PPC) atinja US$ 18 mil, o que representará pouco mais de 80% da média dos emergentes (US$ 21,6 mil), se a projeção se confirmar. (Folha de São Paulo)