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Porto Alegre, 20 de janeiro de 2017.                                               Ano 11- N° 2.427

 

  Mercado de leite no Brasil pode se recuperar em 2017

Os números de 2016 só serão divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 17 de março, mas a expectativa é que a produção de leite no Brasil sofra a maior queda em 55 anos, desde que os índices passaram a ser registrados.

"Embora a captação formal de leite no terceiro trimestre do ano passado tenha apresentado uma recuperação de 12,1% em relação ao trimestre anterior, o volume total captado teve uma quebra de 4,9% quando comparado ao mesmo período de 2015", informa o pesquisador da Embrapa Gado de Leite João César Resende.

Os dados iniciais sugerem que a recuperação tenha se mantido no último trimestre, mas o País deve fechar 2016 com uma produção pouco acima dos 23 bilhões de litros, uma retração acima de 3% em relação a 2015, e há entre os analistas quem aposte em um índice de 4%. Os dois últimos anos não foram bons para o setor. Desde 2014, quando o Brasil registrou o maior volume de produção de leite sob inspeção (24,7 bilhões de litros), os índices vêm retrocedendo. Em 2015, a queda foi de 2,8%. 

Ano de extremos - Um dos fatores que favoreceu o menor volume produzido foi o preço internacional do leite. Nos leilões da plataforma Global Dairy Trade (GDT), a tonelada do leite em pó chegou a ser vendida em julho por US$ 2,062.00, preço muito abaixo da média, segundo analistas.

Isso favoreceu a importação de leite da Argentina e do Uruguai. "Importamos o equivalente a 8% da nossa captação de leite no ano que passou", explica Glauco Rodrigues Carvalho, também pesquisador da Embrapa Gado de Leite.

Em dezembro, o leilão da GDT já estava pagando pela tonelada do leite em pó US$ 3,568. A expectativa de Carvalho é que essa seja a média dos preços internacionais ao longo de 2017, reduzindo a competitividade das importações, possibilitando uma recuperação da produção doméstica.

Outro fator que prejudicou o setor foi a quebra de safra do milho. Enquanto a safra do grão em 2014/2015 foi de 84,3 milhões de toneladas, no período de 2015/2016 houve uma queda de 21% (66,5 milhões de toneladas). Isso encareceu a alimentação concentrada do rebanho, aumentando os custos para o produtor. "Vivemos fatos extremos em 2016, o que demonstrou a desorganização e a fragilidade da cadeia produtiva do leite no Brasil", argumenta Carvalho. O reflexo dessa fragilidade se deu, principalmente, nos preços pagos ao produtor. O ano começou com preços muito baixos, com o pecuarista recebendo R$ 1,06/litro. A média do primeiro semestre ficou abaixo de R$ 1,20.

A consequência foi a queda da atividade industrial, com as indústrias chegando a conviver com uma capacidade ociosa em torno de 40%. Para ampliar a captação do produto, a reação foi aumentar os preços, cuja média no segundo semestre foi de R$ 1,49/litro. Carvalho informa que o pico ocorreu em agosto (R$ 1,69), mas teve leite sendo comprado de alguns produtores por mais R$ 2/litro. "Com uma amplitude tão grande de preços, fica difícil para qualquer setor se planejar", afirma o pesquisador.

Apesar de um ano de tão grandes variações, desde 2010, o valor pago ao produtor tem mantido uma certa regularidade. A produção total do Brasil (leite inspecionado mais leite informal) apresenta uma curva ascendente enquanto os preços caem, o que, segundo Resende, demonstra o potencial da atividade:

"A longo prazo, a queda dos preços pagos ao produtor reflete a diminuição dos custos de produção que ocorreu no período. Temos um setor produtivo mais eficiente, que se modernizou tecnologicamente. E os preços para o consumidor também acompanham a tendência de queda. Se não houvesse essa modernização, estaríamos pagando hoje mais de R$ 4 pelo litro de leite".

Tendências favoráveis - Carvalho afirma que, para este ano, espera-se um volume de produção superior aos registrados em 2015 e 2016, mas sem excesso de oferta. "Será um ano de recuperação de safra, já que a relação preço do leite e insumo, na média, tende a ser melhor".

O milho, vilão do aumento dos custos de concentrado em 2016, tende a ter preços mais amigáveis. A expectativa é que a safra 2016/2017 do grão gire em torno de 84 milhões de toneladas. A previsão somente para a safra de inverno é de 56 milhões de toneladas. O pesquisador espera que a safra de grãos no Brasil, capitaneada pela soja, seja recorde este ano.

Como já foi dito, os preços internacionais do leite tendem a subir, dificultando as importações, o que favorece o cenário interno. A tendência de aumento dos preços internacionais se ancora principalmente na desaceleração da produção na Europa e na queda recente da oferta na Oceania e na América Latina. A manutenção da cotação do dólar em patamares mais elevados também é um estímulo à produção interna, aumentando a competitividade relativa da exportação em relação à importação.

"Do ponto de vista do consumo interno, a tendência também é de melhora gradual", aponta Carvalho. "A despeito do frágil cenário político e econômico nacional, os indicadores têm melhorado e as perspectivas são de que inflação, taxa de juros e PIB caminhem no sentido de estimular o consumo, promovendo uma retomada do crescimento econômico, ainda que modesto", conclui. (Embrapa Gado de Leite)

 

 
Ex-secretário da agricultura dos EUA presidirá Conselho de Exportação de Lácteos

Na terça-feira, dia 17 de janeiro, o ex-secretário de Agricultura dos Estados Unidos, Tom Vilsack, foi formalmente anunciado como o segundo presidente da história do Conselho de Exportações de Lácteos do país (USDEC). Vilsack sucede a Tom Suber, que se aposentou recentemente e presidiu a organização desde seu início.

Apesar de o anúncio oficial ter sido feito apenas no dia 17, especulações já vinham sendo feitas sobre a entrada de Vilsack nesse cargo desde outubro, após a reunião anual conjunta da Federação Nacional de Produtores de Leite dos Estados Unidos (NMPF) com o Dairy Management Inc. Essas conversas tornaram-se mais frequentes após os resultados da eleição de novembro.

Vilsack traz muitas experiências a sua nova posição no USDEC, não somente por ter sido o secretário de Agricultura que atuou por mais tempo em 40 anos, mas também, porque ele entende de comércio. "A agricultura é uma das nossas estrelas brilhantes no comércio", disse Vilsack, ao ser introduzido como novo presidente e CEO do USDEC.

Enquanto ele era secretário de Agricultura do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o país teve os seis anos mais fortes para o comércio agrícola - 2009 a 2014. Além disso, Vilsack trabalhou com o presidente Obama para criar e assinar acordos comerciais com Colômbia, Coreia do Sul e Panamá. "Estaremos constantemente atentos para as barreiras comerciais", disse ele em sua primeira conferência como presidente do USDEC. "Queremos abrir mercados. Estamos felizes por competir, mas queremos condições iguais".

Do ponto de vista dos lácteos, Vilsack sabe que a nutrição e o condicionamento físico andam de mãos dadas. Sob sua liderança, o USDA se uniu com a primeira dama, Michelle Obama, na iniciativa Let's Move! para melhorar a saúde das crianças do país. Vilsack também ajudou a aprovar e implementar o Healthy, Hunger Free Kids Act, permitindo que o USDA ajudasse a combater a fome e a obesidade de crianças, fazendo algumas das melhoras mais significativas nas refeições escolares em 30 anos.

Acima de tudo, o ex-governador de Iowa, por dois mandatos, vem de um Estado agrícola e tem bastante experiência no setor. Vilsack trabalhou de forma bipartidária em várias ocasiões. Como governador Democrático em Iowa, ele trabalhou com a legislatura Republicada para aprovar leis. Ele fez o mesmo como secretário do USDA para aprovar a Lei Agrícola.

Ele entende a complexidade do comércio e aprecia os grandes avanços leiteiros feitos nos últimos 21 anos para aumentar as exportações de 3% para 16%. Vilsack também traz uma credibilidade instantânea para impulsionar relações com parceiros comerciais ao redor do mundo. "Aumentar o mercado global para os produtos lácteos dos Estados Unidos é essencial para o futuro da indústria de lácteos e dos produtores de leite do país. Passei minha carreira no serviço público como um defensor incansável dos produtores rurais e da agricultura americana e não posso pensar em uma forma melhor para continuar esse serviço do que liderar o USDEC", disse ele.

"Estou ansioso para me associar com a equipe dinâmica do USDEC, bem como do setor agrícola, da indústria de alimentos dos principais membros domésticos e estrangeiros para progredir com a missão do Conselho e fortalecer a confiança na indústria de lácteos americana". (As informações são da Hoards.com, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint)

33% dos consumidores priorizam marcas engajadas

Um novo estudo internacional encomendado pela Unilever e realizado pela Europanel revela que, atualmente, 33% dos consumidores preferem marcas que impactem positivamente a sociedade ou o meio ambiente. O estudo também mostra que essa tendência é mais forte em economias emergentes do que em mercados desenvolvidos. Enquanto 53% de consumidores no Reino Unido e 78% nos EUA afirmam se sentir melhor quando compram produtos fabricados de maneira sustentável, essa porcentagem aumenta para 88% na Índia e para 85% no Brasil e na Turquia. Foram entrevistadas 20 mil pessoas em cinco países - Brasil, Índia, Reino Unido, EUA e Turquia. Além de confirmar a expectativa do público em relação à necessidade das empresas provocarem um impacto social e ambiental positivo, o estudo revela ainda uma oportunidade de negócio para as companhias que investirem nessa tendência: 21% dos entrevistados disseram que escolheriam marcas que comuniquem melhor suas credenciais de sustentabilidade em embalagens e campanhas de marketing. Isso representa uma oportunidade potencial inexplorada de €966 bilhões em relação a um mercado total de bens sustentáveis, estimado em €2,5 trilhões. A escala dessa oportunidade é confirmada pelo desempenho das marcas sustentáveis da Unilever - aquelas que tem um propósito social e/ou ambiental. Marcas como Dove, OMO, Hellmann's, Lifebuoy, VIM e Ben & Jerry's crescem, juntas, 30% mais rápido que o restante do negócio e entregaram quase metade do crescimento global da companhia em 2015. Keith Weed, chefe global de Marketing e Comunicações da Unilever, diz: "A pesquisa confirma que a sustentabilidade é, de fato, um incremento desejável para os negócios. Para obter êxito global, especialmente em economias emergentes, as marcas precisam ir além das áreas de foco tradicionais como desempenho de produto e acessibilidade. Ao invés disso, precisam agir depressa para demonstrar suas credenciais sociais e ambientais e mostrar aos consumidores que, além de bem geridas, são confiáveis no que tange ao futuro do planeta e das comunidades". O estudo identifica dois motivos prováveis pelo maior engajamento do consumidor em economias emergentes: a exposição direta ao impacto negativo de práticas empresariais insustentáveis - como falta de água e energia, escassez de alimentos e qualidade de ar inferior -; e o poder de influência de familiares, amigos e filhos para a compra de produtos mais verdes e socialmente responsáveis. (Supermercado Moderno)

 
 
Avança negociação para rastreabilidade da produção de alimentos

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) estão avançando na parceria, estabelecida em Termo de Cooperação, que amplia o acesso do agricultor a boas práticas de produção integrada agropecuária. O objetivo é reduzir custos de produção, com vantagens para o consumidor e o abastecimento de alimentos mais saudáveis, livres de resíduos que ofereçam riscos à saúde. Segundo o coordenador de Produção Integrada Agropecuária da Secretaria de Mobilidade e Cooperativismo do Mapa, Helinton Rocha, a cooperação entre o governo e o setor deverá expandir o Programa de Rastreabilidade e Monitoramento de Alimentos (Rama). Houve experiência piloto bem sucedida em Santa Catarina, envolvendo mais de 30 grandes redes de supermercados.

O Rama será implantado no Rio Grande do Sul e no Paraná. As centrais de abastecimento de São Paulo (Ceagesp) e a de Minas Gerais (Ceasa Minas) também deverão estimular seus fornecedores a produzir alimentos mais seguros e com rastreabilidade. O Rama é baseado no monitoramento e rastreabilidade de frutas, de legumes e de verduras (FLV), monitora resíduos de agrotóxicos utilizados desde a produção até o ponto de venda. O principal objetivo é garantir que resíduos de defensivos agrícolas encontrados nos alimentos não estejam acima de níveis que ofereçam riscos à saúde e também do nível permitido legalmente, estando, portanto, seguros para o consumo humano.

O superintendente da Abras, Márcio Milan, disse que a entidade e o Mapa buscam maneiras de incluir todos os envolvidos na produção de vegetais e de frutas, até mesmo fabricantes de agrotóxicos, para que garantam produtos seguros e de qualidade. Agricultores irão receber treinamento para fornecer produtos com maior valor agregado e varejistas para vender alimentos seguros.  Milan informou que os produtos que mais preocupam em relação ao excesso de agrotóxicos são o pimentão, o morango e a laranja. Garantiu que as medidas de proteção não deverão aumentar os custos para os consumidores.

Em reunião realizada nesta terça-feira (17) no Mapa, participaram representantes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade Federal de Viçosa (MG), da Associação Brasileira de Automação (GS1) e da Associação Brasileira de Sementes (Abrasem). 

 
A Produção Integrada Agropecuária - PI Brasil, que respalda o selo oficial "Brasil Certificado" é um Sistema de Produção capaz de produzir comida segura para o consumo, com menor impacto ambiental, maior responsabilidade social e rastreabilidade garantida, assegurando que a procedência do alimento é conhecida. Na Europa, mais de 90% das frutas, legumes e verduras são produzidos no sistema integrado. (Mapa)
 

Lácteos: Índia precisa melhorar acesso de produtores ao mercado, diz ministro
O ministro de Agricultura da Índia, Radha Mohan Singh, destacou que o país precisa de uma conexão melhor entre os produtores e o mercado para impulsionar a produção de lácteos local. "É necessário que as instalações de coleta de leite sejam melhoradas e os pecuaristas recebam um preço compatível pelos seus produtos. (...) Isso só é possível (melhorar a produção) quando um sistema de gestão eficaz está em vigor para ligar os agricultores ao mercado", disse o ministro. (As informações são do Dow Jones Newswires, publicadas pelo Estadão)

 

Porto Alegre, 19 de janeiro de 2017.                                               Ano 11- N° 2.426

 

Contribuição Sindical permitiu avanços em 2016 

 Os desafios enfrentados pelo setor lácteo gaúcho ao longo deste ano foram auxiliados pela atuação do Sindicato da Indústria de Lacticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat). Ações como a participação em comitivas do governo para a abertura do mercado asiático, a presença nos debates da Aliança Láctea Sul Brasileira, que une Santa Catarina e Paraná, só se tornaram realidade em função das importante e decisiva   Contribuição Sindical patronal. As guias para o pagamento da contribuição de 2017, que vence dia 31/01, deverão ser emitidas diretamente no site do Sindilat (www.sindilat.com.br), no banner Contribuição Sindical.

Outras iniciativas que contaram com a participação intensa do Sindilat foram a criação, junto à Fiergs, da ASLORE, que busca o gerenciamento da logística reversa no Estado. Além disso, ao longo do ano, o sindicato pode participar de reuniões da Câmara Setorial do Leite em Brasília e em São Paulo. O Sindilat ofereceu ainda aos seus associados orientação para o desenvolvimento do projeto de Crédito Presumido PIS/COFINS e no assessoramento às empresas para obtenção do SISBI-POA Leite, que terá como objetivo habilitar indústrias para venderem para fora do Estado e manutenção e avanço de política fiscal (créditos presumidos) para fazer frente a guerra fiscal.
 
A contribuição sindical é calculada proporcionalmente ao capital registrado das empresas, seguindo os parâmetros da Confederação Nacional da Indústria (CNI), como demonstrado na tabela.  No caso daqueles que tiverem também filiais e outros estabelecimentos no RS é preciso emitir guia individual para cada um. Após o prazo, há o acréscimo de multa, juros. Maiores informações podem ser adquiridas nos telefones (51) 3211.1111 ou (51) 3028.1529. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 Tabela para Contribuição Sindical

Linha

Classe de Capital Social (R$)

Alíquota (%)

Valor a Adicionar (R$)

1

De

0,01

  a  

14.070,17

Contrib. Mínima

112,56

2

De

14.070,18

  a  

28.140,34

0,80

0

3

De

28.140,35

  a  

281.403,35

0,20

168,84

4

De

281.403,36

  a  

28.140.335,29

0,10

450,25

5

De

28.140.335,30

  a  

150.081.788,20

0,02

22.962,51

6

De

150.081.788,21

 

Em diante

Contrib. Máxima

52.978,87

 
 
Qualidade do leite é o foco do noroeste gaúcho

O projeto de implantação de sistemas de aferimento do funcionamento de equipamentos de ordenha e de resfriamento do leite foi escolhido como prioridade para ser submetido em edital da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI). A decisão veio de reunião de integrantes da governança do Arranjo Produtivo Local do Leite da Região Fronteira Noroeste do Rio Grande do Sul (APL Leite FN), nesta terça-feira (17/01), no Auditório da Unijuí, no campus Santa Rosa. O objetivo do encontro foi avaliar os projetos prioritários de APLs, referentes ao Edital Nº 05/2016 da AGDI. 

A professora do curso de laticínios da Setrem, Vanessa Gass da Silveira, esteve presente representando o Sindilat. Ela explica que a decisão do grupo em tornar esse projeto prioridade tem como objetivo desenvolver cada vez mais a qualidade do leite produzido na região. "É muito importante que técnicos verifiquem se os aparelhos de ordenha e de resfriamento do leite estão funcionando corretamente, e que ensinem os produtores a utilizá-los de maneira adequada", afirma. 

Além deste, e também identificado como uma necessidade para a região, os participantes farão a submissão de um segundo projeto, previsto pelo edital, que contempla a avaliação laboratorial da qualidade nutricional da alimentação das vacas leiteiras, visto que é um importante fator relacionado à eficiência dos sistemas de produção de leite.

Definiu-se em votação que os projetos serão enquadrados na categoria de "Geração local e disponibilização de serviços técnicos, tecnológicos, de metrologia e/ou de certificação de produtos e serviços, bem como a capacitação referente ao uso destes serviços". O projeto prioritário será submetido pela categoria II, correspondente à faixa de valores entre R$ 200.000,00 e 400.000,00, enquanto o outro será enquadrado na categoria III, entre R$ 400.000,00 e 600.000,00. De acordo com o gestor do APL Leite FN, Diórgenes Albring, o enfoque dos projetos é dar sustentabilidade à Governança e trazer soluções aos agentes da cadeia produtiva, tornando-a mais competitiva. (Assessoria de Imprensa Sindilat) 


Crédito: Diórgenes Albring
 
 
Saldo do Fundesa supera R$ 68 milhões

O Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa), composto de recursos arrecadados da cadeia dos suínos, aves, ovos, bovinos, ovinos e leite, apresentou saldo de R$ 68 milhões em 31 de dezembro de 2016, com destaque de R$ 2,4 milhões para repasses a produtores de leite. O valor inclui indenizações por abate de animais com tuberculose e brucelose e recursos para reembolso de vazio sanitário em propriedades com criação de gado de leite. Entre contribuições e rendimentos financeiros, foram R$ 16,1 milhões. Os dados foram divulgados na segunda-feira (16/01), em Porto Alegre, durante assembleia de prestação de contas referente ao exercício de 2016. No exercício de 2015, o saldo total foi de R$ 56,5 milhões. 

Segundo o presidente do Fundesa, Rogério Kerber, o destaque no setor leiteiro demonstra que mais produtores estão buscando o saneamento do rebanho para tuberculose e brucelose. "Essas enfermidades são graves para o setor, por isso avaliamos como positiva esta adesão", afirma. Os investimentos do fundo, de R$ 4,45 milhões, foram realizados também em outras áreas como treinamento de técnicos do serviço veterinário oficial e aquisição de insumos e equipamentos. Além disso, o Fundesa recuperou mais de R$ 1,2 milhão em contribuições que estavam pendentes no último ano. Com isso, mais empresas e produtores ficaram regularizados e aptos a receber indenizações. 

O Fundesa é composto por nove entidades, entre elas o Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat/RS), e tem a missão de propor e apoiar o desenvolvimento de ações de defesa sanitária animal, além de garantir agilidade e rapidez na intervenção em casos de eventos sanitários. (Assessoria de Imprensa Sindilat)


Crédito da foto: Thais D'Avila

Conseleite/SC

A diretoria do Conseleite Santa Catarina reunida no dia 19 de Janeiro de 2017 na cidade de Florianópolis, atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I, aprova e divulga os preços de referência da matéria-prima leite, realizado no mês de Dezembro de 2016 e a projeção dos preços de referência para o mês de Janeiro de 2017. Os valores divulgados compreendem os preços de referência para o leite padrão, bem como o maior e menor valor de referência, de acordo com os parâmetros de ágio e deságio em relação ao Leite Padrão, calculados segundo metodologia definida pelo Conseleite-Santa Catarina. (FAESC)

 

 
Câmara Setorial Regional do Leite promove reunião para articular ações de desenvolvimento do setor
No intuito de discutir e articular propostas de ações para desenvolver a cadeia produtiva do leite na região Norte do Estado, que contempla os 42 municípios das regiões Médio Alto Uruguai e Rio da Várzea, a Câmara Setorial Regional do Leite promoveu uma reunião na manhã desta quarta-feira (18/01), no Escritório Regional da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen. Entre as entidades representadas na reunião, participaram a Emater/RS-Ascar, a Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), a Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi), Regional Sindical da Fetraf e Fetag, Cotrifred, Cooper A1, Coopac, Instituto Federal Farroupilha, Universidade Regional Integrada, Laticínio Stefanello e Associação das Pequenas Indústrias de Laticínios do RS (Apil). O assistente técnico estadual da Emater/RS-Ascar na área de leite, Jaime Ries, e o médico veterinário da SDR, Ivandré Merlin, participaram da reunião como representantes da Câmara Setorial Estadual do Leite. A atividade foi conduzida pelo assistente técnico regional da Emater/RS-Ascar e coordenador da Câmara Setorial Regional do Leite, Valdir Sangaletti. Para iniciar a discussão, foi feito um relato das ações desenvolvidas em 2016 e apresentação do resultado da atualização da pesquisa sobre a cadeia produtiva do leite nos 42 municípios da região, realizada em julho do ano passado. Além disso, o grupo discutiu propostas de ações de cada entidade visando o apoio às famílias que produzem até 4,5 mil litros de leite por mês. Na oportunidade, os representantes da Câmara Setorial Estadual do Leite fizeram uma apresentação ao grupo, falando sobre a regionalização das Câmaras Setoriais. Foi solicitado à Câmara Setorial Regional do Leite o envio de um documento que descreve os objetivos e funcionamento do grupo, juntamente com a indicação de dois nomes como representantes para compor a Câmara Setorial Estadual do Leite. Durante a reunião, o grupo elegeu como titular o assistente técnico regional da Emater/RS-Ascar, Valdir Sangaletti, e o presidente da Coopac, Ivor Vicentini, como seus representantes. "Outro encaminhamento que ficou dessa reunião foi separar uma agenda com o secretário da SDR, Tarcísio Minetto, e com o secretário da Seapi, Ernani Polo, para discutir uma proposta de apoio, em nível de Estado, para as famílias com baixa escala de produção de leite e que queiram continuar na atividade e evoluir. Depois dessa agenda articulada pela Câmara Setorial Regional e pela Emater, levaremos a discutição novamente aos prefeitos da região para intensificar as ações em nível local, de acordo com a realidade de cada município, trabalhando de forma articulada com produtores, poder público nos três níveis, empresas que adquirem leite, Emater e demais entidades envolvidas no setor", esclareceu Sangaletti. A intenção da Câmara Setorial Regional do Leite é fomentar e manter a articulação dos grupos locais de leite constituídos no último ano nos 42 municípios da região. As próximas reuniões da Câmara Setorial Regional acontecerão de forma itinerante. A partir do momento em que a Câmara Setorial Regional for oficializada ela passará a ser vinculada e seguirá o regimento interno da Câmara Setorial Estadual do Leite. (Emater)

 

Porto Alegre, 18 de janeiro de 2017.                                               Ano 11- N° 2.425

 

O que é verdade ou mito entre o leite longa vida e leite pausterizado

O leite é o único alimento pasteurizado.
MITO. De acordo com Ana Paula Del'Arco, o leite é o alimento pasteurizado mais conhecido, porém outras bebidas - cerveja e sucos de frutas, por exemplo - passam pelo mesmo processo, que utiliza a combinação de diferentes tempos e temperaturas, a fim de matar os micro-organismos que possam causar infecções.

As embalagens têm relação com a durabilidade do leite.

VERDADE. A embalagem desempenha um importante papel na conservação do leite. No leite longa vida, a embalagem é cartonada e, graças às diversas camadas, é capaz de proteger o alimento do contato com a luz e com o oxigênio.

A durabilidade do leite "longa vida" é maior.

VERDADE. O leite "longa vida", também popularmente conhecido como "leite de caixinha", passa por um processo de conservação com temperaturas superiores às da pasteurização, conhecidos como UHT (Ultra High Temperature). Este tipo de leite tem a validade de 4 meses em embalagem fechada e até 3 dias após aberta.

O leite do passado era mais saudável do que o leite que consumimos atualmente.
MITO. O leite que nossos avôs consumiam apresentava mais chances de provocar doenças, uma vez que possuíam maior quantidade de micro-organismos. Além disso, ao passar pelo processo de fervura doméstica, o alimento podia sofrer algumas perdas. E, mesmo fervido, podia dar origem a quadros de diarreia e vômito, devido à ingestão de grande quantidade de micro-organismos causadores de infecções alimentares.

O leite "longa vida" é comercialmente estéril.
VERDADE. O leite "longa vida" apresenta uma redução de 99,99% da carga microbiana, o que garante uma ótima qualidade do leite, auxiliando na conservação prolongada.

A ingestão de leite cru é indicada para não perder as vitaminas.
MITO. Os processos que envolvem elevadas temperaturas alteram minimamente a constituição do leite, portanto, o consumo de leite cru não se justifica. (Fonte: Remédio Caseiro/Guialat)​​

 
 
Mercosul lança negociações com bloco de países europeus que não integram UE

Em uma nova frente para ampliar mercados, os sócios do Mercosul vão lançar na quinta-¬feira negociações para um acordo de livre comércio com o EFTA, bloco formado por quatro países europeus ¬ Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein. O anúncio será feito em Davos, paralelamente ao Fórum Econômico Mundial, em cerimônia com a presença de altos funcionários dos dois lados. Os países do EFTA não fazem parte da União Europeia, mas têm alto poder aquisitivo e já representam o 11º principal mercado para as exportações brasileiras. A iniciativa privada vê oportunidades para vários segmentos do agronegócio e da indústria, como carne bovina, frango, suco de laranja, papel e celulose, produtos de madeira, aviões, químicos e compressores.

Os dois blocos concluíram, com sucesso, uma etapa conhecida como "diálogo exploratório" no jargão comercial. Isso significa que, ainda sem nenhum compromisso de abertura comercial, eles não identificaram gargalos insuperáveis para um acordo. Não se fala em prazo para conclusão do tratado, mas ninguém quer perder tempo: a primeira reunião negociadora deve ocorrer em fevereiro. As discussões vão contemplar não apenas tarifas aplicadas sobre bens industriais e agrícolas, mas outros componentes que aparecem em acordos modernos: serviços, compras governamentais, propriedade intelectual, barreiras técnicas. Cláusulas de proteção a investimentos, no entanto, vão ficar fora do escopo. "É uma demonstração do nosso esforço em ampliar a rede de acordos comerciais e inserir o Brasil de forma mais energética no cenário internacional", afirma o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira. 

 
Ele e o ministro argentino da Produção, Francisco Cabrera, participam do fórum nesta semana e estarão no lançamento das negociações. Um levantamento inédito da Confederação Nacional da Indústria (CNI), obtido pelo Valor, aponta que há boas oportunidades de crescimento nas exportações de 236 produtos para a Suíça e 233 para a Noruega. Essas duas economias correspondem a mais de 90% do PIB total do EFTA.

Em 2016, o Brasil vendeu US$ 2,4 bilhões em mercadorias ao bloco. Fabrizio Panzini, especialista em negociações internacionais da CNI, destaca que o Brasil precisa impulsionar negociações fora da América do Sul para dar mais dinamismo às economias locais e entrar nas cadeias globais de produção. "A prioridade continua sendo UE e México, que já têm tratativas mais avançadas, mas o EFTA tem atrativos muito interessantes. É um mercado com grande volume de importações." Os quatro países europeus não têm tarifas unificadas, mas as alíquotas já são baixas. Mais de 96% dos bens industriais entram na Noruega sem pagar nada. Na Suíça, que é um pouco menos aberta, cerca de metade já teve tarifas zeradas. O problema são os "picos tarifários", ou seja, alíquotas muito altas para produtos específicos, que podem chegar a 25% nos calçados, 50% em têxteis, 130% em laticínios e 1.000% nas carnes. Por menores que sejam as tarifas, a CNI avalia que um acordo é importante para melhorar o acesso dos produtos brasileiros, na comparação com outros fornecedores. "O EFTA tem tratados comerciais com 27 países e blocos. São mercados bastante competitivos e eliminar as alíquotas de importação, mesmo baixas, tem relevância", afirma Panzini. Além disso, as compras públicas feitas pelos países do EFTA despertam enorme interesse do setor produtivo porque chegam a US$ 85 bilhões por ano. 

Cotas de exportação e normas técnicas são outros pontos considerados imprescindíveis nas conversas. Para o subsecretário¬-geral de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, embaixador Carlos Márcio Cozendey, as negociações podem ter o mesmo perfil daquele observado com a UE. De um lado, os países do EFTA tendem a oferecer resistência em abrir seus mercados para produtos agrícolas do Mercosul. Do lado de cá, existem sensibilidades em setores industriais, como o de bens de capital e medicamentos. Cozendey vê um caminho menos tortuoso para obter avanços. "A UE tem 28 países-¬membros e todos precisam estar de acordo sobre tudo. Com o EFTA, pode até haver uma velocidade maior", diz. Empresários manifestam temor com a liberalização em segmentos como aço, fertilizantes, plásticos e eletrônicos. 

 
Também receiam que um acordo em compras governamentais possibilite aos suíços ganhar muitas licitações abertas pelo Ministério da Saúde para o fornecimento de remédios. Islândia e Noruega são fortes na produção de pescados ¬ área que o governo brasileiro busca desenvolver. "Há interesses defensivos, mas nada que impeça o início das negociações", diz o especialista da CNI. Formalmente, a Suíça precisa de sinal verde de seus cantões para negociar com o Mercosul. Esse aval deve ser dado no início de fevereiro, mas os europeus são cuidadosos ao falar do lançamento das negociações. Preferem usar o termo "conclusão do diálogo exploratório" em declarações públicas. Todos os demais países envolvidos já deram autorização para as negociações. No caso do Brasil, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) aprovou o início das discussões. Depois, o mandato para tentar um acordo foi conferido na última reunião de ministros do Mercosul, em dezembro. "Cada negociação tem seus méritos e sua dinâmica. O diálogo exploratório Mercosul-¬EFTA mostrou que há interesse mútuo em ampliar o comércio bilateral e uma boa compreensão sobre as posições de cada lado", diz o ministro-conselheiro da Embaixada da Suíça em Brasília, Niculin Jäger. (Valor Econômico)

 

 
Maggi vai ao G-20 e ao Fórum Global para Agricultura e Alimentação

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Blairo Maggi, inicia nesta terça-feira (17) missão ao exterior com a finalidade de participar da 9ª Conferência de ministros do Fórum Global para a Alimentação e a Agricultura (GFFA), em Berlim.
A conferência é realizada todos os anos, em janeiro, durante a Semana Verde Internacional.

Blairo Maggi participará de reunião dos ministros da Agricultura de países integrantes do G-20, na capital alemã e terá reuniões de interesses bilaterais com colegas de outros países. O ministro deverá encontrar-se com o deputado líder do Partido Verde no parlamento alemão, Anton Hofheiter. E vai lançar livro da Embrapa sobre Soja e Abelhas (Soybean and Bees) na embaixada brasileira.

Em Bruxelas, terá reuniões com a Comissão de Agricultura do Parlamento Europeu, com representantes permanentes dos países membros junto à União Europeia e com empresários do setor de agronegócio. Depois viajará aos Estados Unidos, onde participará, em Miami, da Conferência da indústria de 2017, onde irá abordar perspectivas da América Latina para 2017. (Mapa)

 
Exportações do agronegócio registram queda em 2016
As exportações do agronegócio gaúcho atingiram US$ 11,042 bilhões em 2016. O resultado significa uma retração de 5,07% na comparação com 2015. O volume comercializado também apresentou resultado negativo de 8,1%, conforme Relatório do Comércio Exterior do Agronegócio do Rio Grande do Sul, divulgado pela Assessoria Econômica do Sistema Farsul. Após um primeiro semestre de crescimento constante, tendo junho como mês de pico, as vendas do setor entraram em declínio. Setembro registra a maior queda, com 34,5%, e foi determinante para o saldo do ano. No mês de dezembro o setor exportou 899 mil toneladas, o que representa 80% de todo volume comercializado pelo Estado. Em valores, foram US$ 723 milhões. Na comparação com o último mês de 2015, houve um crescimento de 13,1% no valor exportado, tendo a soja como principal expoente, com um aumento de 107%. (Jornal do Comércio)
 

 

Porto Alegre, 17 de janeiro de 2017.                                               Ano 11- N° 2.424

 

​​Leilão GDT: mercado permanece estável

No leilão GDT desta terça-feira (17/01), o preço médio dos lácteos sofreu um leve aumento de 0,6%, fechando a US$3.517/tonelada. 

Diferente do último leilão, em que o leite em pó desnatado havia subido 2,3%, neste último sofreu queda de -1,6%, fechando a US$2.612/tonelada. Já o leite em pó integral não apresentou grandes variações (-0,1%), e fechou com média de US$3.283/tonelada. O queijo cheddar apresentou aumento, fechando a US$3.940, valor 1,3% maior em relação ao último leilão. (Milkpoint/GDT)
 
 
 
 
Conseleite/PR
A diretoria do Conseleite-Paraná reunida no dia 17 de Janeiro de 2017 na sede da FAEP na cidade de Curitiba, atendendo os dispositivos disciplinados no Capítulo II do Título II do seu Regulamento, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima leite realizados em Dezembro de 2016 e a projeção dos valores de referência para o mês de Janeiro 2017, calculados por metodologia definida pelo Conseleite-Paraná, a partir dos preços médios e do mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes.

Os valores de referência indicados nesta resolução para a matéria-prima leite denominada "Leite Padrão", se refere ao leite analisado que contém 3,50% de gordura, 3,10% de proteína, 400 mil células somáticas /ml e 300 mil ufc/ml de contagem bacteriana. Para o leite pasteurizado o valor projetado para o mês de Janeiro de 2017 é de R$ 2,3061/litro. Visando apoiar políticas de pagamento da matéria-prima leite conforme a qualidade, o Conseleite-Paraná disponibiliza um simulador para o cálculo de valores de referência para o leite analisado em função de seus teores de gordura, proteína, contagem de células somáticas e contagem bacteriana. O simulador está disponível no seguinte endereço eletrônico: www.conseleitepr.com.br. (Conseleite PR)

 

Conseleite/MS

A diretoria do Conseleite - Mato Grosso do Sul reunida no dia 16 de janeiro de 2017, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima, referente ao leite entregue no mês de dezembro de 2016 e a projeção dos valores de referência para leite a ser entregue no mês de janeiro de 2017. Os valores divulgados compreendem os preços de referência para o leite padrão levando em conta o volume médio mensal de leite entregue pelo produtor. (Famasul)

 
 
 
Reforma deixa 55% dos empregados sem representação nas empresas

A reforma trabalhista enviada ao Congresso no fim de dezembro deixa mais da metade dos empregados formais do país e 99,3% das empresas sem representação no local de trabalho. A regra que estabelece a prevalência do negociado sobre o legislado, que consta no Projeto de Lei 6.787, estipula a eleição de representante nos locais de trabalho apenas em companhias com mais de 200 funcionários. Dos 48 milhões de brasileiros com carteira assinada, 55,2% estão empregados em estabelecimentos com até 199, conforme o Relatório Anual de Informações Sociais (Rais) de 2015. A possibilidade de eleição de um funcionário em empresa com mais de 200 funcionários é prevista na Constituição, apesar de pouco colocada em prática. Essa prerrogativa ¬em versão melhorada, com limite menor de empregados ¬ é a contrapartida exigida pelos sindicatos que aceitam o princípio do negociado sobre legislado (CLT).

Poucas empresas do comércio e dos serviços teriam representação, diz o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah. Os dois setores são a maioria dos 12,8 milhões de filiados da central, atrás apenas da Central Única dos Trabalhadores (CUT). O sindicalista critica a mudança de última hora no número mínimo de funcionários ¬ de 50, conforme a minuta enviada às centrais dois dias antes do anúncio da reforma, para 200. "O ministro Ronaldo [Nogueira] havia nos prometido que só falaríamos nesse assunto [a reforma] em 2017. O anúncio em si já nos surpreendeu", diz Patah. Segundo dados da Rais, 99,3% das 3,9 milhões de empresas do país têm até 199 funcionários. A percepção da entidade só não foi pior, afirma, porque o governo concordou em mudar o formato da proposta de MP, que teria vigência imediata, para projeto de lei, a ser discutido no Congresso. Patah defende o corte de 100 funcionários para a eleição de um representante ¬ 47,6% dos trabalhadores com carteira assinada estão em empresas que têm até esse tamanho. Para esses 22,8 milhões, a representação seria feita apenas pelos sindicatos, que, segundo o dirigente, deveriam ser fortalecidos para fazer frente às mudanças nas relações de trabalho. Helio Zylberstajn, professor da USP, lembra que, no texto inicial, a previsão era que a eleição fosse de um representante sindical, e não apenas de um representante, como veiculado no PL. "É um retrocesso", diz destacando que, sem vinculação com as entidades sindicais, o trabalhador eleito teria poder de negociação mais limitado. 

Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, a alteração aumenta as chances de que a escolha seja manipulada pelas empresas e que sejam aprovadas mudanças desvantajosas para os trabalhadores. "É um atentado à estrutura sindical". O dirigente também faz duras críticas à forma como o texto foi encaminhado ao Congresso, "na calada da noite do fim de dezembro", e adianta que o movimento sindical organizará sua agenda de enfrentamento à "tentativa de retirada dos direitos trabalhistas". Para o coordenador do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Clemente Ganz Lúcio, ao não assegurar a livre organização no local de trabalho ¬ com o piso de 200 funcionários, ela ficaria limitada a poucos ¬, a possibilidade de flexibilizar regras da CLT enfraquece a representação dos empregados e favorece os empresários. Sindicatos mais organizados, como metalúrgicos do ABC (CUT) e de São Paulo (Força Sindical), já fizeram negociações por empresa que flexibilizavam algumas regras contidas na CLT, como intervalo para almoço. Esses acordos, contudo, foram barrados na Justiça do Trabalho, apesar de aprovados em assembleia e negociados, na maioria dos casos, com apoio de comissões de fábrica. "Nos outros países onde essas negociações acontecem, a presença do sindicato nas empresas é uma realidade. A proposta do governo não assegura essa contrapartida", diz Ganz Lucio. A regra não deixa claro se haverá um representante por empresa ou por local de trabalho com 200 empregados, diz Ganz Lucio. Ele usou como exemplo o Banco do Brasil, que tem várias agências com mais de 200 funcionários. Para Zylberstajn, a escolha dessa linha de corte é "arbitrária" e "injustificável". Procurado, o Ministério do Trabalho não retornou o pedido de entrevista. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) não se manifestou sobre os temas. 

Zylberstajn também considera prejudicial aos trabalhadores a possibilidade de que a mudança via negociação aconteça não apenas através de acordos coletivos, feitos por empresa, mas também por meio de convenções coletivas, que valem para um categoria inteira. Esse dispositivo também elevaria as chances de que fossem aprovadas alterações que deteriorem as condições de trabalho de determinados grupos de trabalhadores. "Poderia existir possibilidade de mudança através da convenção, mas com validação posterior em cada uma das empresas, feita por sindicatos", afirma. O projeto prevê 13 casos em que o acordado pode se sobrepor à legislação. (Valor Econômico)

 
Cetanp vai oferecer capacitação em cinco áreas neste ano
A cada ano, o Centro Regional de Qualificação Profissional de Agricultores de Nova Petrópolis (Cetanp) capacita em torno de 700 pessoas, através dos cursos oferecidos em diversas áreas. Para este ano, estão previstos 35 cursos, como de bovinos de leite, qualidade do leite, processamento artesanal de carne suína (módulos 1 e 2), plantas medicinais, condimentares e aromáticas e de fruticultura básica (módulos 1 e 2). Os primeiros cursos se iniciam no mês de março, sendo que o de plantas medicinais, aromáticas e condimentares acontece entre os dias 13 e 17 e, o de bovinos de leite, de 20 a 24. Para o coordenador do Cetanp, Arnaldo José Basso, esse trabalho mostra a importância que a Emater tem para ajudar a agricultura familiar a buscar renda, a gerar emprego e ter uma qualidade de vida melhor. Para o administrador Rodrigo Machado, de Nova Prata, que participou do último curso de plantas medicinais, aromáticas e condimentares realizado pelo Cetanp em 2016, a experiência foi maravilhosa. "É um conhecimento muito bom, que agrega na qualidade de vida, no nosso dia a dia", relata. O curso ensina desde a identificação correta das plantas, a secagem, armazenagem e o preparo de produtos como pomadas, azeite e vinagre condimentados, além de fitocosméticos, entre outros. Mais informações sobre os cursos podem ser obtidas no site www.emater.tche.br nos escritórios municipais da Emater ou no Cetanp, pelo telefone (0xx54) 3298-8037. (Jornal Comércio)

 

Porto Alegre, 16 de janeiro de 2017.                                               Ano 11- N° 2.423

 

​​  Controle nos benefícios fiscais

O s polêmicos benefícios fiscais concedidos no Rio Grande do Sul, cujas informações - ou a falta delas - têm sido fruto de intensa discussão entre deputados, sindicalistas e lideranças de todas as áreas econômicas, finalmente terão um acompanhamento sobre seus efeitos e cumprimento de promessas de quem usufrui das isenções. Grupo coordenado pelo subsecretário da Receita Estadual, Mário Wunderlich, começou a debater o assunto na semana passada na Secretaria da Fazenda. O acompanhamento será feito em quatro processos: a concessão, o monitoramente sobre os resultados e condições estabelecidas, a fiscalização do que não foi atendido e a proposição de revisão visando a renovação ou a implementação de melhorias. Esta é a primeira vez que a Fazenda estadual se debruça com intensidade sobre o assunto. Um plano de ação deverá estar pronto até o final do mês de janeiro. Os créditos presumidos das isenções andam ao redor de R$ 2,5 bilhões anuais. (Correio do Povo)
 
 
RS: atividade leiteira garante sucessão familiar em propriedade de Nova Bréscia
É com orgulho que o jovem casal Diogo Zambiasi (32) e Gabriela Bagatini (27), de Nova Bréscia, fala dos investimentos e das conquistas relacionadas à bovinocultura leiteira -- atividade que desenvolvem na propriedade em que também moram os pais de Diogo, na localidade de Morro Seco. Atualmente com 13 vacas em lactação, que produzem uma média diária próxima dos 290 litros de leite, ambos trabalham juntos, com garantia de bom retorno financeiro, qualidade de vida para a família e perspectiva de crescimento.

Nesse sentido, olhar para o recém-instalado free stall -- que possibilita o conforto dos animais, especialmente nos dias de chuva -- é também recordar de um tempo em que quase pensaram em desistir da atividade. Especialmente pela dificuldade de alcançar a tão almejada qualidade do leite -- com baixa contagem bacteriana --, hoje tão exigida pela indústria. Foi há dois anos e meio que o casal participou de uma palestra dentro da programação do Dia do Leite. "Pode-se dizer que esta atividade foi um divisor de águas; para nós", analisa Diogo.

"O mais engraçado é que não queríamos nem ir nesse evento, de tão desanimados que estávamos", lembra o jovem. Foi o incentivo de um tio que os fez participar e assim conhecer o palestrante em questão, o engenheiro agrícola da Emater/RS-Ascar, Diego Barden dos Santos -- que hoje atua no escritório de Mato leitão. Com uma linguagem simples e direta, Barden ministrou capacitação sobre nutrição e qualidade do leite. "Foi o suficiente para que passássemos a enxergar a importância de se qualificar e se manter atualizado", observa Gabriela.

O próximo passo foi a realização de cursos no Centro de Formação de Agricultores de Teutônia (Certa). A cada capacitação, temas como nutrição animal, criação correta da terneira, melhoramento genético e higiene na hora da ordenha eram levados para casa e aplicados com seriedade no dia a dia. "Foi um salto de qualidade", garante Gabriela. "Se há dez anos tínhamos 20 vacas produzindo, hoje são 13 que resultam no mesmo volume de leite entregue para a integradora, que ainda valoriza esse esforço com o acréscimo de alguns centavos a mais no pagamento por litro", ressalta a jovem.

Nesse contexto, até mesmo o relacionamento com o pai de Diogo mudou. "Por haver certa; tradição; na forma de fazer, tínhamos dificuldade de fazê-lo entender que algumas mudanças eram necessárias para que a atividade tivesse continuidade", relembra Diogo. Para o casal os tempos mudaram e se, antigamente, as vacas da propriedade produziam leite apenas para o consumo da família, hoje, devem ser encaradas como negócio. "Foi somente dessa forma que conseguimos permanecer, com ânimo e fazendo investimentos, sempre com os dois pés bem fincados no chão", afirma o agricultor.

O entendimento com os pais, que deixam o filho e a nora livres para tomar as decisões sobre a atividade, também foram fundamentais para o retorno de Gabriela para a propriedade após um tempo dedicado ao trabalho em uma loja da cidade. "Hoje não troco a minha rotina por nada", garante. A motivação do casal também pode ser observada nos planos para o futuro. "Não descartamos a possibilidade de instalar uma agroindústria para a fabricação de queijos ou de bebidas lácteas", salienta Diogo. "Mas é algo que ainda está em fase de estudo", sorri.

Também pensando no futuro, a Emater/RS-Ascar local, por meio do técnico em agropecuária, Cristiano Laste, incluiu o casal no Programa de Gestão Sustentável da Agricultura Familiar, do Governo do Estado. Por meio do Programa, de acordo com Laste, será possível promover a gestão e a adequação socioeconômica e ambiental da propriedade. "A intenção é trabalhar de forma sistêmica, realizando o acompanhamento das atividades e promovendo a implantação de um sistema capaz de gerar instrumentos e conhecimento para diagnosticar, projetar, monitorar e avaliar as atividades da família", finaliza. (Emater/RS)

La Niña deve acabar em fevereiro, aponta agência americana
 
As condições de La Niña do Oceano Pacífico devem voltar a ser neutras em fevereiro, de acordo com previsão da Agência Americana de Pesquisas Atmosféricas e Oceânicas (NOAA, na sigla em inglês). "A redução das anormalidades na temperatura superficial e as condições marginalmente frias na superfície do Oceano Pacífico sugerem o retorno de condições neutras no próximo mês", afirma o órgão, em nota.

O fenômeno La Niña é caracterizado pelo resfriamento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico e está associado ao clima quente e seco nos EUA. No Brasil, o fenômeno está associado à menor regularidade de chuvas no Sul e clima mais úmido no Nordeste.

Apesar do enfraquecimento do fenômeno, o NOAA ressalta que os impactos climáticos causados pela La Niña devem continuar sendo sentidos nos próximos meses, com temperaturas acima da média e pouca chuva em grande parte do sul dos EUA, e temperaturas abaixo da média e muita chuva no norte do país. Após esse período, as condições neutras no Pacífico devem perdurar até agosto ou outubro, segundo a agência. (As informações são do jornal Valor Econômico)

A importância de manter conquistas

Os avanços que o Rio Grande do Sul vem obtendo na área de sanidade animal apontam que estamos no caminho certo. O Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa), cumprindo sua missão constitucional, tem investido recursos na qualificação da produção, atuando fortemente no quesito de biossegurança e estabelecendo - de forma preventiva - condições para evitar ou diminuir eventuais riscos sanitários, o que é fundamental. A autoridade máxima em saúde animal no mundo esteve no Rio Grande do Sul em novembro de 2016 e sua presen- ça aqui consolidou as ações do fundo. A diretora geral da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), Monique Eloit, pontuou que o trabalho e o estímulo à adoção de critérios de biossegurança são fundamentais. 

A mensagem que ela trouxe, de que as produções têm que focar em prevenir, tem a ver com a demanda internacional existente pelo uso prudente de antimicrobianos. Para que isso se viabilize é necessária a adoção de medidas de biossegurança cada vez mais intensas nas produções. Para 2017 seguimos com a intenção de fazer com que todos - e especialmente o produtor - participem do sistema de defesa sanitária. Mais do que nunca fica claro que defesa sanitária é responsabilidade de todos. Nos dias atuais em que crescem as transações comerciais entre os diferentes mercados, existindo uma intensificação do trânsito de pessoas, produtos e animais, há a necessidade crescente de uma atenção maior e de uma participação mais intensa de todos no que diz respeito aos cuidados relacionados à defesa sanitária. Essa é uma condição indelegável. Todos - oficial e privado - têm que dar a sua participação em sinergia. 

Nós tivemos nos últimos anos situa- ções de aparecimento de eventos sanitá- rios importantes no mundo. Influenza aviária nos EUA, a PED (doença que atinge suínos) na América do Norte, que chegou a alcançar países da América do Sul. Agora, o aparecimento de eventos de influenza aviária na Ásia e na Europa e a difusão da peste suína africana na Rússia. A todo o momento acompanhamos notícias importantes de enfermidades que acabam aparecendo em diferentes pontos do globo. Evidentemente que o Brasil, como um país de intensa participação no mercado internacional de carnes, especialmente, tem que estar atento e ser muito eficiente no sistema de defesa sanitária, garantindo que se mantenha livre destes eventos. Esse éogrande desafio para o ano de 2017: trabalhar os critérios básicos de biossegurança, a adoção nas diferentes cadeias eoestímulo ao produtor para que tenha uma participação mais efetiva no processo de defesa sanitária animal. (Rogério Kerber, Presidente do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa)/Correio do Povo)
 

4º Fórum Itinerante do Leite
O debate se inicia de manhã com o tema "A versatilidade dos lácteos em incorporar mais propriedades funcionais ou de saúde". À tarde estão previstas oficinas com temas como legislação, a qualidade do leite na elaboração de produtos lácteos, bem-estar de vacas leiteiras, alimentação animal e a saúde animal versus a qualidade do leite. Data: 25 de abril de 2017 Local: Escola Estadual Técnica Celeste Gobbato, em Palmeira das Missões (RS). (Correio do Povo)

 

Porto Alegre, 13 de janeiro de 2017.                                               Ano 11- N° 2.422

 

​​Competitividade do setor lácteo é pauta de reunião

A Câmara Setorial do Leite da Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi) reuniu-se, na manhã da quinta-feira (12/01), para dar continuidade ao debate sobre a competitividade da cadeia produtiva da proteína animal gaúcha. Na ocasião, o secretário-executivo Darlan Palharini representou o Sindicato da Indústria dos Laticínios (Sindilat/RS). "É fundamental o debate em função de que há uma grande preocupação em relação à competitividade. Esse grupo terá a missão de desburocratizar entraves do setor lácteo e sugerir uma política industrial ainda mais adequada ao momento do Estado que precisa exportar", afirma.

Rodrigo Rizzo, coordenador das Câmaras Setoriais, conduziu a reunião. Para ele, o encontro foi muito produtivo, em que já se definiu o calendário e as entidades que participarão do trabalho. "O que queremos é recuperar a competitividade do Estado o mais rápido possível", salientou. A ocasião também contou com a participação do secretário do Desenvolvimento Rural e Cooperativismo, Tarcisio Minetto, e de Paulo Roberto da Silva, que representou Odacir Klein, presidente do BRDE. A próxima reunião ocorrerá no dia 17 de janeiro, na sede da Seapi, em Porto Alegre.

Foi o primeiro encontro de um dos cinco grupos de trabalho (GTs) definidos para elaborar um mapeamento do segmento, com o intuito de identificar gargalos e elencar pontos que o Estado poderá atuar. Os grupos são coordenados pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (SDECT) e pelo BRDE. Além do segmento lácteo, os setores de aves/ovos, suínos, bovinos/ovinos e peixes também têm seus respectivos GTs. O objetivo é elaborar, em seis meses, um documento final que será apresentado no dia 1º de junho de 2017. (Assessoria de Imprensa Sindilat)


 Bethânia Helder/Seapi

 
 
Chuvas: Córdoba e Santa Fe perdem 1,8 milhões de litros de leite por dia

Somente o Norte do departamento San Justo, em Córdoba, e em outros seis de Santa Fe, a perda alcança 1,8 milhões de litros por dia, segundo informações preliminares de ambos governos das províncias. Para se ter uma ideia: na Argentina existem 10,5 milhões de crianças menores de 14 anos.

Com um consumo conservador de um terço de litro diário, somente eles precisam de quase 3,5 milhões de litros diários. A metade disso é o que se está deixando de ordenhar na bacia. Em uns 265 mil hectares localizados entre Freyre, Porteña, Seeber, Colonia Valtelina, La Paquita, Colonia Vignaud, Morteros e Brinkmann, 70 mil hectares estão com algum grau de problema. "Existem 600 fazendas que produzem em média 2.300 litros por dia, em um volume total diário de 1,38 milhões de litros. A produção caiu em média 20%", detalhou a La Voz, Liliana Allasia, diretora de Produção do Ministério da Agricultura de Córdoba.

A perda equivale a 270 mil litros diários. A funcionária participou ontem de um reunião em Porteña com produtores e ruralistas que expuseram a situação no norte do departamento San Justo. Também compareceu, por convocação do Governo de Córdoba, o subsecretário de Leiteria da Nação, Alejandro Sammartino. Foi a primeira reunião do Comitê de Emergência, que passará nos próximos dias por outras zonas afetadas da província para quantificar o impacto das chuvas. Uma vez que se tenha o levantamento das informações, a Província convocará a Comissão Provincial para pedir a declaração de emergência agropecuária.

"Os produtores precisam de alimentos para seus rebanhos não perderam produtividade. A Província irá fornecer os recursos", afirmou Allasai. Em Santa Fe o cenário é mais crítico. O ministro da Produção, Luis Contigiani, disse que os seis departamentos atingidos, com Castellanos sendo o pior deles, existem 869 fazendas afetadas, sobre um total de 3.500 da região. "Estimamos uma perda de 1,5 milhões de litros por dia. No acumulado de 30 dias serão 45 milhões de litros de leite, que representam uns 256 milhões de pesos.

Isto sem quantificar os danos em infra-estrutura e vias", disse o funcionário. Contigiani esclareceu que estas cifras "estão compostas por dados oficiais e privados, e se somam às perdas pelos desastres do ano passado de US$ 2.500 milhões. Outros dados em Santa Fe. Na zona afetada de Santa Fe existem 2,3 milhões de hectares de cultivos de soja, milho e girassol, dos quais 948 mil já sofreram algum grau de perda, segundo o Governo de Santa Fe. (Fonte: Agrositio)

Manteiga x margarina? Quais são as principais diferenças?

Quando se trata do debate sobre a "manteiga x margarina", há muitas controvérsias sobre qual das opções é a mais saudável. Tanto a manteiga como a margarina são comumente usadas em diversos preparos, inclusive para cozinhar e assar alimentos, adicionadas em sopas e em uma variedade de outras refeições. Mas, qual é a opção mais saudável? Quais são as diferenças entre as duas?

Muitos anos atrás, especialistas em saúde sugeriram que a manteiga era ruim para a nossa saúde e recomendaram margarina como uma alternativa mais saudável. Mas desde então, baseado em pesquisas, tem sido sugerido que a margarina, que é fortemente processada e baseada em óleo vegetal, é na verdade menos saudável do que a manteiga, que é um produto lácteo. Então, como decidir? Se você quiser saber qual é mais saudável, então é importante se atentar para alguns fatos sobre as duas opções. 

Fatores nutricionais

Tanto a manteiga como a margarina possuem quantidades semelhantes de calorias, gordura e água. Na verdade, ambas contêm cerca de 80% de teor de gordura e 16% de água. Elas apresentam quantidades semelhantes de gordura total, porém, há diferenças no tipo de gordura. A manteiga é rica em gorduras saturadas enquanto a margarina, em gordura trans.

 

Manteiga vs. margarina: compreendendo a diferença

Há várias diferenças fundamentais entre manteiga e margarina. Basicamente, a manteiga é o produto obtido a partir da batedura do creme do leite (nata) - o que provoca aglomeração dos glóbulos de gordura, ocorrendo uma separação, de fase líquida, denominada leitelho.

A margarina, por outro lado, é um produto altamente processado feito a partir do óleo vegetal. Ela foi criada em 1869 na França como um substituto para a manteiga para os soldados e as classes mais baixas, já que a manteiga era cara. Isso significa que a margarina é semelhante em sabor, aparência e consistência à manteiga, mas estas semelhanças são adquiridas por meio de uma variedade de ingredientes artificiais adicionados à margarina - incluindo emulsificantes e corantes artificiais. Além disso, a margarina é submetida a um processo de hidrogenação, que prolonga sua vida útil, mas também aumenta seu teor de gordura trans.

Então, para resumir: a principal diferença entre a manteiga e a margarina é que a primeira é um produto pouco processado e a segunda, um produto altamente processado. Ambas têm quantidades semelhantes de calorias, gorduras e proteínas, mas a margarina possui mais gordura trans, enquanto a manteiga tem maior gordura saturada e colesterol. No passado, acreditava-se que a gordura saturada e o colesterol eram ruins para a saúde, mas pesquisas recentes sugerem que eles podem não ser tão insalubres como se pensava.

 

A manteiga causa menos danos ao coração do que a margarina?

De acordo com o contexto, entre as duas opções, a margarina é considerado o pior alimento para a saúde do coração devido ao seu conteúdo de gorduras trans (essas, têm sido associadas às doenças cardíacas e outros problemas). 

Antigamente, a margarina era considerada mais saudável porque acreditava-se que a manteiga era ruim para a saúde do coração como resultado de suas gorduras saturadas e colesterol. No entanto, existem dois tipos de colesterol: um que é bom para nós e um que é ruim. Uma pesquisa descobriu que a gordura saturada e o colesterol aumentam o colesterol HDL (o "bom", que não está associado a doenças cardíacas) e que não aumentam o colesterol LDL (o "mau"). A gordura saturada e o colesterol também melhoram os níveis de LDL - tornando-o mais benigno e menos nocivo. Isso significa que a gordura saturada na manteiga não aumenta o risco de doenças cardíacas. 

Manteiga vs. margarina: qual é melhor para você?

É importante salientar que ambas contêm uma grande quantidade de calorias. Uma colher de sopa de manteiga tem 100 calorias e a margarina tem uma quantidade semelhante. Em dietas com restrição calórica, elas devem ser usadas com cautela e equilíbrio. 

Enquanto muitas pessoas acreditam que a gordura é ruim para a saúde, a verdade é que nossos corpos precisam dela para funcionar. A manteiga, consumida com moderação, pode ser uma fonte importante e saudável de gordura.

Por outro lado, as gorduras trans nunca são uma boa fonte de gorduras. Hoje, algumas margarinas se apresentam no mercado com quantidades limitadas de gordura trans, mas, não deixam de ser alimentos altamente processados - contendo uma série de aditivos, corantes artificiais e emulsificantes - as tornando menos saudáveis. 

Outras marcas de margarina também adicionam vitaminas, ácidos graxos ômega-3 e outros ingredientes saudáveis com o intuito de melhorar a imagem do produto. Dessa forma, se você optar pela margarina, vale selecionar marcas livres de gordura trans e também maneirar no consumo. 

Colocando a saúde de lado, que outras diferenças existem entre as duas? 
Quando se trata de sabor, a maioria das pessoas ainda prefere a manteiga. O sabor da margarina varia de marca para marca (sendo assim, algumas margarinas têm um gosto melhor do que outras). 

Quando se trata de cozinhar ou assar, a manteiga tem uma textura diferente da margarina. A manteiga é muito cremosa e robusta, enquanto a margarina pode ter uma textura mais leve, menos cremosa. Assar bolos ou outras refeições, usando manteiga pode adicionar um pouco mais de cremosidade à refeição. 

Como apontado anteriormente, definitivamente a margarina não é igual à manteiga, mas, seu uso e consumo dependerá das necessidades individuais de cada consumidor. 

Manteiga vs. margarina: fazendo uma escolha

Você vai encontrar especialistas em saúde em ambos os lados do debate, mas, como já citado anteriormente, estudos mostraram que a gordura saturada e o colesterol dietético não são tão ruins como se acreditava anteriormente. Lembre-se sempre de comer com moderação e escolher marcas que te agradem mais. 

Em última análise, o quão saudável a margarina e a manteiga são, também vai depender muito do quanto você consome. Precisamos de gordura em nossas dietas para que nossos corpos funcionem corretamente, mas muito, também é ruim para nós. A manteiga é uma ótima fonte de gorduras saudáveis e embora houvesse um monte de paranoias e medos no passado sobre a manteiga, espalhar um pouco no pão pode ser uma escolha saudável. (Raquel Maria Cury Rodrigues Piracicaba - São Paulo, Zootecnista pela FMVZ/Unesp de Botucatu/MilkPoint)

 
Fundações
Secretário-geral de governo, Carlos Búrigo garantiu ontem que o governo não se afastará da decisão de extinguir as nove fundações cujos projetos foram aprovados na Assembleia. Búrigo diz que está aberto para receber os grupos contrários às extinções, mas afirma que o governo trabalha "em cima de um conceito de foco nas áreas essenciais do Estado". (Correio do Povo)

 

Porto Alegre, 12 de janeiro de 2017.                                               Ano 11- N° 2.421

 

​​Languiru e parceiros buscam alternativas para pequenos produtores de leite

   

Preocupada com a sustentabilidade da pequena propriedade, especialmente dos pequenos produtores de leite com dificuldades de produzir volumes que compensem a captação da matéria-prima, a Cooperativa Languiru, com apoio da Emater, de Sindicatos de Trabalhadores Rurais, de Secretarias Municipais da Agricultura e da Sicredi Ouro Branco, estuda alternativas para viabilizar a atividade desses pequenos produtores na sua área de ação. O projeto está em fase de estudo e, após estruturado e concluído, os produtores interessados em participar deverão efetuar sua inscrição junto ao Departamento Técnico da Languiru. Esta oportunidade de participar do programa será dada aos produtores associados à Languiru, bem como àqueles que queiram se associar tão logo o projeto esteja finalizado. Na primeira reunião do grupo, realizada no dia 09 de janeiro na Sede Administrativa da Languiru, o presidente Dirceu Bayer, acompanhado do vice-presidente Renato Kreimeier, do coordenador do Setor de Leite do Departamento Técnico da Languiru, Fernando Staggemeier, do gerente do Supermercado Languiru, Vitor Dahmer, e do membro efetivo do Conselho de Administração, Flávio João Walter, receberam lideranças do agronegócio para dar o primeiro passo na elaboração do projeto. "Os pequenos produtores não conseguem reagir diante das dificuldades apresentadas pelo setor, enfrentam dificuldades para realizar investimentos e acabam ficando de fora do processo. A Languiru sempre esteve muito comprometida com as comunidades onde está representada e esse projeto vem ao encontro do nosso trabalho de cunho social. Precisamos unir esforços e oferecer alternativas, auxiliando os pequenos produtores rurais, incrementando o quadro social da cooperativa e absorvendo essa produção", justificou Bayer na abertura da reunião.

No que se refere à inclusão de novos associados, o presidente adiantou que, inclusive, na Assembleia Geral Ordinária, que deve ocorrer no primeiro semestre de 2017, está prevista alteração estatutária que possa facilitar esse processo. "É uma forma de valorizar o produtor rural, seja ele pequeno, médio ou grande, gerando novas perspectivas de futuro e estimulando a permanência dos jovens no campo. Dessa forma a Languiru cumpre seu papel social de dar oportunidades a todos", acrescentou.

O vice-presidente Renato Kreimeier frisou a vocação produtiva do Vale do Taquari. "Devemos aproveitar o que temos e sabemos fazer, produzindo o que o mercado consumidor procura. Contamos com grandes possibilidades, considerando a aptidão dos nossos produtores rurais, e um enorme potencial, em especial nas propriedades com a presença de jovens", mencionou. Durante cerca de duas horas o grupo discutiu diferentes alternativas de incremento na produção leiteira de pequenos produtores e discutiu novas possibilidades produtivas, entre elas a criação de gado de corte e o plantio de milho. Entre os municípios representados estiveram Teutônia, Estrela, Bom Retiro do Sul, Poço das Antas, Westfália e Imigrante.

Sobrevivência
O secretário da Agricultura de Estrela, José Adão Braun, enalteceu a iniciativa da Languiru. "O pequeno produtor também precisa sobreviver. Precisamos unir esforços, pensar juntos. Há caminhos possíveis e fico entusiasmado com esta proposta", disse. O presidente da Sicredi Ouro Branco, Silvo Landmeier, igualmente se mostrou favorável ao projeto. "Com certeza devemos dar andamento a esta proposta. Como cooperativa de crédito, nos colocamos à disposição para apoiar a iniciativa", frisou. O economista, consultor em pesquisas e gestão empresarial em propriedades rurais, Lucildo Ahlert, reafirmou a necessidade de discussão sobre novas alternativas para a pequena propriedade. "Precisamos de algo mais e há outras possibilidades, indo além do leite, do frango e do suíno. É preciso organização do setor primário, com planejamento e profissionalismo. Temos muitas alternativas que não necessariamente requerem grandes investimentos. Com cada um fazendo a sua parte, na sua área, este projeto é mais uma grande oportunidade do Vale do Taquari mostrar como resolve suas carências e necessidades", avaliou.

O secretário da Agricultura de Teutônia, Gilson Hollmann, citou bons exemplos de outros municípios, referindo-se à possibilidade de novas fontes de renda no campo. "O Vale do Taquari possui um enorme potencial de crescimento no agroturismo, na produção de carne, de flores, de milho para silagem, na apicultura. Opções existem e precisam ser estudadas, assim como o incentivo às feiras de produtores, aproximando o produto do nosso campo do mercado consumidor, local e de municípios vizinhos", disse.

O gerente regional da Emater/RS-Ascar, Marcelo Brandoli, reforçou a aproximação dos profissionais da entidade com o Departamento Técnico da Languiru na orientação aos produtores rurais. "Este é um diferencial da Cooperativa Languiru, que não abandona o pequeno produtor. O projeto é um processo de planejamento do setor primário, preocupado com a vocação e a sucessão das propriedades familiares. Com a integração de todos os envolvidos, tendo na base a Languiru, a Emater, os Sindicatos de Trabalhadores Rurais e as prefeituras, podemos encontrar novas possibilidades", confirmou.

Em nome da Regional Sindical Vale do Taquari, o coordenador Luciano Carminatti falou dessa realidade da pequena propriedade rural, parabenizando a Languiru pela proposta e pelo Programa de Sucessão Familiar, desenvolvido com jovens associados e filhos de associados. "Paralelamente a essas ações, é essencial a valorização e o pagamento por qualidade da produção, uma forma de estimular todos os produtores de leite, independente do volume da matéria-prima entregue. O estímulo à diversidade produtiva nas propriedades também é uma possibilidade de sustentabilidade na atividade, valorizando o que temos na nossa região, com acompanhamento técnico e orientação aos produtores", manifestou. Nesta mesma linha foi o pronunciamento do secretário da Agricultura de Westfália, Vitor Ahlert. "O leite possui uma grande importância econômica e social, mas também é preciso pensar em outras alternativas. Nisso se enquadra, por exemplo, a engorda de animais, cuja venda de carne, hoje, está na mão de terceiros", resumiu, reafirmando a importância dos jovens para a atividade no setor primário.

Alteração estatutária
Sobre a alteração estatutária da Languiru, ampliando o leque de possibilidades de inclusão de associados com produção, é uma oportunidade que, de fato, depende do interesse desses produtores. "É uma oportunidade que estaremos oferecendo. Estamos iniciando esta caminha com os 'pés no chão', mostrando que a pequena propriedade rural é viável, respeitando diferentes pontos de vista. Tenho muita esperança neste projeto", considera o presidente Bayer. Nesta alteração do estatuto está, por exemplo, a possibilidade de associação de produtor de milho, que passaria a ter os mesmos benefícios dos demais associados produtores, como o Cartão Azul, que entre outras vantagens oferece auxílio escolar, desconto em farmácia e auxílio pecúlio. "Teremos novos encontros para tratar do desenvolvimento do projeto. Acredito que estamos vivendo um novo momento, importante para o agronegócio", concluiu Bayer.

Perda de pequenos produtores
O coordenado do Setor de Leite do Departamento Técnico da Languiru, Fernando Staggemeier, revelou que do total de aproximadamente 1,5 mil propriedades leiteiras de associados da cooperativa, um terço delas produz até 100 litros de leite por dia. "A pequena propriedade é importante. No ano de 2016, 124 associados desistiram da produção leiteira. Especificamente em Teutônia, foram 32 associados, e em Westfália, outros 10. Precisamos evoluir na cadeia do leite assim como já ocorreu nos setores de aves e suínos, as propriedades precisam ter condições de acompanhar esta evolução", alertou. Entre outros dados, Staggemeier também enumerou que atualmente Teutônia conta com 94 propriedades com produção média de 60 litros de leite por dia, onde a idade média dos produtores associados é de 54 anos. Dessas, 25 contam com sucessão encaminhada, mas apenas 14 atuantes. Em Westfália o cenário é semelhante, com 54 propriedades com média de produção de 55 litros de leite por dia, idade média dos associados em 52 anos, 34 das propriedades com sucessão e apenas nove dessas atuantes. (Assessoria de Imprensa Languiru) 

 
 
Franceses driblam crise do leite com cooperativa de queijo especial
Há pouco mais de um ano, a União Europeia (EU) decidiu acabar com as cotas que determinavam limites de produção e exportação de leite em todos os países do bloco. Com isso, cada nação passou a ter liberdade para produzir e vender o quanto quisesse. A medida causou um desequilíbrio no quadro de oferta e demanda local, que mais tarde foi agravado pela redução das compras de leite cru europeu por parte de importadores de peso, como a China. Com a demanda fraca e a oferta em alta, os preços pagos aos produtores passaram a despencar no velho continente. Mas há quem veja essa crise passar longe de si. No chamado Maciço do Jura, uma região montanhosa, na fronteira da França com a Suíça, onde as vacas pastejam à moda antiga, com sinos pendurados no pescoço e aos 1.000 metros de altitude, criadores encontraram uma maneira de driblar os preços baixos, manter o mercado sempre equilibrado e rentável. Eles formaram a cooperativa do queijo comtè, o tipo mais consumido na França. O diferencial do produto é que ele possui o que os europeus chamam de AOP, sigla que em português significa 'denominação de origem protegida', uma certificação nada fácil de conseguir. É preciso respeitar uma sistemática desde a maneira de criar e alimentar as vacas até o processo de industrialização do leite. Com isso, o produto é vendido a preços superiores no mercado.

Enquanto o leite convencional é vendido de 280 euros a 320 euros a cada mil litros (entre 0,28 a 0,32 centavos de euro por litro) o produto certificado vale de 450 euros a 500 euros a cada mil litros (0,45 a 0,50 centavos de euro por litro). "A particularidade nesta cadeia é, sobretudo, que não temos problemas econômicos, porque conseguimos repartir o valor agregado. Além disso, o volume de produção é limitado e negociado entre todas as AOP´s da região. Este ano, por exemplo, o aumento permitido foi de 2 mil toneladas", explica Claude Vermont-Desroche, presidente do Comitê Interprofissinoal do Comtè. A preferência pelo queijo produzido nas montanhas é compreendida logo numa primeira degustação. Cremoso, com casca fina e salgada, o comtè conserva o máximo das propriedades do leite cru, coletado de vacas simental ou montbeliarde (não pode haver mistura dos leites dessas raças). Uma das regras de fabricação do produto é não conter aditivos químicos. "É leite, coalho e sal", resume Desroche. Além disso, o tempo entre a coleta do leite nas fazendas e a industrialização não pode passar de 30 horas. Tudo isso está especificado na certificação. "Coletamos e fabricamos queijo todos os dias", afirma o representante dos produtores.

A cooperativa recebe de dez fazendas associadas 40 milhões de litros de leite por ano, volume suficiente para render 65 mil toneladas de queijo. O produto é distribuído para 150 queijarias, responsáveis pelo atendimento de consumidores que buscam pequenas ou grandes quantidades. De acordo com a organização representativa dos produtores, 52% das famílias francesas consomem o queijo comtè, que está associado à classe média alta do país. Somente 9% são exportados para países vizinhos. A denominação de origem protegida foi criada há mais de 80 anos na França e começou pela vitivinicultura. Essa política valoriza a produção em regiões e condições específicas, tornando os vinhos franceses uns dos mais prestígiados em todo o mundo. A medida evitou ainda uma desertificação da zona rural, especialmente depois da Segunda Guerra, já que oferece alta rentabilidade aos produtores. "Não procuramos receita nem que seja bom pra saúde. O foco é exprimir o terroir [termo sem tradução que significa um conjunto de características exclusivas de uma região]", dizem os representantes do queijo. 

 

Na região do Maciço do Jura não é difícil encontrar vacas simental e montbeliarde no campo, porque uma das tradições que a população local não deixa de seguir é a de pendurar sinos nos pescoços dos animais. Seja em terrenos planos ou grandes altitudes, como nos Alpes. Com isso, as vacas promovem uma verdadeira orquestra de sinos ao se locomoverem e se alimentarem. "As pessoas que se incomodavam com o barulho já desistiram de brigar conosco para que deixemos essa tradição de lado e adotemos o silêncio", conta Desroche, que também é criador. Segundo ele, antigamente os sinos ajudavam os proprietários a encontrar os animais, hoje a ideia é só de preservar a história. O gado nessa região fica ao menos sete meses por ano se alimentando ao ar livre e somente cinco meses em estábulos, comendo feno. A AOP determina que dois terços do pasto precisam ser plantados e o restante deve ser nativo. A produtividade de cada animal é de 20 litros ao dia, em média, e todas têm direito a férias de 60 dias por ano. (Globo Rural)

RS: pioneirismo na diversificação das atividades da propriedade que deu certo

Barros Cassal/RS
Diversificar a propriedade rural, gerando renda e qualidade de vida foi o que levou os agricultores Marizete e Volmir de Vargas a investirem na implantação de uma agroindústria familiar. Trabalhando há mais de 20 anos na produção leiteira, além do cultivo de soja e milho, os agricultores observaram a necessidade de planejar as ações na propriedade rural. "Nós já tínhamos a matéria-prima (leite), então agimos para agregar valor e comercializar um produto diferenciado", relata Volmir.

Com o apoio da Emater/RS-Ascar, ainda no ano de 2005, a família que reside na Linha Cachoeirinha, interior do município de Barros Cassal, organizou e planejou a implantação da agroindústria familiar "Todo Dia", investindo recursos próprios e, com o alvará concedido pela Prefeitura, iniciando a produção de leite pasteurizado. Posteriormente, com a criação do Programa Estadual de Agroindústria Familiar da Secretaria do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), a família legalizou o empreendimento, aderiu ao Sistema de Inspeção Municipal (SIM) e recebeu o Selo Sabor Gaúcho, o que contribuiu para a comercialização dos produtos em feiras apoiadas pela Secretaria e também por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).

Atualmente, a família possuí 30 vacas em lactação, com uma produção média de 500 litros de leite por dia, o que garante toda a matéria-prima necessária para a produção de queijos, bebida láctea e leite pasteurizado. Quanto à produção de queijos, os agricultores também investiram em diferentes receitas, além do queijo tradicional, como o queijo com orégano, ervas finas, vinho, salame, salame e orégano, entre outros sabores. "As pessoas começaram a pedir e nós começamos a testar as receitas, que tiveram boa aceitação dos consumidores. Hoje eles já nos procuram nas feiras, conhecem o nosso produto", relata o agricultor, que já se prepara para participar da Expodireto e da Expoagro, feiras que acontecem no mês de março em Não-Me-Toque e Rio Pardo, respectivamente.

Outra característica dos produtos é o tamanho, comercializados com diferentes pesagens, e a embalagem a vácuo que confere maior durabilidade e facilidade de transporte. Todo o empenho dos agricultores em levar tecnologia e renda para a propriedade está em estimular a permanência dos filhos, Felipe e Tobias, no meio rural. "Ambos estão estudando na área. O Felipe cursa zootecnia e o Tobias é estudante de agronomia, e já relataram o interesse em retornar à nossa propriedade após a conclusão dos estudos", conta Marizete.

Contudo, o casal ainda possuí algumas limitações. A principal delas está em expandir a comercialização para outros municípios, o que só será possível com a adesão do município de Barros Cassal ao Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial, Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte (Susaf). Hoje, para participar de feiras a família conta com autorização especial fornecida pela Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi). Volmir ainda destaca o apoio recebido da Emater/RS-Ascar. "A Emater sempre esteve nos acompanhando e ajudando desde o início e está presente ainda hoje. Mas, o produtor também deve fazer a sua parte e procurar a Emater que lá sempre tem ajuda e encaminhamento", finaliza. (Emater/RS)

 
EUA e Ásia 'lideram' categoria de iogurte em novos segmentos de sabores
A categoria de iogurte está se diversificando rapidamente em uma série de segmentos novos com sabores salgado e picante, com os EUA e Ásia impulsionando a inovação, de acordo com novo relatório da consultoria de alimentos e bebidas Zenith Global. Segundo a pesquisa, as duas regiões estão "buscando inspiração através de culturas e culinárias internacionais para ajudar os consumidores que estão buscando estilos de vida mais saudáveis". A descoberta foi confirmada pelo anúncio de hoje de novos produtos da General Mills, que apresentou novos tipos de iogurte que são mais elevados em teor de proteína, feitos com leite integral, ou vêm com petiscos apetitosos como pretzels de chocolate e biscoitos de canela. A empresa de alimentos americana também trouxe de volta o seu iogurte de creme após um intervalo de dez anos, disponível em sabores incluindo banana, limão e caramelo. Dos 22 novos produtos lançados pela General Mills, mais de ¼ eram para mercados fora dos EUA - principalmente Canadá e China - enquanto todos, exceto dois, estavam destinados a países da América do Norte ou da Ásia. Mas sobretudo, as empresas estão colocando legumes nos iogurtes para novas opções de salgados, como a Arla Big Yogs e Yummia oferecendo suas próprias versões. "As empresas de laticínios ampliaram o recurso dos iogurtes saborosos, promovendo-os para variados usos", disse a diretora de inteligência de mercado da Zenith Global, Esther Renfrew. "As opções de salgados nas prateleiras dos supermercados oferecem grande versatilidade como lanches, petiscos, salada e ingredientes de cozinha. Eles oferecem formas diferentes que aguçam o paladar sem excessivas calorias." Com um amplo posicionamento que atrai os adultos, os milenares e as crianças - bem como uma variedade crescente de combinações de sabores - a categoria tem sido bem-sucedida em atrair novos clientes, bem como na construção de convertidos leais, acrescentou Zenith. Renfrew continuou: "À medida que as preocupações com a saúde se ampliam, o iogurte salgado tem forte potencial de crescimento contínuo e desenvolvimento de novos produtos em 2017."( FoodBev Media- Tradução Livre: Terra Viva)

 

Porto Alegre, 11 de janeiro de 2017.                                               Ano 11- N° 2.420

 

​​4º Fórum Itinerante do Leite ocorrerá em abril

O 4º Fórum Itinerante do Leite já tem data marcada. O evento está programado para o dia 25 de abril, nas dependências da Escola Estadual Técnica Celeste Gobbato, na cidade de Palmeira das Missões (RS). O objetivo é dar continuidade aos debates sobre os desafios da produção leiteira gaúcha, englobando pontos de vista de produtores, acadêmicos e representantes industriais. Neste fórum o debate pela parte da manhã e terá como tema principal "A versatilidade dos lácteos em incorporar mais propriedades funcionais ou de saúde". 

Também está previsto o lançamento do livro sobre os 2º e 3º fóruns realizados em Santa Maria e Porto Alegre, respectivamente em outubro e novembro de 2016. Já à tarde estão previstas as oficinas, que já foram abordadas nos primeiros fóruns como o caminho da inspeção do leite, evolução da legislação; a qualidade do leite na elaboração de produtos lácteos; o bem estar de vacas leiteiras; a alimentação animal versus a qualidade do leite; e a saúde animal versus a qualidade do leite. Serão abordados ainda os seguintes temas nas oficinas: as inovações tecnológicas no setor do leite, as perspectivas para o setor lácteo no RS; o projeto sobre compost Barn no RS; e a análise dos primeiros 100 dias da Lei do Leite. 

A programação completa deverá ser divulgada nos primeiros dias de fevereiro, bem como a adesão de outras entidades em apoio ao 4º Fórum Itinerante do leite em Palmeira das Missões. O evento é promovido pelo Sindicato da Indústria dos Laticínios (Sindilat/RS), em parceria com a SEAPI, Farsul, Fetag, Mapa, Escola Estadual Celeste Celeste Gobbato e UFSM Campus de Palmeira das Missões.

Os detalhes do evento foram definidos em reunião na sexta-feira (06/01), na Escola Estadual Celeste Gobbato, e contou com a presença de representante do Sindilat e de entidades de Palmeira das Missões. A Lei Estadual do Leite, a competitividade no setor e as projeções para o futuro do setor foram alguns dos temas abordados nos fóruns anteriores, que já foram realizados nos municípios de Ijuí, Santa Maria e Porto Alegre. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
 
Santa Clara começa obras de laticínio em Casca/RS

A cooperativa Santa Clara iniciou, neste mês, as obras da unidade industrial de laticínios que irá operar no município de Casca. A atividade comercial do complexo está prevista para ocorrer no segundo trimestre de 2018. A estrutura terá uma capacidade instalada para processar até 600 mil litros de leite diariamente, porém, em um primeiro momento, irá trabalhar com metade desse volume. Inicialmente, o foco será na produção de leite UHT e formulados (achocolatados, creme de leite UHT e bebidas lácteas de 200 ml). Em uma próxima etapa, a fábrica também atuará com outros itens, como, por exemplo, queijos. O diretor administrativo e financeiro da Santa Clara, Alexandre Guerra, ressalta que a planta crescerá de forma gradativa e deverá alcançar a sua produção total dentro de seis anos. Posteriormente, a unidade, que possui uma área construída de 22 mil metros quadrados, já prevê ampliações para chegar a 1 milhão de litros industrializados por dia.

Guerra detalha que o planejamento envolvendo equipamentos, como os de tratamento de efluentes e caldeiras, foi feito para atender à necessidade de expansão mais adiante. "É uma indústria projetada para o futuro da Santa Clara", enfatiza. Hoje, a cooperativa industrializa em torno de 750 mil litros de leite diariamente, que resultam em uma linha de mais de 140 produtos. Durante a construção da planta em Casca, a perspectiva é que sejam gerados mais de 200 postos de trabalho e na operação mais 145 empregos diretos deverão ser criados. O investimento no empreendimento é estimado em R$ 115 milhões, sendo que R$ 70 milhões serão financiados pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). 

A Santa Clara optou por fazer o complexo na região devido à robusta bacia leiteira do entorno. A fábrica também implica uma vantagem logística para a companhia, pois o leite industrializado ali pode ir direto para outros estados, e o produto feito na matriz, em Carlos Barbosa, pode abastecer o Rio Grande do Sul. Sobre o potencial de vendas no mercado nacional, Guerra recorda que o Brasil é um importador de lácteos. "Ainda vai levar anos para sermos autossuficientes", frisa. O executivo acrescenta que a expectativa é que a população cresça e ocorra uma melhora de renda. O diretor informa que o brasileiro consome ao ano, em média, 176 litros entre leite fluido e inserido em produtos, e a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda 220 litros.

As obras da fábrica estavam previstas para começar no ano passado, no entanto Guerra afirma que o atraso deveu-se à legalização do processo e à terraplanagem, que demorou mais do que se esperava. Atualmente, a Santa Clara capta leite em 105 municípios gaúchos, contando com 3,3 mil produtores associados em atividade. A cooperativa possui indústrias em Carlos Barbosa e Getúlio Vargas, com um mix de produtos de laticínios e frigorífico de 320 itens. Em 10 de abril deste ano, a Santa Clara completa 105 anos de existência. (As informações são do Jornal do Comércio)

Cinco principais indicadores para as exportações de lácteos em 2017

O USDEC projeta o ano novo, identificando os fatores que terão influência nas oportunidades de exportação de lácteos dos EUA. Depois que a maioria dos prognósticos políticos viu suas previsões caírem por terra na eleição presidencial deste ano, prever o futuro está ainda mais traiçoeiro do que o habitual. Pensando nisto, ao invés de oferecer uma profecia para as exportações lácteas em 2017, relacionamos os cinco pontos-chave que serão tomados como indicadores.

1. A produção da primavera na União Europeia (UE). Demorou mais de um ano para que a produção leiteira da UE respondesse ao excesso de oferta global. Mesmo quando os preços das commodities europeias atingiram seu nível mais baixo em quase uma década, os produtores mantiveram a produção de leite, em muitos casos, reduzidos, temporariamente, quando as indústrias bonificavam a manutenção dos volumes em níveis da maximização da eficiência dos investimentos até à remoção das cotas.
Depois de 14 meses consecutivos de aumentos da produção de leite na comparação anual, os produtores de leite da UE finalmente se curvaram aos persistentes sinais negativos do mercado, em junho de 2016. A produção de leite declinou 1,8% de junho a setembro, em comparação com o ano anterior. É provável que esta tendência se mantenha no quarto trimestre, particularmente porque os produtores aderiram ao regime voluntário de redução de leite no bloco, que lhes pagarão para produzir menos leite entre outubro e dezembro (com um pequeno intervalo em janeiro). A adesão, simplesmente, não os vincula automaticamente em redução da produção, mas muitos já estão fazendo isso de qualquer maneira. No entanto, chegando a 2017, o quadro fica menos claro. Os preços aos produtores da UE estão subindo - 10% de julho a outubro - e todo esse brilho não desaparecerá. Os preços europeus da manteiga, do leite em pó e do queijo subiram 22-68% desde a depressão da primavera. A pergunta é: Será que a reviravolta será suficiente para revigorar os agricultores em 2017? Principalmente nos países que contribuíram com os maiores ganhos nos últimos dois anos: Dinamarca, Irlanda e Holanda? Enquanto a produção da Nova Zelândia continuar a ser um importante fator de equilíbrio, a UE tem o poder. Deslocar 1% na produção leiteira da UE equivale à movimentação de 1,5 milhões de toneladas de leite. O declínio contínuo e a diminuição das ações globais tornaram menos impactantes as mudanças de produção na Argentina e na Austrália.

2. Demanda. A demanda global de lácteos enfrentará algumas dificuldades em 2017, já que os produtos ficarão mais caros do que em 2016. Os preços internacionais das commodities estão subindo e começarão a ser filtrados pelos consumidores ao nível de varejo. Os recentes aumentos previstos no valor do dólar dos EUA podem exacerbar os aumentos.
Desde a eleição presidencial dos EUA, o dólar tem se fortalecido consideravelmente, subindo de 2 a 8% em relação às moedas dos principais compradores de leite dos EUA e principais concorrentes. Para muitos, foi uma mudança de direção. Enquanto o renminbi chinês e o peso mexicano se depreciaram em grande parte do ano, outras moedas realmente ganharam sobre o dólar em 2016. O índice do dólar dos EUA alcançou a maior alta em 14 anos logo após a eleição, e os economistas acreditam agora que aumentará mais na nova administração. A principal área de preocupação para um dólar forte é o impacto potencial que tem sobre a demanda global das principais nações importadoras. Como o comércio de lácteos é estabelecido em dólares dos EUA, um dólar forte poderá elevar os preços de importação que acabarão por chegar aos consumidores e potencialmente deter o consumo. Isso pode conter o crescimento da demanda, e seria ruim para os exportadores de leite de todos os países. Os preços do petróleo poderiam restringir ainda mais a demanda em países produtores de petróleo. A queda de dois anos nos preços do petróleo tem prejudicado as economias em todo o Oriente Médio, na Venezuela e em outros lugares, reduzindo a demanda por lácteos. Por exemplo, o petróleo representa cerca de ¼  da economia da Venezuela e 95% de suas exportações. A nação, tradicionalmente um grande comprador de lácteos, cortou o volume de importação de lácteos em quase 75% nos últimos dois anos. Os membros da OPEP chegaram a um acordo para cortar a produção no final de novembro, o que poderá aumentar os rendimentos nacionais entre muitos importadores de lácteos, mas, esse acordo é contingente a que os não-membros contribuam para as reduções, uma proposição incerta para realmente reduzir os excedentes globais de petróleo.

3. Estoques. No final de novembro, a UE tinha 355 mil toneladas de leite em pó desnatado (SMP) nos estoques de intervenção, e um adicional de 70 mil toneladas de SMP e 75 mil toneladas de manteiga no âmbito do programa Private Storage AID (Ajuda de Estoques Privados). Os estoques de manteiga e queijo nos Estados Unidos atingiram  os recordes de 122 e 562 mil toneladas, respectivamente, no final de setembro, enquanto os estoques de leite em pó desnatado (nonfat dry milk/skim milk powder) foram de quase 100 mil toneladas. O crescimento da produção mundial de leite pode estar em declínio e os preços das commodities subindo, mas, ainda enfrentamos um mercado substancialmente bem abastecido. A pergunta em 2017 é: Esses volumes poderão sair sem afundar a nascente recuperação do mercado verificada nos últimos meses? Um teste sobre o apetite global foi feito antes mesmo do Ano Novo. Percebendo os sinais de recuperação, a Comissão Europeia decidiu testar o apetite com um volume limitado - 22.150 toneladas - dos estoques de intervenção de SMP através de um processo de leilão. Os lances estão sendo recebidos até amanhã, desde o dia 13 de dezembro.

4. Política comercial dos EUA. Sempre que um novo presidente se prepara para assumir o cargo, surgem questões sobre a política comercial do novo governo. Com o presidente eleito Trump não é diferente. Embora o presidente eleito tenha repetidamente criticado os acordos de livre comércio (ALC) anteriores durante a campanha, e traga consigo riscos comerciais potenciais (como ameaças anteriores para impor tarifas punitivas em mercados essenciais e lançar renegociações de ALC), ele também traz a potencial perspectiva benéfica de novos acordos bilaterais. Na verdade, existem sinais de interesse em explorar um novo conjunto de ALCs bilaterais em curto prazo. Dada esta combinação de oportunidades potenciais e possíveis desafios, o USDEC estará fornecendo informações para a nova administração com o objetivo de assegurar que o comércio atual de lácteos continue fluindo sem ser afetado e que aproveitemos o apetite para dar uma nova olhada na política comercial dos EUA, na direção de favorecer a agricultura americana. Um exemplo seria ampliar questões de fiscalização para manter os parceiros comerciais dos EUA em seus compromissos. Muito está em jogo em 2017. Os concorrentes dos EUA não estão parados quando se trata de comércio. A UE continua a procurar agressivamente por ACLs e, apesar das pressões populistas internas em alguns mercados, provavelmente continuará. Os países asiáticos discutem um possível acordo regional paralelo ou em substituição à Parceria TransPacífico. A Austrália e a Nova Zelândia já têm acordos de livre comércio com a China, e a Nova Zelândia e a China anunciaram recentemente planos de iniciar negociações para expandir seus acordos, incluindo disposições sobre produtos lácteos. Os Estados Unidos precisam ser ativos no avanço para não ficarem para trás.

5. Mix de produtos para a China. As importações de produtos lácteos chineses subiram 15%, em equivalente leite, nos primeiros 10 meses de 2016 (em comparação com janeiro-outubro de 2015). Enquanto o volume de leite em pó integral (WMP) - o produto que cimentou o lugar da China como o maior comprador de leite do mundo - subiu 18%, os dados do comércio dos últimos cinco anos indicam que vemos uma evolução da demanda chinesa por lácteos.
As importações chinesas de leite fluido, creme, queijo e fórmula infantil estão bem, a caminho de anos recorde, com volume de 27-51%. Juntos, eles representaram 16% do volume de importação de leite da China (em equivalente leite) entre janeiro-outubro de 2016. Isso marca o segundo ano consecutivo que crescem dois dígitos- uma mudança clara da participação na importação agregada de 7% apresentada em 2012-2014.

O WMP ainda comanda a maior parte das importações de produtos lácteos - 30% (355.128 toneladas) nos primeiros 10 meses. Mas essa participação caiu 45%. O volume recorde de 621.010 toneladas ocorreu em 2014.
Poucos têm dúvidas sobre o futuro brilhante da China como importador de lácteos. Mas o mix de produtos parece estar mudando. O próximo ano fornecerá mais dicas sobre os rumos.
Outros fatores que vale a pena saber A lista completa de fatores que potencialmente influenciam a oportunidade global de lácteos é virtualmente infinita. E enquanto acreditamos que os cinco fatores acima são os principais, uma porção de outros notáveis merecem menção, incluindo:
O apetite de lácteos dos EUA no México. Apesar da significativa desvalorização do peso em 2016, as exportações de lácteos dos EUA para o México apresentaram surpreendente resistência. Mais notavelmente, as remessas de leite em pó dos Estados Unidos subiram 13% em volume nos primeiros 10 meses em comparação com janeiro a outubro de 2015, quando o país comprou 46% do total das exportações de leite em pó dos Estados Unidos. As exportações de queijos dos EUA para o México caíram 4% em outubro, mas, os Estados Unidos aumentaram sua participação e o México continua sendo o maior comprador de queijo dos EUA.

No total, o México representou 26% do valor total das exportações de lácteos dos Estados Unidos (US$1 bilhão) nos primeiros 10 meses, acima da média anual de 23% de 2010-2015. Em 2017, a questão será saber se o apetite lácteo do México aumentará, particularmente, nos principais setores norte-americanos de leite em pó e queijo de serviços alimentares, e se os fornecedores dos EUA dedicarão foco e recursos para defender e crescer sua participação neste importante mercado de cara com a crescente concorrência da Europa e da Oceania. Mix de produtos da Nova Zelândia. A bolha chinesa de WMP em 2014 trouxe a Nova Zelândia à realidade, havendo se comprometido demasiadamente na produção do pó. O país, e sua mais notável fornecedora de lácteos - quase monopólio, a Cooperativa Fonterra, voltou a diversificar a produção em nutrição pediátrica, queijo, serviços alimentares e outros produtos de margem mais alta, por meio de investimentos em fábricas e inovação de produtos. Em outras palavras, a Nova Zelândia buscou canalizar mais leite para produtos que competem diretamente com as exportações dos EUA, ao invés do WMP, onde os Estados Unidos é apenas um participante menor.
O próximo ano fornecerá mais dicas sobre como o sucesso da indústria do país será na produção desses produtos, apesar da natureza altamente sazonal da produção de leite Kiwi e a engrenagem de sua fabricação de pó.

Regulamentos da China. A China continua a aperfeiçoar seus regulamentos de segurança alimentar para reduzir a incidência de adulteração, contaminação e falsificação que tem minado a confiança na oferta doméstico de alimentos. Essas tentativas de reforçar o seu sistema de segurança alimentar tem consequências de longo alcance para todos os exportadores de produtos lácteos e alimentos que procuram fazer negócios lá, como evidenciado pelas exigências de registro de instalações da China. Novas regras de comércio eletrônico de fórmulas infantis e outros produtos lácteos devem entrar em vigor na primavera de 2017. Mas a questão mais importante é: Poderia haver mais mudanças nas lojas? (USDEC - Tradução Livre: Terra Viva)

  
Estado publica normativa sobre a Lei do Leite
O governo do Estado publicou Instrução Normativa (IN) que estabelece os aspectos operacionais relacionados à Lei do Leite (Lei Estadual nº 14.835) e os seus regulamentos. A IN define, por exemplo, a carga horária do treinamento destinado aos transportadores de leite cru, que inclui atividades práticas e teóricas com o mínimo de quatro horas, assim como as regras para o repasse de informações sobre os fornecedores de leite, as quais devem estar à disposição do Serviço de Inspeção Local e de auditorias nos estabelecimentos e nos postos de refrigeração. Além disso, a normativa prevê que o veículo transportador do produto deve ser cadastrado e contar obrigatoriamente com um adesivo de identificação. A lista com o cadastro de transportadores autorizados também deverá ser publicada no site oficial da SEAPI (Secretaria Estadual de Agricultura), somente após todos os transportadores terem passado pelo treinamento. A publicação ocorreu no Diário Oficial do dia 29 de dezembro de 2016. Já a Lei do Leite foi sancionada pelo governador José Ivo Sartori no dia 24 de junho deste ano, durante o 1º Fórum Itinerante do Leite, em Ijuí. O evento foi promovido pelo Sindilat. As mudanças trazidas pela medida aumentam o compromisso das indústrias e dos transportadores de leite sobre a rastreabilidade do produto que chega aos consumidores. Aos produtores, a lei não tem mudança significativa, até porque os mesmos devem cumprir a legislação do Rispoa e a IN 62. Documento disponível no site do Sindilat. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
 

Porto Alegre, 10 de janeiro de 2017.                                               Ano 11- N° 2.419

 

​​Agronegócio brasileiro atrai investimentos neozelandeses

Até 2016, pelo menos 70 empresas já se instalaram no país e a previsão é que neste ano, mais 10 companhias invistam por aqui. Grande produtor de laticínios, ovinos, lãs e frutas como o kiwi e a maçã, a Nova Zelândia, país localizado na Oceania, deve investir mais no Brasil em 2017 e o agronegócio é o setor que deve puxar grande parte destes investimentos.

De acordo com Ralph Hays, cônsul da Nova Zelândia em São Paulo e comissário da New Zealand Trade & Enterprise (NZTE), agência que promove as relações entre os dois países, são as empresas de tecnologia agrícola que devem aportar com mais força no país neste ano. "Temos observado uma crescente demanda por novas tecnologias capazes de ampliar a capacidade produtiva", diz Hays. "É um cenário de grandes oportunidades, especialmente no segmento de agronegócios".
Ele também destaca que a crescente pressão para que empresas adotem padrões internacionais de qualidade e segurança alimentar podem gerar negócios no Brasil, já que a Nova Zelândia é reconhecida por desenvolver tecnologias seguras e sustentáveis na agricultura e pecuária. "Com o aumento da demanda global por alimentos e a escassez dos recursos naturais, é fundamental encontrar soluções que contribuam para o aumento da produtividade com menor impacto possível para o meio ambiente".

Até o ano passado, cerca de 70 empresas neozelandesas chegaram no Brasil e, segundo as projeções de Hays, neste ano pelo menos 10 novas companhias devem se instalar por aqui. Além de tecnologia, elas seriam dos setores de alimentos e bebidas, equipamentos de gerenciamento de fazendas (a cerca elétrica, por exemplo, foi criada na Nova Zelândia), medidores de leite, genética, semeadoras, e identificação eletrônica de animais.

A Nova Zelândia foi considerada pelo Banco Mundial como o melhor país do mundo para fazer negócios ("Doing Business Report 2017"). Hoje, é o maior exportador mundial de laticínios e carne ovina. Na América Latina, destaca-se o intenso comércio agrícola com o Chile.

Há alguns anos, pecuaristas neozelandeses investiram no Brasil e hoje, são uns dos maiores produtores de leite do país. A Fazenda Leitíssimo, localizada em Jaborandi (BA) investiu primeiramente em pastagens para posteriormente criar gado. Na Nova Zelândia, essa é a premissa para que o rebanho seja produtivo, o investimento em pastagens. Em Minas Gerais, a LivestockImprovement Corporation (LIC), maior cooperativa de produtores de leite do mundo também já está presente e atua no setor de genética. (Globo Rural - POR VIVIANE TAGUCHI) 

 
 
Rotulagem do país de origem de carnes e lácteos entra em vigor na França

A França colocou em execução seu teste de dois anos de rotulagem obrigatória do país de origem (COOL, da sigla em inglês) para carnes e lácteos em alimentos preparados, neste mês. A iniciativa se refere a refeições prontas com certa quantidade de carne ou leite nelas. Se o prato contém mais de 8% de carnes e 50% de leite, suas origens precisam ser mencionadas no rótulo. Somente refeições com 100% de carne e leite da França podem conter o rótulo "Produit d'origine Française".

A Interbev, associação comercial francesa que representa os processadores de carne e os pecuaristas do país, disse que está satisfeita com "os avanços significativos feitos", dando aos consumidores "informações claras e transparentes" sobre os produtos que compram.

A associação vem fazendo campanha pela rotulagem da origem de carnes frescas e processadas desde o escândalo "Horsegate", de 2013, quando testes de DNA mostraram a presença de carne de cavalo em alimentos pré-preparados, como lasanha com carne bovina - disseminando uma crise de confiança entre os consumidores.

Entretanto, nem todos estão felizes com a decisão de fazer esse teste; a FoodDrinkEurope (FDE) disse que o piloto terá um efeito negativo na cadeia de fornecimento, porque somente se aplica à França e "determina um precedente irreversível para a fragmentação do Mercado Único da UE para alimentos e bebidas".

A Associação Europeia de Lácteos (EDA) também afirma que as indústrias de lácteos em regiões da fronteira serão afetadas, à medida que têm até cinco Estados Membros da UE em sua área de captação de leite. "A Comissão Europeia falhou claramente em proteger o princípio do mercado único, que é de um ponto de vista político o pior cenário para a União", disse o secretário geral da EDA, Alexander Anton.

Em sua defesa, a diretora geral da organização de direitos dos consumidores, BEUC, Monique Goyens, disse que o secreto francês está de acordo com a Regulamentação de Informações de Alimentos (FIC), à medida que seu principal objetivo é proteger os consumidores e responder à sua demanda por informações sobre a origem de seus alimentos.

A legislação do FIC diz que os Estados Membros podem introduzir rotulagens obrigatórias adicionais se houver evidências de que a maioria dos consumidores acham que essa informação é importante.

De acordo com uma pesquisa do Eurobarometer de 2013, 90% dos respondentes concordaram que é importante que a origem da carne usada em alimentos processados seja rotulada, enquanto 84% eram favoráveis à rotulagem da origem do leite nos produtos lácteos.

O presidente do grupo de direitos do consumidor francês, Que Choisir, Alain Bazot, está fazendo campanha pela rotulagem obrigatória da origem há vários anos, junto com a associação agrícola, FNSEA e outras e lançou uma petição on-line no ano passado pedindo a rotulagem obrigatória para carnes processadas.

Essa não é a primeira vez que a COOL é testada na França; no ano passado, o país lançou quatro programas piloto de rotulagem de alimentos em quatro regiões, incluindo 60 Casino, Carrefour Market, and Simply Market stores in Île-de- France, Hauts-de-France, Rhône-Alpe e Haute Normandie. 

Esses testes viram mais de 2 milhões de rótulos colocados em quase 1.200 alimentos, usando: o sistema Nutri-Score que tem um logo com cinco cores que classifica o alimento de A (bom) até E (ruim); sistema Sens, que usa uma mistura de cores e um logotipo para indicar o quão frequentemente um certo alimento pode ser consumido de forma saudável; o logotipo Nutri-Repère, que explica os componentes, como gordura, açúcar, sais e mostra quantas calorias contém; e uma réplica do sistema Traffic Lights, usado no Reino Unido, similar ao Nutri-Repère, que quebra um produto em componentes, bem como indica o quanto da quantidade diária recomendada esse produto tem.

 

A Comissão Europeia enviará um relatório sobre os efeitos dos esquemas de "rotulagem visual" ao Conselho e o Parlamento em dezembro de 2017, mas nenhuma decisão sobre sua legalidade é esperada até então. (As informações são do Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

Mapa fecha 26 unidades técnicas para melhorar gestão e economizar recursos
 
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou no Diário Oficial da União uma portaria, na última sexta-feira (30), extinguindo 26 das 84 Unidades Técnicas Regionais (Utras). A decisão foi baseada em estudos técnicos que levaram em consideração o valor bruto de produção agropecuária, o número de estabelecimentos registrados e fiscalizados e demandas de atividades em cada unidade.

O fechamento das 26 unidades representa economia de cerca de R$ 1,1 milhão por ano, gastos atualmente apenas com a manutenção do patrimônio e do material de expediente. Os cerca de 100 servidores serão realocados em outras unidades do Ministério da Agricultura nos estados, onde há maior necessidade da mão de obra, formada principalmente por auditores.

O estudo inicial, concluído no primeiro semestre deste ano, recomendava o fechamento de 54 unidades. Nesta primeira etapa, no entanto, serão fechadas 26 unidades. As demais poderão ser extintas no segundo semestre de 2017, após nova atualização e detalhamento dos dados já levantados.

A atualização do estudo foi feita por meio de sistema de avaliação das demandas de trabalho nas áreas de inspeção e de fiscalização, em conjunto pelas Secretarias Executiva, de Defesa Agropecuária e de Política Agrícola do ministério.

O secretário-executivo do Mapa, Eumar Novacki, explicou que será possível melhorar a gestão com o aproveitamento mais eficiente da força de trabalho. Novacki assegurou que não haverá prejuízos nem descontinuidade na prestação de serviços por parte do ministério.  De acordo com a portaria, as Utras serão extintas a partir do dia 1º de janeiro de 2017, com prazo de 30 dias para o remanejamento dos servidores e o encerramento das atividades. 

Serão fechadas as seguintes unidades: Passos, Muriaé, Governador Valadares, Almenara e Paracatu, em Minas Gerais; Barra Mansa, Nova Friburgo e Itaperuna, Bom Jesus e Macaé, no Rio de Janeiro; Blumenau, Joinville e Lajes, em Santa Catarina; Ouro Petro D'Oeste, Ji-Paraná, Cacoal, Ariquemes, em Rondônia; Campina Grande e Patos, na Paraíba; Colatina e Venda Nova do Imigrante, no Espirito Santo; Caruaru, em Pernambuco; Picos, no Piauí; Teixeira de Freitas, na Bahia, Jacarezinho, no Paraná, e Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul. (As informações são do Mapa)

 
Na média do Estado, valor foi de R$ 1,20
De acordo com dados divulgados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), no pagamento de dezembro, referente à produção entregue em novembro, foi verificada queda nos preços em três das cinco regiões pesquisadas em Minas Gerais. Na média do Estado, o litro foi cotado a R$ 1,20, retração de 3,48%. A maior retração ocorreu no Triângulo e Alto Paranaíba, 4,52%. Nestas localidades, o litro de leite foi cotado, na média líquida, a R$ 1,24. Queda também na região Sul e Sudoeste, onde o produtor recebeu R$ 1,23 por litro negociado, valor 2,92% inferior ao praticado em novembro. Na Zona da Mata, o pecuarista recebeu 3,58% a menos pelo litro de leite, que foi vendido a R$ 1,19. Após três meses de retração, os produtores da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) registraram, em dezembro, pequena elevação nos valores, 0,9%, com o leite negociado a R$ 1,17, na média líquida. Já no Vale do Rio Doce, a alta chegou a 1,02% e o leite foi comercializado a R$ 1,13. (Diário do Comércio)

 

Porto Alegre, 09 de janeiro de 2017.                                               Ano 11- N° 2.418

 

​​  Leilão GDT: preço internacional cai, mas leite em pó integral se mantém acima de US$ 3 mil/ton
 
No último leilão GDT, ocorrido nesta terça-feira (03/01), houve queda de 3,9% nos preços médios dos lácteos, que fecharam a US$3.463/tonelada.

O leite em pó integral foi o lácteo que apresentou maior queda, com variação negativa de 7,7% e média final de US$3.294/tonelada. Já o leite em pó desnatado fechou a US$ 2.660/tonelada, subindo 2,3% em relação ao leilão anterior.

A quantidade de produtos lácteos vendidos aumentou 0,3%, sendo comercializadas 22.396 toneladas. Na comparação com o mesmo período do ano passado a quantidade vendida caiu 33%, 3.275 toneladas a menos. 

Os preços futuros dos próximos leilões GDT também apresentaram queda e hoje apontam para um primeiro semestre com preços de leite em pó integral entre US$3.200/ton e US$3.400/ton. (GDT/Milkpoint)

 
 
 
Proteína animal é aposta para incrementar o agronegócio gaúcho 

Com o objetivo de auxiliar no incremento dos negócios no segmento, entidades focadas na produção de proteína animal vão elaborar um mapeamento do setor para identificar gargalos e elencar pontos que o Estado poderá atuar. A decisão foi tomada em reunião na última quinta-feira (05/01), no auditório Pery Pinto Diniz, no Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), em Porto Alegre, com representantes do setor público e da iniciativa privada. O Sindicato da Indústria de Laticínios (Sindilat) esteve representado pelo presidente Alexandre Guerra.

Na ocasião, foram estabelecidos cinco Grupos de Trabalho (GT) que definirão metas para os setores de aves/ovos, suínos, lácteos, bovinos/ovinos e peixes. O grupo responsável pelo setor lácteo será conduzido pelo diretor das Câmaras Setoriais, da Secretaria da Agricultura Pecuária e Irrigação, Rodrigo Rizzo, e terá relatoria do secretário de Desenvolvimento Rural, Tarcisio Minetto. O objetivo é elaborar, em seis meses, um documento final que será apresentado no dia 1º de junho de 2017. Os grupos serão coordenados pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (SDECT) e pelo BRDE.  O primeiro encontro está marcado para o dia 12 de janeiro, na Seapi, às 9h.

A reunião foi convocada pelo presidente do BRDE, Odacir Klein, com o objetivo de discutir aspectos que agreguem valor ao produto gaúcho e identificar obstáculos no segmento de carnes. Estiveram presentes também o secretário de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, Tarcísio Minetto, a secretária do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Ana Pellini, e o secretário da SDECT, Fábio Branco, além de representantes da Emater, da Seapi e do Ministério da Agricultura. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
 
Foto: Mauro Moraes/BRDE
 
 
Secretaria da Fazenda divulga valor da UPF para 2017

O novo valor da Unidade Padrão Fiscal (UPF), que entrou em vigor dia 01/01/2017, está fixado em R$ 18,2722. A UPF serve como indexador para corrigir taxas e tributos cobrados pelo Estado e sofreu correção de 6,58% com base na variação do IPCA-E (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). 

Para a correção de impostos, como IPVA e ITCD, o novo valor da UPF passou a valer já no primeiro dia útil do ano, no caso segunda-feira (2). Em relação ao valor de taxas, a nova referência passa a vigorar 30 dias após a data de publicação. A UPF/2017 foi fixada por instrução normativa da Receita Estadual publicada no DOE (Diário Oficial do Estado) na edição da última sexta-feira (23). (SEFAZ)

 
 
EUA: previsão do USDA aponta crescimento na oferta de leite em 2017

Os processadores de lácteos podem esperar uma expansão na oferta de leite, um crescimento nas exportações e maiores preços em um futuro próximo. Para 2017, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) citou um crescimento mais lento no número de vacas, mas, um leve aumento na produção de leite por animal. A previsão do USDA também é de aumentos anuais na produção de leite até 2024.

O relatório de dezembro prevê um aumento nos preços do leite para US$ 37,15 a US$ 38,91 por 100 quilos em 2017. Até 2020, o departamento previu que os preços do leite alcançarão US$ 40,54 por 100 quilos. As exportações comerciais de produtos lácteos deverão aumentar em todos os anos, de 4,04 bilhões de quilos (em uma base de gordura do leite) nesse ano para 5,53 bilhões de quilos em 2024, mas nem todos os produtos lácteos se beneficiarão.

O USDA disse que em 2017, "as exportações deverão cair devido à maior competição nos mercados de queijos, mas a força nas exportações de lactose e leite desnatado deverão apoiar maiores vendas baseadas em sólidos desnatados do leite. As previsões de importação foram reduzidas com relação ao relatório do mês anterior, tanto para produtos baseados em gordura, como para os baseados em sólidos desnatados".

As exportações representam cerca de 14% de toda a produção de leite dos Estados Unidos, comparado com menos de 8% há uma década, de acordo com o CoBank, de Denver. Isso aumenta a quantidade de exposição que as companhias de lácteos dos Estados Unidos têm aos riscos monetários, eventos geopolíticos e outros fatores imprevisíveis. "A previsão para os próximos anos é positiva, mas precária", disse o economista sênior do banco, Ben Laine. A análise do CoBank, divulgada em dezembro, notou que "um desafio imediato" é a capacidade de processamento não ter acompanhado o crescimento na produção de leite.

"Novas plantas de processamento e expansões de plantas nos próximos dois anos fornecerão algum alívio. Ao mesmo tempo, a indústria de lácteos dos Estados Unidos precisa fazer tudo o que puder para manter e desenvolver a demanda doméstica e a relação com os clientes. Isso inclui o desenvolvimento de produtos inovadores para se adaptar às mudanças de gostos dos consumidores".

Embora o consumo de leite fluido esteja baixo, o número de plantas de processamento aumentou, de acordo com o USDA e com o FDA (Food & Drug Administration). Em 2015, havia 456 plantas de leite, enquanto em 2008, esse número era de 400. O volume médio por planta caiu para 49,67 milhões de quilos em 2015, de 61,78 milhões de quilos em 2008.

Os preços do açúcar, um ingrediente popular no leite, sorvete e iogurte, deverão cair, com a oferta total de açúcar de beterraba e de cana de açúcar de fontes domésticas e importadas devendo aumentar a cada ano.

No geral, a economia crescerá lentamente. O USDA assume que o Produto Interno Bruto (PIB) aumentará 2,3% em 2017, 2,2% em 2018 e 2,1% em cada ano de 2019 a 2026. A renda per capita disponível crescerá ainda mais lentamente. O governo prevê um crescimento de 1,7% em 2017 (melhor do que 2016) e então uma queda de 1,5% em 2018 e uma estabilidade de 1,4% de 2019 a 2026. Esses números vêm de previsões macroeconômicas do departamento.

A inflação permanecerá baixa, pairando em torno de 2%. O Índice de Preço ao Produtor para bens brutos deverá aumentar mais rápido do que o índice para bens terminados. Nos próximos quatro anos, o índice para bens brutos deverá ir de 3,6% em 2017 para 2,9% em 2020. O índice para bens terminados deverá ser de 1,5% em 2017 (após um decréscimo de 1,7% em 2016) e 2,2% em 2020. O preço do petróleo bruto deverá ser de US$ 49,70 o barril nesse ano, aumentando para US$ 74 o barril em 2020.

Os impostos sobre mão de obra aumentarão nesse ano e em médio prazo. O governo assume que a taxa horária de compensação não-agrícola subirá 3,9% este ano e ficará em uma faixa de 3,6% a 3,8% até 2020. A taxa de desemprego ficará em torno de 4,7% nos próximos quatro anos. A população total dos Estados Unidos crescerá lentamente. Os economistas assumem um aumento anual de 0,8% nos próximos cinco anos. Os processadores de lácteos dos Estados Unidos poderão ficar de olho em mercados foras do país, onde há mais população.

Laine disse que a indústria está pronta para se beneficiar da demanda externa na Ásia, América Latina e África, impulsionada pelo crescimento da população e pelo aumento do consumo da classe média. Estatísticas compiladas pelo USDA mostram que, enquanto as populações dos Estados Unidos e da região Ásia/Oceania deverão aumentar 0,8% em 2020, a diferença é de escala. Um aumento de 0,8% no mercado doméstico significa cerca de 26 milhões de pessoas a mais. A taxa de crescimento na Ásia/Oceania resulta em 318 milhões de indivíduos a mais. Prevê-se que o PIB nessa região aumente pelo menos 4,3% a cada ano entre 2017 e 2020. (As informações são da Dairy Foods, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

Argentina perde 460 fazendas leiteiras em 2016

Em 2016, a Argentina perdeu 460 fazendas leiteiras em produção, o que representa uma queda de 4%, "dado que mais que duplica a taxa média dos últimos anos (entre 1,5% e 2%)", segundo dados do primeiro relatório do Observatório da Cadeia Láctea Argentina (OCLA). Esse dado é considerado uma estimativa.

O relatório do OCLA indica também que ocorreu durante 2016 uma "forte queda no faturamento (por preço e volume) no final de 2015 e começo de 2016, estimada em 600.000 pesos (US$ 37.524,6) para uma fazenda média em 180 dias", o que "tem gerado uma complexa situação financeira para muitos produtores que aumentaram notavelmente seu endividamento e a taxas mais altas".

A produção de 2016 registraria uma queda entre 10% e 11% com relação ao ano anterior (totalizando 10,1 bilhões de litros de leite), com uma redução na ordem de 8% (considerando números constantes de fazendas leiteiras). O ano se apresentou com períodos nos quais a produção chegou a cair com relação ao ano anterior em mais de 20% - devido às chuvas ocorridas na bacia leiteira central.

Quanto à demanda agregada de lácteos, "a queda com relação ao ano anterior foi de 8% e, embora tenha exibido números vermelhos em seus dois componentes (mercado interno e exportações), a queda das exportações foi quatro vezes maior à registrada pelo consumo interno (20% versus 5,3%)".

Em consequência, a composição mercado interno/exportação passou de 80/20 nos dez primeiros meses de 2015 para 82/18 nesse ano, "bastante abaixo da média dos últimos 10 anos que foi de cerca de 24%".

O volume exportado em outubro foi de 23.200 toneladas, 16,6% a menos que em setembro e 42,3% a menos que no mesmo mês do ano anterior. "Algo pior ocorre quando se mede em valor, que subiu para US$ 65,8 milhões, 18,7% a menos que em setembro e 46% a menos que em outubro de 2015".

Nos 10 primeiros meses de 2016, as exportações alcançaram 247.000 toneladas, por um valor de US$ 655 milhões FOB e um preço implícito médio de US$ 2.644. "Esses números representaram quedas de 9% em toneladas, 32% em dólares e 25% em preço com relação ao mesmo período do ano anterior (janeiro-outubro)".

Com relação ao consumo, "no acumulado dos dez primeiros meses do ano, essa variável sofreu um retrocesso de 5,5% com relação ao mesmo período de 2015 (ajustado para o crescimento populacional, a queda é de mais de 6%)". 

Em 05/01/17 - 1 Peso Argentino = US$ 0,06254
15,9728 Peso Argentino = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)
(As informações são do portal Infortambo, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 
Uruguai: projeções preliminares apontam aumento de 2% a 4% na produção de leite em 2017
Em 2017, a produção de leite no Uruguai aumentará entre 2% a 4%, segundo estimativas preliminares do Instituto Nacional do Leite (Inale). O crescimento esperado não permitiria recuperar uma contração de cerca de 10% na produção no ano de 2016. O gerente do Inale, Gabriel Bagnato, disse que a firmeza do mercado internacional permite melhores negócios para as indústrias locais - o que se transmitiria aos produtores. "O resultado é algo em torno de 9 pesos (US$ 0,30) por litro, podendo haver alguma alta mais para frente. O preço ao produtor poderia subir um pouco mais". Bagnato foi moderadamente positivo sobre a continuidade da recuperação de preços registrada no segundo semestre desse ano. "Começamos 2017 com possíveis altas moderadas no primeiro semestre do ano e um pouco menos na segunda metade". A oferta mundial de leite segue em queda. Bagnato destacou a queda de 3% em outubro para a captação de leite na União Europeia (UE). A isso, somam-se baixas em torno de 4% na Nova Zelândia e de cerca de 10% na Austrália e na Argentina com relação ao ano anterior. "Os analistas preveem que um aumento nos preços não mudará a oferta no primeiro semestre. Para esse período, se manteria uma inércia para seguir ajustando um pouco os preços dos lácteos, ainda que em menor porcentagem". Para o segundo semestre, a tendência seria mais estável ou com algum ajuste para baixo sobre os valores do primeiro semestre. O endividamento, somado a uma redução do rebanho, mantém um cenário de desaceleração da produção". Em 02/01/17 - 1 Peso Uruguaio = US$ 0,03360. 28,6230 Peso Uruguaio = US$ 1 (Fonte: Oanda.com). (As informações são do Blasina y Asociados, traduzidas pela Equipe MilkPoint)