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Porto Alegre, 19 de março de 2020                                              Ano 14 - N° 3.185

 Recepção de leite no 4º trimestre de 2019
 
Recepção - No 4º trimestre de 2019, a aquisição de leite cru feita pelos estabelecimentos que atuam sob algum tipo de inspeção sanitária – seja ela Federal, Estadual ou Municipal foi de 6,65 bilhões de litros, representando uma redução de 0,9% em relação à quantidade adquirida no 4° trimestre de 2018, e a um incremento de 5,6% em comparação com o trimestre imediatamente anterior. (IBGE)
 
                 
 
Conseleite/MS – valores finais de fevereiro de 2020, e projeções para março de 2020
A diretoria do Conseleite – Mato Grosso do Sul atendendo os dispositivos do seu Estatuto, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima, referente ao leite entregue no mês de Fevereiro de 2020 e a projeção dos valores de referência para o leite a ser entregue no mês de Março de 2020. 
Os valores divulgados compreendem os preços de referência para o leite padrão levando em conta o volume médio mensal de leite entregue pelo produtor.
 
 
 
OBS: (1) Os valores de referência da tabela são para a matéria-prima leite “posto propriedade”, o que significa que o frete não deve ser descontado do produtor rural. Nos valores de referência está incluso Funrural de 1,5% a ser descontado do produtor rural 
 
(2) O valor de referência para o “Leite Padrão” corresponde ao valor da matéria-prima para um volume médio diário de até 100 litros por dia, com 3,00 a 3,5% de gordura, 2,90% a 3,30% de proteína, 200 a 400 mil c/ml de células somáticas e 150.001 a 300 mil ufc/ml de contagem bacteriana. 
 
(3) Visando apoiar políticas de pagamento da matéria-prima leite conforme parâmetros de qualidade e volume, o Conseleite Mato Grosso do Sul disponibiliza um simulador para o cálculo de valores de referência para o leite analisado em função do volume e de seus teores de gordura, proteína, contagem de células somáticas e contagem bacteriana. O simulador está disponível no seguinte endereço eletrônico: sistemafamasul.com.br/conseleitems/ (Conseleite/MS)
 
 
Coronavírus não vai interromper produção agropecuária, garante CNA
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) emitiu nota para assegurar à população brasileira que não haverá interrupção na produção agropecuária no país. A entidade cobra do governo, no entanto, proteção à cadeia de abastecimento, com regras e “suporte econômico” adequados.  
A CNA reconhece os desafios diante da pandemia do coronavírus e de medidas de contenção que incluem paralisia em atividades sociais e contatos pessoais, mas diz que o produtor rural, assim como os profissionais da saúde, não pode sofrer restrições. “Na mesma categoria, devem ser incluídas as atividades de produção e comercialização de alimentos, cuja demanda não será reduzida pela crise.  
Se faltarem alimentos ou se houver irregularidades no abastecimento, a saúde das pessoas será afetada e a própria harmonia social, que tanto precisamos nessa hora, será atingida”, diz a nota. “Esperamos que o governo assegure que a cadeia de abastecimento seja protegida e que seja garantido o seu funcionamento, com regras adequadas e com o suporte econômico que for necessário. E que as autoridades estejam atentas para impedir qualquer tentativa de manipulação ou especulação por parte de maus brasileiros”, defendeu a entidade. (Valor Econômico)
 
 
Preço/MG - O valor de referência se manteve estável. 
A pandemia de coronavírus ainda não influenciou os valores deste mês. 
O mercado vem apresentando estabilidade no leite UHT, pequena alta no pasteurizado e no spot (negociado entre empresas) e redução no leite em pó, em função da alta do dólar. O valor de referência para o leite, entregue em março e a ser pago em abril de 2020, é de R$ 1,3124. O maior valor ficou em R$ 1,6533 e o menor, R$ 1,2152. 
 
          
SENAR/PR: edital para contratar instrutores na pecuária de leite
O SENAR-PR lançou edital para credenciamento de novos instrutores, por meio de pessoas jurídicas, para ministrarem treinamentos de Formação Profissional Rural (FPR) na área de bovinocultura de leite. As inscrições devem ser realizadas por envio de formulário preenchido e documentação específica, de acordo com edital disponível na seção Editais: https://sistemafaep.org.br/edital-para-contratar-instrutores-na-pecuaria-de-leite/. O prazo final é dia 2 de abril. (SENAR-PR)
             
 
 

 

 

Porto Alegre, 18 de março de 2020                                              Ano 14 - N° 3.184

 Ministra destaca compromisso dos produtores rurais e tranquiliza sobre abastecimento

A ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) afirmou hoje (18) que a agropecuária brasileira segue produzindo com êxito e abastecendo o mercado. “O Brasil é um grande celeiro, produtor de alimentos, e não precisamos ter nenhuma expectativa negativa de que não teremos alimentos para nosso povo”, afirmou, referindo-se às mudanças na rotina dos brasileiros, impostas pela pandemia do coronavírus.

A ministra ressaltou, durante evento no Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), que a população deve se manter tranquila em relação à oferta de produtos alimentícios no varejo e elogiou os produtores rurais. “São os nossos heróis, que neste momento estão lá (no campo) dando duro, produzindo e realizando a maior safra colhida neste país, batendo recorde um sobre o outro para alimentar nossa população”.

A estimativa da safra de grãos 2020/2021 deve ser de 251,9 milhões de toneladas, 4,1% acima da colheita passada, segundo levantamento divulgado no último dia 10 pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), ligada ao Mapa.

Monitoramento de rotina feito pelo Ministério não vislumbra qualquer indício de problema no abastecimento de produtos alimentícios no país. Além do trabalho do produtor no campo, Tereza Cristina disse que o desempenho positivo registrado atualmente pela agricultura brasileira se deve à ciência e tecnologia desenvolvida principalmente pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Mapa.

Convênio
A empresa assinou hoje com a Financiadora de Estudos e Pesquisas (Finep), instituição vinculada ao MCTIC, acordo que visa identificar convergências de atuação entre as duas partes que estimulem a incorporação de inovações desenvolvidas pela Embrapa na estratégia de empresas. Essa ação deverá fortalecer os parceiros privados da Embrapa com financiamento da Finep, propiciando a expansão de suas tecnologias para o mercado.

O presidente da Embrapa, Celso Moretti, destacou que a agricultura brasileira é “movida à ciência” e que, nessas últimas quase cinco décadas, o Brasil deixou de importar para ser um dos maiores produtores e exportadores. “Hoje nós alimentamos sete Brasis e só tivemos isso porque o país tomou a decisão de investir em ciência”.

Ele observou que essa cooperação irá trazer maior proximidade do setor privado com a pesquisa e disse que, desde janeiro de 2019, seguindo orientação da ministra Tereza Cristina, a empresa tem desenvolvido um trabalho firme para estreitar essa aproximação. “Saímos de 6% de projetos da carteira em parceria com o setor privado e quase quadruplicamos, quase 20%".

O ministro Marcos Pontes (MCTIC) disse que a parceria tem uma “importância gigantesca para o país” e que ter uma empresa como a Embrapa é motivo de grande orgulho para os brasileiros. “Por todo esse trabalho que tem sido feito no desenvolvimento do agronegócio; por tudo que isso representa para o país e para o planeta em termos de segurança alimentar. E isso é feito através da ciência”, afirmou.

Pelo acordo, serão destinados R$ 100 milhões em recursos reembolsáveis para contratações nos próximos dois anos. As empresas poderão acessar a linha de financiamento reembolsável do Programa Finep Conecta, que oferece condições vantajosas para empresas que investem em Pesquisa e Desenvolvimento em parceria com Instituições de Ciência e Tecnologia. (MAPA)

 
 
 
China aumenta o consumo de laticínios como forma de fortalecer o sistema imunológico e combater o coronavírus 
As vendas de laticínios teriam aumentado 13% durante esse período de prevalência da epidemia
 

Fonte: Rabobank
 
Esse aumento seria atribuído à percepção generalizada da população chinesa de que o consumo de laticínios contribui para o fortalecimento do sistema imunológico. 
Um relatório da Embaixada do Uruguai na China divulgado pelo Instituto Nacional do Leite (Inale) indica que no país asiático as indústrias de laticínios estão incentivando o consumo de seus produtos, uma vez que os laticínios contribuem para fortalecer a sistema imunológico e que ajuda a combater e superar a pandemia de coronavírus Covid-19. Nas últimas semanas, houve um aumento específico no consumo de iogurte, cuja demanda deve continuar se expandindo assim que a atual situação de saúde for superada, diz o relatório. 
Várias associações da indústria de laticínios chinesa publicaram em conjunto o Guia para o Consumo de Laticínios do Povo Chinês, com diretrizes para aumentar o consumo de leite e derivados nesse país. Vale ressaltar a alta participação do Estado nas indústrias chinesas. 
Segundo o Inale, certos grupos são especialmente incentivados: mulheres grávidas, crianças e idosos. Além disso, estipula-se que mulheres grávidas ou lactantes devem consumir não menos que meio litro de leite por dia.
Também é proposto que a fórmula infantil seja consumida no caso de leite materno insuficiente e os pais são incentivados a adquirir hábitos, por exemplo, o consumo diário de um copo de leite fluido ou leite em pó. A ingestão de queijos e iogurtes também é recomendada. No caso de idosos, sugere-se o consumo de leite desnatado ou semi desnatado.
AUMENTO DO CONSUMO EM 13% - De acordo com as informações coletadas pela consultoria IPSOS, as vendas de laticínios teriam aumentado 13% durante esse período de prevalência da epidemia; Esse aumento seria atribuído à percepção generalizada da população chinesa de que o consumo de laticínios contribui para o fortalecimento do sistema imunológico.
Nessas semanas, houve um aumento particular no consumo de iogurte, cuja demanda deve continuar se expandindo assim que a atual situação de saúde for superada. (Inale adaptado para TodoElCampo)
 
 
Que medidas tomar no leite contra a ameaça do coronavírus?

À medida que o Covid-19 continua a se espalhar pelo mundo, cresce a incerteza sobre como agir em cada setor, e o tambor não é exceção.

As indicações de saúde não são precisas sobre algum tipo de protocolo a ser estabelecido (não há nem mesmo alguém responsável pelo laticínio nacional), mas no resto do mundo existem protocolos que podem ser muito úteis .

Por exemplo, temos os exemplos da Austrália e dos Estados Unidos.

Na Austrália, a Dairy Australia deixou recomendações precisas sobre como agir nos estabelecimentos de laticínios. Esta é a afirmação: Proteger sua equipe da exposição: considere visitantes internacionais, pessoas que retornam de áreas estrangeiras em risco e considere o auto-isolamento se a equipe estiver indisposta.

Impactos potenciais em seus negócios e capacidade de operar.

Opere com mão de obra limitada, pois os funcionários precisam se isolar após viajar ou fechar escolas ou creches.

Em quais produtos (por exemplo, produtos químicos) você confia para manter sua empresa funcionando nos próximos três a quatro meses? Entre em contato com fornecedores para garantir produtos ou alternativas de origem.

Nesse momento, a Organização Mundial de Saúde Animal e a Associação Veterinária Australiana indicaram que não há evidências de que o gado possa contrair ou espalhar a doença.

Preciso de um plano de biossegurança? Sempre que possível, os produtores de leite devem adotar um plano de biossegurança que possa ser criado usando a ferramenta de biossegurança da Dairy Australia.

Isso inclui procedimentos em torno de: 

i) Visitantes da fazenda. 

ii) Práticas abrangentes de higiene comercial para os funcionários.

ESTADOS UNIDOS:

Nos Estados Unidos, o especialista em treinamento para funcionários de laticínios, Jorge Delgado, da Alltech, produziu uma ficha técnica que pode ajudar todos os funcionários a entender o vírus e o que eles podem fazer para ajudar a impedi-lo na fazenda.

Na frente do Covid-19 e, dependendo dos trabalhadores do setor de laticínios, José Delgado oferece aos funcionários as seguintes dicas para manter-se saudável: 

 

i) Evite o contato próximo com pessoas doentes, tanto dentro quanto fora da empresa.

ii) Evite tocar nos olhos, nariz e boca se você não lavou as mãos.

iii) Lave as mãos frequentemente com água e sabão por pelo menos 20 segundos. Se não houver água e sabão, use um desinfetante para as mãos que contenha pelo menos 60% de álcool.

iv) Lave as mãos antes de comer depois de trabalhar na sala de ordenha ou em outras áreas de laticínios.

v) Peça ao gerente ou proprietário do laticínio que mantenha os banheiros abastecidos com desinfetantes e sabão.

vi) Sempre use luvas de ordenha.

vii) Troque constantemente as luvas de ordenha.

viii) Quando você chegar em casa depois de trabalhar no laticínio, sempre tome banho e lave suas roupas de trabalho.

ix) Mantenha os banheiros e a cozinha do seu local de trabalho limpos e desinfetados.

Dicas que o mundo está dando e podem ser muito úteis nos dias de hoje. (Todo El: Campo)

 
             
   Helena Pan Rugeri assume superintendência do MAPA/RS
A Superintendência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Estado do RS (Mapa/RS) tem nova chefia. A engenheira agrônoma Helena Pan Rugeri foi nomeada pelo secretário-executivo do Mapa, Marcos Montes, no dia 27 de fevereiro. Helena assume o cargo no lugar do médico veterinário Bernardo Todeschini, que deixa a Superintendência por conta da aprovação no cargo de adido agrícola para a União Europeia. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
             

Porto Alegre, 17 de março de 2020                                              Ano 14 - N° 3.183

 Conseleite/PR

A diretoria do Conseleite-Paraná reunida no dia 17 de Março de 2020 na sede da FAEP na cidade de Curitiba, atendendo os dispositivos disciplinados no Capítulo II do Título II do seu Regulamento, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima leite realizados em Fevereiro de 2020 e a projeção dos valores de referência para o mês de Março de 2020, calculados por metodologia definida pelo Conseleite-Paraná, a partir dos preços médios e do mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes.

 

Os valores de referência indicados nesta resolução para a matéria-prima leite denominada “Leite Padrão”, se refere ao leite analisado que contém 3,50% de gordura, 3,10% de proteína, 500 mil células somáticas/ml e 300 mil ufc/ml de contagem bacteriana. Para o leite pasteurizado o valor projetado para o mês de Março de 2020 é de R$ 2,4250/litro. Visando apoiar políticas de pagamento da matéria-prima leite conforme a qualidade, o Conseleite-Paraná disponibiliza um simulador para o cálculo de valores de referência para o leite analisado em função de seus teores de gordura, proteína, contagem de células somáticas e contagem bacteriana. O simulador está disponível no seguinte endereço eletrônico: www.conseleitepr.com.br. (Conseleite/PR)

 
 
Global Dairy Trade - GDT
 
 
 

gDT – O Índice GDT do leilão de hoje, 17 de março de 2020 – Evento 256 terminou no menor nível desde janeiro de 2019. 

A queda mais acentuada ocorreu nos contratos de leite em pó desnatado (SMP) que vinham se recuperando do baixo desempenho que perdurou por mais de dois anos. As negociações de hoje registraram queda de -8,1% na média. Com isso, o produto acumula queda de 16,49% desde o início do ano, embora esteja com valor superior aos verificados em março de 2019 (+5,07%) e março de 2018 (+33,92%).

 

A manteiga anidra (AMF) acumula a maior desvalorização dos últimos dois anos, -30,69% em relação a março de 2018. Com o resultado de hoje, o produto já tem perda de 12,13% em relação ao início do ano.

A queda de 4,2% nos preços do leite em pó integral (WMP) fez com que a commodity tenha a terceira maior perda de cotação do evento em relação ao início do ano, acumulando desvalorização de 11,21%. Com esse resultado, o WMP também perde para as cotações de março de 2018 (-13,3%) e março de 2019 (-15,68%), e foi negociada pelo menor valor desde janeiro de 2019. (globaldairytrade/Terra Viva)

 
VBP é estimado em R$ 683,2 bilhões para 2020
O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de 2020 é estimado em R$ 683,2 bilhões, montante 8,2% acima do registrado em 2019, com base nas projeções de fevereiro. 
Para as lavouras, o valor estimado é de R$ 448,4 bilhões e, para a pecuária, R$ 234,8 bilhões. Em comparação ao do ano passado, o crescimento é de 8,9% e 8,2% respectivamente. 
“A maior parte das lavouras analisadas apresenta crescimento do valor da produção. Entre estas, as de maior crescimento são a do amendoim (11,8%), cacau (6,6%), café (25,9%), da laranja (9,7%), da mandioca (7,8%), do milho (15,2%) e da soja (15,5%). Os resultados de milho e soja devem-se aos preços maiores neste ano, e também às safras mais elevadas. O café teve forte recuperação - a safra do arábica é 22,3% maior, e os preços são 10,4% superiores aos do ano passado”, diz a nota da Secretaria de Política Agrícola, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). 
Já os produtos com previsão de redução do VBP são: banana, batata-inglesa, trigo, feijão, tomate e uva. 
Na pecuária, carnes (bovina, suína e de frango) têm projeção de bons resultados este ano. O faturamento de ovos deve apresentar alta de 4,7 % em relação a 2019. A retração está prevista no setor de leite: 2,5%.
Por regiões, o Centro-Oeste lidera com projeção de 31,8% do VBP total. Em seguida, aparece o Sul (26,8%), Sudeste (25,2%), Nordeste (9,6%) e Norte (6,6%). (Mapa)
             
Nestlé lança programa para testar alimentos com deficientes visuais
A Nestlé, em parceria com a Fundação Dorina e a agência WMcCann, está selecionando deficientes visuais para testar produtos da companhia e estimular a inclusão de cegos no mercado de trabalho. Com o Programa Desvendar, a Nestlé inicialmente testará chocolates e cafés e quer fazer dessas pessoas especialistas nesse segmento. A proposta se baseou em estudos como da Schepens Eye Research Institute, que mostram que o cérebro de pessoas cegas reorganiza suas conexões neurais, de modo a aprimorar as percepções de tato, olfato, paladar e audição. (Newtrade)
 
 

 

 

Porto Alegre, 16 de março de 2020                                              Ano 14 - N° 3.182

 Lácteos x Petróleo 

Um evento impensado, como diria Nassim Taleb em seu famoso livro “O Cisne Negro”.... “o impacto do altamente improvável”. Devido o coronavírus e a queda do preço do petróleo nos encontramos em um cenário baixista para o comércio internacional.
 
Historicamente se observava uma alta correlação entre o valor do leite em pó integral (WMP) – nosso principal lácteos de exportação – com o preço do petróleo. Dita relação foi estabelecida porque a metade do destino dos lácteos exportados vai para países produtores de petróleo. Mas, a partir de 2009, ocorreu um fenômeno que começou a reduzir essa relação. 
 
Foi o início das importantes importações de lácteos pela China. Estas compras foram crescendo ano após ano até transformar o gigante asiático no principal importador de lácteos do planeta. O impacto desse evento foi que a alta correlação entre os preços do WMP (GlobalDairyTrade FAZ Oceania) e o petróleo (Brent FOB Europa) existente antes de 2009 (r2=0,70) cai para r2=0,51.   

 
Evolução do preço do Petróleo e do Leite em Pó Integral
 
 
 
Evolução da importação de Leite em Pó Integral pela China
 
Mas, atualmente, e apesar da menor correlação entre o valor do petróleo e do WMP, a emergência sanitária internacional do coronavírus reduziu, substancialmente, a atividade econômica do gigante asiático (a demanda de alimentos e petróleo), que combinada com a discórdia entre Arábia Saudita, Rússia e a Organização dos Produtores de Petróleo (OPEP) derrubaram o preço do barril do petróleo tipo Brent..., e nos colocamos em uma situação de fatores baixistas preocupantes.
 
Será preciso esperar um pouco para ver o alcance e a potencial duração destes fatores para conseguir ter uma perspectiva razoável de como a economia mundial será afetada e em particular, o setor lácteo, nos próximos meses...  

Felizmente a produção de leite de 2019 para os 5 principais exportadores do mundo (União Europeia, Estados Unidos, Nova Zelândia, Argentina e Austrália) foi apenas 0,07% superior à de 2018. (DairyLando - Tradução livre: Terra Viva)

 
Lactalis busca maior presença nos EUA

A aquisição da fabricante dos iogurtes Siggi's e Stonyfield são apenas um prelúdio para um maior crescimento nos Estados Unidos, segundo Thierry Clement, CEO da Lactalis North America.

Até 2017, a Lactalis North America, uma divisão da empresa francesa de laticínios de 85 anos, tinha uma presença mínima nos estados, principalmente por meio de sua popular marca de leite longa vida Parmalat e queijos President. Mas, há três anos, a Lactalis comprou a Stonyfield da Danone por US$ 875 milhões, o que lhe conferiu uma forte posição em orgânicos. Em seguida, em 2018, ocorreu a adição da Siggi's, fabricante de iogurtes no estilo islandês, usando ingredientes simples, e da Green Mountain Creamery, uma produtora de iogurte orgânico localizada em Vermont, há um ano.

"Somos líderes no mundo [em laticínios] e não estamos nos EUA", disse Clement. "Não ofertamos todas as categorias [de produtos], por isso, ainda temos muito a oferecer se queremos ser líderes neste país e essa é a nossa missão."

Atualmente, a Lactalis registra vendas globais de US$ 20 bilhões anualmente em 85 países, mas a América do Norte representa apenas cerca de US$ 3 bilhões, ou 15%, desse total. Clement visa dobrar as vendas na região por meio de aquisições e inovações nas ofertas de produtos existentes.

Ele disse que ter uma maior presença nos EUA criaria economias de escala em suas operações, com essas eficiências permitindo à Lactalis ser mais competitiva em preço. Além disso, uma oferta mais ampla de produtos tem o potencial de aumentar o apelo da empresa junto aos varejistas.

"O crescimento interno é claramente uma meta. Ainda temos muito a trazer e, portanto, acredito firmemente que é uma grande oportunidade", afirmou Clement. "Mas o crescimento externo [por meio de fusões e aquisições] também é possível porque, se houver uma oportunidade adequada ao nosso portfólio, estaremos ouvindo".

A Lactalis planeja continuar seu alcance em todos os produtos naturais, ricos em proteínas e ingredientes simples, com conteúdo nutricional profundo, inclusive nas opções de laticínios e produtos à base de plantas.

Clement disse que a empresa parou de descartar ofertas à base de plantas — a Siggi's, líder de mercado da skyr, lançou um iogurte feito a partir de uma mistura de coco, macadâmia e proteína de ervilha, em dezembro — mas precisarão ser produtos simples e com ingredientes naturais. Atualmente, muitos dos produtos à base de plantas no mercado são carregados de gordura e ingredientes, na tentativa de imitar o leite, disse ele.

"É um mercado, os consumidores estão pedindo por isso e estamos muito felizes em vender, mas apenas se estiver de acordo com nossa crença", disse Clement. "Não sou contra as plantas. É muito bom na dieta, mas não é exclusivo. E acho que os laticínios, em termos de valor nutricional, ainda são maiores".

Apesar dos desafios contínuos enfrentados pelo leite, uma imagem sombria sublinhada pelas falências recentes da Dean Foods e da Borden Dairy, o consumo geral é maior do que nunca. O consumo per capita de laticínios aumentou de 242,5 quilos, em 1975, para 290,7 quilos em 2018, devido em grande parte à crescente popularidade de iogurte, manteiga e queijo, segundo dados do USDA. Até mesmo alguns segmentos da categoria de leite, incluindo variedades com redução de gordura total e com sabor, aumentaram nos últimos anos.

A indústria de iogurte mostrou que precisa continuar inovando, especialmente quando categorias 'quentes', como tradicional e grego, enfrentam dificuldades. As vendas caíram quase US$ 384 milhões em iogurte tradicional desde novembro de 2015 para cerca de US$ 3 bilhões anualmente, segundo dados fornecidos pela Nielsen. O grego enfrentou quedas ainda mais acentuadas, de cerca de US$ 460 milhões para quase US$ 3,2 bilhões.

Os pontos positivos do iogurte são os islandeses, como as variedades Siggi e não lácteos, que apresentaram uma taxa de crescimento anual de 45% nos últimos quatro anos.

Clement disse que o setor precisa fazer mais para responder à inflação que afeta o iogurte. Embora os custos com mão-de-obra e leite tenham aumentado, os preços do iogurte permaneceram estáveis, devido, em grande parte, a uma atividade promocional dos varejistas, com cortes de preços e cupons. Isso pressionou as empresas de laticínios, inclusive a Lactalis. "Tudo isso destrói o valor da categoria e faz as empresas sofrerem", afirmou.

Clement disse que a Lactalis aumentou os preços do queijo e iogurte em 2019 e novamente neste ano. Segundo ele, a indústria de laticínios como um todo precisará implementar mais aumentos para permanecer competitiva. "A tendência é de aumento de preços em todo o setor de laticínios", disse ele. "Precisamos obter inflação. Precisamos ter algum aumento de preço na prateleira e colocar diante do consumidor as realidades que a indústria de laticínios está enfrentando". (As informações são do FoodDive, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 
 
 

Piá registrou aumento de 7,8% nas vendas de seu mix em 2019 
Durante assembleia realizada nesta sexta-feira (13), no Centro de Eventos de Nova Petrópolis, a Cooperativa Piá apresentou o seu balanço de 2019, cujos destaques foram o crescimento de 7,8% nas vendas de seu mix, e a venda de imóveis que não estavam sendo utilizados na geração de receitas, com o objetivo de aplicar recursos em equipamentos de produção de produtos de valor agregado. 

Um dos exemplos de desmobilização de bens foi a venda de um imóvel em Vila Flores, onde funcionava a agropecuária e a entrega de leite por parte dos produtores. Com isso, a cooperativa comprou uma máquina de padronização de leite e outra de envase em sachê, que permitirá novas embalagens para o requeijão e o doce de leite. Também está em negociação a venda de um imóvel em Feliz, que permitirá a compra de dois terços de uma queijaria completa. Ainda este ano, o novo equipamento entrará em operação, devendo produzir 200 toneladas de queijo por mês.
 
Em um ano em que o preço do leite esteve abaixo do praticado em 2018, a Piá conseguiu avançar na venda de seu mix de produtos. Com o lançamento da nova embalagem de requeijão de 400 gramas, o sucesso do iogurte de kefir e os novos sabores da linha Essence, a Piá conseguiu crescer 7,8% em vendas. A estratégia de investir forte em produtos de maior valor agregado terá prosseguimento em 2020, com a entrada em funcionamento de novos equipamentos para queijo e manteiga e de lançamentos como o iogurte X Protein para beber. Além disso, a marca de lácteos vai entrar na linha de food service para atender padarias e restaurantes. O primeiro produto programado é o doce de leite de 1,5 litro em bisnaga.
 
Além de novos lançamentos de produtos, a Piá abriu um Centro de Distribuição em Curitiba (PR). Com isso, as vendas de seu mix tiveram um aumento de 10,8% em 2019 no mercado do Paraná. A previsão é de que haja um aumento de vendas ainda maior em 2020.
 
Um dos pontos destacados pela diretoria da Piá na assembleia de sexta-feira foi a redução do endividamento em 13% durante o ano passado. Também houve a estruturação da gestão da cooperativa com a contratação de um Superintendente, Caio Gouvêa, e a redução do número de funcionários de 1.147 para 1.005 o que representou – 12%. Esta racionalização foi decorrente dos investimentos em tecnologia de produção. Desde 2011, a Piá investiu R$ 100 milhões em novos equipamentos e tecnologias. 
 
Durante a assembleia também foram eleitos os novos integrantes do Conselho Fiscal: Fernanda Blume, Luciano Reichert e Maicon Weber. E, como suplentes: Ivan Luiz Petry, Nestor Jose Grings e Roque Jorge Grings. (Assessoria de Imprensa Piá)

 
 
             
Preços/França
A rede LiDL França assinou um acordo com a Savencia Fromage & Dairy, segundo maior produtor de queijo da França e o quarto a nível mundial, no qual estabelece o preço que a indústria irá pagar aos 6.100 produtores que entregam leite. O preço base será entre 353 e 362 €/1000 litros, [R$ 1,91 a R$ 1,96/litro], dependendo das regiões, o que daria um preço médio de 380 €/100 litros, [R$ 2,06/litro], incluindo as bonificações. O acordo abrange todos os produtos de marca nacional, que são distribuídos nos 1.500 pontos de venda da LiDL França, o que representa em torno de 115 milhões de litros de leite. Este é o segundo ano que o LiDL faz este acordo com a Savencia, com vistas a valorizar o preço pago aos produtores de leite que fornecem a matéria prima para os lácteos vendidos nas prateleiras. (Agrodigital – Tradução livre: Terra Viva)
 
 

 

Porto Alegre, 13 de março de 2020                                              Ano 14 - N° 3.181

 Aliança Láctea define sugestões para sanidade animal e fiscalização

Representantes do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina reunirão sugestões do setor lácteo a serem enviadas ao Ministério da Agricultura a respeito do Plano de Competitividade Leite Brasil (CompeteLeite BR), que trata de questões diversas que influenciam direta ou indiretamente na competitividade do segmento. A base do trabalho será o levantamento preliminar realizado no Rio Grande do Sul e que foi apresentado pelo secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, na reunião da Aliança Láctea Sul-Brasileira, realizada nesta sexta-feira (13/03) na sede da Farsul, em Porto Alegre. O resultado será levado à reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite e Derivados no dia 7 de abril. 

Um apontamento importante mencionado em relação ao CompeteLeite BR é sobre a inexistência de um nivelamento de informações e ações dos inspetores federais, o que resulta em exigências diferentes no ato de controle das indústrias. A sugestão é a realização de fóruns e encontros de nivelamento interno e com a iniciativa privada. 

A reunião também tratou da necessidade de revisão de normas de sanidade animal e fiscalização no país. Com o objetivo de desenvolver ações compartilhadas de controle da brucelose e tuberculose nos três estados do Sul, foi criado um grupo de trabalho específico para tratar das sugestões sobre as normas de sanidade animal. O presidente da Comissão Técnica de Bovinocultura de Leite da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), Ronei Volpi, salientou que o Sul tem a menor prevalência do país. “Temos que adotar uma política de trabalho para avançarmos no controle de brucelose e tuberculose em complementação ao que já fizemos com a aftosa”, salientou.

Outra questão que preocupa os estados do Sul refere-se à nova exigência dos controles estatísticos diários sobre as entradas e o processamento na indústria, tema que veio recentemente à tona por meio do chamado Sistema de Informações Gerenciais do Serviço de Inspeção Federal (SIGSIF). 

Retirada da vacinação
O calendário de retirada de vacinação contra a febre aftosa no Brasil também foi tema da reunião da Aliança Láctea. O presidente da Farsul, Gedeão Pereira, informou que a situação do Rio Grande do Sul está em análise e que o maior indicador de que não há circulação de vírus em território gaúcho é “o fato de Santa Catarina não vacinar o rebanho e não ter registro de caso”.  

Volpi argumentou que o certificado de status livre de aftosa sem vacinação é um passaporte. “Cabe às empresas buscarem seus mercados”, ressaltou. 

O presidente do Sindilat e coordenador da Aliança Láctea Sul Brasileira, Alexandre Guerra, sustentou que a abertura de novos mercados, seja no Mercosul, na União Europeia ou na China, é de extrema relevância para o cenário lácteo nacional. "É com a exportação que teremos mais oportunidades de expandir os negócios dos laticínios na Região Sul", afirma. Segundo Guerra, a união dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná é uma estratégia forte para levar as necessidades da região até Brasília. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
 
 
Foto: Carolina Jardine
 

Mapa vai revisar fiscalização de produtos veterinários

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) criou o Grupo de Trabalho Técnico (GTT) para avaliar propostas de fiscalização de fabricantes de produtos de uso veterinário, com base no risco estimado, ou seja, quanto maior o risco, como o das vacinas de uso em campanhas oficiais de vacinação, maior será a fiscalização.

O grupo foi criado pela Portaria 74. O GTT terá prazo de seis meses - que podem ser prorrogados por mais 90 dias - para apresentar conclusões. O grupo também deverá propor cronograma de fiscalizações, manual para a realização das ações, padronização de documentos usados pelos auditores fiscais federais agropecuários e programa de capacitação continuada desses servidores.

A responsável pela Divisão de Fiscalização de Produtos de Uso Veterinário (DFPV), Maralice Cotta, prevê que os resultados do GTT deverão contribuir para assegurar à sociedade insumos e produtos conformes e seguros; reduzir riscos de fraude e adulteração e melhorar o direcionamento da fiscalização, graças à harmonização de procedimentos das equipes de fiscais, com otimização dos recursos humanos e financeiros.

A Coordenação de Registro e Fiscalização de Produtos de Uso Veterinário (CPV) cuida das atividades relacionadas à fiscalização. As superintendências federais de Agricultura (SFA), localizadas nos estados, são as executoras. Diferentes estabelecimentos, além dos fabricantes, são fiscalizados: importadores, comerciantes, farmácias de manipulação, entre outros. (As informações são do Mapa)

Novo programa apoia a qualificação de estudantes dos cursos de ciências agrárias

Foi publicada nesta quinta-feira (12) a Portaria nº 27, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que institui o Programa de Residência Profissional Agrícola (PRPA). A nova política pública irá promover a qualificação de jovens estudantes e recém-egressos dos cursos de ciências agrárias e afins, através de estágio ou residência com treinamento prático, orientado e supervisionado.

Por meio do programa, serão custeadas bolsas-auxílio, no valor mensal entre R$ 500 e R$ 1.400, pelo período de até um ano, para alunos residentes, professor orientador e para o responsável pela coordenação técnica e administrativa do Programa. A iniciativa também arcará com os custos da participação destes em reuniões, oficinas, seminários e congressos, além das despesas para a execução das atividades.

Neste primeiro ano, serão investidos mais de R$ 9,9 milhões oriundos da ação orçamentária de Promoção da Educação no Campo. Com este orçamento, cerca de 1.200 pessoas deverão ser atendidas pelo programa em 2020. A quantidade de beneficiários poderá ser ainda maior com a realização de novas parcerias.

Os alunos residentes realizarão atividades práticas dentro das funções ligadas à respectiva formação profissional, que serão supervisionadas e acompanhadas por profissional técnico habilitado com formação na área de atuação.

A política pública é voltada para jovens com idades entre 15 e 29 anos, estudantes de nível médio ou superior e também para egressos, desde que a conclusão do curso tenha ocorrido há, no máximo, 12 meses.

Promovido pela Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo (SAF), o programa será realizado por meio de parcerias com instituições de ensino de nível técnico, médio e superior, públicas e privadas sem fins lucrativos, como universidades, faculdades, institutos e escolas técnicas federais, estaduais e municipais, além de escolas da família agrícola.

Serão consideradas unidades residentes parceiras, empresas do agronegócio, fazendas ou unidades de produção, cooperativas, empresas de assistência técnica e sociedade civil organizada, que utilizem tecnologia de produção.

Conhecimento
O Residência Profissional Agrícola buscará aproximar o universo acadêmico às unidades produtivas, por meio do intercâmbio de conhecimento e de tecnologias, de forma que possam contribuir mutuamente para o crescimento do agro nacional, como explica o secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Mapa, Fernando Schwanke.

“Iremos oportunizar a qualificação técnica desses jovens, possibilitando a união da teoria e da prática, como também a inserção dos alunos formados no mercado de trabalho. Há uma procura por mão de obra qualificada no agro nacional, mas o contingente preparado para atender a essa demanda ainda não é suficiente. Desta forma, a residência possibilitará o estímulo à agropecuária, pois formará profissionais capacitados que promoverão a aumento de produtividade do pequeno, do médio e do grande produtor rural”, destaca Schwanke. 

Os alunos residentes serão orientados de forma a propiciar aos agricultores assistência na produção e na comercialização, visando a melhoria da qualidade dos produtos, a redução de custos e a maximização de lucros.

Além de qualificar profissionais, o programa buscará desenvolver nos alunos o senso de responsabilidade ética por meio do exercício de atividades profissionais direcionando-os para uma vida cidadã e para o trabalho.

Outra proposta da nova política pública do Mapa é promover o aprimoramento de conhecimentos e de habilidades, por meio de treinamento intensivo profissional em serviço de uma ou mais áreas de conhecimento, com o intuito de especializar o futuro profissional para exercer a profissão e oferecer consultorias nas áreas de ciências agrárias e afins. (As informações são do Mapa) 

             
Conaprole
A captação da Conaprole em fevereiro foi de 90,4 milhões de litros, um aumento de 7,94% em relação a igual mês do ano passado. É preciso levar em consideração que fevereiro de 2020 teve 29 dias, por ser um ano bissexto. Segundo dados da cooperativa, no primeiro bimestre a captação foi 4,5% superior a janeiro-fevereiro de 2019. Nos 12 meses encerrados em fevereiro a captação da cooperativa acumula queda de 3,34% quando comparado com período anterior. Fontes da Conaprole disseram à Conexión Agropecuario que vão esperar os resultados da próxima licitação do GlobalDairyTrade e os resultados de janeiro da cooperativa para fixar o preço a ser pago pelo leite captado em fevereiro.(Blasina y Asociados – Tradução livre: Terra Viva)
 

Porto Alegre, 12 de março de 2020                                              Ano 14 - N° 3.180

"Não é retirada da vacina, é substituição de ações"
O diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Geraldo Moraes disse hoje, em reunião com representantes das cadeias produtivas do Rio Grande do Sul, que não se trata de retirada da vacina contra a febre aftosa e, sim, de substituição de ações. "Precisamos trocar a vacina por notificações de suspeitas, defesa agropecuária, vigilância e prevenção", declarou. Moraes também afirmou estar otimista em relação à intenção de o estado investir no setor. 
O secretário substituto, Luiz Fernando Rodriguez Júnior e a equipe técnica da Secretaria da Agricultura apresentaram a Moraes o andamento das ações do Plano de Ação para obter a autorização para suspender a vacina. O presidente do Fundesa, Rogério Kerber, pontuou a importância de todos os setores da iniciativa privada estarem presentes e contribuindo para o avanço de status.  "Existe o entendimento de que é preciso fortalecer a arrecadação do Fundesa, e também o envolvimento e o comprometimento dos setores produtivos em contribuir neste avanço", pontuou. 
Forças de segurança: Na parte da tarde, foi apresentado às forças de segurança, Polícia Civil, Brigada Militar, Agência Brasileira de Inteligência, Polícia Rodoviária Federal, Exército e Corregedoria Geral de Justiça, o plano da Secretaria da Agricultura para o Programa de Vigilância de Fronteiras - Sentinela.  
Segundo Francisco Alves, chefe da Divisão de Controle de Informações Sanitárias da SeapDR, o plano prevê ações nas áreas de fronteira com o Uruguai e Argentina.  São 59 municípios e 4,5 milhões de cabeças de gado envolvidas. O trabalho de Análise de Redes de Movimentação Animal, produzido pela Universidade da Carolina do Norte através de convênio com o Fundesa foi utilizado para a definição dos principais pontos que deverão receber a atenção das autoridades.  
Vacina antecipada: A abertura da etapa de vacinação contra a febre aftosa acontece no dia 16 de março, se encerrando em 14 de abril. A solenidade oficial de abertura desta que pode ser a última etapa de vacinação do Rio Grande do Sul ocorrerá no dia 17, em Guaíba, com a presença do governador Eduardo Leite. (Assessoria de imprensa Fundesa)
 
Cresce a procura por sistema que permite fazer reuniões a distância 
Com ações negociadas na Nasdaq, a Zoom tem valorização de quase 58% neste ano
Na medida em que os casos da Covid-19 crescem pelo mundo e companhias suspendem viagens de seus funcionários, também aumenta a procura por sistemas de videoconferência. Nas últimas semanas, empresas como Google, Microsoft, Cisco, BlueJeans, Zoom Video Communications e LogMeIn anunciaram que seus produtos estarão disponíveis de graça, ou com mais recursos que os oferecidos anteriormente. 
A ideia é ajudar empresas e organizações a manterem a produtividade em um cenário de mobilidade restrita. O esforço “humanitário” também tende, obviamente, a render dividendos em termos de negócios. Uma vez contido o surto, quem experimentou essa facilidade pode vir a contratar ou ampliar os gastos com esse tipo de tecnologia. 
De acordo com o Google, o interesse pelo assunto videoconferência atingiu, na semana passada, o nível mais alto dos últimos 90 dias, com um aumento nas buscas de 34% em todo o mundo. Já a expressão “work from home” (“trabalhar de casa”) registrou, nos últimos sete dias, o maior número de buscas dos últimos três meses. Os EUA lideram as buscas, com Cingapura e Índia também aparecendo na lista dos cinco países com mais interesse no tema. 
Desce que anunciou, há cerca de dez dias, que quatro produtos de sua linha GoToMeeting estarão disponíveis gratuitamente por um prazo de 90 dias, a americana LogMeIn viu o uso crescer mais de 20%. Em áreas mais atingidas, como a Ásia e a Itália, o acesso dobrou em relação ao uso normal. A BlueJeans viu o tráfego quadruplicar na China e triplicar na Ásia como um todo entre o começo de janeiro e meados de fevereiro. 
Com ações negociadas na Nasdaq, a Zoom tem sido um destaque positivo em meio às turbulências do mercado como um todo. Seus papéis apresentam uma valorização de quase 58% no acumulado do ano, frente a uma queda de 16% no S&P 500.
Segundo Peter Kodic, diretor comercial para a América Latina da LogMeIn, no Brasil ainda não há uma demanda adicional por conta do coronavírus. A procura continua sendo impulsionada pela adoção do trabalho remoto. “Quando profissionais mais jovens, que estão mais acostumados e são afeitos à tecnologia, vão chegando a posições de gestão, o uso avança”, disse. O executivo disse acreditar, entretanto, que o fator coronavírus tende a entrar na conta nas próximas semanas com o aumento do número de casos registrados no país. 
Segundo uma pesquisa da Fortune Business Insights divulgada no fim do ano passado, o mercado global de videoconferência vai mais que dobrar até 2026, passando de US$ 3,02 bilhões em 2018 para US$ 6,37 bilhões. O crescimento tem sido puxado pelas melhorias na qualidade das conexões à internet, que permitem chamadas mais estáveis e de melhor resolução e também pela maior facilidade no uso dos serviços - que já não exigem equipamentos ou espaços dedicados para serem acessados. 
De acordo com Kodic, chamadas de vídeo de serviços gratuitos como WhatsApp e FaceTime, da Apple não representam uma concorrência. “Quando você fala em fechar negócios, você precisa de serviços mais seguros e estáveis”, disse. (Valor Econômico)

Aprovada proposta que reconhece Expoleite Fenasul como de relevante interesse
Foi aprovado na Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul o Projeto de Lei 488/2019, de autoria do deputado Rodrigo Lorenzoni, que reconhece como de relevante interesse cultural do Estado a Expoleite Fenasul. A votação de plenário foi de 47 votos favoráveis e nenhum contrário em relação ao evento criado e mantido pela Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando), entrando em vigor imediatamente após à aprovação. 

A notícia foi comemorada pelos criadores da raça Holandesa. "Nós, do gado holandês, sempre entendemos o valor da nossa Expoleite que é tão antiga quanto a Expointer. Para nós sempre foi uma feira importantíssima e muito voltada pra nós criadores. Esta feira de outono sempre esteve no nosso calendário no mês de maio, sempre esteve na mente do criador gaúcho", destaca o presidente da Gadolando, Marcos Tang.  
Com o advento do Projeto de Lei, para Tang, será mais um atrativo para entidades e empresas do setor participarem da feira, construindo e consolidando cada vez mais o evento junto ao setor e à sociedade. "É uma homenagem histórica que se faz a quem sempre trabalhou por essa feira. Ela sempre foi gerida e parida pela Gadolando juntamente com os seus parceiros. Essa ajuda e esse reconhecimento político administrativo certamente vem para facilitar e para que conseguimos consolidar cada mais a Expoleite Fenasul", observa. 
A Expoleite entrou oficialmente para o calendário de eventos do Governo do Estado em abril de 1977, quando foi declarada exposição oficial pelo Decreto nº 25.405/1977. Nos anos 2000, a Fenasul foi criada para abrigar todas as raças e eventos participantes. O evento deste ano já tem data marcada: de 13 a 17 de maio no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS).  (Agrolink)
 
             
Produtor pode notificar emergências veterinárias pela internet
Produtores rurais e médicos veterinários podem fazer notificações de emergências com animais pela internet, por meio do Sistema Brasileiro de Emergência Veterinária (e-Sisbravet), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Como parte do serviço veterinário oficial, a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) fica responsável por ir a campo investigar as notificações referentes ao Rio Grande do Sul. “O sistema vem para trazer mais agilidade ao procedimento de notificação de suspeitas de doenças em animais de produção, evitando, assim, que uma doença se propague”, destaca o secretário Covatti Filho. Qualquer cidadão pode fazer uma notificação, que é imediatamente disparada, eletronicamente, para todas as unidades veterinárias responsáveis pela propriedade com os animais sob suspeita. A partir daí, o serviço veterinário local irá a campo, o mais rápido possível, para iniciar a investigação. O link para o e-Sisbravet está disponível no site da Secretaria da Agricultura. Além deste canal, a Seapdr conta com WhatsApp próprio para estas notificações: (51) 98445-2033. (Seapdr)
 

 

Porto Alegre, 11 de março de 2020                                              Ano 14 - N° 3.179

ANTT dá mais prazo para exigência do CIOT 
A diretoria colegiada da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) concedeu novo prazo para que o setor produtivo adapte-se às novas exigências de emissão do Código Identificador de Operação de Transporte (CIOT), determinação que impõe obrigações e diversos custos adicionais a empresas que utilizam serviço de transporte de cargas. Publicada nesta quarta-feira (11/03) no Diário Oficial da União, a resolução 5.873/2020 altera a 5862/2019 e determina que a exigência de emissão do documento, inicialmente limitada a transportadores autônomos, será obrigatória também para o setor industrial, comercial  e produtores rurais a partir de 9 de junho de 2020. A medida inicialmente prevista para entrar em vigor em 1º de fevereiro, acabou postergada para 16 de março e, agora, teve novo adiamento.  
A decisão atende a pedido do setor produtivo, inclusive a pleito realizado pelo  Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat). Segundo o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, a prorrogação dá mais prazo para governo e empresários negociarem a questão, que classifica como medida burocrática e que tira competitividade do setor produtivo.  “Na prática, a medida obriga as empresas e produtores a custearem um setor inteiro apenas para emitir guias e controlar as cargas, e isso não pode nem mesmo ser delegado a fornecedores porque a responsabilidade é do contratante. É um contrassenso com a política apregoada até aqui. Precisamos combater essa posição”, reformou.  Segundo cálculo do Sindilat, para atender à medida do governo uma empresa que industrializa 100 mil litros/dia de leite terá um custo adicional com novas contratações de, no mínimo, R$ 10.000,00 por mês. 
O Sindilat defende que a obrigatoriedade de emissão do CIOT e que suas responsabilidades sejam atribuídas aos transportadores contratados. A preocupação do setor é que a medida corroa ainda mais a competitividade da produção láctea brasileira que, há anos, vem amargando a concorrência dos lácteos dos países do Mercosul. “É mais um peso sobre um setor que já enfrenta dificuldades. Como trabalhamos diariamente com transporte do produtor à indústria e da indústria ao varejo, essa exigência sobre as cargas torna-se um ônus gigantesco”, completou o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini. As indústrias também pedem a inconstitucionalidade da Tabela de Frete uma vez que defendem a livre negociação sobre o custo do serviço de transporte. “Precisamos ter preservado nosso direito ao livre mercado”, ressalta Guerra. 
O CIOT é uma obrigação no Brasil desde 2011. Contudo, até agora, vinha sendo exigido apenas de transportadores autônomos, com fiscalização e multas brandas. A nova legislação exige emissão para todas as cargas transportadas que não sejam feitas em veículo próprio da empresa. (Assessoria de imprensa Sindilat)
Empresas associadas ao Sindilat são destaque na pesquisa Marcas de Quem Decide
A pesquisa Marcas de Quem Decide 2020, promovida pelo Jornal do Comércio e realizada pela Qualidata, divulgou nesta terça-feira (10/3) as marcas mais lembradas e preferidas dos consumidores gaúchos na categoria Produtos Lácteos. Empresas associadas do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat) receberam destaque entre as cinco primeiras colocações tanto nas marcas mais lembradas como nas marcas preferidas. Nas mais lembradas, a Cooperativa Santa Clara, Piá, Elegê, Languiru e Tirol, respectivamente, foram as que melhor ranquearam neste ano. Já nas preferidas, o ranking manteve-se quase o mesmo, apenas substituindo a quinta colocação pela Nestlé. O resultado da pesquisa foi acompanhado por autoridades estaduais e representantes do setor empresarial gaúcho no Centro de Eventos da Fiergs, em Porto Alegre.

Crédito: Letícia Breda
A Cooperativa Santa Clara liderou o segmento de produtos lácteos pelo terceiro ano consecutivo, obtendo 36,4% na marca preferida e 34,9% na mais lembrada. Entre as preferidas, também foram destaque as empresas Piá (22,8%), Elegê (10,5%), Languiru (3,1%) e Nestlé (2,5%). No ranking das mais lembradas, a Piá assumiu a segunda colocação com 22,2% dos votos, seguida da Elegê (11,1%), Languiru (4,3%) e Tirol (2,2%). 

A Piá (4,0%) e a Santa Clara (3,7%) também conquistaram o segundo e terceiro lugar nas marcas preferidas da categoria Agrícola, uma das novidades desta edição da pesquisa. A primeira colocação ficou para a Cotrijal, com 6,2%. Nas cooperativas mais lembradas, a Piá permaneceu em segundo lugar e a Santa Clara conquistou a quarta colocação. A Cooperativa de Carlos Barbosa também se destacou entre as dez primeiras colocações da categoria especial Grande Marca Gaúcha do Ano – empatando com a Lojas Renner – com 3,1%. O ranking completo foi composto pelas empresas Tramontina, Gerdau, Cia Zaffari, Radon, Panvel, Grupo RBS, Fruki e Marcopolo, respectivamente. 

Para o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, ter no ranking de produtos lácteos empresas associadas ao sindicato mostra a evolução do trabalho que vem sendo realizado em conjunto entre os laticínios e a entidade. “Cada empresa tem a sua estratégia, desenvolvem seus produtos e o público que quer atingir, mas o que norteia todas é a qualidade que produzem e inovam, proporcionando o destaque das indústrias lácteas gaúchas em todo o território nacional", afirmou. Segundo ele, a pesquisa deste ano foi a comprovação de um trabalho que só tende a crescer. "O Sindilat tem atuado na defesa dos interesses de nossos associados para contribuir no crescimento contínuo do setor lácteo gaúcho, que teve, por mais um ano, um grande reconhecimento na pesquisa Marcas de Quem Decide." (Assessoria de imprensa Sindilat/RS)

Reforma tributária focará em caráter progressivo para ICMS, aponta Leite
Segundo o governador, Executivo pretende apresentar o projeto até o final de abril
O Executivo gaúcho pretende apresentar até o final de abril o projeto de reforma tributária do Estado. O prazo foi confirmado na manhã desta segunda-feira pelo governador Eduardo Leite (PSDB), após sua participação em um café da manhã na Assembleia Legislativa com deputados federais e estaduais. O tucano, que na sexta-feira passada recebeu as primeiras alternativas elaboradas pelas equipes técnicas da Secretaria da Fazenda, adiantou que o tema é bastante complexo e vai merecer um esforço “tão grande quanto aquele das reformas dos servidores.” Segundo o governador, o foco das mudanças se concentrará na redução de itens de caráter regressivo que atingem a população de modo geral.

 
“Por exemplo: se uma pessoa muito rica vai abastecer seu carro com combustível e uma pessoa com pouco dinheiro vai abastecer seu carro, as duas pagam o mesmo imposto. Ou seja, para uma pessoa com muito dinheiro, aquele imposto é baixo. E, para a pessoa com pouco, ele é muito alto. Então, reduzir estes tributos é o foco, dar um caráter de progressividade dentro do ICMS. E estamos olhando também outros impostos, como o IPVA e o ITCD. É uma reforma ampla para reduzir a carga tributária e tornar menos complexa a relação do contribuinte”, assinalou Leite. 
Ele repetiu que o conceito principal é melhor distribuir a carga, “com um olhar muito forte para a competitividade.” E disse que a estrutura tributária é muito complexa na cobrança. “A reforma estará toda alicerçada no princípio de tornar menos complexa a relação do contribuinte com o fisco, na direção da obrigação fiscal única, que é a de apenas emitir a nota fiscal e não mais demandar toda uma série de guias de informação e apuração e outras notas que precisam ser oferecidas e fazem com que a energia do empreendedor seja drenada.” 
Questionado sobre semelhanças com a proposta considerada a mais viável hoje entre as que tramitam no Congresso, a idealizada pelo economista Bernard Appy, que também aposta em um sistema mais progressivo, Leite ressalvou que na reforma estadual não haverá mudanças na natureza dos tributos. “Aqui os impostos continuam os mesmos. O que vamos mudar são alíquotas e formas de cobrança.” 

Segundo o tucano, nos próximos dias o governo dará início ao trabalho interno de comunicação (entre secretarias e junto à base na Assembleia). Na sequência, serão chamados setores e entidades atingidos pelas alterações. A projeção inicial do Executivo é de que os debates consumam todo o mês de março e parte significativa de abril. (Correio do Povo)

Embrapa inaugura  o primeiro Compost Barn voltado à produção de conhecimento
O primeiro compost barn construído em ambiente de pesquisa será inaugurado nesta quinta-feira (12), dentro do Campo Experimental da Embrapa Gado de Leite, no município mineiro de Coronel Pacheco. Fruto da parceria entre Embrapa e Associação Brasileira de Criadores de Gir Leiteiro (GIR), com um investimento de R$ 1,2 milhão, as instalações se caracterizam pela oferta de conforto máximo aos animais, em um espaço limpo, climatizado, sustentável e que respeita as condições e exigências de bem-estar dos bovinos. 

 
A entrega do compost barn vai reunir autoridades a partir das 10h, entre eles o presidente da Embrapa, Celso Moretti, além da sinalização de presença da ministra da Agricultura, Tereza Cristina. 
 
“O espaço chamado ‘Sistema de Produção Compost Barn Vacas e Pessoas Felizes’ terá como foco a produção de pesquisa e conhecimento para a geração de indicadores que serão utilizados pelos produtores para que possam otimizar seus ganhos nas propriedades”, explica o chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo Martins. Segundo Martins, no mesmo dia da inauguração vão ingressar no sistema Compost Barn 80 vacas das raças Holandesa e Girolando, quando será dado início ao trabalho de monitoramento em ambiente de pesquisa para a produção de indicadores ao setor leiteiro.“O Compost Barn vai produzir conhecimento dentro de um espaço que se diferencia pela inovação e conectividade”, afirma Martins. 
 
A tecnologia presente no espaço será possível graças à parceria com startups que ao longo dos últimos anos que participaram do Desafio Ideas For Milk (Cowmed, Onfarm e Bionexus), que todos os anos expõe o trabalho de empresas que desenvolvem soluções inovadores para a cadeia leiteira. O Composto Barn será multifuncional, com uma instalação voltada a experimentos convencionais (recria) e outra podendo ser utilizada de forma convencional ou com a tecnologia Túnel do Vento. Construído em ambiente de I0TCP– ou chamado de Internet de Interação entre Coisas, Vacas e Pessoas, a estrutura ainda servirá para o início de pesquisa e demonstração do uso de energia solar em Compost Barn. A adoção do Compost Barn tem crescido entre os produtores nacionais. Já são mais de 2.000 em funcionamento, mas ainda há poucos resultados de pesquisa sobre o novo sistema de produção. (Assessoria de imprensa Sindilat/RS)
             
RS: Secretaria da Agricultura recomenda vacinar contra a aftosa na segunda quinzena de Março
A primeira etapa da campanha de vacinação da febre aftosa começa na próxima semana, em 16 de março, e vai até 14 de abril. Para evitar imprevistos, a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) recomenda que os produtores procurem imunizar seus animais na segunda quinzena de março. “Assim, as empresas terão uma gestão adequada de seus estoques e evitará a falta da vacina pela procura de última hora”, destaca o secretário Covatti Filho. A etapa, que ocorre tradicionalmente em maio, foi antecipada de acordo com parecer do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e faz parte da estratégia do Estado para ser declarado como livre de aftosa sem vacinação, a fim de obter, num segundo momento, o reconhecimento internacional dessa condição pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Em todo o Rio Grande do Sul, a expectativa é de que 12,6 milhões de animais sejam imunizados, entre bovinos e bubalinos de todas as idades. A dose da vacina segue a mesma das etapas anteriores, de 2 ml - a vacina passou a ser bivalente, permanecendo a proteção contra os vírus tipo A e O (removido tipo C). Os produtores devem comprar as doses necessárias para a vacinação do seu rebanho em casas agropecuárias credenciadas pela Seapdr. Após, deverão comprovar a vacinação através da apresentação da nota fiscal até o dia 22 de abril de 2020. A partir do dia 16 de março, a movimentação de bovídeos só poderá ser realizada mediante vacinação prévia da propriedade, obedecidos os prazos de carência. (Seapdr)

 

 

 

Porto Alegre, 10 de março de 2020                                              Ano 14 - N° 3.178

Ministério publica regras para avaliação de produtividade de animais
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento estabeleceu as regras e os procedimentos para a avaliação zoogenética, que é o requisito necessário para a inscrição de reprodutores das espécies bovina, bubalina, ovina e caprina em centros de coleta e processamento de sêmen (CCPS). A medida visa promover ganhos genéticos aos rebanhos nacionais.
Segundo a Instrução Normativa (IN) nº 13, os profissionais que atuam na área de reprodução com finalidade de comercialização de sêmen deverão comprovar por meio de genotipagem de DNA a qualificação de parentesco com seus genitores e apresentar o laudo do seu perfil alélico (sequência genética), realizados em laboratório credenciado pelo Mapa.  
Também deverão ser apresentados documentos como o Certificado de Registro Genealógico Definitivo ou de Controle de Genealogia Definitivo e documento que comprove a obtenção dos valores superiores ao mínimo definido para cada raça ou composição racial quanto aos índices ou às características zootécnicas. 
“Os índices, características por raça ou composição racial serão apresentados pelas Associações de Criadores da raça, autorizadas pelo Mapa para execução do Serviço de Registro Genealógico, tendo assim a responsabilidade para os ganhos genéticos dos rebanhos nacionais compartilhada”, observa o diretor do Departamento de Saúde Animal e Insumos Pecuários da Secretaria de Defesa Agropecuária, Geraldo Moraes. 
A avaliação zoogenética com finalidade de comercialização será realizada a cada dois anos, podendo, neste período, ser utilizada por qualquer CCPS registrado no Ministério. Encerrado o prazo, deverá ser realizada nova avaliação para manter a inscrição nos centros de coletas. 
Além disso, a norma prevê a adoção de novos métodos de comprovação de parentesco que eventualmente sejam desenvolvidos e aprovados pelo Mapa. 
A Instrução Normativa entra em vigor no dia 1º de junho de 2020 e, a partir desta data, fica revogada a Portaria SPA nº 07, de 20 de julho de 1987. (Mapa)
 
Índice de preços de alimentos da FAO cai pela primeira vez em quatro meses, mas leites valorizaram
O índice de preços da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) caiu pela primeira vez em fevereiro depois de quatro meses de altas sucessivas. O indicador ficou em 180,5 pontos, 1,9 ponto (1%) a menos que em janeiro. 
 
Na comparação com fevereiro de 2019, entretanto, ainda houve alta de 13,5 pontos (8,1%). 
Em relatório, a FAO informou que houve queda nos preços internacionais de óleos vegetais e, em menor proporção, de carnes e cereais, que mais do que compensaram a continuidade das valorizações de leites e açúcares. 
O sub-índice de óleos vegetais ficou em 158,1 pontos em fevereiro, com queda de 10,3% ante janeiro, o que interrompeu uma sequência das altas que ocorria desde julho de 2019. “A forte queda foi liderada pelo óleo de palma, o componente dominante do índice. As cotações internacionais de óleo de palma caíram 12% em relação ao mês anterior, devido à produção superior à esperada na Malásia, a uma queda temporária na demanda de importação indiana e ao medo de uma desaceleração na demanda global após o surto de Covid-19. Os preços do óleo de soja, de girassol e de canola acompanharam a queda do óleo de palma”, escreveu a FAO. 
O preço médio das carnes caiu 2% entre janeiro e fevereiro, marcando o segundo mês de queda após 11 de altas. O indicador ficou em 178,6 pontos. 
O sub-índice para cereais recuou 0,9% na mesma comparação, para 167,8 pontos, pressionado por trigo e milho devido ao excesso de oferta e também a receios com os reflexos do coronavírus. 
Na outra ponta, a FAO informou que os preços dos lácteos subiram 4,6%, para 209,8 pontos em fevereiro. “As cotações do queijo subiram 10,6%, sustentadas pelo aperto de oferta da Nova Zelândia com o declínio sazonal da produção de leite. A queda foi acentuada pelas disponibilidades de exportação reduzidas da Austrália. 
Por outro lado, as cotações de leite em pó desnatado (SMP) e do leite em pó integral (WMP) caíram”, afirmou o texto. Por fim, o indicador de açúcares ficou em 209,7 pontos em fevereiro, com alta de 4,5% ante janeiro marcando o quinto mês consecutivo de elevação e o maior nível desde maio de 2017. “O aumento mais recente refletiu principalmente as perspectivas de menor produção na Índia, o segundo maior produtor de açúcar do mundo, e também na Tailândia, devido a uma seca prolongada. A forte demanda global de importação, principalmente da Indonésia, maior país importador de açúcar do mundo, também forneceu suporte aos preços. No entanto, a fraqueza contínua da moeda brasileira (real) em relação ao dólar americano limitou a extensão do aumento dos preços mundiais do açúcar.” (Valor Econômico)
 
Importação de leite e derivados
Os números preliminares da média diária das importações de leite e derivados, em dólar, na primeira semana de março de 2020 foram, 17,1% menores que os de março de 2019 e 16,1% menores em relação a fevereiro de 2020.
 

 Os dados foram divulgados pelo MDIC 
 
Preços
Até agora, o coronavírus teve um impacto moderado nos preços dos lácteos, segundo Imre Speizer, diretor do banco Westpac. Comparado com outras commodities, como o petróleo, o impacto sobre os lácteos não foi tão ruim. Desde que o surto atingiu os mercados financeiros globais no final de janeiro, os preços do leite em pó integral caíram 8,7% no Global Dairy Trade (GDT), enquanto que o petróleo tipo brent caiu 20,4% no mesmo período. O Westpac está mantendo a previsão de que o pagamento na temporada será de NZ$ 7,20/kgMS, [R$ 1,65/litro]. Duas semanas atrás a Fonterra também informou que a faixa de preços prevista para o pagamento do leite ao produtor está mantida entre NZ$ 7,00 e NZ$ 7,60/kgMS, [R$ 1,60 e R$ 1,74/litro].  O executivo da Fonterra, Miles Hurrell, disse que a situação atual em torno do coronavírus é muito volátil e incerta. Mas, a Fonterra já contratou grande parte de seus produtos do ano financeiro 2020, e isso está ajudando a cooperativa a gerenciar o impacto. “Nossa equipe na China está trabalhando duro para manter nossas operações o mais tranquilamente possível. Sem eles, isso não teria sido possível e quero agradecê-los por seus esforços”, disse Hurrell. (Terra Viva)
 

 

Porto Alegre, 09 de março de 2020                                              Ano 14 - N° 3.177

Edital de convocação  - Assembleia geral ordinária 
 
Publicado na página 17 do Jornal Correio do Povo de 07/03/2020
 
 
Governo e empresas buscam incentivar as agtechs no país
Em expansão progressiva no Brasil, o segmento de agtechs deverá receber um empurrão oficial em 2020. Empresas privadas, governo e Legislativo estudam criar o Programa Nacional de Incentivo às Startups do Agronegócio. O objetivo é estimular o financiamento de bolsas de pesquisas nos programas de pós-graduação das universidades com foco no desenvolvimento de soluções inovadoras e no empreendedorismo tecnológico voltado ao setor. 
Com as contas públicas cada vez mais apertadas, a maior parte do financiamento deverá vir do setor privado. A ideia foi apresentada no ano passado pelo senador e vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Luis Carlos Heinze (PP/RS), à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), vinculada ao Ministério da Educação. Heinze já promoveu encontros em Brasília e em São Paulo com empresários do ramo para apresentar a iniciativa.
 

 
“Quero incentivar as universidades, os estudantes e as empresas brasileiras de carnes, de grãos e de defensivos, entre outras, a estimular as startups do agro no Brasil inteiro”, afirmou o senador ao Valor. 
Flávio Camargo, professor de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) que coordena a área de Ciências Agrárias da Capes - que mantém 370 cursos e 225 programas de mestrado e doutorado no país - encampou a proposta de Heinze. Segundo ele, é uma oportunidade para o Brasil não perder o passo no desenvolvimento tecnológico no campo. 
Camargo ainda vê fragilidades no perfil dos criadores de agtechs no Brasil, entre as quais a limitação das áreas de atuação dessas empresas, o baixo nível de especialização dos empreendedores e falta de foco a longo prazo. E, segundo ele, muitas startups têm sido criadas apenas para depois serem vendidas para grandes corporações. “A preocupação é melhorar a sobrevida das empresas e dar alguma coisa de subsídio de formação para criar no país uma cultura da inovação dentro do mundo do agro”, afirmou. 
O Programa de Pós-Graduação Profissional (Profagro) em elaboração terá uma estrutura curricular específica para desenvolver a cultura da inovação com a criação de agtechs. Essa estrutura contemplará disciplinas, atividades extracurriculares e trabalho de conclusão aplicado, com possibilidade de criação de empresas, produtos e patentes. Camargo já detalhou as diretrizes da proposta e criou um projeto-piloto. 
O modelo proposto é para 20 estudantes, com bolsas de três anos para curso de mestrado, iniciação tecnológica, desenvolvimento tecnológico e industrial e o projeto de inovação, e tem valor estimado de R$ 2,5 milhões. O plano envolve financiamento público e privado. 
Por parte do governo, a proposta prevê a participação de instituições como Finep, vinculada ao Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovação e Telecomunicações, Fapesp, Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e BNDES, com injeção de recursos e também incentivos fiscais e isenções. Do lado privado, o projeto pretende atrair os fundos de investimentos BR Startups e a SP Venture, além do Bradesco. 
As empresas privadas teriam retorno proporcional ao investimento feito em caso de a startup deslanchar. Os rendimentos seriam repartidos com professores e alunos. 
Em outra frente, o governo federal tem mapeado, desde dezembro do ano passado, diversas iniciativas isoladas que ministérios e órgãos públicos já desenvolvem para estimular startups em geral, não só as agtechs. A ideia é unificar os trabalhos e criar uma política pública nacional de incentivo ao segmento ainda sem data para ficar pronta. 
O diretor do Departamento de Apoio à Inovação Agropecuária do Ministério da Agricultura, Luis Cláudio França, afirmou que a Pasta vai realizar fóruns de inovação pelo país para promover a criação de agtechs. A meta também é criar mais quatro polos de inovação e tecnologia ainda esse ano. No fim de 2019, a ministra Tereza Cristina inaugurou o primeiro o primeiro polo seguindo esse modelo, em Londrina (PR). 
Ainda sem uma política pública específica, o segmento também não foi regulamentado. Um projeto de lei de 2017 tenta criar uma legislação específica para as agtechs, mas segue engavetado no Congresso. Outro, de 2019, cria desonerações para quem criar startup do agronegócio, mas também não avançou. Mas o número de agtechs continua aumentando. Segundo a Associação Brasileira de Startups (ABStartups), são 325 em todo o país. 
Mas uma pesquisa conduzida por Embrapa, Homo Lundes e SP Venturno ano passado apontou que o Brasil já tem 1125 empresas desse tipo, mais da metade delas no Estado de São Paulo. É nesse número que o Ministério da Agricultura tem se baseado. 
O advogado especialista em agronegócios Adamir Fiel Amorim, sócio da AB&DF, diz que a inovação tecnológica não respeita “institucionalidade normativa” e por isso qualquer lei ou regra para esse segmento tem que ser flexível. Mas ele concorda que falta uma participação mais efetiva do governo no segmento.
Entusiasta do tema, Fiel foi uma das pessoas que perceberam uma oportunidade de negócios na área de tecnologia durante o curso de pós-graduação na Fundação Getulio Vargas (FGV), em Brasília. Ele criou uma plataforma digital para mediação e arbitragem de conflitos voltada a produtores rurais. No site, chamado Agroconsenso, o tempo para solução dos casos é de no máximo 100 dias úteis e o cliente sabe o preço na hora. Segundo o advogado, na Justiça as ações demoram cerca de oito anos e têm custo inicial próximo a R$ 300 mil. (Valor Econômico)
 
 
Cientista identificam consumo de lácteos há 5000 anos leste da Eurásia
Embora a criação de rebanho leiteiro tenha sido uma parte essencial da vida e da cultura na estepe da Eurásia oriental durante milênios, a disseminação para para o leste e a chegada ao sudoeste da Ásia é pouco compreendida. O estudo, liderado por Shevan Wilkin e Jessica Hendy do Instituto Max Planck para a Ciência da História Humana, apresenta as primeiras evidências do consumo de leite no leste da Ásia, por volta do ano 3.000 aC, e oferece sinais da chegada e da evolução do sistema pastoril na 
Mongólia pré-histórica. 
O consumo mais antigo de lácteos e a possível trajetória: A natureza móvel das sociedades pastoris e os fortes ventos da Espete Orienta fazem com que os registros com locais de convivência e a cultura dos mongóis antigos sejam extremamente raros. Então os pesquisadores começaram a procurar cemitérios humanos e seus rituais que são frequentemente marcados por monumentos em pedra e ocasionalmente podem ser detectados túmulos de animais por satélites.  
Em colaboração com a Universidade Nacional da Mongólia, os pesquisadores analisaram calcificações em dentes dos indivíduos pegando desde o início da Idade do Bronze até o período Mongol. Três quartos dos indivíduos continham evidência de que consumiam alimentos lácteos, demonstrando a importância dessa fonte de alimento na Mongólia pré-histórica e histórica.  
Os resultados do estudo incluem as primeiras evidências diretas do consumo de lácteos no leste da Ásia, identificadas em um indivíduo de Afanasievo em Shatar Chuluu datado de aproximadamente 3.000 aC.  
Análises anteriores do DNA desse indivíduo revelaram marcadores genéticos não locais consistentes com populações da Estepe do Oeste, e que migraram para Afanasievo no início da Idade do Bronze, através da região russa Altai que possui condições propícias para domesticação de gado leiteiro no leste da Eurásia.  
Múltiplas espécies animais foram usadas para produção de leite
Pela sequência das proteínas do leite extraídas das calcificações dentárias, os cientistas foram capazes de determinar qual espécie animal foi usada para a produção do leite, o que ajudou a acompanhar a progressão da domesticação, dos laticínios e da atividade pastoril na região.  
“Os mongóis modernos usavam vaca, ovelha, cabra, iaque, camelo e cavalo para o leite, mas, quando cada espécie foi utilizada pela primeira vez para a produção de leite na Mongólia ainda é incerto” disse Shevan Wilkin, principal autor do estudo. “O que ficou claro é que a disponibilidade de fontes renováveis de calorias e hidratação por meio da incorporação de leite e derivados na dieta foi essencial para as condições áridas e desafiadoras da antiga Estepe Oriental”.  
Os primeiros indivíduos a mostrarem evidências do consumo de leite viveram 5.000 anos atrás e consumiam leite de espécies ruminantes, como gado bovino, ovinos e caprinos. Alguns milhares de anos depois, em locais da Idade do Bronze, datados de 1.200 aC, os pesquisadores descobriram a primeira evidência do consumo de leite de égua, que foi simultânea ao início de evidências das existências de cavalgadas e passeios a cavalo, bem como o uso de cavalos em rituais de enterro.  
Além disso, o estudo mostra que durante o Império Mongol, cerca de 1.200-1.400 dC, as pessoas também consumiam leite de camela. “Estamos entusiasmados pelo fato de que, analisando as proteínas, somos capazes de ver o consumo de leite proveniente diferentes espécies animais no mesmo indivíduo. Isso nos dá uma nova visão sobre as práticas leiteiras antigas”, diz Jessica Hendy. 
Milhares de anos depois da primeira evidência do consumo de leite de equinos, os cavalos permanecem vitais para a vida cotidiana de muitas populações da Mongólia moderna, onde os pastores montados confiavam a eles a tarefa de gerenciar rebanhos, transportar pessoas e suprimentos e fornecer uma fonte primária de carne e leite.  
“Nossas descobertas sugerem que a incorporação de cavalos à atividade pastoril na Eurásia Oriental esteve intimamente ligada à uma transformação econômica mais ampla, utilizando a espécie para equitação, transporte e alimentação” diz William Taylor, da Universidade do Colorado, também um dos co-autores do estudo. 
Embora o primeiro indivíduo estudado tenha mostrado evidências do consumo de leite, os pesquisadores esperam que estudos futuros examinem indivíduos de períodos anteriores. “Para formar uma imagem mais clara das origens dos lácteos nessa região, precisamos entender o impacto das migrações de criadores das estepes ocidentais e confirmar se os laticínios já existiam na Mongólia antes da chegada desses imigrantes”, conclui Shevan Wilkin. (As informações são do The Dairy Site, traduzidas pelo Terra Viva)
 
UE – 2019 foi um excelente ano para as exportações de manteiga
As exportações da União Europeia (UE-28) de manteiga e produtos similares (butter oil, manteiga e outros lácteos para untar) aumentaram 35% em 2019 em comparação com 2018, chegando a 214.000 toneladas. A maior parte do incremento ocorreu na segunda metade do ano, de acordo com os dados da associação inglesa AHDB. Em valor, o aumento interanual das exportações foi de 21%. Dado que os preços no atacado da manteiga caíram durante o ano, o crescimento do valor foi comprimido em comparação com o crescimento do volume. Os principais destinos de crescimento da manteiga da UE foram a Turquia, Emirados Árabes Unidos, Egito e Estados Unidos. A Turquia importou 11.000 toneladas, mais de cinco vezes a quantidade importada da UE no ano anterior. Os Emirados Árabes Unidos importaram 12.000 toneladas, 140% a mais que em 2018. Um pouco menos de 8.000 toneladas foram enviadas para o Egito, mais de quatro vezes a quantidade enviada em 2018. Estes três países, junto com os EUA, representaram a metade da manteiga adicional exportada em 2019. EUA representaram 17% das exportações de manteiga da UE em 2019, um aumento de 7.000 toneladas em relação ao ano anterior. A maior parte deste aumento ocorreu entre abril e julho, após o anúncio de possíveis tarifas de 25% em retaliação às disputas comerciais da Airbus. (Agrodigital)
 

 

Porto Alegre, 06 de março de 2020                                              Ano 14 - N° 3.176

Revolução feminina no Agro
 
Um dos setores em que mais cresce a administração feminina, o agronegócio, vem sendo revolucionado pelas mulheres. 
A capacidade que elas têm de cuidar de mais de um assunto ao mesmo tempo lhe deixam em vantagem sobre os homens. Além disto são extremamente detalhistas, isto faz uma grande diferença na gestão de uma fazenda, já que os detalhes poderão te levar do prejuízo ao lucro rapidinho. 
A organização, a preocupação para que tudo de certo, a intuição, a velocidade de pensamento para tomadas de decisões, são alguns dos diferencias das mulheres do agronegócio. 
O IBGE aponta uma alta de 5.9% no número de mulheres chefiando propriedades rurais. Segundo o relatório, a porcentagem de propriedades agrícolas administradas por mulheres, passou de 12,07% para 18,06%, entre 2006 e 2017. 
E este número vem crescendo a cada ano, o que é muito bom para o setor. Este toque feminino nos negócios rurais põe o agro ainda mais em evidência. 
O preconceito infelizmente ainda existe por parte de alguns, mas já aviso os preconceituosos: vocês estão perdendo espaço, ninguém mais aceita isso! 
Vendedores, fornecedores, técnicos e compradores, quanto mais respeito e admiração você tiver pela administração feminina nas fazendas, mais resultado você terá em seu trabalho. 
Não basta dizer, "agro é top, agro é tech", agora o agro é inclusão, agro é respeito, agro é lucro, e isto as mulheres estão colocando no cenário. 
Mas o agro como um todo, não é só administração de fazenda. Tem muita mulher na assistência técnica, na área de compra e venda de insumos, no marketing, e, aí sim, se enquadra a frase "agro é tudo".
Na pecuária de leite, um marco histórico foi a invenção da máquina de ordenha, no ano de 1878, por uma mulher: Anna Baldwin. 
No começo muitas pessoas criticaram, porém, graças a ideia genial desta mulher, hoje com adaptações do primeiro projeto, a ordenha mecânica está aí a nossa disposição, facilitando e qualificando o trabalho do produtor. 
O cargo mais alto do agronegócio no Brasil hoje é ocupado por uma mulher: Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias, ministra do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. 
Nosso respeito e nosso agradecimento as mulheres que vem dando uma nova cara ao agronegócio, ajudando o setor a ser mais conhecido e valorizado, dentro e fora do país.
Aproveitando o assunto: mulherada, tem desconto para vocês no Interleite Sul 2020! Utilize o cupom mulheresnoleite ao efetuar a compra e garanta 15% de desconto na inscrição! (Milkpoint)
 
 
 
Programa Despertar Empreendedor encerra oitava edição com parceria do Sindilat
O Despertar Empreendedor, evento promovido pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) mais uma vez mostrou a que veio. Em sua oitava edição, o evento que desde segunda-feira (02) reúne 52 participantes chega ao final nesta quinta-feira (05) com o cumprimento de um cronograma que oportunizou uma imersão no mundo de gestão e de negócios. 
Aberta à comunidade e com o patrocínio do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), o programa iniciado em 2013 em parceria com o Sebrae proporcionou experiências e vivências no mundo do empreendedorismo, com uma participação heterogênea de empresários e futuros empresários. “Todos os anos aprimoramos as ações dentro do programa. Inicialmente buscávamos participantes sem nenhum conhecimento em empreendedorismo. Hoje esse perfil mudou bastante, pois temos pessoas já com negócios estabelecimentos e bastante diversidade de gênero, idade e raça”, afirma Ana Beatriz Michels, coordenadora do Programa de Empreendedorismo da universidade. 

Durante quatro dias, os participantes foram convidados a explorar características empreendedoras individuais e a se posicionar em uma equipe na busca de um negócio de impacto que solucione problemas da sociedade. O Despertar foi desenvolvido em quatro etapas, abrangendo aspectos da figura do empreendedor, das questões a serem resolvidas e a busca pelas soluções. Para o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, é importante fomentar o empreendedorismo, cada vez mais, nos ambientes acadêmicos. "Sabemos que o futuro é empreendedor. Precisamos de líderes que vejam necessidades de mercado e consigam supri-las agregando responsabilidade e inovação", afirma. O Sindilat marcou presença no evento dispondo produtos para o milkbreak. (Assessoria de imprensa Sindilat/RS)

Argentina: agrava-se a fragmentação da indústria leiteira
A crise econômica que vem passando a cadeia láctea na Argentina, não somente provoca paulatino desaparecimento de fazendas leiteiras, mas também a pulverização da indústria, a ponto de, segundo os últimos boletins setoriais, 64,3% da produção é dividida entre nada menos do que 33 empresas. 
Por outro lado, fatores econômicos e, em alguns casos climáticos, estão conspirando contra a sustentabilidade da atividade primária desenvolvida pelos produtores de leite, o que provocou o desaparecimento de 43% das fazendas do país nos últimos 20 anos. Hoje são 10.287 estabelecimentos, o que representa variação negativa anual de 8,7%, segundo o Observatório da Cadeia Láctea (OCLA). Do outro lado, o ranking das indústrias de laticínios da Argentina segue rumo à fragmentação como mostra dados elaborados pelo OCLA. 
São 670 indústrias, dentre as quais 47 processam mais de 100.000 litros de leite por dia, mas, nenhuma empresa tem mais de 15% de participação na produção local. De fato, as duas empresas que encabeçam o ranking são Mastellone e Saputo, com 11,8% e 11,5% de participação do mercado, respectivamente. Logo depois aparece um pelotão de 8 empresas que ficam entre 4,9% e 2,2%. Na ordem decrescente são Williner-Ilolay, SanCor, Noal, Verónica, García, Nestlé, Milkaut e Danone. 
Um grande player, a SanCor, conta a história de uma forte inflação, da exorbitante elevação das taxas de juros e, sobretudo, a brutal queda na demanda de lácteos registrada nos últimos anos, que colocou o setor em terapia intensiva. Como ingrediente adicional, a crise provocou o avanço da atividade informal, trazendo junto o aumento do risco em qualidade e segurança alimentar, maior sonegação fiscal, insegurança e precarização do trabalho. 
Este conjunto de fatores, somado à perda do poder aquisitivo de parte da população determinou a queda de 20% no consumo de leite por habitante nos últimos cinco anos, voltando aos níveis de 2002: 170 litros/per capita/ano. Em outras categorias, como o iogurte, o consumo per capita caiu 35% de 2008 para cá. 
O setor lácteo na Argentina, que produz por volta de 10.343 milhões de litros é responsável por 1% do Produto Interno Bruto (PIB), e representa 11% do setor agrícola. É preciso considerar que da produção total do país, mais de 20% vai para exportação, enquanto que o mercado interno é o principal destino do leite fluido. 
Um dado relevante é o fato do preço do leite ao produtor ter subido 110% em 2019, diante de um Índice de Preço ao Consumidor (IPC) de 53,8%. Os aumentos continuam em 2020, e em janeiro o valor teve reajuste de 2,62% em relação a dezembro. 
A maior parte dos custos da fazenda são dolarizados. A alimentação, que corresponde a 70% das despesas correntes (principalmente porque os grãos são commodities), além de outros itens que são estabelecidos em dólar, como terras, vacinas e alguns serviços profissionais.  (As informações são do Portalechero, traduzidas pelo Terra Viva)
Assista
Pecuária 4.0 e uso da tecnologia no campo geram discussão sobre futuro do setor lácteo no Fórum Estadual do Leite. Assista o evento na íntegra clicando aqui. (Sindilat)