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Porto Alegre, 17 de setembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.822

Parceira do Sindilat com a UFRGS visa certificação de propriedades na pecuária leiteira

O Sindicato da Indústria de Laticínios (Sindilat) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) estão unindo esforços para dar maior celeridade à certificação de propriedades livres de tuberculose e brucelose nos rebanhos leiteiros gaúchos. O tema foi tratado no AIM Day - Conectando membros da Cadeia Produtiva do Leite à UFRGS, evento realizado em Porto Alegre.

Um dos focos de trabalho será conscientizar os integrantes da cadeia produtiva leiteira (produtores, indústrias, prefeituras, governo do Estado e governo Federal) sobre a importância da certificação, apesar de a pasteurização do leite ser obrigatória antes da destinação para produtos acabados, afastando qualquer risco de proliferação das doenças. O trabalho será realizado por meio de palestras e eventos sobre a erradicação das zoonoses tanto no gado, como nos trabalhadores que lidam diretamente com os animais. "Trabalhamos muito para que os produtores realizem os testes necessários para a certificação das propriedades rurais. Neste sentido, o Fundo da Pecuária de Leite, no Fundesa, é importante para dar essa segurança ao produtor de leite do RS", afirmou o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini.

Os ganhos dos produtores de leite com a certificação do rebanho também foram alvo de debate. Palharini pontuou que a propriedade certificada garante um mercado além das fronteiras brasileiras, o que deverá se reverter em maior lucratividade ao setor. As discussões ainda trataram sobre a necessidade de trazer novas tecnologias para a área sanitária do leite. (Assessoria de Imprensa Sindilat) 

 
 

Entidades divergem  sobre impacto no campo

A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) favorável à terceirização em todas as etapas do processo produtivo, seja meio ou fim, tem provocado visões opostas entre entidades do setor agropecuário. Para o presidente da Comissão de Assuntos Jurídicos da Farsul, Nestor Hein, a decisão não ameaça o emprego dos trabalhadores assalariados do campo. Segundo ele, o posicionamento da Corte no julgamento, ocorrido no final de agosto, é "altamente positivo", porque dá segurança jurídica aos empregadores rurais ao reforçar o que já tinha sido permitido pela reforma trabalhista. Antes da reforma, o empregador rural não podia terceirizar as atividades-fim, como a colheita de frutas, por exemplo. Esta atividade cabia ao produtor ou a funcionários contratados diretamente pela propriedade. Somente era permitida a terceirização de serviços acessórios como a vigilância da fazenda e a manutenção do maquinário. Após a reforma e a votação no STF, ficou autorizada a contratação de terceirizados sem restrição. 

Para Hein, esta novidade apenas abrirá a possibilidade de os produtores terceirizarem tarefas em períodos sazonais, em caso de necessidade. "Não acredito que vá haver demissão de funcionários até porque a mão de obra já é escassa no campo e os produtores dependem de trabalhadores capacitados, que tenham uma relação de dia a dia com aquela atividade", argumenta Hein. O vice-presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB) e especialista em Direito Agrário, Francisco de Godoy Bueno, afirma que a competitividade do setor depende da liberdade para o setor se organizar da maneira que achar mais conveniente. "A distinção entre atividades-meio e atividades-fim já não se aplicava à dinâmica de trabalho no agronegócio", comenta Bueno. Já o assessor jurídico da Confederação Nacional dos Trabalhadores Assalariados e Assalariadas Rurais (Contar), Carlos Eduardo Chaves Silva, considera a terceirização irrestrita um "risco real" para o trabalhador. Alguns números, segundo ele, explicam a preocupação. "Um trabalhador terceirizado ganha cerca de dois terços do salário de uma pessoa contratada diretamente, 90% dos casos de trabalho escravo no Brasil são flagrados em empresas intermediárias entre o trabalhador e o contratante e os acidentes de trabalho prevalecem entre os trabalhadores terceirizados", argumenta. Silva acredita que mesmo que não haja demissões no primeiro momento, vai pesar a "conta matemática". "As empresas argumentam que a terceirização gera economia, então o grau de estabilidade é baixíssimo", diz. (Correio do Povo) 

 
 

Mestrado profissional em Alimentos de Origem Animal abre seleção

Mestrado - O Programa de Pós-graduação em Alimentos de Origem Animal (PPGAOA) está com inscrições abertas para o processo seletivo de mestrado profissional em Alimentos de Origem Animal. 

São oferecidas até 10 vagas, com ingresso no primeiro semestre de 2019. As inscrições podem ser realizadas até 17 de novembro por meio do site do programa. As informações relativas ao processo seletivo estão divulgadas no site do Programa de Pós-Graduação.

O processo de seleção inclui prova escrita e entrevista individual, com realização no dia 29 de novembro. As linhas de pesquisa envolvem produção e inovação, avaliação e controle, e inspeção na área de alimentos de origem animal.

O edital e informações relativas ao processo seletivo podem ser obtidos na página do PPGAOA. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (51) 3308.6122 e pelo e-mail ppgaoaveterinaria@ufrgs.br. (UFRGS)

Leite: Emater/RS-Ascar e Unijuí capacitam extensionistas para melhorar eficiência da produção

Capacitação/RS - Extensionistas da Emater/RS-Ascar participaram, na sexta-feira(14/09), em Augusto Pestana, de capacitação para melhorar a eficiência da produção de leite. A ação envolveu nove laboratórios do Centro de Inovação Tecnológica em produção e Saúde Animal da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí).  "A Emater e a Unijui têm um convênio que busca uma estratégia para aumentar a utilização destes serviços, que a Unijuí presta por meio dos seus laboratórios", disse o médico veterinário da Emater/RS-Ascar, Oldemar Weiller. 

Contudo, o maior beneficiado, segundo Weiller, é o produtor de leite. "Para o agricultor, com certeza, vão surgir elementos muito importantes para aumentar a eficiência nos sistemas de produção de leite", disse o médico veterinário. Práticas -  A capacitação, realizada no Instituto Regional de Desenvolvimento Rural (Irder), priorizou os seguintes temas: qualidade da silagem técnica de coleta, armazenagem e transporte ao laboratório; qualidade das forrageiras; coleta de leite para análise microbiológica; e coleta de sangue para exame das principais doenças do rebanho leiteiro.(Emater/RS)

 

Custo de produção cresceu 2,77% em agosto
ICPLeite/Embrapa - Após a queda de -0,30% observada no último mês, em agosto o Índice de Custo de Produção de Leite – ICPLeite / Embrapa registrou uma expressiva elevação: 2,77%. Com um peso significativo, o grupo Concentrado foi o que apresentou maior aumento nos preços, 5,58%. Na mesma direção vieram os grupos Produção e compra de volumosos – segundo maior peso da composição do índice – 2,77% , Sal mineral , 0,58% e Sanidade 0,53%. De maneiro oposta, o grupo Qualidade do leite, que no mês passado teve a maior variação, apresentou neste mês a maior queda de -2,12%, seguido por Energia e combustível, -0,32%, que seguiu em declínio com a normalização dos preços dos combustíveis – principalmente os fósseis – após a greve que afetou o Brasil em maio. Os grupos Mão de obra e Reprodução não apresentaram variação de preços este mês. (Embrapa)

Porto Alegre, 14 de setembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.821

Perspectivas do USDA sobre o mercado lácteo da América do Sul - Relatório 37 de 13/09/2018

Leite/América do Sul - Em toda a América do Sul, especialmente no Cone Sul, a produção de leite continua melhorando à medida que as temperaturas ficam mais confortáveis proporcionando melhoria de rendimento das vacas. 
Dentro deste contexto, a oferta de leite é muito alta, enquanto as indústrias estão mantendo ativos os pedidos de leite para produção de queijo, leite condensado, iogurte e leite fluido. A disponibilidade de creme continua melhorando sazonalmente. A demanda de leite fluido e UHT para as escolas e vários programas públicos é grande. A produção de queijo, principalmente muçarela, está intensa para atender os grandes pedidos de restaurantes, pizzarias e varejistas. A manteiga está sendo produzida equilibrada com a demanda justa dos setores de atacado e de varejo. (Usda - Tradução Livre: Terra Viva)

 
 

Fonterra busca melhoria após registrar perda de NZ$ 196 milhões

A cooperativa de lácteos da Nova Zelândia, Fonterra, anunciou seus resultados anuais para o ano fiscal de 2018, o plano para melhorar o desempenho dos negócios e as perspectivas para o ano fiscal de 2019, incluindo uma revisão de seu investimento com a empresa chinesa Beingmate. A cooperativa reportou uma perda líquida após impostos de NZ$ 196 milhões (US$ 128 milhões), com o EBIT normalizado caindo 22%, para NZ$ 902 milhões (US$ 591 milhões). O índice de alavancagem da cooperativa subiu de 44,3% no ano passado para 48,4% e o retorno sobre o capital foi de 6,3%, abaixo dos 8,3%. O CEO da Fonterra, Miles Hurrell, afirma que o desempenho dos negócios da cooperativa precisa melhorar.

"Esses resultados não atendem aos padrões que precisamos seguir. No ano fiscal de 2018, não cumprimos as promessas que fizemos aos produtores e aos acionistas. Em nossos resultados provisórios, esperávamos que nosso desempenho fosse ponderado para o segundo semestre do ano. Precisávamos entregar um excelente terceiro e quarto trimestres, depois de um segundo trimestre extremamente forte de vendas e ganhos, mas isso ainda não aconteceu", disse Hurrell.

Razões para o desempenho
Hurrell disse que, além do pagamento anteriormente anunciado de NZ$ 232 milhões (US$ 151,54 milhões) para a Danone relacionado à arbitragem e NZ$ 439 milhões (US$ 286,75 milhões) do investimento da Fonterra na Beingmate, houve quatro razões principais para os maus resultados do desempenho da cooperativa.

"Primeiro, a previsão nunca é fácil, mas a nossa provou ser muito otimista. Em segundo lugar, os preços da manteiga impactaram nossos volumes e margens de vendas. Em terceiro lugar, o aumento na previsão do preço do leite ao produtor no final da estação, embora boa para os produtores, pressionou nossas margens. E, em quarto lugar, as despesas operacionais aumentaram em algumas partes do negócio e, embora isso tenha sido planejado, também impactou nos nossos lucros". Ele ainda acrescentou: "Enquanto o volume de vendas caiu 3% no ano fiscal de 2018, uma proporção maior de leite foi vendida através do Consumer and Foodservice e do Advanced Ingredients. De fato, 45% de nossos volumes de vendas foram obtidos por meio desses negócios e isso representa um aumento de 42% no ano fiscal de 2017, apesar do ambiente de preço de insumos mais alto". Ele comentou que os negócios de consumo e food service cresceram em todas as regiões, exceto na Oceania, com o maior crescimento na Grande China.

"Nosso negócio de consumo na China alcançou o break even (sem perdas nem ganhos) este ano, dois anos antes do previsto. Um grande contribuinte para esse sucesso é a popularidade da Anchor, que agora é a marca número um de leite UHT importado nas vendas on-line e off-line na China. Apesar desse progresso, o desempenho em toda a cooperativa ficou abaixo das nossas expectativas. Com base nisso, o conselho decidiu limitar nosso dividendo aos 10 centavos pagos em abril e confirmou o preço final do leite para a estação de 2017/18 em NZ$ 6,69 (US$ 4,36) por quilo de sólidos do leite - equivalente a NZ$ 0,56 (US$ 0,36) por quilo de leite".

Planos para melhoria
Hurrell destacou que a Fonterra está colocando em prática um plano claro para elevar o desempenho da empresa. "Há pessoas que dependem de nós - produtores, acionistas e funcionários que querem fazer parte de uma cooperativa de sucesso". 

O conselho e a administração da Fonterra delinearam um plano baseado em três ações imediatas. A Fonterra reavaliará todos os investimentos, grandes ativos e parcerias para garantir que eles ainda atendam às necessidades da cooperativa. Isso envolverá uma análise minuciosa sobre se eles apoiam diretamente a estratégia, se estão atingindo o objetivo de retorno sobre capital e se ela pode ampliá-los a aumentar o valor nos próximos dois a três anos. Isso começará com uma revisão estratégica do investimento da cooperativa na Beingmate. A Fonterra disse que quer "acertar o básico" e já começou a agir e consertar os negócios que não estão funcionando. O nível de disciplina financeira será elevado em toda a cooperativa para que a dívida possa ser reduzida e o retorno sobre o capital melhorado. A cooperativa também prometeu garantir uma previsão mais precisa - o negócio será executado com previsões mais realistas, com uma visão clara das oportunidades em potencial, bem como dos riscos. Isso também ficará claro em suas premissas, de modo que os produtores e acionistas saibam exatamente onde estão e possam tomar as decisões certas para eles e seus negócios.

Perspectivas para 2019
O presidente John Monaghan frisou que a cooperativa está sendo clara com os produtores e acionistas sobre o que será necessário para alcançar a previsão de ganhos. "Estamos analisando de perto o portfólio atual e a direção da cooperativa para ver onde é necessário fazer mudanças para agilizar, reduzir custos e gerar retornos mais altos em nossos investimentos de capital. Isso inclui uma avaliação de todos os investimentos, principais ativos e parcerias da cooperativa em relação à nossa estratégia e meta de retorno de capital. Os envolvidos podem aguardar uma disciplina rigorosa em relação ao controle de custos e ao respeito pelo capital investido dos produtores e investidores. Essa será a nossa prioridade". (As informações são do Dairy Reporter, traduzidas e resumidas pela Equipe MilkPoint)

Fazenda de leite amplia renda com uso de biodigestores

Missão técnica do leite - Numa atividade em que cada centavo faz diferença, o corte de despesas - sem prejuízos ao desempenho - é mais do que bem vindo. Melhor ainda quando a mesma solução que reduz gastos, também ajuda a potencializar os resultados. E foi isso que um produtor de leite em Gameleira de Goiás conseguiu fazer. A Granja Sol Dourado é hoje um modelo na atividade. Com 50 alqueires (cerca de 120 hectares) dedicados à produção de leite, a propriedade tem hoje 185 vacas holandesas em lactação. Juntas, rendem diariamente cerca de 5 mil litros de leite tipo A integral, o que representa uma produtividade média entre 25 e 27 litros diários por animal. Além da qualidade do produto, também chamam atenção os resultados decorrentes do investimento em biodigestores no local.

Além de resolver uma dor de cabeça na fazenda - que era o destino dado aos dejetos do rebanho - o investimento também permitiu reduções significativas nos custos da propriedade. Segundo o produtor Alessandro Pedroso, dono da propriedade, a primeira mudança foi na conta de energia, já que os gases que saem dos biodigestores permitem a geração própria da eletricidade usada na propriedade. Outra vantagem é a redução da dependência do uso de adubos químicos. Como dos biodigestores sai o "fertilizante orgânico", que é despejado nas lavouras de soja e milho cultivadas na fazenda, as despesas com fertilizantes caíram pela metade, como explica o produtor. A aposta na estratégia sustentável chamou a atenção dos integrantes da Missão Técnica do Leite, realizada pelo Sistema Famato. O produtor Vitor Junqueira destacou que o trabalho desenvolvido na propriedade é um exemplo a ser seguido.

A Granja Sol Dourado foi a quarta propriedade visitada pelo grupo de produtores e técnicos de Mato Grosso que estão em Goiás para conhecer iniciativas que possam ajudar no avanço da bacia leiteira mato-grossense. Antes, os integrantes da missão passaram pela Fazenda São Caetano (referência na produção de leite à pasto irrigado), Fazenda Brasilândia (que elevou a produtividade investindo em genética e bem-estar animal) e pela Estância Tamburil, referência em genética das raças Gir e Girolando. Aliás, a propriedade localizada em Bela Vista, é apontada como uma das que possui o maior banco genético destas raças em toda América do Sul. Lá, os integrantes da missão ficaram impressionados com desempenho do rebanho leiteiro. Algumas vacas, chegam a produzir até 80 litros por dia, segundo o proprietário Amarildo Pires. Outro destaque na propriedade é o foco na produção do leite "A2A2", indicado para pessoas com alergia à lactose, como explica o Amarildo. Para Marcos Carvalho, analista de pecuária da Famato, o trabalho realizado na Estância Tamburil é uma prova de que o investimento em genética é um dos caminhos mais fundamentais para o sucesso na pecuária leiteira. Vídeo (Canal Rural)

Conseleite/MG
A Câmara Técnica finalizou o cálculo do custo de produção dos sistemas de produção de leite no Estado. O presidente da Comissão Técnica de Pecuária de Leite, Eduardo Pena, disse que foi definido o fator de qualidade do leite padrão (gordura, proteína, CBT e CCS) e também o ágio e deságio com relação ao volume de leite produzido.  "A cada dia, estamos consolidando a criação do Conseleite MG e caminhando para mais uma conquista de fundamental importância para o setor lácteo mineiro. Estamos ansiosos para que o funcionamento comece em janeiro de 2019." (Faemg)

Porto Alegre, 13 de setembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.820

Tabela do frete e aumento de custos devem frear alta na produção de leite

Em um cenário de custos de produção elevados após a greve dos caminhoneiros, a Associação Brasileira de Laticínios (Viva Lácteos) reduziu a perspectiva de aumento na produção de leite no Brasil para este ano, de 3,3% para 1,5% a 2%. No ano passado, a captação de leite foi de aproximadamente 33 bilhões de litros. De acordo com o presidente da associação, Marcelo Martins, a greve gerou prejuízos de R$ 1 bilhão e causou desde a falta de produtos para higienizar máquinas até a perda de leite que deixou de ser entregue aos laticínios durante e no período imediatamente após a paralisação. No Rio Grande do Sul, terceiro maior produtor de leite do País, 56 milhões de litros deixaram de ser entregues às indústrias em razão da greve.

"Hoje, todas as empresas estão trabalhando com margens muito curtas e com pouca disposição para investir", diz Martins.

Ele explica que a indústria ficou sem estoques na sequência da greve, o que também deixou o varejo com menor oferta. O resultado foi o aumento dos preços do leite pagos ao produtor, que foram repassados ao consumidor nas gôndolas dos supermercados. "Isso gera uma demora para que o brasileiro volte a consumir os produtos nos volumes em que estava habituado antes do reajuste". Segundo a Viva Lácteos, outro custo que subiu foi o do frete, que está três vezes mais caro para o transporte de leite por trecho com o tabelamento do frete. Por se tratar de uma carga dedicada, não ocorre o chamado "frete de retorno" por questões sanitárias. "O impacto desse tabelamento pode chegar a 6% no valor final do produto ao consumidor."

Segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em 2017 a variação entre o preço mínimo e máximo cobrado pelo leite UHT, no varejo, foi de 31,4%. Neste ano, a variação já alcança 55%. De acordo com o Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS), a nova tabela publicada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) em 5 de setembro apresenta "fragilidades de ordem jurídica e econômica." Na avaliação da associação, o frete de produtos com controle sanitário, como lácteos, deve ter uma tabela diferenciada, segundo a Lei n° 13.703/2018.

"Por ser um produto vivo, entendemos que a tabela atual não se aplica ao transporte da matéria-prima do produtor até a indústria nem na distribuição dos protos, pois leite estaria subordinado a um tabelamento diferenciado e ainda não detalhado pela ANTT", afirmou o diretor da entidade, Darlan Palharini.

Por outro lado, todos os insumos que chegam para as indústrias, como embalagens, terão que obedecer a nova tabela, o que deve ampliar os custos das indústrias. Palharini ressalta que o setor está trabalhando com livre negociação com as transportadoras e que não foram cumpridas as tabelas anteriores.

Trégua
Para o produtor, a greve foi uma oportunidade de repor perdas depois de dois anos difíceis com preços de milho elevado em 2016 e baixa remuneração, o que levou a um menor investimento na atividade. "Especialmente para o produtor mais tecnificado, foi um momento de retomar o fôlego", avalia a pesquisadora do Cepea, Natália Grigol. Os preços pagos pelo litro ao produtor acumulam elevação de 50,2% de janeiro a agosto, enquanto no mesmo período do ano passado a queda foi de 4,5%. "Essa valorização é crucial, já que o produtor está desestimulado e há preços de milho em elevação", explica. A valorização do leite ocorre devido à entressafra no Sudeste e no Centro-Oeste, que deve se estender até outubro, mas também está relacionada à greve dos caminhoneiros, que acirrou a disputa pelo produto e levou as indústrias a firmarem contratos de três meses com os produtores para garantir a matéria-prima, o que deu sustentação aos preços. A partir deste mês, a perspectiva é de que a cotação ao produtor recue com o aumento da produção. "Ainda não sabemos a intensidade dessa queda, mas a limitação da oferta pode impedir que seja grande", avalia Natália. (DCI)

 

Greve afetou abates de aves e coleta de leite no 2º tri

A paralisação dos caminhoneiros no fim de maio afetou os abates de frango e a aquisição de leite pelos laticínios do país no segundo trimestre deste ano, conforme a Pesquisa Trimestral de Abate do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada ontem. No período, os abates de frangos somaram 1,38 bilhão de cabeças, 4% menos que no mesmo trimestre de 2017. Em relação ao primeiro trimestre deste ano, a queda foi ainda maior, de 6,9%. De acordo com o IBGE, o recuo nos abates se deveu à paralisação dos caminhoneiros que impediu uma normal circulação de produtos e insumos pelo país, prejudicando toda cadeia produtiva até a destinação do produto final. 

Os abates de bovinos e suínos no país no período não foram afetados. Conforme o IBGE, foram abatidas 7,72 milhões de cabeças de bovinos no segundo trimestre, alta de 4% na comparação com igual trimestre de 2017. No caso dos suínos, foram 10,82 milhões de cabeças, alta de 1,9% ante o mesmo intervalo de 2017. O resultado foi o melhor para segundos trimestres desde o início da pesquisa, em 1997. Mas a aquisição de leite cru também foi afetada pela paralisação de maio. Conforme o IBGE, a coleta por estabelecimentos com inspeção sanitária caiu 3,2% no segundo trimestre deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado, para 5,47 bilhões de litros. (Valor Econômico) 

USDEC: descobertos novos benefícios de proteínas do soro do leite

Continuam crescendo novas evidências científicas que apoiam os benefícios para a saúde referentes às proteínas do soro do leite, tanto para homens quanto para mulheres. Como parte de seus esforços contínuos para mostrar os benefícios das proteínas lácteas ao longo da vida, o Conselho de Exportação de Lácteos dos EUA (USDEC) está compartilhando novas atualizações sobre como as proteínas do soro de leite podem ajudar consumidores a alcançar as metas de saúde em suas vidas cotidianas.

"Embora pesquisas tenham demonstrado a capacidade única das proteínas lácteas de ajudar a melhorar a composição corporal durante a perda de peso, aumentar a massa muscular combinada com o treinamento de resistência e ajudar na recuperação muscular após exercícios de resistência, as pessoas muitas vezes imaginam esses benefícios como reservados para atletas jovens e competitivos", disse Matt Pikosky, vice-presidente da Nutrition Science & Partnerships no Conselho Nacional de Lácteos dos Estados Unidos. "Novas pesquisas indicam que as proteínas lácteas têm grandes benefícios para as mulheres - sem aumentar o peso - bem como para indivíduos de idade mais avançada".

Os benefícios da suplementação proteica do soro do leite são bem demonstrados em homens, mas menos estudados em mulheres. Uma nova pesquisa publicada na Nutrition Reviews sugere que a proteína do soro de leite também produz resultados positivos em mulheres. Nesta revisão sistemática e meta-análise de 13 ensaios clínicos aleatórios, totalizando cerca de 500 mulheres adultas, os pesquisadores descobriram que a adição de proteína do soro de leite a uma dieta diária melhorou a composição corporal por aumentos modestos na massa magra sem influenciar as mudanças na massa gorda. Além disso, as melhorias na composição corporal foram ainda maiores durante dietas hipocalóricas, o que sugere que a proteína do soro de leite pode ser especialmente útil para preservar a massa muscular magra durante os períodos de perda de peso.

Outro artigo recentemente publicado no Advances in Nutrition apoia o papel da proteína, particularmente o aminoácido leucina, na prevenção da perda muscular relacionada com o avanço da idade. A evidência disponível apoia que a leucina, quando consumida como parte de uma dieta rica em proteínas, pode ser especialmente benéfica para preservar a massa muscular, pois desempenha um papel fundamental na estimulação da síntese de proteína muscular. Assim, uma atenção especial deve ser dada ao consumo deste aminoácido. Uma das melhores fontes de leucina é a proteína do soro de leite. Com base em suas descobertas, os autores recomendam que os indivíduos mais velhos consumam um mínimo de 1,2 gramas de proteína por quilo de peso corporal - quantidade 50% maior que a ingestão atual recomendada para adultos saudáveis. Recomendações adicionais sugerem um espaçamento uniforme na ingestão de proteínas ao longo do dia para maximizar a síntese de proteína muscular. Estes são apenas dois de um número crescente de estudos que apoiam os benefícios da incorporação da proteína do soro de leite nos planos alimentares diários. A proteína do soro de leite é um ingrediente versátil que pode ser adicionado aos alimentos, como smoothies, iogurtes, aveia ou manteigas, como uma maneira conveniente de aumentar o consumo de proteínas ao longo do dia. Para oferecer aos consumidores mais opções, os fabricantes de alimentos estão desenvolvendo produtos inovadores que incorporam as proteínas do soro em vários lanches, barras nutricionais, misturas de panificação, bebidas e muito mais.

"Nem todas as fontes de proteínas podem ter esses benefícios, dadas as diferenças na qualidade das proteínas", disse Kara McDonald, vice-presidente de Comunicações Globais de Marketing da USDEC. "Como a maior produtora mundial de leite de vaca e ingredientes de soro de leite, a indústria de lácteos dos EUA está posicionada de forma única para ajudar os formuladores a atender a demanda dos consumidores por ingredientes produzidos de forma sustentável, nutritivos, funcionais, versáteis e seguros".

Vale destacar que a indústria de lácteos dos EUA oferece hoje um portfólio sustentável de ingredientes lácteos nutritivos e funcionais de alta qualidade, facilitando para os fabricantes locais de alimentos e bebidas capitalizar essas tendências de mercado e criar novos produtos relevantes. (As informações são do Conselho de Exportação de Lácteos dos Estados Unidos - USDEC) 

Consumir queijo e manteiga todo dia ligado à longevidade
Queijo e manteiga - Consumir três porções de produtos lácteos por dia conduz a menor risco de doenças coronárias, sugere estudo. Depois de analisar a dieta de mais de 130.000 pessoas em pelo menos doze países, cientistas descobriram que consumir o equivalente a uma porção (244 gramas) de leite integral ou iogurte, uma fatia de queijo de 15 gramas ou uma colher de chá de manteiga pode ser benéfico à saúde. A descoberta, publicada no The Lancet, contraria recomendações dietéticas que desaconselham o consumo de produtos lácteos com alto teor de gordura. As diretrizes dietéticas dos Centros para Controle e Prevenção de Doenças para 2015 a 2020, por exemplo, sugerem a ingestão de laticínios sem gordura ou com baixo teor de gordura em suas principais recomendações. (News week - Tradução livre: Terra Viva)

Porto Alegre, 12 de setembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.819

Recepção de leite no 2º trimestre de 2018

Recepção - No 2º trimestre de 2018, a aquisição de leite cru feita pelos estabelecimentos que atuam sob algum tipo de inspeção sanitária - seja ela Federal, Estadual ou Municipal - foi de 5,47 bilhões de litros, representando uma queda de 3,2% em relação à quantidade adquirida no 2º trimestre de 2017. Em relação ao trimestre imediatamente anterior, esse volume foi 8,9% menor. Os dados foram publicados pelo IBGE. Relatório IBGE  (IBGE/Terra Viva)

Sustentabilidade na pecuária leiteira é tema em dia de campo

Sustentabilidade - A produção de leite com sustentabilidade econômica, social e ambiental será foco do IV Dia de Campo Integração Lavoura-pecuária-floresta (ILPF), que vai acontecer no dia 18 de setembro, na Embrapa Trigo, em Passo Fundo, RS. A realização é da Embrapa, Emater/RS-Ascar, Sebrae e Rede ILPF.
Mapa do leite 
O Brasil é o quarto maior produtor mundial de leite, com 35,1 bilhões de litros/ano e média anual de 1.780/litros/vaca. Conforme dados do Censo Agropecuário, em 2006 o Brasil contava com 1,35 milhões de propriedades leiteiras, envolvendo cerca de 2,7 milhões de trabalhadores. O estado líder no leite é Minas Gerais, com quase 9 bilhões de litros por ano, 27% do total nacional, seguido por Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Com média estimada de 3.049 litros/vaca/ano, quase o dobro da média brasileira, a Região Sul puxa a produtividade na pecuária leiteira. No ano passado, cerca de 38% do volume total de leite produzido no País veio da Região Sul. A produtividade animal aumentou 43,5% na última década. A expectativa, registrada no Anuário do Leite 2018, é que a Região Sul deverá ultrapassar a Região Sudeste ainda no próximo ano e, até 2025, a Região Sul deverá produzir mais da metade de todo o leite brasileiro. 

De acordo com o Centro de Inteligência do Leite, regiões como sudoeste do Paraná, oeste de Santa Catarina e noroeste do Rio Grande do Sul formam a nova "Meca" do leite no Brasil, apresentando o maior crescimento na produção e atraindo investimentos da indústria de laticínios. O maior destaque em produtividade é o município de Castro, no Paraná, que ganhou o título de Capital Nacional do Leite, conferido em lei federal em 2017, onde a média chega a 7.478 litros/vaca/ano. Já Santa Catarina apresentou crescimento de 92% na produção nos últimos 11 anos. A maior média de produtividade anual é no Rio Grande do Sul, com 3.240 litros/vaca.

A atividade leiteira na Região Sul envolve cerca de 300 mil produtores, a maioria agricultores familiares que dependem da diversificação para manutenção da renda. A atividade leiteira nos estabelecimentos familiares é estratégica como fonte regular de renda no campo, muitas vezes associada à produção de grãos. São sistemas de integração lavoura-pecuária que, muitas vezes, se complementam utilizando a área de lavoura como base para a alimentação do rebanho através de pastagens, alimento conservado (feno e silagem) e grãos utilizados na formulação de rações.

Oferta de alimento
Para o pesquisador da Embrapa Trigo, Renato Fontaneli, entre as explicações para as melhores produtividades na Região Sul estão a experiência do produtor, o investimento em genética e, principalmente, a diversidade de forrageiras/pastagens adaptadas ao ambiente e com potencial de rentabilidade: "A Região Sul está numa área de transição entre a zona tropical e a zona temperada, possibilitando o cultivo tanto de forrageiras de clima temperado, como espécies típicas de regiões tropicais quentes e úmidas. Assim, dispomos de opções de pastagens que oferecem alimento a menor custo durante todo o ano", afirma Fontaneli.

Contudo, o produtor de leite ainda enfrenta períodos críticos na oferta de pasto aos animais, são os vazios forrageiros outonal (março a maio) e primaveril (setembro a novembro), um período intermediário entre a semeadura ou rebrote das novas pastagens. Segundo a Embrapa, o adequado planejamento forrageiro e o investimento em adubação podem sanar a baixa oferta de alimento: "O produtor de leite da Região Sul está acostumado a limitar o pasto em aveia preta e azevém, comum, no inverno, e milheto ou capim sudão no verão, que geralmente são manejados e adubados de forma insuficiente, permitindo forragear os animais apenas por seis a oito meses ao ano", explica o pesquisador Renato Fontaneli. Para minimizar a escassez, o pesquisador recomenda utilizar espécies anuais de inverno, escolhendo cultivares mais produtivas e de ciclo conhecido, de aveias, centeio, triticale, trigo, cevada, azevém, ervilha, ervilhacas e trevos, compondo sistemas com as forrageiras anuais de verão, como sorgo pastejo e silageiros, capim sudão e cultivares modernas de milheto e milho grão, recém colhido em com alta densidade (150 a 250 mil sementes por hectare). 

De acordo com o pesquisador da Embrapa Pecuária Sul, Sérgio Juchem, entre 40 e 60% do custo do leite está na alimentação das vacas. A unidade energética (energia metabolizável) obtida com o uso de feno ou silagem custa o dobro da obtida com pastagens, enquanto que o uso de concentrado eleva o custo da unidade energética em quatro a cinco vezes a obtida na pastagem. "A produção de forragem por pasto é a maneira mais econômica de se produzir leite. Por isso, é importante que a pastagem seja bem manejada e que o produtor saiba explorar o potencial produtivo de cada forragem para fazer a melhor escolha", afirma Juchem.

Conservação do Solo
A cobertura do solo com espécies forrageiras também pode fazer parte das estratégias para descompactação, com uso das raízes das gramíneas e a palhada atuando na recuperação de áreas degradadas. Nas áreas com animais, o cuidado está com o limite da carga animal (lotação) e a maior oferta de pasto para evitar reduzir a movimentação dos animais na área. Ainda, evitar soltar as vacas após vários dias de chuva ou em baixa oferta de forragem (pasto rapado) pode garantir a qualidade do solo, com fertilidade capaz de favorecer a lavoura de grãos em integração lavoura-pecuária. "O maior problema dos sistemas integrados é quando o produtor de grãos simplesmente solta os animais na área ociosa, com baixa cobertura de solo ou faz o inverso, semeando direto após retirar o plantel, com baixa quantidade de resíduo de pasto", alerta o pesquisador da Embrapa Trigo, Henrique Pereira dos Santos. 

Estudos da Embrapa mostram que os sistemas que integram pastagens com produção de grãos (verão e inverno) são mais lucrativas do que áreas destinadas somente à produção de grãos. Além de promover a melhor ciclagem de nutriente e aporte de carbono no solo, os sistemas integrados de produção agropecuária (ILPF) ainda permitem a diversificação da renda, distribuindo o ganho do leite em receita líquida mensal, ou engorda de novilhos, somada ao retorno com a colheita de grãos ou forragem conservada.

IV Dia de Campo Integração Lavoura-pecuária-floresta
Dia: 18 de setembro de 2018
Horários: turno da manhã (8h às 12h) ou turno da tarde (13h30 às 17h). 
Local: vitrine da Embrapa Trigo, Passo Fundo/RS, BR 285, km 294
Estações: 
- Solos: compactação e espécies de cobertura
- Conservação de forragem
- Custos de alimentação
- Planejamento forrageiro
Realização: Rede ILPF, Embrapa, Sebrae e Emater/RS; apoio Boqueirão, PivotAgro e UPF.
Informações: 54-3316-5800. (Embrapa)

 
 

TRIBUTOS AGRO SOB CONTROLE

Planejamento tributário é a aposta da startup Essent Agro, de Tucunduva, no Noroeste, para mudar a forma como o agricultor visualiza seus gastos e planeja investimentos. Para reduzir o tempo gasto para reunir notas fiscais a cada declaração de imposto de renda, a empresa propõe um sistema que importa e organiza os documentos da produção, com base no número do CPF. Por meio de um aplicativo de smartphone, o cliente tem acesso, ao fim de cada mês, ao cálculo da prévia do imposto de renda a ser pago no ano seguinte. Segundo o presidente da Essent Agro, Giandrei Basso, a startup também pensa maneiras para o produtor reinvestir o seu dinheiro: 

- A ideia é sugerir formais legais para pagar melhor o imposto de renda. Isso pode ser feito de diversas maneiras, pela antecipação de compra de insumos ou de pagamento de contas, por exemplo. Há um ano no mercado, a startup já tem parcerias importantes. Recentemente, acertou com a multinacional Bayer a inclusão do aplicativo em sua plataforma. A semeadura do milho chegou a 13% da área estimada para a safra, segundo a Emater. (Zero Hora)

RS: leite vem dando renda ao produtor, mas cenário pode mudar
O preço pago ao produtor de leite cresceu por meses seguidos desde o início de 2018, segundo indicadores do Cepea. No Rio Grande do Sul, pecuaristas também ganharam mais neste ano, mas já sabem que um novo recuo está por vir. Assista o vídeo. (Canal Rural) 

 

Porto Alegre, 11 de setembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.818

Rotulagem: TPS aponta necessidade de mudança

Rotulagem - A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) consolidou os resultados preliminares de uma Tomada Pública de Subsídios (TPS) sobre rotulagem nutricional de alimentos, que contou com ampla participação dos setores afetados pelo tema. De acordo com o órgão, mais de 33 mil contribuições foram recebidas durante a consulta aberta ao público. As sugestões foram enviadas por um total de 3.579 participantes, com destaque para os consumidores, que representaram 63% desse total. Os dados revelam que, para 88% dos participantes, a rotulagem nutricional não ajuda a identificar facilmente o valor nutricional do alimento; 91% entendem que a forma de apresentação das informações nutricionais deveria ser alterada. A participação internacional na TPS também foi expressiva - foram recebidos comentários de 101 representantes de 27 países, especialmente de instituições de ensino, consumidores, setor produtivo e sociedade civil. 

Inovação
Realizada entre os dias 25/05 e 24/07 deste ano, a TPS nº 1/2018 buscou coletar informações ou evidências sobre o Relatório Preliminar de Análise de Impacto Regulatório (AIR) sobre Rotulagem Nutricional. Esse mecanismo de consulta aberta ao público é uma inovação recente adotada pela Agência na condução de temas regulatórios, em alinhamento às diretrizes de Boas Práticas Regulatórias da Anvisa e as recomendações da Casa Civil.

Logo após o encerramento do período de 60 dias de consulta, a Anvisa disponibilizou a planilha de contribuições da TPS nº 1/2018 com os dados brutos das contribuições recebidas. Além disso, foi iniciado o processo técnico de análise e consolidação dessas contribuições.

Após o tratamento inicial dos dados, que incluiu a identificação de contribuições duplicadas, a Anvisa elaborou um documento com os resultados preliminares da participação social na TPS. A Anvisa continuará com o processo de análise das contribuições e, em momento oportuno, divulgará o Relatório de Consolidação das Contribuições da TPS. Ao mesmo tempo, a análise dos resultados trará os insumos necessários para a conclusão do Relatório de AIR submetido a contribuições, e a versão final deste documento será o subsídio para a futura decisão regulatório acerca do tema.

A divulgação dos dados da TPS reforça o compromisso da Anvisa com a condução transparente desse processo. Maiores informações sobre o assunto e os resultados iniciais da participação social podem ser acessadas na página específica da TPS. (Anvisa)

 

Leite em pó se destaca no consumo dos brasileiros e conquista novos lares compradores

Estudo elaborado pela Kantar Worldpanel e que analisa o consumo de leite no Brasil aponta que o segmento em pó foi o único a crescer de janeiro a junho deste ano. O produto ganhou penetração (3,9pp) em quase todas as regiões do país - exceto Grande São Paulo e Sul -, o que significa que mais de 2 milhões de lares passaram a comprar leite em pó.
Já o UHT se manteve estável, crescendo em volume na Grande São Paulo e na região Leste + Interior do Rio de Janeiro - nas demais, houve retração. O levantamento revela ainda que no Nordeste o UHT vem sendo substituído pelo leite em pó.

Analisando o período de paralisação dos caminhoneiros, que afetou o país em maio passado, a Kantar Worldpanel apurou que não houve queda no consumo de leites no período, mas que o impacto foi sentido no preço médio.

Ainda segundo a empresa, os leites especiais (enriquecidos ou fortificados, por exemplo) seguem como grandes apostas da indústria, no entanto, ainda deixam os consumidores em dúvida em relação aos benefícios proporcionados. (As informações são da Kantar Worldpanel)

EUA: centros de pesquisa universitários fornecem base para futura mão de obra na cadeia láctea

Os programas do DMI National Dairy Foods Research Center em universidades dos EUA formaram futuros trabalhadores e impulsionaram a inovação em produtos lácteos por mais de 30 anos. Dairy Checkoffs (programa americano de promoção de produtos lácteos) nacionais e locais, financiam os programas em universidades de todo o país, e cada um deles tem seus próprios pontos fortes. Os alunos aprendem coisas como especialização em segurança alimentar e produção de queijos de especialistas técnicos, para melhorar o setor e introduzir produtos no mercado.

Os programas existem nas determinadas faculdades:
Universidade de Minnesota;
Universidade Estadual de Iowa;
Universidade do Estado de Kansas;
Universidade de Missouri;
Universidade de Nebraska;
Universidade de Cal Poly;
Universidade de Cornell;
Universidade Estadual de Utah;
Universidade Brigham Young;
Universidade Estadual de Oregon , Texas A & M;
Universidade de Idaho;
Universidade Estadual de Weber;
Universidade de Wisconsin-Madison.

Cada programa escolar colabora com organizações fundadas por agricultores, como o National Dairy Council, o Innovation Center for Dairy  e o US Dairy Export Council, além de processadores e fabricantes locais.

Êxito no mercado de trabalho
Diretores de programa e educadores disseram ter visto grande sucesso entre os estudantes após a graduação, fornecendo ao mercado trabalhadores qualificados que imediatamente encontram emprego na produção de laticínios, fabricação e ciência de alimentos. A South Dakota State University (SDSU), em particular, produziu várias inovações no setor de queijos. Por exemplo, o queijo Jack Daniels e queijo de bacon, criados recentemente pelos alunos da instituição.

Vikram Mistry, chefe do Departamento de Dairy and Food Science da SDSU, disse que o programa além de educativo, é único. "Por essa razão, os graduados têm uma incrível oportunidade de colocação; na verdade, 100% de colocação. Eu estou aqui desde 1986 e vi que a maioria dos alunos se formam e recebem entre uma a cinco ofertas de emprego dentro da indústria".  A indústria de lácteos tem visto muitas mudanças nos 30 anos em que o programa está sendo executado. A agricultura em geral sofreu um declínio, o consumo de lácteos está caindo e a tecnologia reformulou completamente a maneira como a fabricação e o processamento acontecem.

Sistemas sofisticados
Ainda assim, muitas categorias de empregos na indústria de lácteos permaneceram praticamente as mesmas. De acordo com Bill Graves, vice-presidente sênior de pesquisa de produtos do National Dairy Council, a tecnologia permitiu que os empregos no setor leiteiro fossem mais sofisticados do que nunca. "Os centros de pesquisa de laticínios são um ótimo recurso para ajudar a indústria mais ampla a se adaptar aos avanços tecnológicos e a se manter no topo dessas novas sofisticações", comentou o vice-presidente. Laticínios modernos têm coisas como sistemas avançados de filtragem em plantas de processamento, fermentação e bioconversão como parte do local de trabalho diário da indústria e avanços em reprodução, drones e robótica.

"O que há de tão importante nessa rede são os resultados de pesquisa que estão ajudando a impulsionar a inovação, além do fluxo de líderes e defensores de produtos lácteos desenvolvidos por esses centros. Essa é a sua futura força de trabalho", finalizou. (As informações são do Dairy Reporter, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint)

 

O que o queijo 'mais velho' do mundo revela sobre a intolerância à lactose em humanos

Intolerância a lactose - A história do queijo, essa iguaria que é consumida por todo o mundo, pode ter suas origens no que hoje é a Croácia. Cientistas do Instituto Heriot-Watt, em Edimburgo, na Escócia, e da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, revelaram nesta semana a descoberta de vestígios de queijos feitos há 7,2 mil anos, os mais antigos conhecidos até agora. Mas não se trata de cheddar ou brie, mas, sim, de vestígios de ácidos graxos encontrados em fragmentos de porcelana localizados perto da cidade de Pokrovnik, no litoral da Croácia. Com o material, os cientistas concluíram que as peças de cerâmica eram usadas para retirar o queijo dos recipientes nos quais eram produzidos. Os achados foram publicadas no periódico científico PLOS ONE, da Biblioteca Pública de Ciência dos EUA.

Embora antigos vestígios de gordura do leite já tenham sido encontrados no passado, o estudo utilizou o carbono 14 para determinar que as amostras encontradas em Pokrovnik eram provenientes do processo de fabricação de queijos. O carbono 14 é o meio mais usado para a datação, pois é absorvido por todos os vegetais e animais. E o resultado da pesquisa surpreendeu: as amostras indicam que começamos a produzir queijo 2 mil anos antes do que se acreditava até agora. Ou seja, durante o Período Neolítico - anteriormente, se pensava que o processo tinha começado na Idade do Bronze. A fabricação de queijo foi uma inovação que transformou a humanidade. Como era mais durável e "portátil" do que o leite, o queijo permitiu que os homens percorressem distâncias cada vez maiores e que a agricultura se espalhasse para as áreas mais frias do centro e do norte do continente.

Além disso, permitiu que muita gente que até então não conseguia consumir leite tivesse acesso à proteína. Estudos em genética indicam que a intolerância à lactose era comum entre os adultos que viviam na região do Mediterrâneo. O processo de fermentação envolvido na produção do queijo reduziu o nível de lactose e, assim, apresentou àquelas populações uma fonte de alimento nutritiva e saborosa.

Redução da mortalidade infantil
Para Calyton Magill, um dos cientistas que participaram da descoberta, a revelação "é incrível e deliciosa".

"Sabemos que o consumo de leite e outros produtos derivados teve muitas vantagens para as primeiras populações de agricultores, porque o leite, iogurte e queijo eram uma boa fonte de calorias e gordura", diz ele.

"E poderia ser um alimento fundamental entre as colheitas ou durante as secas e fomes", acrescenta.

Descobertas arqueológicas anteriores já davam pistas de que humanos produziam queijo no Período Neolítico.

Alguns objetos encontrados que pertenciam a esse período foram identificados como "escorredores ou raladores" de queijo, mas essa é a primeira vez que traços de leite fermentado são encontrados neles.

Intolerância à lactose
Sarah McClure, professora da Universidade da Pensilvânia, diz que, enquanto as crianças daquela época podiam beber leite, muitos adultos eram intolerantes à lactose. A fabricação de queijo diminuiu essa restrição, porque os adultos conseguiam digeri-lo sem desconforto gastrointestinal.

"Encontramos indícios de que a produção de queijo e leite entre os primeiros agricultores da Europa conseguiu reduzir a mortalidade infantil e ajudou a estimular deslocamentos demográficos, impulsionando o movimento de famílias inteiras para o centro e norte do continente", explica McClure. Mas ainda não se sabe como o queijo foi produzido pela primeira vez. Uma das teorias é que antes de a cerâmica ser desenvolvida, o leite era armazenado em baldes feitos com os estômagos dos animais. Essa combinação teria facilitado a fermentação natural do leite, dando origem ao queijo. (BBC Brasil) 

LEITE/CEPEA: consumo enfraquecido pressiona valores
Consumo de lácteos - As cotações dos produtos lácteos continuam em queda no mercado doméstico, refletindo o baixo consumo e a menor demanda por parte de atacadistas, que afirmam ter estoques confortáveis, segundo colaboradores do Cepea.  Entre 3 e 6 de setembro, o preço do leite UHT recuou 2,35% frente ao da semana anterior, fechando com média de R$ 2,63/litro. Quanto ao queijo muçarela, os valores caíram 1,03% na mesma comparação, fechando a semana de 3 a 6 com preço médio de R$ 18,48/kg. (Cepea)

 

Porto Alegre, 10 de setembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.817

Perspectivas sobre preço do leite é tema de debate na Feaagri Missões

As causas e alternativas para amenizar a instabilidade no preço do leite foram tema de discussão no Seminário sobre o Leite, na manhã desta quinta-feira (06/09), na Feira da Agroindústria e Agricultura Familiar das Missões (Feaagri Missões). Durante o evento, o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, sugeriu aos produtores que busquem aumentar a produtividade das vacas, reduzindo custos o máximo possível. "Nós aconselhamos que o produtor busque fazer com que os animais produzam no mínimo de 25 a 30 litros de leite por dia. Assim, esperamos que ele consiga ter margem pequena, mas terá resultado pelo volume o garantirá a sua manutenção e outros investimentos", ressalta.

Palharini ainda afirmou que o preço do leite está mais estável em 2018 do que em 2017, mas que ainda apresenta declínio. "Ano passado, a variação do custo do leite foi muito grande. Este ano, a queda de produção ocorreu devido à greve dos caminhoneiros, o que fez equilibrar a oferta e procura do leite, e à alta do dólar, o que dificulta as importações, tornando a produção interna mais competitiva. Esperamos que 2019 seja menos turbulento", destaca. Na ocasião, o assistente técnico da Emater-RS Jaime Eduardo Ries também ressaltou a importância de incentivos à produção na busca por maior estabilidade.

O evento foi realizado no Centro de Eventos Iglenho Araújo Burtet, em Santo Ângelo, e reuniu cerca de cem participantes, entre profissionais técnicos, produtores e acadêmicos. A Feaagri Missões é promovida pela Associação dos Produtores da Agroindústria Familiar e Sindicato dos Trabalhadores Rurais com apoio da Prefeitura. (Assessoria de Imprensa Sindilat)  

 

RUMOS

A Instrução Normativa 62, que compõe o regramento e os procedimentos para qualidade do leite, desde a propriedade rural até a indústria, vem sendo um desafio para toda a cadeia láctea. Os indicadores de qualidade, como contagem bacteriana total e contagem de células somáticas, vêm evoluindo timidamente desde a sua implantação em2011. Agora, estamos diante de duas portarias governamentais(38 e 39), que estabelecem regulamentos técnicos, critérios e procedimentos, todas voltadas à melhoria da qualidade da matéria-prima leite(especialmente a 39). Uma comissão de técnicos do Ministério da Agricultura elaborou proposta de instrução normativa que foi submetida à consulta pública, inclusive com reuniões no Rio Grande do Sul. A medida está em fase de negociação e de finalização, e entrará em vigor 180 dias a partir da data da publicação. É possível que isso aconteça no apagar das luzes de 2018. A partir da vigência, teremos um novo patamar de exigências para a cadeia do leite, e o setor passará a ter critérios mínimos de qualidade para exportação, assim como já fizeram os produtores de aves e suínos. 

Alguns dos pontos relacionados à propriedade rural são a redução da temperatura do leite de 7°C para 4°C na coleta do leite, contagem bacteriana total de no máximo 300 mil unidades formadoras de colônia por mililitro (média geométrica no trimestre), contagem padrão em placas de no máximo de 500 mil unidades formadoras de colônia/ml (média geométrica no trimestre), sanidade e o estabelecimento de boas práticas agropecuárias. No laticínio, a temperatura no recebimento do leite reduzirá de 10 °C para 7°C, a contagem padrão em placas nos silos deverá ficar em até900 mil unidades formadoras de colônia/ml, imediatamente antes do seu processamento no estabelecimento. Também deverá ser adotado um plano de qualificação de fornecedores, entre outras determinações. As principais lideranças da cadeia são a favor das portarias, mas salientam que, para determinadas exigências, deve haver uma fase de preparação.

 Claro que tudo isso é um desafio coletivo. Vai desde o produtor, logística, recebimento, industrialização, distribuição e chega no consumidor. Se não tiver qualidade, não terá novos mercados, não agregará valor e aí não tem preço. O foco de todos esses aperfeiçoamentos tem de ser o consumidor. Afinal, há muito espaço para melhorar. EVERTON CARBON - Engenheiro Agrônomo, do time de qualidade da Cooperativa Piá (Zero Hora) 

 

Lactalis prepara novo ciclo de investimentos

A francesa Lactalis se prepara para um novo ciclo de investimentos na produção no Brasil, onde é segunda em processamento de leite. O Rio Grande do Sul, estado em que a companhia global tem a sua maior base de captação com 10 mil produtores e de fabricação de derivados, estará no plano, afirma o diretor-presidente da Lactalis do Brasil, André Salles. 

O montante dos aportes, que devem ser implementados em 2019, ainda não foi fechado. A cifra no Estado deve repetir o nível dos R$ 100 milhões anunciados no fim de 2016, pelo presidente mundial da Lactalis, Daniel Jaouen, em Paris. E deve ter planta gaúcha com capacidade duplicada devido à grande demanda em queijos. Hoje as fábricas de Ijuí e Três de Maio produzem prato e muçarela. 

Nesta entrevista ao Jornal do Comércio, o CEO, que assumiu o posto há um ano, com passagens anteriores pela Kirin e Vonpar, comenta quanto a demanda por produtos vem surpreendendo a gigante francesa, chegando ao ponto de não dar conta dos pedidos. Outro tema que ganha espaço na atuação da gigante de lácteos no Brasil é a premiunização do consumo de queijo, com porções e preços mais acessíveis dos tipos finos. 

Jornal do Comércio - Como está a operação e o desempenho em 2018? 
André Salles - Mesmo com a crise econômica e a greve dos caminhoneiros, que parou nossas 14 fábricas por 10 dias - tivemos de jogar leite fora -, vamos crescer este ano um dígito. Também estamos superfelizes com os resultados obtidos com os investimentos desde 2016 e com a receptividade da garrafa pet de leite (UHT), inaugurada em fevereiro em Teutônia. Temos até que limitar a oferta porque não conseguimos expandir para atender todo o mercado. Outra estratégia acertada foi produzir a receita da manteiga francesa da marca Président, com preço mais acessível, e a venda explodiu! Recentemente, lançamos seis novos queijos especiais da marca feitos no Brasil e porções de peso fixo, que também são um sucesso. Com isso, mais uma vez batemos nos limites de capacidade. Os queijos finos são produzidos em Minas Gerais. Conseguimos nestes segmentos trazer todo a expertise francesa de fabricação de lácteos, além de encontrar soluções para tornar o produto acessível. Sempre acreditamos no potencial de premiunização da categoria de queijos. O consumo no Brasil hoje é básico (muçarela e prato) e com volume de cinco quilos per capita ao ano. Mas o queijo ainda é um ingrediente, usado na pizza, no pão etc. Da mesma forma que ocorreu com a cerveja e o café, que tiveram um movimento de diversificação para ampliar as alternativas e experiências sensoriais ao consumidor, agora é o momento do queijo passar por essa mudança.

JC - Qual é a faixa de renda que se mira? 
Salles - É a classe C. À medida que se apresenta o produto com fração menor, com peso fixo e com preço acessível, tem todo um segmento da população que começa a consumir. Duas razões que fazem as pessoas não comprarem (queijos finos) é o preço mais caro e desconhecimento. O que fizemos foi encontrar uma fração com preço fixo adequado para ser a porta de entrada a esses consumidores. Cabe a nós oferecer essas opções para que a população conheça a diversidade entre estes tipos, entre um mais moderado e mais forte, por exemplo.

JC - O que é a premiunização?
 Salles - É criar condições para o consumidor acessar o produto premium. Foi o que ocorreu com as cervejas, com a oferta de mais variedades, além da pilsen, que domina 96% do volume e se abriu espaço para desenvolver cervejas artesanais etc. Com o queijo, busca-se o mesmo. Com quatro elementos - leite, sal, fermento e coalho -, faz-se milhares de tipos diferentes do produto. Por que não abrir este universo para o consumidor? 

JC - Como está sendo ajustada a capacidade produtiva com essa demanda em alta? 
Salles - A Lactalis desde que entrou no Brasil tem investido mais de R$ 100 milhões desde 2016. Agora vamos ter um novo ciclo de investimentos, que deve ser bastante direcionado para aumentar a capacidade de produção de queijos, de maturação, fatiamento e fracionamento para suportar essa grande avenida de crescimento que visualizamos na categoria. 

JC - O que já tem definido em investimentos? 
Salles - Estamos ainda concluindo as análises e vamos anunciar logo que finalizarmos os planos, que deve ser até dezembro. Fomos bastante surpreendidos pela demanda, desde o lançamento dos queijos especiais há um mês e meio, cuja demanda cresce mais em São Paulo e Rio de Janeiro.

JC - A demanda maior antecipa a definição sobre investimentos? 
Salles - Os investimentos serão na indústria para aumentar a eficiência e capacidade de produção e no campo, para melhorar a qualidade e produtividade dos produtores dentro do Lactaleite, que é o programa que já é desenvolvido com as propriedades. Diante da reação positiva aos novos produtos, estamos reavaliando para investir ainda mais e potencializar o crescimento da Lactalis no Brasil para 2019. A tendência é manter o nível de aportes de R$ 100 milhões ao ano. Dependendo do tipo do queijo, precisa dobrar a capacidade de produção. No Rio Grande do Sul, as duas queijarias ficam em Ijuí e Três de Maio, que fazem o queijo prato e muçarela.

JC - Os planos incluem implantar novas unidades? 
Salles - Não, mas ampliação e aquisição de novos equipamentos para novas linhas para ampliar a capacidade em Ijuí, Três de Maio e Santa Rosa, onde produzimos requeijão.  

JC - As unidade gaúchas já atingiram a capacidade instalada?  
Salles - Já operam próximas à capacidade existente. É preciso ampliar as estruturas e trazer novas linhas. 

JC - O Rio Grande do Sul poderá ampliar os tipos de produtos que fabrica, como ter queijos finos? 
Salles - No curto prazo, não, pois há toda uma instalação voltada a esses segmentos em Minas Gerais. O volume também de muçarela é muito maior que os demais. As fábricas de altíssima eficiência e grandes volumes estão todas aqui no Sul.  

JC - Qual é o impacto da nova tabela do frete para a operação?  
Salles - Devido às margens apertadas do setor, o aumento do frete pode inviabilizar alguns negócios. Isso precisa ser repensado com muito cuidado, pois é um absurdo o impacto que a implementação da tabela pode gerar. Temos analisado alternativas. Devemos avançar na ideia de adotar algo semelhante ao clube do produtor, que confere benefícios na compra de insumos para a produção, para os transportadores, principalmente aqueles de primeiro percurso (transporte do leite da propriedade), que são autônomos. Seria um clube do transportador. A ideia é buscar formas de reduzir custos e ganhar mais escala na compra de pneus, lubrificantes e combustíveis. Já temos isso na França. Estamos começando a aplicar em caráter experimental.

JC - Os planos incluem a compra de novas unidades?
Salles - A prioridade é concluir a aquisição da Itambé, que ainda depende da discussão na câmara arbitral, mas já teve a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). (Jornal do Comércio)

Pressão de Custos com Nova Tabela 
A tabela de frete publicada na última quarta-feira pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) recebeu críticas do setor produtivo. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) afirmou em nota que o reajuste "prejudica ainda mais o crescimento da economia e agrava as incertezas já existentes". A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) também criticou o aumento de preços. A entidade identificou altas de 3,15% a 6,82% para o frete de cargas geral, granel e frigorificada. O Sindicato da Indústria e Laticínios do RS (Sindilat) encaminhou para avaliação jurídica a tabela e alerta que há pontos não-regulamentados, como o frete com controle sanitário. Outro segmento que relata estar acumulando prejuízos com o tabelamento é o de grãos. Vicente Barbiero, presidente da Associação das Empresas Cerealistas do RS, diz que o mercado futuro de soja está totalmente travado: - Os custos das lavouras estão sendo feitos com dólar acima de R$ 4. Corremos o risco de, quando vender, estar com dólar na casa de R$ 3,50. Fica difícil saber quanto pagar ao produtor se não sei qual margem terei - pontua Barbiero. (Zero Hora)

Porto Alegre, 06 de setembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.816

Sindilat avalia nova tabela de frete

O Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat) informa que, tendo em vista a publicação da tabela de frete nesta quarta-feira (5/9), submeteu os indexadores a uma consultoria jurídica a fim de avaliar sua aplicabilidade ao setor laticinista. O Sindicato entende que a referida tabela apresenta fragilidades de ordem jurídica e econômica. Um dos pontos que ainda não foi regulamentado diz respeito ao frete de produtos com controle sanitário, como ocorre no transporte de produtos lácteos, em relação aos quais a Lei n° 13.703/2018, art. 4°, § 5° prevê a necessidade de tabela diferenciada. Por ser um produto vivo, entende o Sindilat, que o leite estaria subordinado a um tabelamento diferenciado ainda não detalhado pela ANTT. Desta forma, os valores publicados na data de hoje ainda poderão ser questionados pelo setor.

O Sindilat é contrário a qualquer tabelamento do frete porque entende que esse posicionamento fere a lei de livre mercado. O Sindicato não descarta levar o tema à Justiça, se necessário. (Assessoria de Imprensa Sindilat) 

 

Dólar afeta importações, mas cenário ainda é incerto

De acordo com os dados da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), o Brasil importou, em agosto, cerca de 105,6 milhões de litros em equivalente leite. Uma redução de 11,2% se comparado ao mês anterior, e, levemente maior em relação ao mesmo período do ano passado (+1,3%), o que ajudou a reduzir o déficit da balança comercial de lácteos, agora negativa em 94 milhões de litros, frente aos -113 milhões de litros de julho, como mostra o gráfico 1.

Gráfico 1. Saldo mensal da balança comercial brasileira de lácteos. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados da Secex.
 

Apesar da valorização do dólar frente ao real, o volume importado de leite em pó integral cresceu cerca de 29% e 37% em relação a jul/18 e ago/17 respectivamente. Sustentados pelas exportações de Uruguai e Argentina, onde o leite ao produtor vem se mostrando mais competitivo em relação ao pago no Brasil, e, pelo preço médio do produto que vinha caindo nos últimos meses (US$0,26 mai/18, US$0,23 jun/18, US$0,22 jul/18), o leite em pó integral acumulou mais um mês de aumento no volume internalizado. Olhar tabelas 1 e 2. Outro produto que teve maior volume internalizado, comparado ao mês anterior, foi o soro de leite, que apresentou crescimento de 70% e ainda assim, menor do que o volume importado no mesmo período do ano passado (-33%). Os demais produtos, influenciados pelo real desvalorizado, tiveram níveis de importação menores em relação a jul/18. (MilkPoint) 

Tabela 1. Câmbio (R$/Dólar) x Preço do leite em pó integral - Origem: Mercosul. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do GDT e BCB.

Tabela 2. Balança comercial láctea em julho de 2018. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados da Secex.

 

'Verão sufocante' europeu prejudica produtores

Os famosos pastos verdejantes e o clima ameno na Irlanda compõem o ambiente perfeito para o gado leiteiro. Mas não neste ano. O verão sufocante "tingiu" os campos de marrom e levou a uma escassez de forragem para as milhões de vacas no país. Os meses secos e quentes causaram problemas em toda a União Europeia. Produtores rurais da Irlanda à Alemanha tiveram de reduzir rebanhos ou interromper a ordenha meses mais cedo. Para a indústria leiteira europeia, um complexo de US$ 12 bilhões, os campos secos fizeram aumentar os custos de alimentação animal, estrangulando os lucros dos pecuaristas. A Autoridade Irlandesa para o  Desenvolvimento da Agricultura e Alimentação, equivalente ao Ministério da Agricultura no Brasil, estima que os produtores devem receber em 2018 apenas metade do que haviam ganhado no ano passado. A situação do abastecimento pode se tornar crítica e a produção de leite cair nos próximos meses, segundo a Arla Foods, maior companhia leiteira do Norte da Europa.

"Em julho, nós consumimos a forragem que deveria ter durado o inverno  todo", afirma Pat McCormack, que tem um rebanho de 100 vacas leiteiras no Condado de Tipperary, na Irlanda, onde trabalha há mais de 20 anos. "Para um produtor sem grama, silagem, dinheiro e com os filhos indo para a faculdade, isso é um grande desafio mental."

As coisas têm ido tão mal que a cooperativa Arla afirmou recentemente que planeja dar um passo sem precedentes: repassar todo o seu lucro aos produtores que enfrentam a pressão provocada pela estiagem. A União Europeia também tem se mexido para socorrer os pecuaristas em dificuldades, acelerando pagamentos ou aliviando a legislação. Na Irlanda, a neve no começo do ano encharcou os pastos de tal maneira que os produtores começaram a recorrer às reservas de forragem antes que a seca tivesse prejudicado o crescimento dos pastos, fazendo com que eles consumissem neste verão os estoques que seriam para o próximo inverno. Alguns tiveram que buscar alimento para o gado fora da porteira, com custos extras, pois não tinham colheita própria para alimentar os animais.

Aqueles que não tinham condições para isso foram obrigados a reduzir o rebanho. Desde junho, o número de vacas abatidas por semana aumentou 16% na comparação com o ano passado, de acordo com o departamento de agricultura da Irlanda. Na Alemanha, os abates estão 50% acima do observado em 2017, conforme o grupo DBV (um grupo de produtores da Alemanha - Deutscher Bauernverband). A produção de leite não tem sido diretamente proporcional ao tamanho do plantel, mas, por enquanto, ainda é cedo para afirmar com segurança o real impacto à cadeia. O DBV avalia que as entregas na região Leste da Alemanha podem cair 10% no comparativo com o ano anterior. Um produtor irlandês acredita que as perdas totais cheguem a US$ 11,70 por vaca. O calor também tem afetado as produtividades. Normalmente, na região, uma vaca produz cerca de 40 litros de leite por dia. Com o tempo mais quente, porém, o rendimento pode cair pela metade e os animais levam mais tempo para se recuperar, explica Peter Paul Coppes, analista sênior do Rabobank em Utrecht, na Holanda. Pecuaristas tiveram que gastar mais com suprimentos alimentares para impulsionar a produção.

Os custos adicionais e a redução produtiva chegam num momento em que os preços do leite na Europa vinham em queda de 4%, de um ano para cá. Na Dinamarca, que reponde por 8% da cadeia leiteira europeia, o impacto da onda de calor pode ter chegado a US$ 1 bilhão, devendo levar a um aumento no preço do leite nos próximos seis meses, segundo o grupo dinamarquês SEGES (departamento que trabalha com todas as questões agrícolas do país).  A indústria pode enfrentar mais problemas, mesmo que as condições climáticas melhorem daqui em diante, pois o calor interfere na fertilidade do gado. "Os resultados ainda são nebulosos pelos próximos nove meses", pontua Chris Gooderham, especialista da Câmara de Desenvolvimento Agropecuário do Reino Unido.

"Isso tudo deve levar a uma crise financeira no setor de pecuária leiteira da Irlanda, a menos que haja um aumento expressivo nos preços", complementa John Robinson, produtor de leite com um rebanho de 130 vacas no Sudeste do país. "O Natal deve ser bem desolador." (As informações são do The Washington Post, publicadas na Gazeta do Povo)


Os indicadores são favoráveis à elevação do preço do leite
Preços/UE - Todos os indicadores detectados no mercado são favoráveis à elevação do preço do leite, mas, a realidade não é assim. Esta é a queixa da Federação Francesa de Produtores de Leite (FNPL) publicado esta semana. Lembraram que a seca limitou o crescimento da produção na União Europeia (UE), que o preço da manteiga continua subindo e que a tendência da economia é positiva. Com este panorama, o preço ao produtor deveria subir. Thierry Roquefeuil, presidente da FNPL, adiantou que a cooperativa Sodiaal (dona da marca Yoplait) paga entre 320 e 340 €/tonelada e lembrou, que antigamente nenhuma indústria pagava menos do que esse preço, mas agora, ninguém respeita essa linha vermelha. Segundo Roquefeuil, a Lactalis revisou seus preços deixando-os em torno de 310 €/tonelada, o mesmo que a cooperativa Agrial. Estes preços estão abaixo dos custos de produção, que a FNPL estima em 320 €/tonelada. Nos últimos meses, o Presidente da República Francesa, Emmanuel Macron, promoveu através dos Estados Gerais de Alimentação, que o preço final do produto é uma sucessão dos incrementos dos preços da cadeia de produção e que em cada elo deve ser levado em conta a situação do mercado. Macron conseguiu o consenso entre as partes, inclusive com documentos e fotos. A FNPL lamenta que aqueles que assinaram os acordos agora não os cumpram e não crê que realmente os esforços de Macron tenham frutos. A indústria e a distribuição culpam um ao outro de ser os responsáveis pelos baixos preços ao produtor. A situação não parece muito diferente da Espanha. (Agrodigital - Tradução livre: www.terraviva.com.br)

 

Porto Alegre, 05 de setembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.815

Sindilat debate sobre a atividade leiteira durante a 9ª Feaagri

A Feaagri Missões 2018 - Feira da Agroindústria e Agricultura Familiar das Missões - será aberta nesta quinta-feira (6), às 9h30min, em Santo Ângelo, com um amplo debate sobre a atividade leiteira da região. O Seminário sobre o Leite vai reunir profissionais técnicos do setor no relato de suas experiências e produtores que darão seus depoimentos sobre manejo e técnicas adotadas nas propriedades que vêm resultando em números positivos na produção de leite.

O evento será realizado no Centro de Eventos Iglenho Araújo Burtet e terá como palestrantes o secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do RS (Sindilat), Darlan Palharini, e do assistente técnico da Emater-RS Jaime Eduardo Ries. Palharini falará sobre o mercado para o leite e seus derivados num contexto estadual e nacional, além de focar em projeções de produção e consumo do setor. Já Ries abordará o cenário atual e perspectivas para a atividade leiteira. Em seguida, ocorrerá a apresentação dos dados de gestão de uma propriedade da região. "Após o depoimento do produtor, será realizado o que considero o ponto alto do evento, que são os debates e troca de experiências no sentido de discutir o cenário para o segmento e para levantar propostas visando qualificar ainda mais o trabalho de quem está no campo", afirma Álvaro Rodrigues, vice-presidente da feira e chefe do escritório municipal da Emater-RS. Segundo o engenheiro agrônomo, o objetivo do seminário é levar cada vez mais conhecimento ao produtor rural.

O seminário tem inscrição gratuita e pode ser feita pelo telefone (55) 3312 1414.

A Feaagri Missões é promovida pela Associação dos Produtores da Agroindústria Familiar e Sindicato dos Trabalhadores Rurais com apoio da Prefeitura de Santo Ângelo. Além de contemplar demandas do setor leiteiro já na sua abertura, o evento que acontece no Parque da Fenamilho será palco de exposições da agroindústria e agricultura familiar e dos setores de comércio, indústria e serviços. Muita música, shows culturais e gastronomia completam a programação da Feaagri que se estende até o dia 9 de setembro. A expectativa é que cerca de 40 mil pessoas prestigiem a exposição. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 

Novos produtos lácteos em agosto

Lançamentos - Resumo mensal do que surgiu de novo nas gôndolas de laticínios no mundo. - Anchor Protein+leite aromatizado chegou às prateleiras da Nova Zelândia, sendo a primeira vez que os kiwis puderam comprar um produto desse tipo em lojas locais. A nova bebida tem 20 gramas de proteína por porção e diferentemente da maioria das bebidas lácteas saborizadas não tem adição de açúcar. Darren Moffat, gerente geral de bebidas prontas da Fonterra, disse que os técnicos da cooperativa passaram dois anos desenvolvendo o produto. "Anchor Protein+ leite aromatizado é a escolhe perfeita para pessoas que querem mais proteína, prontas para beber", disse Moffat.

"As pessoas procuram por opções de lanches nutritivos e existe maior consciência da importância da proteína. O resultado é o aumento, nos últimos anos, da demanda por lanches opcionais que tenham maiores níveis de proteína". Este é o terceiro de uma série de bebidas lançadas pela Fonterra, recentemente, com foco na redução de açúcar, uma vez que os novos leites aromatizados Primo e Mamute têm 40% menos açúcar. O Anchor Protein+ leite aromatizado vem em três sabores: baunilha, chocolate e frutas mistas, todos eles feitos com leite, sem corantes artificiais, e preservando os sabores.

Simple Sides da Siggi
Inspirado na marca islandesa Siggi de iogurte, que é consumido diariamente pelos norte-americanos. Essa estatística foi utilizada como motivação para o novo Simple Sides da Siggi, uma linha de iogurtes de leite integral sem adição de açúcar e coberturas crocantes. Siggi Hilmarsson, fundador da Siggi disse: "Nossa missão é sempre oferecer iogurtes com menor adição de açúcar, com uma lista de ingredientes simples e muito sabor. Este novo lançamento segue essa mesa filosofia". Os sabores lançados dão de baunilha com coco seco e pedaços de cacau, iogurte de mel com pedaços de figos e nozes, iogurte de baunilha com amêndoas e cerejas secas, e o iogurte natural com muesli e groselha. Cada porção de 5,3 oz, [aproximadamente 160 ml], contém 15 gramas de proteína e 11 gramas de açúcar.

Chobani Savor
A Chobani está capitalizando o movimento de conscientização de bem-estar e saúde com seus últios iogurtes nos Estados Unidos. O Chobani Savor é uma embalagem flexível, reciclável, com iogurte Grego destinado a ser usado como condimento ou alternativa ao creme de leite azedo. O iogurte grego como alternativa ao condimento ganhou popularidade como saudável recentemente. É usado para finalizar batatas assadas, tacos e sopas, além de molhos e marinadas. Pode ser encontrado em embalagens de 14 oz. [aproximadamente 400 ml], com 75% menos gordura, e 50% menos calorias, e duas vezes mais proteína que o creme de leite azedo.

Stonyfield Organic Snack Packs
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A Stonyfield Organic, com sede nos Estados Unidos, é líder na produção de snacks orgânicos. Este mês lançou os Snack Packs, lanches saudáveis para quem está em movimento. Chegaram ao mercado junto com a volta às aulas. A Stonyfield diz que 46% dos pais millennials consideram a nutrição um fator preponderante ao decidir sobre o lance de seus filhos. Natalie Levine, Dirteora da Marca Stonyfield, disse "O formato de concha faz com que possa ser consumido em movimento com muito mais sabor, e um recurso bastante importante para pais e filhos ocupados. Também é muito conveniente - seja colocando em uma lancheira, na mochila de esporte ou para um lanche depois da aula".   Cada pacote de Snack tem um iogurte orgânico aromatizado, com uma concha.

Sobremesas geladas sem leite Arctic Zero
Sorvetes de baixa caloria da companhia Arctic Zero foram lançados através da coleção 'Não-Lácteos' para completar sua linha de produtos saudáveis. O Sorvete Arctic Zero Light original não tem lactose e é a base de proteína de soro de leite. E existem nove novos sabores 'Sem Leite', elaborados a partir de vegetais com uma fórmula atualizada. Amit Pandhi, Presidente da Arctic Zero, disse: "Nossos produtos a base de vegetais contêm os melhores ingredientes, incluindo proteína de feijão. Acreditamos que nosso fãs vão adorar a mudança. Pints Artic Zero não-lácteos têm um sabor mais forte, mais rico que surpreende, e uma textura especialmente cremosa". O sorvete tem de 160 a 320 calorias por litro e é adoçado com açúcar de cana orgânico e Monk Fruit.

Danone Light & Free
Na França, a Danone lançou Light & Free em cinco sabores: pêra, mirtilo, morango, pêssego e framboesa. Os quatro potes de iogurte light vendidos no varejo por £ 1,99, [R$ 9,61] são feitos com leite fresco 100% francês, com baixo teor de gordura e sem adoçantes. (DairyReporter - Tradução livre: www.terraviva.com.br)

 

Perspectivas do USDA sobre o mercado lácteo da Oceania - Relatório 35 de 30/08/2018

Leite/Oceania - As previsões anteriores sobre o aumento de 1% na produção de leite para a temporada atual em relação à passada pode não se realizar. As discussões agora giram em torno do quanto poderá ser a quebra de expectativas. A razão para a mudança é a seca que vem atingindo muitas bacias leiteiras do país, incluindo regiões norte e centro-oeste, como New South Wales e Darling Downs. Nas áreas menos afetadas a preocupação é com os preços dos grãos e feno. Até meados de setembro é o período crítico e que estabelecerá as expectativas para o restante da temporada. Com esse quadro pouco otimista, e as condições do setor lácteo australiano, causa perplexidade as recentes quedas de cotações das commodities lácteas na Oceania.

Neste início de temporada da Nova Zelândia, quando a produção ainda é baixa, muitos analistas projetam uma produção de leite acima de previsões anteriores. Em algumas regiões as parições ficaram atrasadas em relação às temporadas normais, e isso pode ajudar a aumentar a produção além das expectativas. Essas informações provocaram uma certa acomodação do mercado, e talvez tenham sido responsáveis pelas recentes quebras nas cotações dos lácteos. Algumas indústrias estão analisando os conflitos que podem gerar a redução das vendas à espera de preços maiores, e se arriscarem a não firmar contratos futuros. Ainda assim, os vendedores se acomodam finalizando contratos de venda com clientes tradicionais.
As autoridades da Nova Zelândia acreditam que identificaram a origem do surto de Mycoplasma bovis, anunciando que um produtor será processado pela propagação da doença. O agricultor nega ter sido a fonte. O surto resultou em um significativo descarte do rebanho. (Usda - Tradução Livre: www.terraviva.com.br)

 

PRODUTIVIDADE PARA VENCER A CRISE
Apesar da situação delicada pela qual vem passado o setor leiteiro nos últimos anos, o diretor geral da Lactalis do Brasil, André Salles, se mostra otimista quanto à recuperação. Salles destaca que 2018 está sendo melhor do 2017, tanto para a empresa quanto para o setor como um todo. O executivo salienta que, mesmo com a saída de muitos produtores da atividade, a Lactalis conseguiu manter estável o número de fornecedores. A empresa recebe matéria-prima de 8 mil produtores, 6 mil deles do RS. Para Salles, diante do atual contexto do mercado, será cada vez mais necessário investir no aumento da produtividade. (Zero Hora)

 

Porto Alegre, 04 de setembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.814

Novo posto de recebimento da Latvida está sendo construído em Coronel Barros

A Latvida iniciou, nesta semana, a construção de posto de recebimento de leite em Coronel Barros (RS). A cidade foi escolhida por apresentar grande polo de produção de leite e devido à grande distância da sede da empresa, em Estrela, de 300 km. "Nós estaremos mais próximos do produtor e também junto à comunidade", explica o diretor executivo da Latvida, Marcio Lehnen, ressaltando que a empreendimento estimulará a geração de emprego e de renda na região. A expectativa é de que as instalações fiquem prontas em quatro meses.

A empresa já possui outros postos de recebimento nas cidades gaúchas de Condor, Santo Expedito do Sul e São Pedro do Butiá, além de contar com postos fornecidos por empresas terceirizadas. A Latvida já está se organizando desde o ano passado para a construção deste empreendimento, porém o projeto só se iniciou após aprovação da documentação por órgãos em níveis estadual e federal. O terreno foi cedido pela prefeitura da cidade. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 

GDT 

O Índice GDT de hoje manteve a trajetória de queda iniciada em maio, e acumula queda de 4,61% em relação ao índice do início de 2018, e de 10,32 em relação ao mesmo período de 2017. 

A manteiga apresenta a maior desvalorização em relação ao ano passado, -28,27%, e de 5,11 em relação a janeiro de 2018. Mesmo assim, ainda tem uma cotação 13,47% maior que a registrada em setembro de 2016. O leite em pó desnatado é o produto que apresentou a melhor recuperação tanto em relação ao início do ano (18,01%), como em relação a setembro de 2017 (3,14). (GlobalDairyTrade/Terra Viva)

 

 

Preço do leite ao produtor europeu em julho de 2018 - LTO Nederland

Preços LTO - O cálculo mensal dos preços do leite pago pelas principais indústrias de referência em julho de 2018 chegou à média de € 33,96/100 kg, [R$ 1,70/litro], para o leite padrão, e entregas de até 1.000.000 kg por ano. Aumento de € 1,25/100 kg em relação ao mês anterior. A média de preço aumentou pelo segundo mês consecutivo. Embora o aumento de julho tenha sido maior que o de junho a diferença em relação ao ano anterior também aumentou. 

Muitas indústrias deram reajuste no preço do leite em julho, exceto a Dairygold, Glanbia, Granarolo e Valio. O aumento é atribuído aos padrões sazonais. Na França o preço do leite aumentou mais, variando de €1.0 (Sodiaal) a €3,9/100 kg (Danone). Em outros anos o preço do leite na França também é mais elevado no terceiro trimestre para estimular a produção nesses meses.

A expectativa é de que ainda haja aumentos nos próximos meses. Essa avaliação é decorrente dos anúncios efetuados por alguns indústrias: Arla (+1.0 em agosto, e sem alteração em setembro), FrieslandCampina (agosto inalterado e +1,2 em setembro) e Dairy Crest (agosto e setembro tendo aumento total de € 1,5 por 100 kg de leite)

Antecipando a apresentação dos resultados anuais de 2017/2018 que seria em setembro, a Fonterra reduziu a previsão para o preço do leite da safra passada, junho de 2017 a maio de 2018. Foi anunciado o resultado de NZ$ 6,80/kgMS, [R$ 1,43/litro], menor que a projeção anterior de NZ$ 6,925/kgMS, [R$ 1,46/litro]. Em Euros houve queda de 0,7% decorrente da desvalorização do dólar kiwi.   

O leite Classe III nos Estados Unidos caiu de US$ 15,21, [R$ 1,44/litro], em junho para US$ 14,10/cwt, [R$ 1,34/litro], em julho. (LTO Nederland - Tradução livre: Terra Viva)

 
 

Tabela do frete deverá ter reajuste de cerca de 5%

A tabela do frete rodoviário deverá ser reajustada em cerca de 5%, segundo informou fonte ao Estado. O aumento tem por objetivo atualizar os preços após reajuste de 13% do diesel anunciado na última sexta-feira. O ajuste será feito sobre a tabela vigente. 

O tema será discutido nesta terça-feira, 4, em reunião da diretoria da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O órgão regulador também discutirá formas para acelerar o início das fiscalizações quanto ao cumprimento da tabela pelos contratantes de serviços de transportes.

Depois de um fim de semana em que o risco de uma nova paralisação dos caminhoneiros assustou parte da população e provocou filas nos postos de combustíveis, o governo decidiu acelerar o atendimento de dois pedidos da categoria: corrigir a tabela de preços mínimos do frete rodoviário e colocar fiscais nas estradas para verificar seu cumprimento.

A nova tabela, incorporando os efeitos do reajuste de 13% no preço do diesel anunciado na sexta-feira, deverá ser publicada até amanhã. A expectativa é que ela seja homologada na reunião desta terça-feira da diretoria da ANTT.

A perspectiva de uma correção imediata da tabela conteve, ao menos por ora, o ímpeto de uma nova paralisação dos caminhoneiros. "O governo pode afirmar de forma peremptória que não acontecerá uma nova greve", disse no último domingo, 2, o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Marun.

Entenda o ajuste na tabela do frete
De acordo com a ANTT, a Lei 13.703, de 2018, prevê que uma nova tabela com frete mínimo deve ser publicada quando houver oscilação superior a 10% no preço do óleo diesel no mercado nacional. A lei instituiu a Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas.

Desde a última sexta-feira, 31, o preço médio do diesel nas refinarias da Petrobrás subiu em 13,03%. Com o aumento, o preço passou de R$ 2,0316 para R$ 2,2964. É o primeiro reajuste desde junho, quando, em acordo com os caminhoneiros em greve, o governo congelou o preço do produto nas refinarias em R$ 2,0316 por litro. (As informações são do jornal O Estado de São Paulo)


Mais de 98% do rebanho foi imunizado contra aftosa na primeira etapa de vacinação
A primeira etapa da campanha de vacinação deste ano contra a febre aftosa, realizada em maio, imunizou 197,87 milhões de animais no país, atingindo cobertura vacinal de 98,33% do rebanho de bovinos e bubalinos. Nesta fase, o número de animais envolvidos era de 201,2 milhões. Os números foram publicados nesta sexta-feira (31), pela Divisão de Febre Aftosa e outras Doenças Vesiculares (Difa) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Desde o encerramento da etapa de maio que o Mapa e os serviços veterinários oficiais intensificaram a busca pelos produtores inadimplentes que ainda não vacinaram seus rebanhos, para aumentar a cobertura vacinal. A previsão é que na segunda etapa da campanha de vacinação, que na maioria dos estados começará em 1º de novembro, a imunização envolva 100 milhões de animais da faixa etária de até 24 meses, que recebem a dose a cada seis meses. Em maio, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) declarou oficialmente o Brasil como País Livre da Febre aftosa com vacinação. O estado de Santa Catarina tem o status de livre da doença sem vacinação. Depois do reconhecimento do país pela OIE, o próximo passo é ampliar a zona livre de febre aftosa sem vacinação, até maio de 2023, conforme prevê o Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA). Acesse o link com o resultado da vacinação. Ouça a matéria na Rádio Mapa. (MAPA) 

 

Porto Alegre, 03 de setembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.813

Sindilat quer audiência com Mapa para discutir IN 62
 


Foto:  Carolina Jardine

O Sindicato da Indústria de Lacticínios do RS (Sindilat) solicita urgência no agendamento de audiência com o Ministério da Agricultura (Mapa) para discutir os impactos das mudanças propostas na Instrução Normativa (IN) 62. A intenção é debater alguns pontos que alteram os padrões da produção do leite no Brasil e que trazem impacto direto no dia-a-dia do campo e das indústrias. Segundo o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, a ideia é que o texto, previsto inicialmente para entrar em vigor em seis meses após a publicação, só passe a valer dentro de dois anos. Até lá, explica o executivo, produtores e indústrias teriam tempo hábil para adaptar seus processos e atender a todas as exigências listadas. Da maneira como foi apresentada, ela excluirá milhares de produtores da cadeia produtiva, especialmente os pequenos. "Em curto período de tempo, é impossível se adaptar às novas exigências", comentou, durante manifestação em reunião realizada na Associação das Pequenas Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Apil), na tarde desta sexta-feira (31/08), na Expointer, em Esteio.

A manifestação do Sindilat integra uma posição compartilhada pelos integrantes da Aliança Láctea. "Estamos preocupados porque houve pouco diálogo com o Ministério", afirmou Palharini, complementando que o setor está assustado com o que poderá prever o texto final da nova normativa. No encontro, que contou com a participação de diversos produtores e integrantes de órgãos de fiscalização e pesquisadores, o presidente da Apil, Wlademir Pedro Dall'Bosco, demonstrou preocupação com as possíveis exigências, que deverão prejudicar o trabalho de muitos produtores.

A nova normativa foi colocada em consulta pública, através das Portarias 38 e 39, processo já concluído. No momento, está em análise jurídica. Entre outras mudanças, prevê novos limites para a Contagem de Bactérias (CBT) na plataforma. Na ocasião, o superintendente regional do Mapa/RS, Bernardo Todeschini, explicou que a intenção do governo federal é publicar as novas normas ainda neste ano. Assim, levaria um período de seis meses para a implementação e mais cinco meses para os resultados, prevendo a exclusão no caso de não atendimento. Segundo ele, a melhora na qualidade do produto é para o consumo interno, mas também olhando as exigências mercado internacional.

Para a pesquisadora da Embrapa Maira Babinotti Zanela, para garantir o cumprimento de algumas medidas, é preciso levar em consideração a realidade do campo, citando o desafio de refrigeração do leite em algumas propriedades que não contam com equipamentos adequados e nem fornecimento estável de energia elétrica. (Assessoria de Imprensa Sindilat) 

 
RS: Leiteria Sindilat recebe mais de 4 mil pessoas na 41ª Expointer

Leiteria Sindilat - A Expointer 2018 chega ao fim consolidando a presença dos laticínios gaúchos na maior exposição agropecuária da América Latina. Nos nove dias de feira, a Leiteria Sindilat comercializou mais de 250 quilos de queijos. 

Segundo o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, o projeto teve grande adesão do público, que buscou opções gastronômicas diferenciadas tanto no café-da-manhã quanto no almoço e happy hour. "O Sindilat e seus associados têm um espaço especial para apresentar seus produtos e toda a variedade e qualidade que nossas indústrias processam em solo gaúcho", pontuou Palharini.

O executivo ainda citou a relevância do espaço de encontros, que teve adesão, inclusive, de outras cadeias produtivas ligadas à proteína animal, como a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav).

Uma das grandes atrações de quem visitou a Leiteria Sindilat foi o queijo brie gratinado coberto com caramelo e nuts. O prato, servido sempre quentinho, foi guarnecido por outras delícias como bruschettas e diversas variedades de queijos parmesão, tipo gana, prato, gruyère, etc. "Durante a feira, foram vendidos mais de 120 quilos de brie. Isso mostra que o gaúcho está aberto a consumir outros tipos de queijos além dos tradicionais prato e mussarella", pontuou o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra. 

As tábuas de frios também chamaram a atenção dos visitantes, com destaque para a harmonização entre os diferentes tipos de queijos proposta pelo time de chefs do Mule Bule e da Storia Eventos. O Palco Sindilat, espaço para eventos organizado dentro da Leiteira, recebeu mais de dez oficinas gastronômicas. Além de aulas sobre como montar uma deliciosa tábua de frios, também chamaram atenção as apresentações sobre harmonização de queijos com vinhos, cervejas, azeites e geleias. "O Sindilat tem uma agenda em expansão na Expointer que, a cada ano, amplia o leque de opções gastronômicas e culturais aos visitantes. A Leiteira é um projeto que veio para ficar", completou Guerra.

A Leiteira Sindilat e o Pub do Queijo ficam localizados na quadra 46 do Parque de Exposições Assis Brasil, durante a Expointer. A proposta visa destacar as variedades gastronômicas dos produtos lácteos em um ambiente onde a sustentabilidade e o conforto são a essência. No espaço, o consumidor também pode conhecer mais sobre os diferentes tipos de queijo e levar para casa o seu preferido. (Página Rural)
 
 

Perspectivas do USDA sobre o mercado lácteo da América do Sul - Relatório 35 de 30/08/2018

Leite/América do Sul - Na América do Sul as vacas estão produzindo volumes abundantes de leite com níveis adequados de proteína e matéria gorda. Espera-se que isto continue nas próximas semanas, à medida que a primavera se aproxima. 

No Cone Sul a primavera é o período de maior produção de leite, setembro e outubro, e entre novembro e dezembro na maior parte do Brasil. Nas duas últimas semanas, chuvas beneficiaram as plantações de trigo no sul do Brasil. Na Argentina, no entanto, o clima gelado desacelerou o crescimento dos grãos de inverno. No entanto, a maioria dos produtores de leite não teve problemas para encontrar concentrado no mercado. De fato, o preço baixo do milho está ajudando a produção de leite. Além disso, a qualidade dos pastos é considerada boa. De um modo geral o volume de leite/matéria gorda está adequado às necessidades de processamento. Grandes quantidades de pedidos das instituições de ensino, restaurantes e varejistas continuam, especialmente na Argentina e no Uruguai. A fabricação de queijo e manteiga está mais ativa, aproveitando a maior disponibilidade de matéria gorda. (Usda - Tradução Livre: www.terraviva.com.br)

 

China será o maior consumidor de queijo do mundo

"Rocky" Jia quando criança não sabia o que era queijo. Até os 25 anos de idade não havia provado, e conseguiu um emprego na Jenny Lou's, uma rede de supermercado chinesa que fornece produtos importados de alta qualidade. O garoto que nunca havia provado um queijo, agora supervisiona a compra de queijos no mundo todo para o varejo. Jia é ao mesmo tempo uma metáfora e o testemunho do crescimento do amor pelo queijo na China, um alimento raramente encontrado na dieta tradicional chinesa. Quando ele aceitou o trabalho na Jenny Lou's, Jian começou provando gouda, cheddar e parmesão. Agora ele gosta de queijos mais fortes, como o bleu. Ele adora o colby jack americano.

"À medida que a economia da China continua crescendo e nossa sociedade continua aberta a outras culturas, existe mais interação com o Ocidente e outros países que produzem queijos", disse Jia, 37 anos, em uma entrevista em seu escritório. "Há maior aceitação dos queijos entre os consumidores chineses". O queijo se torna rapidamente o favorito das multidões em grandes cidades, especialmente entre a população jovem. Tendências alimentares entre os jovens e abastados se espalharão, sem dúvida.

Os números não mentem
O volume de queijo importado pela China aumentou mais de 50 vezes desde o ano 2000, saindo de menos de 2.000 toneladas para mais de 108.000 toneladas em 2017. Outra estatística: As importações chinesas de queijo crescem a taxas anuais de 27%. A China é o 7º comprador mundial de queijos em volume, mas, está apenas começando. A China se tornará o maior comprador mundial de queijos em dez anos e pode atingir essa marca até antes, disse Ross Christieson, Diretor na unidade de Negócios do USDEC no Norte da Ásia. Isso é notável para um país que acaba de descobrir o queijo.

Christieson enumera os cinco grandes impulsionadores:
1 - Aumento da classe média e famílias com maior poder aquisitivo
2 - Uma nova geração de consumidores sofisticados e com maior liberdade, nascidos desde 1980
3 - O crescente poder e facilidade do comércio eletrônico entregando queijo nas portas da China
4 - A popularização da pizza de estilo ocidental, juntamente com o aumento da utilização de queijo por padarias e consumo familiar
5 - Cadeias de foodservice introduzindo mais queijos para a degustação dos chineses

Exportações de queijo dos Estados Unidos para a China cresceram em 2017
A China é um importante mercado em crescimento para a indústria de laticínios dos Estados Unidos, com grande foco em queijos. Em 2017, os Estados Unidos venderam US$ 577 milhões de produtos lácteos para a China, um crescimento de 49% em relação ao ano anterior. As exportações de queijos subiram 46%. A indústria de laticínios dos Estados mantém 3 milhões de empregos. Se os fornecedores de queijo dos Estados Unidos continuarem rumo à China, significará mais exportações e mais empregos nos Estados Unidos. "Com uma oferta abundante de leite, os exportadores de lácteos dos Estados Unidos estão equipados para atender à crescente demanda chinesa, não apenas de queijo, mas, de uma ampla gama de lácteos nutritivos e de alta qualidade, produzidos com segurança e sustentabilidade", disse o presidente do USDEC, Tom Vilsack.

As tarifas surgem como novo desafio
O crescimento deste ano enfrentará o desafio das tarifas, como parte do desacordo comercial entre a China e os Estados Unidos. Os Estados Unidos anunciaram tarifas sobre uma lista de produtos chineses em 15 de junho. A China, em retaliação no mesmo dia, anunciando tarifas sobre centenas de importações dos Estados Unidos, incluindo diversos produtos lácteos. As tarifas chinesas chegam a 25% na maioria dos produtos lácteos dos Estados Unidos. Assim, ficamos em desvantagem em relação à Nova Zelândia e União Europeia, grandes exportadores que disputam a crescente demanda de queijo por 1,4 bilhão de pessoas. População quatro vezes maior que a dos Estados Unidos.

Parceria única de queijo: China e Estados Unidos
Apesar das tarifas, a China é um mercado que permanece vital para a indústria de laticínios dos Estados Unidos no longo prazo, e estratégica para o aumento das exportações. É um grande motivo para ajudar o povo chinês a "dizer queijo". Se as exportações para a China continuarem a aumentar, elas darão um grande impulso à indústria de laticínios dos Estados Unidos que é responsável por 2,9 milhões de empregos.

Alta do queijo nos Estados Unidos
Sentado em sua mesa para uma entrevista utilizando um tradutor, Jia explica porque o queijo não estava disponível em sua cidade natal, Luoyang, uma cidade de 1,8 milhão de habitantes. 

"Simplesmente não havia queijo", diz ele. "Os chineses também não tinham KFC ou McDonald's". 

Em 12 anos, Jia trabalhou como gerente da sede da Jenny Lou's em Nongzhanquan, no distrito de Chaoyang, em Pequim, onde supervisiona a compra de queijos em todo o mundo.

"Construa que eles virão" é uma expressão clássica do filme de baseball "Field of Dreams". Jia diz o mesmo em relação aos consumidores chineses: "Traga queijo norte-americano que vamos comê-lo".

"No momento, os consumidores chineses ainda estão em um estágio inicial em relação", diz Jia. "Mas, veja o que aconteceu com os hambúrgueres. Os americanos enviaram para o mercado chinês, e os chineses aceitaram imediatamente. Isso é o mesmo conceito que pode ser aplicado aos queijos". (USDEC - Tradução livre: Terra Viva)

Leite: cotação no RS registra queda em agosto após meses de alta
Depois de meses de alta, o preço referência do leite no Rio Grande do Sul, registrou queda em agosto. Segundo dados do Conseleite, que representa os produtores do estado, nos primeiros dez dias do mês o preço caiu 5,71% em comparação com julho. O secretário executivo do Sindilat, que participa da quadragésima primeira Expointer, explica a razão por trás dessa queda e qual é a expectativa para setembro. Assista a Entrevista. (Canal Rural)