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Porto Alegre, 11 de maio de 2020                                              Ano 14 - N° 3.217

  NOTA SINDILAT E APIL: Foco da indústria é manter captação, abastecimento e pagamentos em dia

Frente à pandemia de Covid-19 que impôs à indústria uma situação sem precedentes, o Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat) e a Associação das Pequenas Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Apil/RS) vêm alertar:

- As indústrias estão concentrando seus esforços, neste momento, em manter as fábricas abertas e a captação normalizada, evitando perda de leite no campo. O foco é produzir para abastecer a população que está em casa e manter pagamentos em dia ao produtor para que os tambos e as famílias que deles dependem tenham estabilidade financeira para atravessar a quarentena.

- Sobre dados divulgados pelo Conseleite no dia 28/04 que indicaram elevação de preço do leite em abril, as indústrias informam que eles limitam-se à realidade de um momento atípico e pontual vivido até o dia 10/4. Qualquer pretensão de usar esse indexador para um prognóstico do mês inteiro, como de costume, resultará em uma margem de erro elevada. Sindilat e Apil reconhecem a seriedade e eficiência do estudo realizado pelo colegiado ao longo dos últimos 14 anos, tanto que o utilizam como referência para negociação do preço do leite no campo. Pontualmente neste último levantamento, a projeção do Conseleite foi desviada de seu curso estatístico pelo imprevisto da pandemia. Além disso, o estudo não considera cenários de não-venda de derivados e, desta forma, não avalia a existência de estoques elevados que geram desequilíbrio severo entre oferta e demanda.

- Temos consciência que o futuro do setor lácteo, assim como de diversos outros ramos da economia, é incerto e preocupante. Enfrentamos falta de colaboradores nas linhas de produção, dificuldades logísticas e, mesmo assim, mantemos a fabricação conscientes da responsabilidade do setor industrial com a sociedade e o produtor. Entendemos que, juntos, dialogando e explicando o momento, poderemos enfrentar essa crise e sair dela mais fortes e unidos.

Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS)
Associação das Pequenas Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Apil/RS) 
                       
Balança comercial: exportações e importações lácteas menores em abril

Os dados publicados nesta sexta-feira (08/05) pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), sobre volume e preço dos lácteos importados e exportados pelo Brasil, sinalizaram uma redução do volume das negociações no mês de abril. De acordo com o órgão, o saldo negativo da balança comercial de lácteos, no mês, foi de 38 milhões de litros de leite equivalentes, como mostra o gráfico 1.

Gráfico 1. Saldo da balança comercial brasileira de lácteos, 2017 a 2020.
 
Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT

Em abril, tanto o volume importado quanto o exportado sofreram significativas reduções. As exportações que haviam aumentado no mês de março, sofreram uma redução de 5 milhões de litros (-36%) em abril, totalizando 8,8 milhões de litros enviados ao exterior. No entanto, no acumulado do ano (jan a abril), em 2020, foram exportados 6,8 milhões de litros a mais que em 2019 (+16%).

O volume de leite importado foi 34% menor em abril, em comparação a mar/20, redução de 24,3 milhões de litros (em equivalente). Comparando com a média do volume importado no mês de abril dos últimos 5 anos, em 2020, houve uma redução de 56,3%. No acumulado do ano, em 2020, importamos 135 milhões de litros a menos do que no mesmo período de 2019 (-33%).

O leite em pó integral segue sendo o produto mais significativo nas importações. Em abril, o produto somou 15,23 milhões de litros (equivalentes) internalizados e representou 32% das importações brasileiras no mês. Apesar disto, o volume foi 52% menor que o importado em mar/20 e 74,7% inferior à média das importações dos últimos cinco anos em abril.

Esta redução dos volumes negociados está diretamente atrelada à paralisação parcial do comércio, em decorrência das medidas de segurança contra a Covid-19. A radical retração da demanda das indústrias e varejo, que se intensificou em todo o mundo no mês de abril, contribuiu para a restrição da produção e comercialização entre países, afetando a oferta e demanda de lácteos.

Outro fator bastante importante que intensificou a diminuição das importações foi o aumento expressivo da taxa de câmbio no último mês, deixando os lácteos importados mais caros no mercado brasileiro. Por outro lado, a taxa de câmbio elevada pode ser considerada um incentivo à exportação, que poderia ter sido menor, se não fosse este fato.

Na tabela 2, é possível observar as movimentações do comércio internacional de lácteos no mês de abril deste ano.

Tabela 2. Balança comercial láctea em abril de 2020
 
Fonte: Elaborado pelo MilkPoint, com base em dados COMEXSTAT.

 
 
 

Leite: após quatro meses de alta, preço pago ao produtor recua, diz Scot
Considerando a média dos dezoito estado pesquisados, houve recuo de 0,2% no pagamento realizado em abril, que remunera o leite entregue em março deste ano

O mercado do leite perdeu força, com a demanda fraca. Depois de quatro meses de alta, os preços pagos aos produtores tiveram ligeiro recuo no Sudeste e Brasil Central e subiram no Sul do país, de acordo com levantamento da Scot Consultoria. 

Considerando a média ponderada dos dezoito estado pesquisados, houve recuo de 0,2% no pagamento realizado em abril, que remunera o leite entregue em março deste ano. O produtor recebeu, em média, R$1,281 por litro. 

Já o valor médio com bonificações por qualidade e volume ficou em R$1,670 por litro, 0,1% mais frente ao pagamento anterior. Nem mesmo a produção caindo com mais força neste início de entressafra foi suficiente para dar sustentação aos preços do leite, em meio as dificuldades de escoamento na ponta final. 

Para o pagamento a ser realizado em maio de 2020, referente a produção entregue em abril, a expectativa é de queda no preço do leite pago ao produtor em 68,0% dos laticínios pesquisados e nos 32,0% restantes, a previsão é de manutenção. (Canal Rural)                            

Distanciamento controlado
Entrou em vigor o modelo de distanciamento controlado no RS. Para saber mais sobre o sistema, conferir a bandeira e os protocolos para o teu município, basta acessar distanciamentocontrolado.rs.gov.br. As bandeiras serão atualizadas em todos os sábados. (Governo do Estado)
 
 

 

  

Porto Alegre, 08 de maio de 2020                                              Ano 14 - N° 3.216

  Cepea: efeitos do coronavírus sobre o setor lácteo podem forçar queda de preço 

Os impactos da pandemia de coronavírus sobre o consumo de lácteos no Brasil são analisados nesta sexta edição de especial temático de “Coronavírus e o Agronegócio”, realizado por pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP.
 
De acordo com levantamento do Cepea, após terem registrado demanda intensa em março – e consequente alta de preços naquele mês, quando o coronavírus começou a avançar no Brasil –, as negociações envolvendo derivados lácteos e leite spot se enfraqueceram em abril no mercado brasileiro.
 
Além do atendimento dos serviços de alimentação (importantes canais de distribuição de lácteos) terem sido prejudicados pelo agravamento da pandemia, também houve a diminuição da frequência das compras por parte dos consumidores e a redução da renda de muitas famílias – fatores que impactaram negativamente sobre a demanda de diversos derivados em abril, especialmente os refrigerados (perecíveis), que têm maior valor agregado para as indústrias. Muitas empresas podem se deparar, em poucas semanas, com um cenário de baixo faturamento, o que certamente será transmitido aos produtores em maio.
 
O consumo de queijos foi o mais afetado. Agentes de mercado consultados pelo Cepea relataram muitas dificuldades em assegurar a liquidez durante abril, o que tem desestimulado a produção do derivado. Como consequência, houve o aumento da oferta de leite cru no mercado spot (negociação entre indústrias) em abril – o que pode pressionar as cotações do leite ao produtor em maio. 
 
A queda na receita de pecuaristas leiteiros em maio é atípica por conta do período da entressafra e ocorreria num momento de alta nos custos de produção, o que levaria à diminuição da oferta. Frente às bruscas variações na receita, produtores mais fragilizados, com sistemas menos eficientes, podem aumentar o abate de fêmeas e decidir pela saída da atividade. 
 
Pesquisadores do Cepea alertam, portanto, que o momento é delicado, pois privilegia decisões focadas no curto prazo, o que pode trazer consequências negativas no longo prazo – ainda mais para uma atividade tão complexa como a produção de leite. Clique aqui e confira o relatório completo. (As informações são do Cepea)
                            

Embalagens de leite longa vida ganham explicação sobre o que são as barrinhas coloridas

Para combater a fake news que circula há algum tempo em aplicativos de mensagens e em redes sociais, que diz que a presença de barras coloridas no fundo de embalagens de leite indica que o produto teria sido reprocessado, a fabricante de embalagens Tetra Pak incorporou às suas caixinhas breve explicação sobre o real significado das marcações.

A partir de agora, todas as embalagens de leite produzidas pela companhia serão acompanhadas da seguinte frase: "marcações ou barrinhas coloridas são exclusivamente para controle de qualidade de impressão das embalagens". Por padrão, as caixinhas contêm no fundo as famosas barrinhas para garantir a tonalidade correta das cores ou pequenos círculos pretos ou coloridos em trajetória linear, que garantem o registro de impressão e, portanto, a nitidez da imagem.

"A presença de barrinhas coloridas ou de qualquer marcação no fundo da embalagem não tem qualquer relação com o produto ali dentro. Basicamente, elas ajudam no controle de qualidade de impressão, garantindo que a identidade visual proposta pelo cliente seja reproduzida de forma fidedigna", explica Salvador Marino, diretor da fábrica da Tetra Pak em Monte Mor (SP).

Apesar de serem envasadas somente na fábrica do produtor de alimentos, a fabricação das embalagens acontece dentro das fábricas da Tetra Pak em Monte Mor (SP) e em Ponta Grossa (PR).

 

O envio das embalagens para o cliente não acontece no mesmo formato em que elas são encontradas nas gôndolas dos mercados. Elas saem em bobinas e, já na indústria de alimentos, são introduzidas em máquinas de envase responsáveis por dar forma à embalagem – exatamente do modo como são conhecidas - e por transferir o alimento ou bebida para o seu interior, por fim selando-as.

O processo de impressão: A produção das embalagens cartonadas começa com a impressão da identidade visual do produto em papel-cartão. Na sequência, as camadas de plástico e a de alumínio são integradas à de papel para formar as diferentes camadas da caixinha. Por fim, são cortadas e encaminhadas em bobinas para as indústrias de alimentos, para posterior envase.

As barrinhas coloridas surgem quando a identidade visual do produto é transposta para os rolos de papel. Como em cada rolo são impressas mais de uma embalagem, não há necessidade de imprimir o teste de cores em todas as unidades. Por isso, as impressoras realizam as marcações de forma intercalada, o que também refletirá em fileiras de marcação intercaladas.

Essa mesma sequência se repetirá no momento de envio das embalagens para o fabricante de alimentos e no envase dos produtos. Deste modo, os consumidores conseguem observar que muitas caixas compostas por 12 embalagens de leite longa vida, por exemplo, trazem parte das embalagens com o teste de cores e outra sem a marcação.

Por se tratar de um processo gráfico, barras coloridas podem ser encontradas em embalagens de outros produtos e em diversos materiais impressos. Além disso, tecnicamente é impossível realizar o reprocessamento do leite ou de qualquer alimento ou bebida. Todo fabricante precisa seguir rigorosamente os padrões estabelecidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. (As informações são da Assessoria de Comunicação da Tetra Park)

Selo de produção totalmente a pasto será lançado na Irlanda

A organização irlandesa Bord Bia vai lançar o que alega ser o primeiro padrão nacional de lácteos produzidos a pasto do mundo — o que permitirá que fornecedores e processadores mostrem provas ??de que o leite utilizado em seus produtos veio de vacas criadas a pasto.

"Desenvolvido pela Teagasc — Autoridade Irlandesa para Agricultura e Desenvolvimento Alimentar — o Bord Bia Grass Fed Standard reconheceu a crescente demanda dos consumidores por maior clareza na proveniência de alimentos e bebidas, bem como o desejo de comprar lácteos de sistemas sustentáveis e a pasto", disse a Bord Bia. "Os produtos lácteos irlandeses com o logotipo Grass Fed Standard devem começar a aparecer ainda este ano", acrescentou.

Para se qualificar, o rebanho deve ser alimentado com, no mínimo, 90% de pasto. O leite coletado de vários produtores deve atingir uma média produzida a pasto de 95%.

Com as vacas irlandesas vivendo em média 240 dias por ano em pastagens, o Bord Bia espera que 99% das fazendas atinjam o limite de qualificação do novo padrão.

O desenvolvimento do padrão veio em resposta aos consumidores que se tornam cada vez mais conscientes da qualidade e sabor dos lácteos produzidos a pasto. Uma pesquisa mostrou que os sistemas a pasto influenciaram 50% dos consumidores globalmente em sua escolha de marcas de laticínios, enquanto outros 58% declararam que estariam dispostos a pagar mais por esses produtos.
"Os laticínios da Irlanda sempre estiveram enraizados em um sistema de produção base", disse Mary Morrissey, gerente sênior de laticínios da Bord Bia. "Nossos campos verdes, ar puro e chuva abundante criaram o ambiente perfeito para a pecuária leiteira, que converte o capim em produtos lácteos e ingredientes ricos em nutrientes e de alta qualidade".

A criação do novo padrão permitiria que os produtores de leite irlandeses diferenciassem seus produtos nos mercados de serviços alimentícios e varejo, além de atrair os consumidores "que estão cada vez mais buscando detalhes sobre a narrativa e a proveniência dos produtos que compram", disse a organização.

“Desde o início deste ano, a relação estreita e contínua entre a indústria de laticínios irlandesa e o Reino Unido é evidente, com mais de 1 milhão de libras em exportações chegando às prateleiras do Reino Unido, garantindo a disponibilidade de produtos lácteos. Essa iniciativa fortalece ainda mais esse relacionamento e reforça a confiança que os consumidores britânicos têm nos métodos de produção sustentável e de alta qualidade da Irlanda.” (As informações são do The Grocer, traduzidas pela Equipe MilkPoint)
                            

Muco respiratório? A culpa não é do leite
Existe uma crença entre algumas pessoas de que o consumo de leite ou produtos lácteos aumenta a produção de muco no sistema respiratório. E, por isso, essas pessoas reduzem o consumo ou deixam de consumir leite. Mas, várias pesquisas publicadas não mostram qualquer associação entre consumo de leite e aumento da produção de secreção nasal. Um desses estudos, desenvolvido na Austrália e publicado no "Journal of American College of Nutrition", um dos mais importantes periódicos da área de nutrição humana, mostrou que é a crença que faz com que as pessoas relatem aumento na ocorrência de sintomas respiratórios após o consumo de leite. Para o desenvolvimento da pesquisa, os voluntários foram inoculados com o vírus da gripe, e aqueles que afirmavam que o leite aumentava a ocorrência dos sintomas relataram entupimento nasal, coriza, presença de secreção na garganta, dentre outros, logo após consumirem leite. Mas, o resultado mais interessante é que elas relataram os mesmos sintomas ao tomar uma bebida à base de soja, com sabor idêntico ao do leite, mostrando que é a percepção (não o consumo em si) do consumo do leite que desencadeia os sintomas descritos por aqueles que creem que os lácteos são responsáveis por aumentar seus problemas respiratórios. Segundo os autores, também não houve nenhum tipo de associação entre o consumo de leite e a exacerbação dos quadros de bronquite asmática, uma inflamação crônica do trato respiratório inferior. (Beba mais leite / Journal American College Nutrition / American Review Respiratory Disease / Appetite / Med Hypotheses)
 
 

 

Porto Alegre, 07 de maio de 2020                                              Ano 14 - N° 3.217

  Lácteos: preços caem em plena entressafra devido à menor demanda

Em relatório, a consultoria Cogo – Inteligência em Agronegócio aponta quais são as tendências para os preços do leite e derivados

O setor de lácteos tem sido um dos mais afetados com a crise da covid-19, com queda de preços em vários itens da cesta em decorrência do recuo acentuado de consumo, principalmente no food service. Segundo a consultoria Cogo – Inteligência em Agronegócio, isso afetou o segmento de queijos e outros refrigerados e gerou excesso de oferta de leite cru, deprimindo os preços dos derivados em plena entressafra.

A empresa destaca que esse recuo de preços no atacado já está impactando as cotações ao produtor. “A rentabilidade das fazendas leiteiras está piorando, sobretudo com a elevação do custo de alimentação. A desvalorização cambial e seu efeito sobre o custo, somada à piora no ambiente econômico deixam o momento ainda mais complicado para o setor”, diz.

O preço do leite ao produtor em abril (referente ao volume captado em março) registrou leve alta de 0,9% frente ao mês anterior, para R$ 1,4515 por litro na média dos estados da Bahia, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

“Como o valor pago ao produtor é formado depois das negociações quinzenais do leite spot (comercialização de leite cru entre indústrias) e das vendas de derivados lácteos, as cotações no campo de abril refletem o cenário de março e, por isso, em abril, ainda não foram fortemente influenciadas pela crise da covid-19, que começou a ganhar força na segunda quinzena de março no Brasil”, informa.

O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) registrou nova queda de fevereiro para março, de 4,3% na média do Brasil e acumula baixa de 11,5% neste ano. “O recuo na captação se deve ao clima menos favorável à atividade, com destaque para a estiagem no Sul do país”, informa.

Confira tendências no relatório completo da Cogo –  Inteligência em Agronegócio clicando aqui (Canal Rural)
                 

França: queda de 60% nas vendas de queijos
Á medida que as vendas de queijos caem 60% na França durante a crise dos coronavírus, a Organização Francesa de Laticínios (Centre National Interprofessionnel de l'Economie Laitière - CNIEL), está pedindo ao país que ajude a indústria de queijos.

A organização lançou uma campanha, #Fromagissons, para incentivar o consumo de queijos franceses tradicionais. A CNIEL disse que, nas primeiras semanas de confinamento, as vendas de produtos lácteos "regulares" aumentaram drasticamente, especialmente leite fluido, manteiga, creme e queijo.

No entanto, segundo a organização, isso levou a um aumento nas vendas de produtos básicos, enquanto outras categorias, como queijos tradicionais, tiveram uma redução no faturamento de até 60%. A CNIEL disse que os consumidores estão comprando itens básicos e não se permitindo os prazeres de alimentos mais indulgentes, muitos dos quais perecíveis.

Enquanto os laticínios que produzem alimentos básicos estão funcionando a toda velocidade para atender ao aumento na demanda, empresas menores foram afetadas pela redução nas vendas para restaurantes e pela queda nas exportações. Eles também estão sendo afetados pela perda nos serviços de alimentação e fechamento de mercados onde os queijeiros tradicionalmente vendiam seus produtos.

A CNIEL disse que está particularmente preocupada com os muitos queijos DOP (Denominação de Origem Protegida) e Indicação Geográfica Protegida (IGP) que o país produz e deseja manter a imagem da nação como um país de 1.000 queijos.

No mês passado, a Sodiaal, a principal cooperativa francesa de laticínios, pediu aos distribuidores que promovessem a diversidade do queijo francês em suas lojas. A Sodiaal disse que sem ajuda, alguns produtos, cujas vendas caíram de 25% para 80%, podem não sobreviver à crise. (As informações são do Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

Nas redes sociais, “Tá no Mapa” vai mostrar políticas e serviços para o agro e a sociedade
A cada vídeo, cidadão poderá conhecer ações desenvolvidas pelo Ministério. O primeiro episódio é sobre políticas focadas na agricultura familiar

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) lançou na segunda-feira, 27 de abril, em suas redes sociais a série de vídeos de utilidade pública “Tá no Mapa”.

A cada episódio, o cidadão poderá conhecer o trabalho desenvolvido pelo Ministério para apoiar e aprimorar as diversas áreas do setor agropecuário, como políticas de apoio ao agricultor familiar, aos produtores artesanais, à agricultura orgânica, abertura de mercados externos para os produtos agropecuários, além de garantir o funcionamento da cadeia produtiva e o abastecimento de alimentos no país durante a pandemia do Coronavírus.

>> Veja aqui o primeiro episódio

O primeiro episódio vai mostrar como os produtos da agricultura familiar estão cada vez mais presentes na mesa dos brasileiros. A agricultura familiar é a maior responsável por levar alimentos para quem está em casa, restaurantes comunitários, as escolas, os hospitais e casas de repouso.

Nesta segunda-feira, o governo federal destinou R$ 500 milhões para a compra de produtos da agricultura familiar, por meio do Programa de Aquisição de Alimentos. No programa, os agricultores, cooperativas e associações vendem seus produtos para órgãos públicos, importante ajuda ao setor. Os alimentos são entregues a entidades e famílias em situação de vulnerabilidade social. (MAPA)
                   


Expointer é confirmada para setembro, mas calendário segue indefinido
A assessoria do Secretário de Agricultura do Rio Grande do Sul, Covatti Filho, informou ao Canal Rural nesta terça-feira, 5, que a Expointer 2020 será realizada no mês de setembro. Segundo informações apuradas junto à pasta, o novo calendário será definido pelas secretarias de Agricultura e Saúde, em conjunto com as entidades co-promotoras, que neste ano celebra os 50 anos do Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio. A expectativa é de que o calendário oficial seja definido no prazo de 30 dias. (Canal Rural)
 
 

 

 

Porto Alegre, 06 de maio de 2020                                              Ano 14 - N° 3.216

  MG: pequenos pecuaristas enfrentam desafios para escoar produção de leite

O isolamento social que proibiu a abertura de diversas atividades econômicas, incluindo bares e restaurantes, e suspendeu as aulas tem impactado de forma negativa a demanda por alguns alimentos.
 

O reflexo já está chegando ao campo e atingindo os produtores de leite e de hortaliças da agricultura familiar. De acordo com levantamento da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), foi verificada dificuldade de pequenos pecuaristas de leite em escoar a produção para os laticínios.
 
Da mesma forma, agricultores familiares enfrentam desafios em comercializar hortaliças. Com o acompanhamento semanal que vem sendo feito pela Seapa e pelas vinculadas, várias ações têm sido discutidas para ajudar os produtores a solucionar os problemas e garantir o abastecimento.
 
Segundo o levantamento, o funcionamento das indústrias de lácteos e derivados em Minas Gerais apontou situação de alerta na semana de 13 a 19 de abril, com uma piora em comparação à semana anterior. Do total de estabelecimentos pesquisados, 56% apresentaram algum tipo de comprometimento no funcionamento.
 
O principal fator responsável pelo comprometimento foi o fechamento do comércio varejista, citado por 50% dos pequenos estabelecimentos. No cenário analisado, não há risco de desabastecimento de leite e derivados, porém a pesquisa aponta impacto significativo para pequenos produtores de leite devido à redução da captação pelos estabelecimentos.
 
O superintendente de Inovação e Economia Agropecuária da Seapa, Carlos Eduardo Oliveira Bovo, explica que parte dos pecuaristas tem encontrado problema na hora de comercializar.
 
“Identificamos que pequenos laticínios, com captação abaixo de 10 mil litros dia, estão com dificuldade em vender os produtos industrializados e isso acaba reduzindo a aquisição do leite no campo. Parte desse problema estava sendo resolvido com escoamento para laticínios maiores, mas ainda tem produtores com dificuldade. Os produtos lácteos têm maior valor agregado e, devido à crise, o consumo está menor no mercado final. Vamos acompanhar o setor e tentar achar soluções”, disse.
 
A Seapa, junto com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) e o setor lácteo, está em busca de medidas para reduzir os prejuízos. Dentre as ações estão o direcionamento do leite antes comprado pelos pequenos laticínios para empresas de maior porte e o estímulo ao processamento do leite para produção de queijo, que pode ser vendido no mercado local e regional.
 
Agricultura familiar: Já a comercialização de produtos da agricultura familiar, segundo o relatório da Seapa, apresentou normalidade em 42,9% dos municípios do Estado, em 34% houve comprometimento parcial e em 23,1% o comprometimento foi efetivo.
 
Dentre os fatores que contribuíram para a redução da comercialização estão a queda das vendas para mercados institucionais como Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), tendo comprometimento de 88,4%. Também houve redução da comercialização em bares e restaurantes e em feiras livres, que foram afetados pelas medidas de isolamento para o controle do novo coronavírus.
 
“A Emater tem orientado os produtores a realizarem televendas, vendas e entrega de cestas e a organização de feiras livres, tomando todos os cuidados devidos para evitar a contaminação pelo coronavírus”, disse Bovo.
 
O relatório da Seapa mostrou também que, em mais de 40% dos municípios pesquisados, os produtos com maior dificuldade de comercialização foram as hortaliças, queijos e outros derivados do leite.
 
Em relação aos preços pagos aos agricultores, 65,9% dos municípios mantiveram, em 9,9% houve alta e em 24,4% foram identificadas quedas nos preços. Comparado com o cenário do período anterior, houve um aumento de 2% no percentual de municípios que identificaram recuo nos preços pagos aos agricultores.
 
Alta dos insumos:
Outra situação desfavorável encontrada no campo é o aumento do preço dos insumos. “Foi percebida uma valorização nos preços de fertilizantes e adubos, que tiveram, provavelmente, a cotação elevada devido à desvalorização do real frente ao dólar”, destacou Bovo.
 
Apesar de mais caro, o abastecimento do mercado de insumos continua normal. O estudo da Seapa mostrou que, em 77,6% dos municípios, o status de abastecimento e comercialização de insumos agropecuários apresentou situação de normalidade, 15% dos municípios tiveram impacto parcial e apenas 7,4% deles tiveram comprometimento efetivo. (Diário do Comércio)
                  

Governo libera R$ 500 milhões para compra de produtos da agricultura familiar

Os alimentos serão destinados a entidades e a famílias em vulnerabilidade 

O governo federal vai destinar R$ 500 milhões para a compra de produtos da agricultura familiar, por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). A suplementação orçamentária foi articulada entre os ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o Ministério da Economia e o Ministério da Cidadania, que executa o PAA.

A Medida Provisória 957/2020, assinada pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, foi publicada no Diário Oficial desta segunda-feira (27) e abre crédito extraordinário em favor do Ministério da Cidadania para ações de segurança alimentar e nutricional, no âmbito do enfrentamento ao novo Coronavírus. 

Por meio do PAA, agricultores, cooperativas e associações vendem seus produtos para órgãos públicos e os alimentos são destinados a pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional, à rede socioassistencial, aos equipamentos públicos de segurança alimentar e nutricional e à rede pública e filantrópica de ensino.

Para a ministra Tereza Cristina, a medida é importante para auxiliar as cooperativas de agricultura familiar e os pequenos produtores de leite. “Esses recursos chegarão lá na ponta, esperamos que de maneira muito rápida, para atender esses que passam por problemas muito grandes de sobrevivência”, avalia a ministra.

De acordo com a Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo (SAF), com os recursos, cerca de 85 mil famílias de agricultores familiares deverão ser beneficiadas, além de 12,5 mil entidades e 11 milhões de famílias em vulnerabilidade social, que receberão os alimentos.

“Esses recursos vão potencializar ainda mais o PAA. É um programa importante, porque ele atende a dois públicos: a agricultura familiar e a rede socioassistencial dos municípios, as pessoas que são as mais vulneráveis nas cidades”, destaca o secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo, Fernando Schwanke.

Recursos: Segundo a SAF, do total de recursos, R$ 220 milhões serão destinados para a Conab, que fará a compra de alimentos das cooperativas de agricultores familiares, por meio da modalidade do PAA Compra com Doação Simultânea. Depois disso, o Ministério da Cidadania indica a rede socioassistencial para onde os alimentos serão doados. Na mesma modalidade, estados e municípios terão R$ 150 milhões para termos de adesão para a compra de alimentos de agricultores familiares.

E R$ 130 milhões serão alocados para a modalidade PAA Leite, que possibilita a compra de leite in natura de laticínios e agricultores familiares do semi-árido brasileiro. Após processamento, o leite é distribuído às entidades. (MAPA)

Camponesa lança aplicativo de e-commerce para facilitar a vida dos consumidores

Os consumidores das marcas Embaré e Camponesa agora podem fazer compras dos produtos por meio do novo aplicativo “Sou Camponesa”. 

O lançamento da ferramenta vem, exatamente, no momento em que o brasileiro mais precisa de iniciativas que facilitem sua vida devido ao período de isolamento contra o Covid-19.

“O mercado está em constante evolução e apresentando novas demandas e oportunidades. Estamos sempre escutando as necessidades dos nossos clientes e o momento atual destaca a necessidade de um consumo mais seguro e prático. O investimento em uma plataforma de e-commerce é, portanto, o caminho natural para responder a esses anseios”, explica o diretor de Marketing da Embaré, Martim Ibrahim Bernadara, destacando que a criação de uma plataforma deste tipo, no atual momento de crise, é uma tendência que se destaca no mercado. 

Com uma comunicação customizada e pensada no usuário, o aplicativo é gratuito e pode ser encontrado para download para usuários de android e iOS nas lojas de aplicativos. A novidade tem como objetivos: tornar o dia-a-dia dos usuários mais prático, sem a necessidade de sair de casa; oferecer uma opção de compras on-line sem filas e sem a necessidade de carregar sacolas e caixas de leite; e trazer mais comodidade e segurança, com entrega na porta de casa.

“Além disso, o App Sou Camponesa premia o cliente com pontos para que ele acumule e troque por prêmios, transformando a compra em uma experiência de ganha-ganha, mais rentável para o consumidor”, completa Martim.

Os produtos que podem ser encontrados na loja virtual hoje são: a linha de lácteos da Camponesa – leite UHT tradicional e zero lactose nas versões desnatado, semidesnatado e integral; creme de leite; doce de leite; leite condensado; leite em pó; manteiga; requeijão; bebida láctea Embaré Kids; o queijo fresco (1º queijo de caixinha do Brasil) e linha Camponesa Profissional. Além dos tradicionais caramelos da Embaré, nas opções leite, leite/chocolate, chocolate, chocolate com laranja, toffees e muito mais.

A companhia está com um projeto de distribuição direta para suas áreas de atuação. O piloto acontecerá em Belo Horizonte (MG), onde está alocada uma de suas sedes. A ideia é que essa frente se estenda para outras regiões do Brasil. Enquanto isso, os usuários de outras cidades poderão adquirir os produtos e recebê-los pelos Correios.

Vantagens ao consumidor: O aplicativo vai além de uma simples plataforma de vendas. Ela oferece mais vantagens ao consumidor que adquirir produtos da marca Camponesa ou Embaré diretamente no app, como promoções exclusivas e um sistema de acúmulo de pontos e troca por prêmios, sem qualquer custo adicional.

Como promoção de lançamento do aplicativo Sou Camponesa, a empresa está dando um cupom de R$10 de desconto na primeira compra dentro do app. 

A Embaré afirma, ainda, que novas funcionalidades estão sendo desenvolvidas para a ferramenta, ainda para este ano. O objetivo é aprimorar cada vez mais o aplicativo a partir da experiência do usuário. “Não queremos criar somente uma plataforma de e-commerce. O objetivo é nos aproximar de nossos consumidores, garantindo a eles uma experiência única, inovadora e sempre em evolução. A transformação digital, por si só, de nada serve se não for para servir às pessoas. Temos certeza de que vamos sair dessa muito melhores, com estruturas mais eficientes e com uma consciência bem maior, de que já era hora de mudar”, conclui o diretor de Marketing. (Embaré/Camponesa)
                   

Avisulat é adiado
De acordo com Asgav, Sips e Sindilat foi analisada a atual situação da pandemia, da segurança das pessoas e perspectivas dos desdobramentos e etapas de recuperação pós pandemia. Está em estudo um evento virtual com temas e palestrantes relevantes para o setor para novembro deste ano. “Até a metade de abril tínhamos a esperança de que poderíamos manter o evento, mas o senso de responsabilidade e prudência nos levaram a rever este posicionamento”, disse Eduardo Santos, coordenador do Avisulat. A previsão de público era de 5 mil pessoas e o evento aconteceria ob novo conceito com espaço para mostra de projetos e trabalhos científicos de Universidades e Instituições de Pesquisa; Central de Startups com tecnologias e soluções para o agronegócio; participações de Instituições, Bancos, empresas, investidores. (Agrolink)
 
 

 

Porto Alegre, 05 de maio de 2020                                              Ano 14 - N° 3.215

  STF reconhece Covid como acidente de trabalho

Pouco mais de um mês após ser criada a medida provisória 927/2020, o Supremo Tribunal Federal decidiu, em liminar julgada no dia 29 de abril, que o fato de o trabalhador ser contaminado por Covid-19 é considerado como doença ocupacional, o que, por sua vez, equipara-se a acidente de trabalho.

Na sessão virtual, feita por videoconferência, os ministros do Supremo julgaram em conjunto sete ADis (Ações Diretas de Inconstitucionalidade), apresentadas por partidos políticos e confederações de trabalhadores para discutir dispositivos da MP do governo. A maioria dos ministros votou a favor do relator, Marco Aurélio Mello, e suspendeu os artigos 29 e 31 da medida provisória do governo. O primeiro artigo restringia as possibilidades de considerar a contaminação por Covid-19 como doença ocupacional. Já o artigo 31 tratava da atuação de auditores fiscais do trabalho.

A norma flexibilizou as regras trabalhistas no período de enfrentamento da pandemia e definiu no seu artigo 29 que os casos de contaminação pelo coronavírus “não serão considerados ocupacionais, exceto mediante comprovação do nexo causal [quando precisa comprovar que se pegou o vírus em razão do trabalho]”.

Embora o artigo não tivesse proibido caracterizar a Covid-19 como doença ocupacional, pois é admissível se provado o nexo causal, a redação do texto dificultava a luta pelo direito.

Com a decisão do STF, ficará mais fácil que o empregado contaminado ou familiares de vítimas fatais sejam reparados pela perda.

Não é que a decisão do STF permita reconhecer o direito automaticamente, mas diminui o obstáculo quando classifica a doença como acidente de trabalho sem necessariamente precisar provar o nexo causal, principalmente a depender da categoria profissional.

Por exemplo, empregados da área de saúde terão maior facilidade em serem ressarcidos pelos danos. Segundo o ministro Roberto Barroso, é uma prova diabólica exigir a comprovação do nexo causal de quem se contaminou por coronavírus. “Eu penso que a maior parte das pessoas que desafortunadamente contraíram a doença não são capazes de dizer com precisão onde e em que circunstâncias adquiriram”, votou.

A decisão do STF ajuda, mas não dá para confiar só nela. É preciso que se leve em consideração outros fatores da relação de trabalho, a exemplo do fornecimento de equipamento de proteção individual (máscara, álcool e luva), histórico ocupacional do trabalhador e a identificação dos riscos.

Mesmo durante a pandemia, não se deve relaxar as medidas de segurança no trabalho por ser direito fundamental, sob pena de o empregador arcar pelo adoecimento do empregado. As principais implicações jurídicas são garantidas nas áreas trabalhista (ressarcimento de despesa médica e hospitalar, FGTS, dano moral e pensão civil) e previdenciária (estabilidade de 12 meses e influência positiva no cálculo do benefício). (Agora Folha)
                  

Leilão GDT fecha com baixo volume negociado e preços estáveis
O leilão da plataforma Global Dairy Trade, ocorrido nesta terça-feira (05/05), apresentou queda de 0,8% em seu índice médio de preços em relação ao evento anterior, que fechou em US$2.866/ton, como mostra o Gráfico 1.

Gráfico 1. Preço médio leilão GDT x GDT Price Index.

 
Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade.

Neste evento foram negociadas 16,44 mil toneladas, menor volume vendido no GDT desde maio de 2019. O baixo volume é causado, principalmente, pela redução da participação dos leites em pó no evento, reflexo da redução da oferta nesta época do ano na Nova Zelândia e dos recuos sofridos pelo mercado de lácteos em decorrência da redução da demanda causada pela Covid-19.

Os leites em pó permaneceram estáveis em preço, com oscilação positiva de 0,1% para ambos (integral e desnatado). Por outro lado, os queijos e manteiga fecharam com desvalorização no índice, -5,8% e 6,8%, respectivamente. A Tabela 1 indica os preços médios de fechamento dos principais produtos negociados no último leilão, e suas variações, em comparação ao evento anterior.

Tabela 1. Preço e variação do índice dos produtos negociados no leilão GDT em 05/05/2020.
 

O mercado lácteo internacional segue impactado pela crise do coronavírus, que tem empurrado o preço das commodities para baixo e derrubou também o preço do barril de petróleo nos últimos dias, afetando diretamente a demanda de leite. Como mostra o Gráfico 2, o preço internacional do leite possui boa correlação com o preço de petróleo, países como Argélia, Rússia e Irã, são grandes importadores de leite e possuem sua economia estruturada na exploração petrolífera.

Gráfico 2. Evolução de preços do petróleo e do leite em pó integral (média do leilão GDT).
 
Fonte: elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trad e The World Bank.

Ao analisar os contratos futuros, nota-se que as negociações futuras da NZX apontam preços mais baixos no leite em pó integral em relação ao GDT. Desta forma, a tendência para os próximos meses é de desvalorização nos preços do produto, como ilustra o gráfico 3.

Gráfico 3. Evolução da quantidade negociada no leilão GDT.
 
Fonte: elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade.

EUA: descarte de leite e preços baixos como consequência do coronavírus
Os produtores de leite do interior de Nova York — que enfrentaram a difícil tarefa de descartar leite no início do mês passado, agora encaram um futuro sombrio: meses de preços baixos.

A pandemia levou as autoridades a fecharem escolas, restaurantes e outros negócios não essenciais nas últimas semanas de março. Isso causou uma queda repentina e acentuada na demanda por produtos lácteos e um excesso de oferta imediata.

Os proprietários da fazenda leiteira Dykeman and Sons, em Fultonville, disseram que precisaram descartar mais de duas dúzias de caminhões de leite após a indústria, que compra o produto para fazer queijo, reduzir suas operações.

A Allenwaite Farms, em Schaghticoke, que ordenha cerca de 2.800 vacas, despejou aproximadamente 10 cargas este mês e agora está desenvolvendo planos para reduzir o horário dos colaboradores, segundo o gerente de operações Paul Molesky. Ele disse que foi criado para “comer toda a comida em seu prato” e ver um bom leite transformado em fertilizante é extremamente difícil.

O surto trouxe uma grande reversão para os produtores de leite de Nova York, que sofreram "não um corte profundo, mas um longo arranhão" nos últimos cinco anos, segundo Andrew Novakovic, economista agrícola da Universidade de Cornell. Os preços do leite estão em queda desde 2015, mas os produtores viram a economia acelerar recentemente e esperavam obter ganhos.

“O setor de serviços de alimentação consome cerca de 50% do leite produzido em Nova York e a demanda caiu da noite para o dia”, disse Novakovic. As cadeias de suprimentos não foram capazes de se concentrar imediatamente na entrega de bens de consumo vendidos em supermercados.

Mas, como as vacas não podem ser simplesmente “desligadas”, o excesso de leite se acumula rapidamente. O resultado foi paradoxal e perturbador para a cadeia láctea: consumidores sem aceso ao produto e produtores foram forçados a descarta-lo.
Ed Townley, diretor executivo da cooperativa de laticínios Agri-Mark, escreveu em uma carta aberta na semana passada que a indústria nacional de laticínios estava produzindo 15% mais leite do que o necessário. Os produtores de sua cooperativa, que opera fábricas em Vermont e no norte de Nova York produtoras de queijos Cabot e McCadam, estavam produzindo 5% a mais de leite. Isso se traduz em uma perda mensal de US $ 2 milhões.

Em janeiro, o Departamento de Agricultura dos EUA calculou que o preço no mercado de Nova York para o leite Classe III, usado para fazer queijos duros, seria de US$ 16,25 por cada cem libras (US$ 36/100 kg). Os contratos futuros para essa série estão sendo negociados a pouco mais de US$ 13 em abril e menos de US$ 12 em maio.

O USDA previa que o preço do leite para 2020 seria de US$ 142,7 por 100 quilos. Em 9 de abril, revisou essa previsão para US$ 31,8 por 100 quilos. Os produtores de Nova York dizem que custa entre US$ 33,3 e US$ 44,4 para produzir 100 quilos de leite, dependendo do tamanho de sua operação.

“O cheque que recebemos em maio vai ser horrível. E é aí que colocamos muitas de nossas colheitas no solo”, disse Roy Dykeman, sócio da Dykeman and Sons. A fazenda está lentamente diminuindo sua produção e reconsiderando o que plantará, disse ele.

Vários membros do Congresso que representam áreas do interior pediram ao USDA que comprasse leite para distribuição nos bancos de alimentos. O senador Kirsten Gillibrand (D., Nova York) apresentou um projeto de lei que daria aos agricultores empréstimos com juros baixos.

O governador Andrew Cuomo anunciou na segunda-feira que o estado compraria o excesso de leite, iogurte e cream cheese e doaria para bancos do estado. "Temos que fazer esse casamento entre o produto no norte do estado e a demanda no sul", disse ele.

O leite é o principal bem agrícola de Nova York e os produtos lácteos geraram US$ 2,5 bilhões para os produtores em 2018, de acordo com o mais recente relatório estatístico do Departamento de Agricultura do Estado de Nova York. O relatório disse que o número de fazendas leiteiras tem diminuído constantemente: havia 4.194 fazendas em 2018, ante 5.622 em 2008.

O presidente do Farm Bureau, David Fisher, disse em uma entrevista que espera que mais fazendas fechem. Sua fazenda, Mapleview Dairy, no condado de St. Lawrence, ordenha 3.000 vacas. "A demanda do mercado está baixa, os preços estão caindo, os custos com insumos e mão de obra estão altos — se é que você pode encontrar mão de obra", disse Fisher. "Será um ano difícil para a economia agrícola."

O CEO da Cooperativa do Norte do Niagara, Larry Webster, cujo grupo inclui 320 produtores, disse que foi capaz de minimizar o descarte de leite, mas está pedindo a seus membros que tentem reduzir a produção.

As fábricas de leite fluido da cooperativa estão sendo reconfiguradas para fornecer aos consumidores, mas ele não vê preços mais altos no horizonte. "Detesto dizer, mas será catastrófico", disse Webster. "Vai ser enorme." (As informações são do The Wall Street Journal, traduzidas pela Equipe MilkPoint)
                   

Portaria da SES regulamenta prevenção e controle da Covid-19 nas indústrias gaúchas
As ações contidas no documento foram debatidas com parlamentares, Ministério Público do Trabalho e representantes do setor de carnes e derivados, um dos mais atingidos por surtos da doença. O objetivo, de acordo com a secretária da Saúde, Arita Bergmann, é conter possíveis transmissões em espaços industriais em tempo oportuno e evitar que o coronavírus se espalhe nesses ambientes, onde geralmente muitas pessoas trabalham em locais fechados. Indústrias de qualquer área ou porte deverão se adequar às normas. Cada empresa deve criar seu próprio Plano de Contingência para prevenção, monitoramento e controle do coronavírus, que, de acordo com o texto, “contemple no mínimo adequação estrutural, fluxo e processo de trabalho, identificação de forma sistemática o monitoramento de saúde dos trabalhadores, podendo ser solicitado a qualquer tempo pelos órgãos de fiscalização”. Para acessar a portaria na íntegra clique aqui. (Saúde RS)
 
 

 

 

Porto Alegre, 04 de maio de 2020                                              Ano 14 - N° 3.214

  Dilema na produção do leite

A formação de estoques maiores nas indústrias e o alto custo de produção são alguns dos efeitos da pandemia do coronavírus no mercado lácteo. As compras que o atacado faz da indústria caíram 30% em relação ao movimento tido como normal para esta época. O secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Rio Grande do Sul (Sindilat), Darlan Palharini, afirma que o setor passou por algumas mudanças profundas na última semana de abril, principalmente com a queda acentuada do preço ao atacado do leite UHT (de caixinha). 

“Os queijos tiveram vendas, mas com preço muito abaixo dos custos de produção. Os estoques estão altos e a empresa tem um prazo para comercializar isso”, observa. O setor lácteo trabalha com margens curtas e depende desse mix de comercialização. Porém, o leite UHT está sendo vendido com viés de queda de preço e de consumo. O leite em pó segue esta tendência e seus estoques também estão aumentando. Segundo Palharini, esse cenário forma uma situação inversa ao valor de referência do leite projetado para abril, apresentado pelo Conseleite, de R$ 1,3541 o litro, alta de 9,79% em relação ao consolidado de março, de R$ 1,2333 pelo litro. “Foi apresentado um indicador de alta e o mercado, na prática, vai trabalhar com queda”, constata.

O dirigente explica que o produtor vai receber o mês de abril entre 10 e 15 de maio. Há empresas que vão manter no máximo o preço pago no mês anterior, mas muitas vão pagar abaixo disso, visto que hoje o leite spot, comercializado entre elas, está em torno de R$ 1,05, quase abaixo do custo de produção, o que é preocupante. 

“O mercado está paralisado. Tomara que não se jogue leite fora, como nos Estados Unidos”, comenta Palharini, que aconselha o produtor a cuidar da produtividade. “Se tiver animal com produtividade baixa, terá de ser descartado, caso contrário acaba comprometendo a rentabilidade da propriedade rural”, raciocina. As indústrias, por sua vez, precisam avaliar a formação de estoques e calcular se vale a pena manter ou vender o leite spot, que pode ser transformado em pó e ficar estocado por um ano, prazo maior que o dos demais produtos, que duram de três a quatro meses. (Correio do Povo)
                  

Embrapa e Abraleite avaliam consumo de leite e derivados durante a pandemia
Como anda o consumo de leite e derivados no Brasil durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19)? Isso é o que a Embrapa Gado de Leite e a Abraleite (Associação Brasileira dos Produtores de Leite) querem saber para que possam reforçar as ações de apoio à cadeia produtiva leiteira e garantir o abastecimento do mercado. Para tanto, lançaram uma pesquisa para avaliar o comportamento dos consumidores neste período de isolamento social.

Clique aqui para participar da pesquisa

O levantamento, que também tem a participação do Centro de Inteligência do Leite da Embrapa Gado de Leite, envolve o consumo de leite pasteurizado, leite UHT, leite fermentado, queijos, petit suisse e bebidas vegetais (produtos que não substituem o leite e seus derivados e que são feitos com vegetais como soja, amêndoa, castanha etc).

A pesquisa da Embrapa e da Abraleite busca detectar se as restrições impostas pela pandemia afetaram o acesso dos consumidores ao leite e derivados, se ocorreram mudanças nos hábitos de consumos desses produtos e quais são os lácteos prioritários na hora da compra.

Os questionários devem ser enviados até as 24h deste domingo 3. No dia 5, a Embrapa e a Abraleite vão conceder entrevista coletiva para apresentar os resultados da pesquisa. (Agro em Dia)

Venda e aplicação de vacinas contra aftosa está proibida a partir de 1º de maio no RS
O Diário Oficial do Estado na quinta-feira (30) publicou a Instrução Normativa (IN) 006/2020 da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), que proíbe a aplicação, a manutenção e a comercialização de vacinas contra a febre aftosa no Rio Grande do Sul a partir de 1º de maio. Assinada pelo secretário Covatti Filho, a medida determina que os estabelecimentos comerciais que ainda tiverem estoque de vacina deverão comunicar o Serviço Veterinário Oficial (SVO), para a contabilização das doses, que deverão ficar lacradas e guardadas no próprio estabelecimento.

As doses não vendidas poderão ser enviadas para outros Estados onde é permitida a vacinação ou inutilizadas, mediante prévia autorização da Unidade Veterinária Local e acompanhamento oficial. Os animais vacinados contra febre aftosa no Estado após 1º de maio de 2020 serão apreendidos e encaminhados aos estabelecimentos de abate, com inspeção oficial.

Conforme a IN 006, fica proibido o ingresso de bovinos e bubalinos vacinados contra febre aftosa no território do Estado do Rio Grande do Sul, com exceção de animais oriundos de zonas livres de febre aftosa com vacinação trazidos ao Estado através de
Postos de Fiscalização de Divisa (PFD) diretamente para abate, desde que transportados em veículos lacrados pelo SVO ou por médico veterinário habilitado para a emissão de Guia de Trânsito Animal (GTA), encaminhados diretamente a estabelecimento de abate com inspeção oficial, destinados à exportação e encaminhados diretamente para Estabelecimento de Pré-Embarque (EPE) autorizado pelo SVO e para o local de partida.

Os animais não exportados, por não atendimento aos requisitos do país importador ou qualquer outro motivo, deverão ser encaminhados para abate. Os proprietários dos animais apreendidos não terão direito à indenização e estarão sujeitos às demais sanções previstas em lei.

Os produtos originados do abate dos animais apreendidos poderão custear as despesas de transporte e beneficiamento e/ou poderão ser doados a instituições beneficentes. O ingresso de animais não vacinados contra a febre aftosa, através dos PFD, será permitido desde que cumpridos os requisitos estabelecidos na legislação sanitária.

De forma excepcional, fica autorizada a realização de testes oficiais de qualidade e potência para a vacina contra febre aftosa no 

Posto Agropecuário de Sarandi. Os bovinos que ingressarem para testes oficiais por esse local deverão receber identificadores individuais eletrônicos (“brinco defesa”), compatíveis com a numeração estabelecida pelo Serviço Brasileiro de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (Sisbov) e gerenciados através do Sistema de Defesa Agropecuária da Seapdr. Após os testes oficiais, os animais deverão ser encaminhados para abate, em estabelecimentos sob inspeção oficial, sendo vedada a comercialização para qualquer outra finalidade. O PAP Sarandi manterá registros auditáveis das entradas, das ocorrências sanitárias e das saídas dos bovinos.

Evolução do status sanitário: A campanha antecipada de vacinação contra a aftosa no Rio Grande do Sul faz faz parte da estratégia do Estado para ser declarado como livre de aftosa sem vacinação. Com o fim da vacinação, agora o Rio Grande do Sul deverá encaminhar pedido para mudança de status sanitário a fim de obter, num segundo momento, o reconhecimento internacional dessa condição pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Até o momento, no Brasil, apenas os estados de Santa Catarina e Paraná conquistaram o status sanitário de zona livre de aftosa sem vacinação. (Seapdr)
                   

Vendas de queijos e derivados do leite registram queda
O secretário-executivo do Sindilat-RS, Darlan Palharini, fez um panorama da produção e das vendas da indústria de laticínios. Ouça a entrevista na íntegra clicando aqui. (Agert)
 
 

 

Governo fornecerá dados para guiar estratégia de desenvolvimento do setor da proteína animal | EUA: campanhas em comemoração ao Mês Nacional dos Lácteos | Remarcado Webinar sobre registro de alimentos

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Porto Alegre, 30 de abril de 2020                                              Ano 14 - N° 3.213

  Conseleite/SC

A diretoria do Conseleite Santa Catarina reunida no dia 30 de Abril de 2020 atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I, aprova e divulga os valores de referência da matéria-prima leite, realizados no mês de Março de 2020 e a projeção dos valores de referência para o mês de Abril de 2020. Os valores divulgados compreendem os preços de referência para o leite padrão, bem como o maior e menor valor de referência, de acordo com os parâmetros de ágio e deságio em relação ao Leite Padrão, calculados segundo metodologia definida pelo Conseleite-Santa Catarina.
 
VALORES DE REFERÊNCIA1 DA MATÉRIA-PRIMA (LEITE)

 
 1 - Valor, em R$/litro, para o leite posto propriedade com Funrural incluso.
 
Períodos de apuração
Mês de Fevereiro/2020: De 03/02/2020 a 01/03/2020
Mês de Março/2020: De 02/03/2020 a 05/04/2020
Decêndio de Abril/2020: De 06/04/2020 a 26/04/2020
 
O leite padrão é aquele que contém entre 3,50 e 3,59% de gordura, entre 3,11 e 3,15% de proteína, entre 450 e 499 mil células somáticas/ml e 251 a 300 mil ufc/ml de contagem bacteriana e volume individual entregue de até 50 litros/dia. O Conseleite Santa Catarina não precifica leites com qualidades inferiores ao leite abaixo do padrão. (Conseleite/SC)
                  Conseleite/MG: leite entregue em abril a ser pago em maio tem alta de 5,62%, mas entidade alerta
A diretoria do Conseleite Minas Gerais reunida no dia 27 de abril de 2020 na cidade de Belo Horizonte, atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I e de acordo com metodologia definida pelo Conseleite Minas Gerais que considera os preços médios e o mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes, aprova e divulga:

a) os valores de referência finais do leite padrão, maior e menor valor de referência para o produto entregue em Fevereiro/2020 a ser pago em Março/2020;
b) os valores de referência finais do leite padrão, maior e menor valor de referência para o produto entregue em Março/2020 a ser pago em Abril/2020;
c) os valores de referência projetados do leite padrão, maior e menor valor de referência para o produto entregue em Abril /2020 a ser pago em Maio/2020.
 
Períodos de apuração:
• Mês de Fevereiro/2020: De 31/01 a 27/02/2020
• Mês de Março /2020: De 28/02 a 02/04/2020
• Decêndio de Abril/2020: De 03/04 a 23/04/2020
 
Os valores de referência indicados nesta resolução para a matéria-prima leite denominada “Leite Padrão”, se refere ao leite analisado que contém 3,30% de gordura, 3,10% de proteína, 400 mil células somáticas/ml, 100 mil ufc/ml de contagem bacteriana e produção individual diária de até 160 litros/dia. Os valores são posto propriedade incluindo 1,5% de Funrural.
 
Nota técnica: 
Desde a sua constituição o Conseleite-MG divulga o valor de referência projetado para o leite que está sendo entregue no mês corrente. Isto atende a uma antiga reivindicação dos produtores rurais para que as indústrias lhes dessem uma sinalização de preços futuros para que eles pudessem melhor administrar seus processos produtivos. Fato muito importante na busca de uma relação harmônica entre produtores de leite e indústrias de laticínios e indispensável para a realização de investimentos duradouros no setor lácteo a fim de garantir seu crescimento sustentável.
 
No Conseleite-MG, o valor de referência projetado é calculado com base na efetiva comercialização dos derivados durante as duas primeiras semanas do mês em curso. Isto sempre implica que o valor de referência final do mês será maior que o valor de referência projetado quando o mercado de derivados está em alta e, o inverso quando o mercado está em baixa.
 
Em abril de 2020 foi registrado um incremento do valor de referência a ser pago ao produtor pelo litro de leite, devido ao aumento da demanda pelos produtos estocáveis, em consequência das medidas de isolamento social que levaram os consumidores a adquirir e conservar alimentos em casa, temendo pelo desabastecimento.
 
Entretanto, o Conseleite-MG alerta para as rápidas e inesperadas mudanças nos mercados dos derivados lácteos nesses tempos de pandemia da Covid-19, podendo ser observadas alterações no curto prazo, já em maio de 2020. Isso porque apesar da alta nos preços dos derivados observada no final de março e início de abril, o mesmo se reverteu nas últimas semanas com indicação de baixa para diversos produtos importantes como o leite UHT, queijos, leite SPOT, entre outros.
 
Neste momento, o subsetor mais prejudicado tem sido o de queijos, especialmente o muçarela em peças que normalmente são direcionadas para restaurantes, pizzarias, lanchonetes, entre outros, e que estão quase totalmente paralisados.
 
As incertezas sobre os rumos futuros desses mercados são muito grandes e os principais derivados lácteos produzidos e comercializados pelas empresas participantes tem apresentado comportamentos diversos, levando a diferentes capacidades de pagamento para com a matéria-prima leite aos produtores rurais. Acrescenta-se que o objetivo do Conseleite-MG é definir um valor de referência para o produto e não um tabelamento de preço. (Conseleite/MG)
 
 
 
Exportações/UR
Nos primeiros meses do ano o setor lácteo exportou US$ 138 milhões, o que implicou um leve crescimento em relação ao mesmo período de 2019. O destaque foi para a liderança da Argélia e o crescimento da China e Egito.
Cibils Soto Consultores (CSC) publicou que “73% dos valores exportados correspondeu ao leite em pó (tanto integral como desnatado). Os queijos representaram 20% e quase 3% foi de manteiga. Os 5% restantes foram de outros produtos”.
 
Os destinos apresentaram mudanças substanciais: “No primeiro trimestre houve maior diversificação de mercados chegando a 49 países, contra 45 em igual período de 2019”, destaca a consultoria, acrescentando que a Argélia foi confirmada como “o principal mercado com 40% das exportações setoriais”. Em 2019 o mercado argelino representava 25%.
 
Importações da China cresceram 462%: Enquanto isso, a China se consolida no mercado internacional. “As vendas para aquele mercado passaram de US$ 1,4 milhões para US$ 13,8 milhões”, o que representa “crescimento de 462%, sempre comparando com o primeiro trimestre de 2019 com o de 2020”, destaca a CSC. Esse incremento “é registrado ainda em um cenário de crise pelo coronavírus que atravessa o nosso principal parceiro comercial”.
 
Egito cresceu de zero para US$ 4,5 milhões: O mercado do Egito já é o sétimo mercado do setor. “O Mercosul e o Egito têm um tratado de livre comércio vigente, e “foram US$ 4,5 milhões em vendas” este ano, contra zero no mesmo período de 2019.
 
Conaprole, o principal exportador: De acordo com a CSC “o principal exportador continua sendo a Conaprole com 71% de participação, seguida pela Estancias del Lago (9%), Bonprole (7%), e a lista é completada com participações menores de outros pequenos exportadores. (Terra Viva)
                   
Vacinação contra febre aftosa está suspensa no Rio Grande do Sul e no Bloco I do Plano Estratégico do PNEFA
A expectativa é o reconhecimento desses estados como zonas livres de febre aftosa sem vacinação em maio de 2021. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou nesta quinta-feira (30), no Diário Oficial da União, a Instrução Normativa nº 36, que proíbe a manutenção, comercialização e o uso de vacinas contra a febre aftosa no Rio Grande do Sul e no Bloco I do Plano Estratégico 2017-2026 do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (PE PNEFA), composto pelos estados do Acre e de Rondônia e por alguns municípios e parte de municípios do Amazonas e de Mato Grosso. Como medida adicional, a Secretaria de Defesa Agropecuária publicou a Instrução Normativa nº 23, com normas complementares para restrição e controle do ingresso de animais vacinados contra a febre aftosa nos estados e regiões informadas. Essa nova área junta-se ao estado do Paraná no projeto de ampliação de zonas livres de febre aftosa sem vacinação no país, após atendidas as premissas e ações do PE-PNEFA. A decisão conta com apoio e participação dos setores público e privado nos estados envolvidos. A expectativa é o reconhecimento pela Organização Mundial para Saúde Animal (OIE) desses estados como zonas livres de febre aftosa sem vacinação em maio de 2021. “Para isso, uma das condições exigidas pela OIE é a suspensão da vacinação contra a febre aftosa e a proibição de ingresso de animais vacinados nos estados e regiões propostas por, pelo menos, 12 meses”, explica o diretor do Departamento de Saúde Animal, Geraldo Moraes. Além de Acre e Rondônia, o Bloco I do PE PNEFA inclui os municípios de: Apuí, Boca do Acre, Canutama, Eirunepé, Envira, Guajará, Humaitá, Itamarati, Ipixuna, Lábrea, Manicoré, Novo Aripuanã, Pauini e parte do município de Tapauá, no Amazonas; e o município de Rondolândia e partes dos municípios de Aripuanã, Colniza, Comodoro e Juína, em Mato Grosso.  (MAPA)
 
 

 

 

Porto Alegre, 29 de abril de 2020                                              Ano 14 - N° 3.212

  Produtores dos Estados Unidos descartam leite e ovos em meio à pandemia

Com o fechamento de parte da indústria norte-americana por conta das medidas de isolamento, agricultores e pecuaristas não têm como escoar a produção

Problemas na indústria de alimentos dos Estados Unidos, por conta das medidas de isolamento social adotadas ante a pandemia do novo coronavírus, estão forçando produtores norte-americanos a descartarem leite, ovos e outras culturas. O prejuízo é ainda maior para quem fornece frutas e legumes, que não podem ser armazenados por muito tempo. Além da baixa demanda, os prazos de entrega foram estendidos.

O presidente Donald Trump anunciou na sexta-feira, 24, medidas de auxílio ao setor produto, destinando US$ 19 bilhões. O pacote de assistência incluirá US$ 16 bilhões para pagamento diretos a agricultores e pecuaristas e US$ 3 bilhões para compras em massa de lácteos, carnes e produtos que serão distribuídos pelos bancos de alimentos do país.

De acordo com o consultor Jonas Pizatto, da INTL FCStone, este é o pior momento da demanda interna dos Estados Unidos em meio à pandemia, mas a tendência é que isso se normalize ao longo do ano. “O Trump está querendo reabrir algumas indústrias e algumas cidades com menos casos também estão retomando”, diz.

O especialista destaca que as commodities agrícolas em dólar estão nas mínimas históricas. Porém, o produtor brasileiro vive uma situação diferenciada. “Como a gente tem um mercado de grãos ganhando cada vez mais espaço nas exportações, a alta do dólar favorece os embarques e isso tem elevado o preço para o produtor”, diz. “As com commodities mais baratas, países estão aproveitando para comprar. Nunca estivemos tão comercializados como agora”, diz. (Canal Rural)
                  

Produção/UR

A captação de leite pela indústria no primeiro trimestre do ano foi 2,7% maior em relação ao mesmo período do ano passado. 

Foram coletados 415,27 milhões de litros no acumuado de janeiro a março, diante dos 404,24 milhões de litros de um ano atrás, de acordo com os dados preliminares publicados pelo Instituto Nacional do Leite (Inale).

Em março a produção ficou praticamente inalterada na comparação interanual, somando 133,12 milhões de litros.

Nos últimos doze meses (abril 2019-março 2020) a captação totalizou 1.981 milhões de litros, 2,6% menos que os 2.033,7 milhões registrados em igual período anterior. (Blasina y Asociados - Tradução livre: Terra Viva)

52% das famílias atrasarão contas nos próximos meses 

Pesquisa da Boa Vista SCPC mostra que 56% só têm fôlego financeiro até junho

Com a deterioração das finanças das famílias causada pela pandemia de covid-19, pouco mais da metade - 52% - dos consumidores prevê que não conseguirá pagar as contas ou poderá arcar com apenas parte delas nos próximos meses, segundo pesquisa feita pela Boa Vista SCPC entre 7 e 13 de abril.

De acordo com o levantamento, a maioria - 56% - só tem fôlego financeiro para até dois meses. Outros 24% dos entrevistados têm capacidade para segurar as contas por mais de três meses. E 20% não sabem dizer até quando conseguem pagar os boletos.
A pesquisa ouviu 600 pessoas de todas as regiões do país e apontou que 80% já fizeram uma revisão no orçamento doméstico a fim de reduzir despesas.

O fato de mais de 40% dos trabalhadores estarem no mercado informal pode explicar o alto percentual de pessoas que preveem um orçamento mais apertado nos próximos meses. “Eles são deixaram de ter renda suficiente para os gastos do dia a dia”, diz
Flavio Calife, economista da Boa Vista. Isso apesar do auxílio emergencial concedido pelo governo, de R$ 600 a R$ 1.200, dependendo do caso.

Desde que obrigou os governos a adotar medidas de isolamento social, a pandemia tem provocado desemprego e queda de renda, aumentando a dificuldade das famílias para manter as contas em dia. Não por acaso, o pessimismo do consumidor medida por diferentes instituições tem registrado níveis históricos. O índice calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) caiu 22 pontos em abril, para 58,2, menor nível desde 2005.

O principal compromisso financeiro dos consumidores são as compras parceladas, como cartão de crédito, carnê de loja e cheques pré-datados. Segundo a pesquisa, 49% têm esse tipo de dívida. Em seguida, com 27%, estão financiamentos, como crédito para veículo, imóvel, crédito pessoal ou consignado.

Num futuro próximo, 59% dos entrevistados acreditam que vão precisar de novos empréstimos para pagar as contas. Entre aqueles que não conseguirão manter as os pagamentos em dia, 83% vão precisar de crédito. E, se o atual cenário se prolongar, 34% dos que esperam manter as contas em dia precisarão recorrer a empréstimos, diz a pesquisa.

A principal modalidade citada pelos que preveem a necessidade de tomar crédito foi o empréstimo pessoal em bancos (21%), seguida do cartão de crédito (14%) e do empréstimo consignado (12%). Empréstimo cedidos por familiares e amigos foi mencionado por 16%.

A situação pode agravar o endividamento e o comprometimento de renda das famílias, que já vinha crescendo mesmo antes da pandemia.

De acordo com dados do Banco Central, o endividamento aumentou para o equivalente 45,5% da renda em fevereiro, dado mais recente disponível, ante 43,1% no mesmo período do ano passado. E cerca de 20% da renda era comprometida com o pagamento de dívidas, 0,6 ponto acima do índice de fevereiro de 2019.

Mas, ao menos em março, o efeito da pandemia foi de retração nas concessões de crédito para as famílias. Elas caíram 11,4% na comparação com fevereiro, considerando o dado com ajuste sazonal, de acordo com o BC. A autoridade monetária informou que houve redução nas concessões de crédito para compra de carro e menor uso do cartão de crédito à vista porque as pessoas podem estar adiando a compra de bens por causa da incerteza causada pela pandemia. (Valor Economico)

                   

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