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08/12/2025

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 08 de dezembro de 2025                                                 Ano 19 - N° 4.530


7 chaves para o forte crescimento da produção global de leite em 2025

A Europa, o Reino Unido e os EUA estão liderando uma recuperação da produção que está gerando excesso de oferta e pressão de baixa sobre os preços.O ano de 2025 marcou uma mudança inesperada no mercado global de laticínios: a produção de leite de vaca cresceu a um ritmo mais acelerado do que a capacidade de absorver a demanda internacional. Com aumentos simultâneos na Europa, no Reino Unido e nos Estados Unidos, o excesso de oferta surge como um dos desafios mais significativos para 2026.
No Reino Unido, a produção atingiu níveis extraordinários, com um aumento anual de 6%. Esse crescimento se explica pelas margens de lucro excepcionais, com preços do leite acima da média e ração mais barata do que nos anos anteriores. Esse contexto incentivou os produtores a expandirem suas fazendas, aumentarem o número de vacas e prolongarem os períodos de lactação.Segundo estimativas da StoneX, essa dinâmica faz parte de um fenômeno global que combina condições de produção favoráveis com demanda estagnada, o que exerce pressão para baixo sobre os preços no curto e médio prazo.Europa: recuperação após a doença da língua azul
A União Europeia, que responde por quase metade da produção mundial entre os principais exportadores, está a registar uma forte recuperação após a queda provocada pela epidemia do vírus da língua azul em 2024. A recuperação das taxas de natalidade e a melhoria das margens explicam o crescimento observado em 2025.O Eurostat reporta um aumento homólogo de 6% em setembro, com a Alemanha a contribuir com mais 120 milhões de litros (+4,9%), a França com 104 milhões (+5,9%), os Países Baixos com 71 milhões (+6,9%) e a Polónia com 47 milhões, impulsionados por boas margens.

Ainda assim, a sustentabilidade do crescimento é incerta com a chegada do inverno e considerando os sinais de enfraquecimento das margens na UE.
Estados Unidos: Mais plantas, mais vacas
Os Estados Unidos, responsáveis por um terço da produção dos principais exportadores, também estão apresentando forte crescimento. Após um ano de 2024 favorável, um investimento de US$ 9 bilhões em 15 novas fábricas de queijo e soro de leite aumentou a capacidade de produção em 410 mil toneladas anualmente. Isso impulsionou o aumento do rebanho: 200 mil vacas adicionais em 18 meses, o maior aumento em 25 anos.

Segundo Eucolait, a produção aumentou 3,2% em agosto. Embora o país tenha superado parcialmente problemas de saúde como a gripe aviária, a pressão sobre os preços internos está aumentando à medida que a oferta continua a expandir-se.

Excesso de oferta global e preços baixos
Os principais blocos produtores compartilham o mesmo cenário: a oferta global supera a demanda. Os estoques estão crescendo enquanto a demanda interna e de exportação permanece estagnada, gerando preços baixos que podem persistir até 2026. Mesmo com a estabilização da produção, os altos níveis de estoque irão atrasar a recuperação do mercado.

Possíveis estímulos via preços
A queda prolongada nos preços pode impulsionar a demanda no varejo, especialmente por manteiga. Consumidores e fabricantes que substituíram gorduras lácteas por óleos vegetais podem voltar a preferir produtos lácteos devido aos custos mais baixos.

Novos riscos para a saúde e o clima
A situação sanitária permanece frágil: a dermatite nodular contagiosa, a febre aftosa e o risco de entrada da mosca-varejeira na Europa podem perturbar o abastecimento regional. A isto se soma a variabilidade climática, que afeta tanto os custos da alimentação animal como a saúde do rebanho.

Perspectivas para 2026
Prevê-se que as pressões sobre os preços persistam até 2026, com um mercado em processo de ajustamento estrutural e com margens reduzidas. O sucesso da produção torna-se paradoxal: o leite flui mais do que nunca, mas os lucros são cada vez mais escassos.

Fonte:  Fedeleche


Secretaria da Agricultura e Pecuária discute estratégias para fortalecer o setor leiteiro e ampliar a competitividade

Para avaliar o atual panorama socioeconômico e os desafios do setor leiteiro, a Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (Sape) promoveu, na quinta-feira, 4, uma reunião com lideranças do segmento, parlamentares e empresas vinculadas: Epagri e Cidasc. O encontro teve como foco a busca por soluções para aumentar a competitividade da cadeia produtiva e apresentar os programas do Governo do Estado, que neste ano somam mais de R$ 216,3 milhões em apoio direto aos produtores de leite.

Santa Catarina é o 4º maior produtor de leite do país, são mais de 24,5 mil produtores. Em 2024, o estado alcançou 3,3 bilhões de litros produzidos, o equivalente a 9% da produção nacional. Durante a reunião, foram debatidos temas como custo de produção, rentabilidade, produtividade, impactos das importações no preço pago ao produtor e estratégias para ampliar o consumo de leite.

O secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, Carlos Chiodini, destacou que os esforços estão concentrados em agregar valor à cadeia produtiva. “Estamos em um trabalho intenso com o setor produtivo e lideranças na busca de soluções para conquistarmos um melhor momento para esse mercado. O Governo do Estado está fazendo a sua parte com políticas públicas e ouvindo a cadeia leiteira. Elencamos diversas sugestões, que serão sistematizadas e avaliadas quanto à sua viabilidade”, afirmou. O Grupo de Trabalho formado seguirá dialogando para alinhar ações. Nesta semana, o secretário também participou de uma reunião sobre o tema no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em Brasília.

Dados do IBGE apontam que, no primeiro semestre de 2025, a captação de leite no Brasil atingiu 13 bilhões de litros — o maior volume da última década e 7% superior ao mesmo período de 2024. As economistas do CEPA/Epagri também ressaltaram dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF/IBGE), que mostra consumo médio de apenas 5 litros de leite por família (entre leite fluido e derivados).

Apoio à cadeia leiteira catarinense
Com o objetivo de assegurar a competitividade do setor leiteiro em Santa Catarina, os produtores de leite contam com programas do Governo do Estado, que nesse ano já somam mais de R$ 216,3 milhões para esse setor, com mais de 49 mil produtores beneficiados.

O Programa Leite Bom SC compreende os programas Pronampe Leite SC e Financia Leite SC via Fundo Estadual de Desenvolvimento Rural (FDR), para esses programas estão previstos R$ 150 milhões, para os anos de 2024, 2025 e 2026, para subsidiar juros de empréstimos bancários e conceder financiamentos sem juros.

O Leite Bom também contempla outros R$ 150 milhões, que devem ser revertidos em incentivos tributários à indústria leiteira catarinense de maneira escalonada: R$ 75 milhões no primeiro ano, R$ 50 milhões no segundo e outros R$ 25 milhões no terceiro ano. Nesse sentido, também estão em execução medidas como a suspensão de benefícios para a importação de leite e derivados.

A suspensão dos incentivos voltados à importação de leite e derivados teve reflexos positivos para a indústria catarinense. Indicadores monitorados pela Secretaria de Estado da Fazenda (SEF/SC) mostram que o volume de importações de leite e derivados caiu quase 75% no primeiro semestre deste ano comparado ao mesmo período do ano passado: baixou de R$ 512,5 milhões para R$ 135,2 milhões.

A cadeia leiteira também conta com o Programa Terra Boa, para melhoria das pastagens e aumentar a produtividade. Além disso, o leite produzido em Santa Catarina também segue rigorosos controles de qualidade, inspeção e rastreabilidade. (Agricultura SC)

A pedido de entidades, governo do Estado protocola projeto relativo a fundos para fortalecer defesa sanitária animal

Texto foi encaminhado pelo Executivo sob regime de urgência, nesta quinta-feira (4/12), à Assembleia Legislativa

O governo do Estado protocolou na Assembleia Legislativa, no fim da tarde desta quinta-feira (4/12), um projeto de lei que propõe ajustes nas taxas vinculadas ao Fundo Estadual de Sanidade Animal (Fesa) e ao Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa).

A finalidade é fortalecer os fundos de saúde animal e garantir a estabilidade econômica de cadeias produtivas. O projeto encaminhado para apreciação do Parlamento, em regime de urgência, é resultante de pedido do Fundesa e de entidades do setor, que procuraram o Poder Legislativo, a Casa Civil e a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).

Cadeias produtivas

O texto propõe atualizar as taxas vinculadas a ambos os fundos, para manter a viabilidade das cadeias de pecuária de corte, leite, ovinos, suínos e aves. Os recursos arrecadados têm destinação compulsória para indenizações e gestão de riscos em casos de eventos sanitários que exijam sacrifício de animais, restrições de trânsito ou gerem impacto econômico. A iniciativa cobre focos de doenças contempladas por programas sanitários oficiais, como febre aftosa, pestes suínas clássica e africana, doença de Aujezsky, tuberculose bovina, brucelose, influenza aviária e doença de Newcastle.

As alterações reforçam os reconhecimentos sanitários internacionais obtidos pelo Rio Grande do Sul, como as certificações de zona livre de diversas enfermidades, essenciais para acessar mercados de alto valor. Todo o processo de revisão contou com a concordância e participação ativa de entidades.

Mobilização de organizações

Fazem parte da mobilização a Associação de Cooperativas do RS (Acsurs), a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), a Federação da Agricultura do Estado do RS (Farsul), a Federação das Cooperativas de Produção Agropecuária do RS (Fecoagro), a Federação dos Trabalhadores na Agricultura no RS (Fetag), a Federação Brasileira da Indústria de Carnes (Febrac).

Também integram o Sindicato da Indústria de Produtos Cárneos e de Carnes no RS (Sicadergs), representando frigoríficos e indústrias de produtos cárneos; o Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado do RS (Sindilat); o Sindicato da Indústria de Produtos Suínos do RS (Sips); o Sindicato da Indústria de Produtos Avícolas no Estado do RS (Sipargs).

Projeto de Lei 515/2025

https://www.estado.rs.gov.br/a-pedido-de-entidades-governo-do-estado-protocola-projeto-relativo-a-fundos-para-fortalecer-defesa-sanitaria-animal 

Texto: Ascom Casa Civil


Jogo Rápido
Secretário Executivo do Sindilat detalha crise no setor leiteiro e aponta incertezas para 2026. Ouça a entrevista completa clicando aqui. (Rádio Planetário)