Porto Alegre, 28 de novembro de 2025 Ano 19 - N° 4.524
RESOLUÇÃO Nº 11/2025A diretoria do Conseleite Santa Catarina reunida em de forma ONLINE no dia 28 de Novembro de 2025 atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I, aprova e divulga os valores de referência da matéria-prima leite, realizados no mês de Outubro de 2025 e a projeção dos valores de referência para o mês de Novembro de 2025.
LEITE/CEPEA: Preço ao produtor cai pelo sétimo mês seguido
Cepea, 27/11/2025 – Pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, mostram que a “Média Brasil” do preço do leite cru fechou a R$ 2,2996/litro em outubro, recuo real de 5,9% frente a setembro. Na comparação anual, a diminuição é de 21,7% em termos reais (deflacionamento pelo IPCA de outubro/25). Esta é a sétima baixa consecutiva nas cotações do leite no campo. Apesar da consistente desvalorização real de 14,1% no acumulado de 2025, o excesso de oferta ainda sustenta a expectativa de agentes de mercado de que o movimento de queda deve persistir até o final do ano.
A oferta, no campo, vem sendo favorecida pelos investimentos realizados no ano passado e pelo clima – que estimulam a produção no Sudeste e Centro-Oeste e limitam a queda sazonal no Sul. De setembro para outubro, o ICAP-L (Índice de Captação de Leite) subiu 1,65% na Média Brasil, puxado pela alta média de 3,7% no Sudeste e Centro-Oeste. No acumulado do ano, a elevação é de 13,6%. Resultados prévios do IBGE estimam que a captação industrial de leite cru soma 7,01 bilhões de litros no terceiro trimestre deste ano, 10,3% acima da registrada no mesmo período de 2024. O Cepea projeta que o ano se encerre com aumento médio de 7% na captação industrial, atingindo recorde de 27,14 bilhões de litros.
Além do avanço da produção, a disponibilidade de lácteos também vem sendo reforçada pelas importações. Em outubro, foram adquiridos 214,73 milhões de litros em equivalente leite (Eql), 8,4% a mais que em setembro. As exportações, por sua vez, recuaram 23,2%, somando 4,55 milhões de litros Eql. No acumulado de janeiro a outubro, as importações somaram 1,86 bilhão de litros Eql e as exportações, 54,48 milhões de litros Eql – respectivas quedas de 3,9% e de 34,8% na comparação anual.
Com o mercado abastecido, indústrias de laticínios seguem encontrando dificuldade nas negociações com canais de distribuição, que pressionam por cotações mais baixas dos lácteos. O levantamento realizado pelo Cepea, com apoio da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras), mostra que, em outubro, o queijo muçarela, o leite UHT e o leite em pó negociados no atacado paulista registraram desvalorizações de 4,08%, 5,62%, 2,9%, respectivamente (valores deflacionados pelo IPCA de outubro/25), com as médias de outubro passando para R$ 30,05/kg, R$ 4,03/litro e R$ 29,37/kg, na mesma ordem.
As quedas nas cotações dos lácteos e do leite cru vêm comprimindo as margens do produtor. Pesquisas do Cepea apontam que o Custo Operacional Efetivo (COE) voltou a subir (0,52%) entre setembro e outubro, na “média Brasil”, influenciado principalmente pela valorização de defensivos agrícolas. O aumento dos preços dos grãos também deteriorou o poder de compra do produtor: em outubro, foram necessários 28,4 litros de leite para adquirir um saco de 60 kg de milho, altas de 7,1% frente a setembro e de 2,3% em relação à média dos últimos 12 meses (27,8 litros). Os resultados indicam a perda de rentabilidade e cautela crescente nos investimentos – o que deve, por sua vez, provocar desaceleração gradual da produção.
Contudo, no curto prazo, o mercado deve continuar abastecido, e agentes do mercado esperam que as cotações no campo possam se recuperar apenas a partir do segundo bimestre de 2026. (CEPEA)
EMATER/RS: Informativo Conjuntural 1895 de 27 de novembro de 2025
BOVINOCULTURA DE LEITE
A condição corporal e a saúde dos rebanhos estão adequadas, assim como a qualidade do leite. Foram realizados o controle de mastites e o manejo de ectoparasitas, apesar do aumento nos casos de infestação por moscas, especialmente mosca-dos-chifres, e de carrapatos em algumas propriedades. Em locais onde ocorre a transição das pastagens, foi necessário reforçar a alimentação com concentrados energéticos e proteicos até que as forrageiras anuais e perenes de verão atinjam condições de pleno pastejo.
Na região administrativa da Emater/Rs-Ascar de Bagé, o predomínio de temperaturas amenas no período proporcionou conforto às matrizes e o acesso às pastagens sem limitações de horários. O tempo seco facilitou as práticas de higiene na ordenha.
No município de Bagé, os produtores tiveram facilidade para comercialização de terneiros e de vacas de descarte devido ao momento favorável da pecuária de corte na região.
Na de Caxias do Sul, a infestação por moscas aumentou. A produtividade está estável.
Na de Passo Fundo, os animais foram manejados prioritariamente em pasto, com complementação no cocho conforme a categoria. As vacas em lactação receberam pasto, silagem, ração e sal mineral; já as vacas secas e novilhas foram alimentadas com silagem, feno, ração e sal mineral. A produtividade está adequada.
Na de Erechim, a queda de granizo registrada no dia 13/11 (domingo) provocou danos severos em diversas propriedades, afetando as salas de ordenha, as estruturas de compost barn e de free stall, os galpões e as coberturas de silos.
Na de Pelotas, a produção está em níveis razoáveis em muitas propriedades. Foram registrados problemas pontuais de infraestrutura, como interrupções no fornecimento de energia, que prejudicou o manejo das ordenhas.
Na de Santa Maria, nas propriedades com predomínio de pastagens anuais de verão, os rebanhos apresentaram déficit nutricional em razão do atraso no desenvolvimento dessas espécies. Em função da finalização da colheita de silagem de inverno, há maior disponibilidade de volumoso conservado para suplementação. Nos sistemas mais intensivos, foi ampliado o uso de silagem para manter a produtividade, mas, na maior parte, houve redução na produção e no escore corporal devido à oferta insuficiente de pastagens.
Na de Santa Rosa, em decorrência da elevada amplitude térmica dos últimos dias do período, foi necessário garantir condições mínimas de bem-estar ao rebanho, especialmente a partir das 10 horas da manhã e durante a tarde. Os animais foram conduzidos para áreas com disponibilidade de sombra e de água. Em algumas propriedades, foi adotado o molhamento intercalado com ventilação durante a alimentação para reduzir o estresse calórico e manter o apetite das vacas.
Na de Soledade, muitos produtores, para ampliar a escala produtiva, estão elevando a carga animal nas áreas de pastagens e recorrendo ao uso intensivo de silagem em detrimento do pastejo. Essa estratégia tem aumentado os custos de produção, o que pode comprometer os indicadores de produtividade. (Emater)
Jogo Rápido
O final de semana tem previsão de temperaturas elevadas, aumento da umidade e instabilidade, com chuvas isoladas em diferentes regiões do Estado. Após a passagem da frente fria no início da semana os próximos dias no Rio Grande do Sul tendem ao predomínio de tempo firme com temperaturas em elevação. As informações constam no Boletim Integrado Agrometeorológico 48/2025, produzido pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), em parceria com a Emater/RS-Ascar e o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). Sábado (29/11): condição de céu ensolarado no Estado e temperatura elevada no Oeste em torno de 33°C e no Litoral entre 24°C a 28°C. Na metade Oeste, podem ocorrer chuvas isoladas, com precipitação moderada a forte, com possibilidade de queda de granizo. Domingo (30/11): o avanço de uma frente fria na Argentina deve proporcionar chuva no Sul e Fronteira Oeste. A temperatura máxima pode atingir entre 36°C e 38°C no Norte do RS. Segunda-feira (1º/12): a frente fria deve atuar durante a madrugada levando chuva para a região Central e Leste e, ao longo do dia, para a região Norte do Estado. Terça-feira (2/12): o dia deve ser ensolarado com nebulosidade variável. A temperatura máxima deve ficar entre 20°C e 28°C no RS. Quarta-feira (3/12): a previsão é de sol com poucas nuvens e a temperatura máxima pode variar entre 26°C e 32°C. O boletim agrometeorológico atualiza semanalmente a situação de diversas culturas e criações de animais no RS. Acompanhe todas as publicações agrometeorológicas da Secretaria em www.agricultura.rs.gov.br/agrometeorologia. (SEAPI)