Porto Alegre, 14 de novembro de 2025 Ano 19 - N° 4.515
Vídeo Oficial: Milk Summit Brazil completa um mês e celebra impacto histórico no setor lácteo
Um mês após sua realização, o Milk Summit Brazil 2025 segue reverberando no setor lácteo brasileiro. Considerado um marco para a cadeia do leite, o evento reuniu 2.178 participantes presenciais e online, entre produtores, indústrias, cooperativas, técnicos, pesquisadores e lideranças, em uma agenda focada em desenvolvimento, inovação e sustentabilidade.
O encontro ocorreu no Noroeste do Rio Grande do Sul, uma das regiões mais produtivas do país, responsável por 741,9 milhões de litros de leite por ano, provenientes de um rebanho de 157 mil vacas leiteiras. O território, que já é referência em produtividade, ganhou ainda mais evidência ao sediar debates estratégicos sobre o presente e o futuro da atividade leiteira no Brasil.
Durante dois dias de programação, o Milk Summit promoveu 21 palestras e 14 horas de conteúdo técnico e institucional, além de ações sociais que resultaram na doação de 1.500 litros de leite e 750 quilos de alimentos não perecíveis. O impacto comunicacional também foi expressivo: reportagens em televisão, jornais e canais digitais levaram o nome do evento a mais de 11 milhões de pessoas.
Com resultados acima das expectativas, o Milk Summit anuncia sua evolução: para 2026, o encontro amplia seu escopo e confirma a segunda edição com foco no Mercosul, reunindo Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai nos dias 14 e 15 de outubro, novamente no Noroeste gaúcho.
Para marcar o primeiro mês desse evento histórico, foi lançado o vídeo oficial do Milk Summit Brazil 2025. O conteúdo já está disponível no Instagram do evento. Assista em @milksummit. (As informações são do Sindilat)
Nota de Conjuntura: Mercado de Leite e Derivados - Novembro de 2025
Conjuntura econômica do agronegócio do leite, analisada por especialistas da Embrapa.
A oferta de lácteos em nível mundial tem sido pressionada pelos expressivos aumentos de produção observados nas mais importantes regiões produtoras do planeta. Este fato somado à demanda menos persistente tem levado à acomodação das cotações no mercado internacional. Foi observada mais uma queda, de 2,4%, no valor médio dos lácteos no leilão do GDT realizado na primeira semana de novembro/25. Esta quinta queda consecutiva registrada trouxe o valor médio dos lácteos para USD 3.768/ t.
O cenário macroeconômico brasileiro segue estável, com expectativa de estabilização da inflação, embora ainda acima do teto da meta estabelecida pela equipe econômica. O enfraquecimento observado no dólar nos mercados externos e o diferencial de juros no Brasil tem favorecido a apreciação do Real. Esse cenário colaborou para trazer a inflação anual medida pelo IPCA para abaixo de 5% no acumulado dos últimos doze meses encerrados em outubro/ 25. A perspectiva de crescimento econômico para o ano de 2025 segue no campo positivo, na percepção dos agentes econômicos. A massa total de rendimentos da população e total de população ocupada seguem em expansão, ainda que a taxas mais modestas que as observadas no ano passado.
As altas taxas de juros e o cenário fiscal desafiador, os desafios institucionais brasileiros e o alto endividamento das famílias podem gerar alguma turbulência no cenário macroeconômico, impactando o consumo em geral e de lácteos.
A disponibilidade doméstica de leite e derivados aumentou nos últimos meses com o crescimento da produção e das importações. As importações continuaram acima dos seis milhões de litros equivalentes diários em média nos últimos 12 meses encerrados em outubro de 2025, com preocupante retomada nos últimos meses, por conta de maior produção na Argentina e queda nos preços internacionais. A captação pelos estabelecimentos formalizados atingiu 73 milhões de litros/dia nos últimos doze meses encerrados em setembro/25 e a disponibilidade doméstica, 79 milhões de litros/dia. Estes são os maiores valores observados da série histórica para ambos os indicadores, com crescimento acumulado em doze meses de cerca de 7% nestes dois indicadores. Vale notar que a própria captação registrada no mês de agosto/25 foi recorde para toda a série histórica, para todos os meses, o que ilustra a gravidade da situação. Apesar de o cenário econômico ainda se apresentar favorável, a demanda por lácteos tem se arrefecido nos últimos meses.
O aumento acelerado da oferta e a resposta mais lenta da demanda têm causado queda no preço dos lácteos no varejo, no atacado e no preço pago ao produtor. O varejo já registra deflação do custo de lácteos de cerca de 1% nos últimos doze meses finalizados em outubro/25.
Diversos Conseleites projetam nova queda nos valores estaduais para outubro, antecipando uma possível nova queda de preço ao produtor. A dependência do mercado de lácteos, quase que exclusivamente do mercado doméstico, reduz as chances de maior crescimento do setor, a não ser pelo aumento do consumo em nosso país. Iniciativas importantes têm sido cogitadas pelos representantes da cadeia de lácteos visando mitigar os efeitos da queda dos preços pagos ao produtor. Voltaram `a discussão medidas antidumping, para frear as importações e também o estabelecimento de um mercado futuro para lácteos. Mas estas são medidas difíceis de serem implementadas imediatamente. A queda dos preços, iniciada no produtor e no atacado começou a chegar ao varejo. Esta queda começa a reaquecer o mercado consumidor e pode ser a solução, a curto prazo, para a retração de preços observada no setor.
Resumo das informações discutidas na reunião de conjuntura da equipe do Centro de Inteligência do Leite, realizada em 11/11/2025
Autores: Samuel José de Magalhães Oliveira, Alziro Vasconcelos Carneiro, Denis Teixeira da Rocha, Fábio Homero Diniz, Kennya Beatriz Siqueira, Lorildo Aldo Stock, Luiz Antonio Aguiar de Oliveira, Manuela Sampaio Lana, Marcos Cicarini Hott, Ricardo Guimarães Andrade, Walter Coelho Pereira de Magalhães Júnior*
*Pesquisadores e analistas da Embrapa Gado de Leite
EMATER/RS: Informativo Conjuntural 1893 de 13 de novembro de 2025
BOVINOCULTURA DE LEITE
Os rebanhos leiteiros estão estáveis, com bom escore corporal e produção regular. A sanidade segue satisfatória, apesar dos casos crescentes de infestação por moscas, especialmente mosca-dos-chifres. Os produtores intensificaram as ações de controle de ectoparasitas, adotando manejos preventivos e tratamentos específicos para conter as infestações e preservar o bem-estar dos animais.
Na região administrativa da Emater/Rs-Ascar de Bagé, a produção continua em declínio em razão do período de transição entre as pastagens cultivadas de inverno e as de verão. As vacas em lactação têm sido mantidas em áreas com azevém de ciclo longo, trevo e forrageiras nativas, além de receberem suplementação volumosa baseada principalmente em feno e pré-secado dessas espécies, uma vez que as silagens de milho estão esgotadas, e as de cereais de inverno ainda se encontram em processo de fermentação. Apesar da redução na produção, os parâmetros de qualidade do leite estão satisfatórios.
Na de Ijuí, a produção apresenta volume e qualidade adequados. As temperaturas do período favoreceram o bem-estar dos animais, que se encontram com condições sanitárias e corporais apropriadas. A ensilagem do trigo está próxima da conclusão.
Na de Santa Rosa, as temperaturas amenas favorecem o pastejo, permitindo que as vacas permaneçam mais horas nos piquetes ao longo do dia. Devido à ocorrência de chuvas no decorrer do período, os criadores precisaram redobrar os cuidados com o manejo e a higiene da ordenha a fim de manter a qualidade do leite dentro dos parâmetros exigidos, especialmente em relação à Contagem de Células Somáticas (CCS) e à Contagem Padrão em Placas (CPP). Os produtores forneceram maior quantidade de alimentos conservados, principalmente silagem de milho, elevando o teor de proteína das rações com o objetivo de preservar o volume de produção e o escore corporal dos animais.
Na de Santa Maria e na de Porto Alegre, foi necessário incrementar a alimentação dos rebanhos com o uso de concentrados para suprir os déficits nutricionais causados pelo fim do ciclo das pastagens de inverno. (Emater/RS)
Jogo Rápido
A previsão é de tempo bom para o Rio Grande do Sul ao longo da semana devido a um sistema de alta pressão, elevando as temperaturas. Somente há previsão de chuva no domingo (13/11). As informações constam no Boletim Integrado Agrometeorológico 46/2025, produzido pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), em parceria com a Emater/RS-Ascar e o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). Sexta-feira (14/11): na metade Sul o sol e a nebulosidade esparsa devem prevalecer. Já na metade Norte, pode ocorrer pancada de chuva fraca a moderada. Sábado (15/11): o tempo deve mudar com ventos vindos do Norte que deixam o ar mais úmido e quente, aumentando a nebulosidade. Durante a tarde e a noite, devem ocorrer chuvas e tempestades isoladas no Oeste, Centro e Norte. Domingo (16/11): o avanço de uma frente fria deve formar áreas de instabilidade e espalhar chuva por todo o Estado, gerando potencial para tempestades em todas as regiões. Segunda-feira (17/11): o avanço de um sistema de alta pressão deve estabelecer a atmosfera a partir da Fronteira Oeste, garantindo sol, nuvens esparsas e temperaturas amenas. Terça-feira (18/11): a alta pressão deve manter o tempo firme, com predomínio de sol e condições estáveis em todo o Estado. Quarta-feira (19/11): as temperaturas se elevam em todas as regiões e, com maior conteúdo de umidade no ar, a nebulosidade pode se intensificar durante o dia. O boletim agrometeorológico atualiza semanalmente a situação de diversas culturas e criações de animais no RS. Acompanhe todas as publicações agrometeorológicas da Secretaria em www.agricultura.rs.gov.br/agrometeorologia. (Seapi)