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10/11/2025

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 10 de novembro de 2025                                                  Ano 19 - N° 4.510


Prêmio Sindilat de Jornalismo tem 33 trabalhos na disputa

Com o encerramento do prazo de inscrições, o 11º Prêmio Sindilat de Jornalismo contabiliza 33 trabalhos na disputa. São 18 publicações na categoria Texto e outras 15 na de Audiovisual.

A iniciativa é promovida pelo Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat-RS) e busca valorizar o papel da imprensa na divulgação de temas ligados à cadeia produtiva do leite no Estado. As inscrições foram encerradas em 7 de novembro de 2025.

Os materiais seguem agora para análise da comissão julgadora, formada por profissionais da área de comunicação e por representantes de entidades do setor. A expectativa é que os três trabalhos finalistas de cada categoria sejam conhecidos até 28 de novembro de 2025. Os vencedores serão anunciados em dezembro.


Quantos produtos lácteos diferentes existem no Brasil?

Do tradicional leite UHT aos queijos cremosos, descubra o que os números dizem sobre a diversidade e os desafios do setor lácteo brasileiro.

O leite é, sem dúvida, uma das matérias-primas mais versáteis e estratégicas para a indústria de alimentos. A partir dele, obtém-se uma ampla gama de derivados que compõem a base da alimentação cotidiana dos brasileiros. Esses produtos variam em sabores, texturas, estados, entre outras características.

Mas qual é, afinal, a dimensão dessa diversidade? Apresentamos um panorama inédito sobre a variedade de produtos lácteos disponíveis no mercado nacional, com base em dados extraídos da ferramenta Desrotulando. O Desrotulando é um aplicativo colaborativo que reúne informações sobre a composição nutricional de alimentos industrializados. Os usuários enviam fotos de rótulos, que são analisadas pela equipe do app. Com mais de 60 mil produtos avaliados, ele não abrange todo o mercado brasileiro, mas representa uma grande base de dados sobre alimentos disponíveis no país.

Nosso levantamento mapeou o número de rótulos cadastrados por categoria de derivado lácteo, revelando a amplitude das opções ao alcance do consumidor. Os resultados impressionam: são cerca de 3.700 produtos lácteos diferentes disponíveis nas prateleiras brasileiras. Essa diversidade, distribuída de forma desigual entre as categorias, ilustra a complexidade e a vitalidade do setor.

Detalhando os números

Como era de se esperar, a categoria com o maior número de rótulos cadastrados no aplicativo é a de queijos, respondendo sozinha por 23% dos produtos lácteos disponíveis nos supermercados brasileiros. No entanto, o requeijão foi considerado separadamente, dada a sua expressiva representatividade: 14% dos produtos do mercado nacional. Somadas, essas duas categorias correspondem a 37% de todos os laticínios avaliados, evidenciando o protagonismo dos queijos no consumo brasileiro.

O caso do requeijão merece destaque: ele se consolidou como um item cotidiano nas mesas do país e, em número de rótulos, superou até a tradicional muçarela. Os preços mais acessíveis (especialmente nas versões com adição de amido) e a praticidade de uso, já que pode ser facilmente espalhado, ao contrário dos queijos fatiados ou cortados, contribuíram para o sucesso do produto no mercado brasileiro.

Diante desse sucesso do requeijão no mercado brasileiro, observa-se também o crescimento de versões “cremosas” ou “spreadable” de queijos tradicionais, como ricota e cheddar. Esses produtos chegam ao mercado com preços mais competitivos e atraem consumidores em períodos de alta inflação, como o atual. Vale lembrar ainda que a maioria das marcas de requeijão é regularizada e fiscalizada, enquanto o segmento de queijos (especialmente os frescos, como a muçarela) ainda convive com significativa informalidade comercial.

Depois dos queijos, o produto com maior diversidade no nosso levantamento foi a manteiga. Após anos perdendo espaço para a margarina, a manteiga retomou seu protagonismo com o avanço de estudos científicos que evidenciaram seus benefícios quando consumida de forma equilibrada. Presente tanto no café da manhã, como acompanhamento no pão, quanto em preparações culinárias mais elaboradas, ela se tornou também a queridinha dos chefs de cozinha. A versão com sal continua sendo a mais comum e consumida, representando 78% do mercado brasileiro.

Números do leite fluido

Em terceiro lugar em número de produtos identificados, está o leite fluido, carro-chefe do setor lácteo brasileiro. O produto mais consumido do país também está entre os mais disponíveis. Embora não apresente grande variedade de tipos e sabores, como os queijos, o leite UHT aparece em 14 versões diferentes nas prateleiras, representando 14% dos laticínios do mercado nacional. Apenas na versão integral, foram encontradas 103 marcas diferentes. O leite pasteurizado aparece em 4 versões (integral, integral zero lactose, semidesnatado e semidesnatado zero lactose) e o leite em pó apenas na versão integral.

Essa grande pulverização de marcas reflete um mercado altamente competitivo, em que diversas empresas disputam espaço essencialmente por preço. Embora isso amplie as opções para o consumidor, tende a reduzir as margens de lucro da indústria, dificultando investimentos em inovação e diferenciação de produtos. Em segmentos maduros e de baixo valor agregado, como o leite UHT, essa guerra de preços pode comprometer a sustentabilidade econômica das empresas menores e reforçar a concentração de mercado em torno das grandes marcas, que conseguem operar com maior escala e eficiência logística.

A ampla diversidade de produtos lácteos disponíveis no mercado brasileiro reflete a força e a complexidade da cadeia do leite, mas também traz desafios importantes. De um lado, a variedade amplia o poder de escolha do consumidor e demonstra a capacidade de inovação e criatividade da indústria. De outro, a intensa competição por preço e a dificuldade de valorizar produtos premium no mercado brasileiro reduzem as margens de rentabilidade, especialmente em categorias de menor valor agregado. Embora existam nichos que valorizem qualidade e diferenciação, grande parte das decisões de compra dos brasileiros ainda é guiada por preço, indulgência e marca. Esse equilíbrio delicado entre diversidade, inovação e realidade de mercado exige estratégias que combinem diferenciação, qualidade e eficiência produtiva, que são elementos fundamentais para manter o setor lácteo competitivo e resiliente em um cenário de consumo em constante transformação.

Autores: Kennya Siqueira, Manuela Lana, Juliana Dutra

Newsletter do Observatório do Consumidor
Ano 4, nº 32 - Outubro/2025

MDA cria grupo de trabalho para propor políticas de fortalecimento do leite familiar

Grupo de Trabalho vai propor medidas de crédito, comercialização e fortalecimento das cooperativas familiares.

O Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) instituiu, por meio da Portaria nº 55, de 22 de outubro de 2025, o Grupo de Trabalho da Cadeia Leiteira da Agricultura Familiar (GT-Leite). A iniciativa tem o objetivo de articular medidas emergenciais e estruturantes de apoio ao setor leiteiro, diante das oscilações de mercado, altos custos de produção e perda de competitividade enfrentadas pelos pequenos produtores — fatores que impactam diretamente a renda e a permanência das famílias no campo.

O grupo terá como missão elaborar diagnósticos e propor estratégias que ampliem a sustentabilidade econômica, ambiental e produtiva da cadeia leiteira, com foco em crédito, comercialização, industrialização local e fortalecimento das cooperativas familiares.

A proposta é garantir condições mais estáveis de produção e comercialização, valorizando o leite como um dos pilares da agricultura familiar no Brasil.

Inicialmente, o GT-Leite atuará por 30 dias, podendo ser prorrogado por igual período. Ao final dos trabalhos, o grupo apresentará um relatório com recomendações e propostas ao ministro Paulo Teixeira.

Composição e objetivos

O colegiado é formado por seis representantes do MDA, incluindo:

a Secretaria de Agricultura Familiar e Agroecologia (SAF) — responsável pela coordenação;
a Secretaria de Abastecimento, Cooperativismo e Soberania Alimentar (SEAB);
a Secretaria Executiva;
a Assessoria Especial do Gabinete do Ministro;
e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Para o secretário de Agricultura Familiar e Agroecologia, Vanderley Ziger, a criação do grupo reforça o papel do MDA na formulação de políticas públicas sensíveis às demandas do campo.

“A cadeia do leite é uma das mais importantes da agricultura familiar, presente em todos os estados e essencial para a segurança alimentar das comunidades rurais. Este grupo será um espaço de construção conjunta, ouvindo quem está na ponta da produção e transformando as demandas das famílias em ações concretas que garantam renda, estabilidade e valorização do produtor familiar de leite”, destacou Ziger.

Espaço de diálogo e construção coletiva

Além dos membros oficiais do MDA, o GT-Leite será um espaço aberto à colaboração de movimentos sociais, cooperativas, instituições de pesquisa, governos locais e entidades de capacitação profissional. A divulgação da lista de organizações participantes busca ampliar o diálogo e estimular novas adesões, fortalecendo a construção coletiva de políticas públicas para o setor leiteiro.

Instituições e organizações parceiras:

Embrapa Gado de Leite – Glauco Carvalho, Pesquisador
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) – Guilherme Souza Dias, Assessor Técnico
Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) – Fernando Pinheiro, Analista Técnico e Econômico
Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG) – Sandra Bonetti, Secretária de Meio Ambiente
Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Brasil (CONTRAF) – Elizandro Paulo Krajczy, Coordenador Estadual – Paraná
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) – Adelar José Pretto, Dirigente
União Nacional das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária (UNICAFES Paraná) – Adair Alves, Vice-Presidente
Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) – Bruno Meireles Leite, Coordenador-Geral de Produção Animal
Câmara dos Deputados / Núcleo Agrário – Jelton Francisco Fernandes, Assessor Técnico
Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (FEALQ/USP) – Rodrigo Maule, Pesquisador, e Valter Bianchini, Consultor
Representantes dos produtores rurais: Edvaldo Vasconcellos, Fábio Henrique de Barros Pimentel, Fábio Luis Cabral do Nascimento Pinto e Mateus Ferrari Ananias.

As informações são do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar.


Jogo Rápido

Amanhã começa o Dairy Vision 2025, ainda da tempo de participar!
A espera está chegando ao fim! Amanhã, tem início o Dairy Vision 2025, evento que se consolidou como o principal fórum de debates sobre o futuro do setor lácteo na América Latina. Durante dois dias de programação intensa, profissionais de toda a cadeia, da indústria à produção, passando por pesquisa, inovação, marketing e varejo, estarão reunidos para compartilhar experiências, discutir desafios e identificar novas oportunidades de crescimento. O Dairy Vision 2025 trará uma grade de conteúdo cuidadosamente elaborada, com palestras de líderes nacionais e internacionais, painéis sobre as tendências mais atuais e momentos de interação estratégica que estimulam o networking e a formação de novas parcerias. Além da programação técnica, o evento é também uma oportunidade de vivenciar o ambiente de transformação e colaboração que marca o setor lácteo contemporâneo. Cada edição reforça o propósito de inspirar ações concretas e promover conexões que aceleram o avanço da cadeia do leite. Com expectativa de público recorde e presença de grandes empresas e instituições, o Dairy Vision 2025 reafirma seu papel como o evento de referência para quem quer entender — e construir — o futuro do leite. Prepare-se para dois dias de muito conteúdo, troca e inspiração. Ainda da tempo de participar, saiba mais sobre o evento aqui! (Milkpoint)