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23/10/2025

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 23  de outubro de 2025                                                     Ano 19 - N° 4.502


Preço do leite preocupa produtores e Gadolando cobra medidas urgentes

Entidade de produtores alerta para impacto das importações e defende ações imediatas de governo e campanhas de incentivo ao consumo

O atual cenário do setor leiteiro preocupa entidades e produtores do Rio Grande do Sul. A Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando) alerta para a grave situação enfrentada por quem vive da atividade e pede ações imediatas das autoridades. O presidente da entidade, Marcos Tang, afirma que a crise é resultado direto da falta de controle nas importações e da ausência de medidas efetivas de proteção ao produtor nacional.

Tang recorda que a entidade vem alertando há anos para o agravamento da crise.

Está mais do que na hora de agir. A Gadolando não se orgulha, mas lembra que há três anos já alertávamos para o risco de colapso no setor, quando expusemos uma faixa de luto dizendo que estavam matando o produtor de leite. Não queríamos ser profetas, mas a conta chegou”, observa.

Segundo ele, um dos problemas é a entrada descontrolada de produtos importados. “As importações desenfreadas causam prejuízos enormes ao produtor local. O leite em pó que chega de fora, usado por indústrias para fabricar derivados, cria uma competição desleal com o produto nacional. É preciso um freio urgente para isso”, destaca.

Vontade política

O dirigente salienta que a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e outras entidades têm buscado soluções, mas que os avanços ainda são insuficientes. “É necessária uma vontade política real de olhar para o setor com atenção. Estamos vendo produtores abandonando a atividade, e isso tem um custo social e econômico altíssimo para todo o país”, comenta.

Tang lembra que até mesmo os produtores tecnificados, com plantéis qualificados e investimentos em genética e tecnologia, enfrentam dificuldades para se manter. “As contas estão aí e precisam ser pagas. O produtor está assustado e precisa de alternativas. Defendemos medidas como o controle imediato das importações e, em caráter emergencial, a compra de leite pelo governo”, acrescenta.

Para o presidente da Gadolando, a recuperação do setor depende de ações articuladas em três frentes. “Primeiro, a regulamentação, com medidas rápidas para disciplinar importações e criar mecanismos de apoio, como a compra de leite pelo governo.

Incentivo ao consumo

Segundo, campanhas de incentivo ao consumo, porque há espaço para crescer, já que a Organização Mundial da Saúde recomenda cerca de 200 litros per capita por ano, enquanto o Brasil consome entre 160 e 170. Terceiro, trabalhar a exportação, que é um processo de médio e longo prazo, mas fundamental para o equilíbrio da cadeia”, explica.

Tang reforça que essas três linhas de ação, regulamentação, aumento do consumo e estímulo às exportações, são indispensáveis para evitar o colapso da atividade leiteira no país. “É um esforço conjunto entre produtores, indústria, comércio e poder público.

O que está em jogo é a sobrevivência de milhares de famílias e a manutenção de uma das cadeias mais importantes do agronegócio brasileiro”, conclui, acrescentando que no Rio Grande do Sul a situação se acentua devido aos últimos cinco anos de perdas devido aos problemas climáticos. (Correio do Povo)


Sucessão familiar: escolhas que definem o futuro

Sucessão em empresas familiares exige preparo, comunicação e coragem. Saiba como transformar desafios do pós-sucessão em sucesso.

A sucessão em empresas familiares representa um dos momentos de complexidade na gestão das empresas, como também nas relações familiares. O processo de transição em si conta com muitos modelos já estabelecidos e pessoas capacitadas para implantá-lo, mas é necessário aprofundamento da preparação familiar para as decisões sucessórias e comportamentos a serem adotados. Processos que se subestimados podem construir um labirinto de desafios estruturais, relacionais e estratégicos futuramente, determinando o sucesso ou fracasso da continuidade empresarial.

Durante um encontro realizado em agosto, mulheres que vivenciaram na prática a jornada da sucessão familiar debateram sobre governança e a pós-sucessão. Estabelecer um momento prévio de reflexão e definições sobre quais decisões e estruturas precisam ser arquitetadas para garantir não apenas a sobrevivência, mas o crescimento sustentável da empresa familiar.

No Brasil, as empresas familiares representam uma força econômica significativa. Do total de 74.306 médias empresas do país 71% são classificadas como familiares, segundo Fundação Dom Cabral (FDC). Essa predominância não é coincidência, mas reflexo de características intrínsecas que tornam essas organizações resilientes e duradouras, afinal metade das médias empresas brasileiras possui mais de 30 anos de existência. Esta longevidade vem acompanhada de desafios específicos como uma linha sucessória maior, menor agilidade, e o foco da liderança na gestão e na estruturação da governança.

Entre a operação e a estratégia: qual caminho seguir?
Um dos dilemas que poucos refletem é sobre as escolhas do sucessor, qual será opção estar próximo a operação ou no planejamento estratégico, infelizmente, sem refletir, querem atuar em muitas frentes. Esse é o primeiro ponto que poucos falam e atrasa o processo.

Um caso que ilustra perfeitamente esta complexidade é o de uma empresária do agronegócio responsável por um confinamento de 20.000 bovinos, que se encontrou em uma encruzilhada após o processo sucessório. Durante a transição, ela naturalmente se dedicou à área operacional, dominando os aspectos técnicos e práticos do negócio. Entretanto, seu pai, fundador da empresa, passou a cobrar que ela se dedicasse a gestão à estudar a estratégia para atuar no Conselho de Administração.

Este conflito revela uma das principais armadilhas do pós-sucessão que é a dificuldade de “mudar de chapéu”. A sucessora, quando questionada sobre seus objetivos, respondeu que desejava tanto estar à frente da estratégia quanto em melhorar os processos operacionais, mas é preciso fazer uma escolha e ter os próximos passos bem definidos em mente. Ao optar por um chapéu precisaria entender o que é ser bom acionista e fazer escolhas para outros papeis que precisam ser desempenhados. Essa clareza traz tranquilidade e longevidade à empresa.

Pode parecer algo simples, mas é um gatilho para um momento de explosão emocional que caracteriza o período pós-sucessório. Momento em que existem questionamentos que vão além da gestão empresarial, definição de papéis e hierarquias: “Onde é meu lugar na nova estrutura? Meu irmão deve ser o CEO? Como dividir as cadeiras de poder com outros membros da família?” Estas questões revelam a necessidade de redefinir não apenas organogramas, mas também, a comunicação e as relações construídas ao longo do tempo.

Comunicação: o elo invisível da sucessão
A comunicação, desde muito cedo, precisa ser trabalhada pelos pais ou fundadores, esse é o segundo ponto importante que poucos falam. Deve-se estabelecer um canal com transparência e muita paciência, que permita discussões abertas e construtivas sobre o futuro da empresa. A confiança é construída dia a dia por meio do compartilhamento regular de informações, decisões e responsabilidades. Já vi empresas que confiam mais em terceiros do que nos próprios familiares.

Quando não existe essa comunicação, mas sim um abismo entre os envolvidos, as diferenças terão que ser sanadas em reuniões da empresa. Os tradicionais almoços em família não são o espaço adequado para essas conversas, pois farão a empresa sofrer pela pouca efetividade. Quando há o hábito de se comunicar corretamente, enfrentam-se melhor os momentos de tensão, ou seja, aqueles quando as emoções estão exaltadas e as decisões racionais precisam ser tomadas.

Transformando desafios em oportunidades
Por fim, o terceiro ponto de atenção, é a coragem e otimismo com o que está por vir. A complexidade que emerge após as decisões sucessórias não deve ser vista como um obstáculo, mas como uma oportunidade para fortalecer a empresa familiar e prepará-la para futuras gerações. O segredo está em reconhecer que “nem tudo é perfeito” e que a jornada sucessória é um processo contínuo de aprendizado e adaptação.

A experiência e a mente aberta são ativos valiosos que, quando combinados com estruturas adequadas de governança e comunicação, podem transformar a complexidade da pós-sucessão em uma vantagem competitiva sustentável, garantindo também a longevidade da empresa por décadas.

As informações são da Forbes

A Geração Z e seus novos códigos de consumo sobre laticínios

A Geração Z redefine o consumo de lácteos, buscando inovação, sustentabilidade e propósito. Saiba como o setor pode se adaptar e conquistar esse público.

A Geração Z não se contenta apenas com qualidade ou preço competitivo. Ela valoriza marcas que demonstram propósito, coerência e autenticidade. É uma geração marcada pela digitalização, que utiliza a internet e as redes sociais não apenas para se informar, mas para cobrar posicionamentos e dar voz a causas coletivas.

No consumo alimentar, essa geração traz uma visão crítica:

● Questiona o impacto ambiental da produção;
● Busca opções mais saudáveis e adaptadas a estilos de vida diversos;
● Experimenta alternativas, sem abandonar os lácteos, mas cobrando inovação e transparência;
● Valoriza experiências de consumo que reflitam conveniência, diversidade e identidade.

Pesquisas recentes reforçam esse olhar. Segundo estudo da Brightfield Group, apenas 8% da Geração Z - jovens nascidos entre meados dos anos 1990 e início de 2010 - nos EUA compram leite de vaca convencional, em contraste com 37% dos baby boomers - geração nascida entre 1946 e 1964.

Em contrapartida, a China apresenta um cenário mais positivo: relatório da China Dairy Industry Association mostra que a Geração Z chinesa está impulsionando o consumo de lácteos, mas sob novos critérios de valor agregado — como nutrição, transparência da origem e embalagens sustentáveis. Esse público atingiu um “milk quotient” de 66,8 pontos em 100, o maior desde a criação do índice.

Os desafios para os lácteos

Vivemos em um cenário descrito como VUCA, sigla em inglês para Volatility, Uncertainty, Complexity and Ambiguity :Volatilidade, Incerteza, Complexidade e Ambiguidade.

Isso significa que as mudanças ocorrem em ritmo acelerado, são imprevisíveis, envolvem múltiplas variáveis e exigem das organizações novas formas de leitura da realidade. Embora o termo já seja amplamente difundido no meio corporativo, muitas empresas ainda não compreenderam plenamente sua profundidade.

No setor lácteo, isso se traduz em uma dificuldade de acompanhar tendências emergentes de consumo, novas demandas sociais e a fragmentação dos canais de comunicação com o público.

Essa realidade coloca o setor lácteo diante de desafios estratégicos importantes:

● Questões de saúde: intolerâncias e dietas restritivas levam parte do público a evitar lácteos, exigindo inovação em formulações.
● Imagem e reputação: práticas de produção, bem-estar animal e sustentabilidade são cada vez mais observadas pela sociedade.
● Desconexão comunicacional: muitas marcas ainda utilizam linguagens tradicionais que não ressoam com os códigos culturais da Geração Z.

Mesmo diante aos desafios, os dados mostram que existe espaço para crescimento.

Pesquisa europeia publicada pela Tate & Lyle revelou que 34% dos jovens entre 18 e 25 anos consomem mais lácteos agora do que há três anos, e 77% afirmam que estariam dispostos a aumentar esse consumo se houvesse opções com menos gordura, açúcar ou alérgenos.

Outro ponto relevante é a conveniência. Segundo a FoodNavigator, a Geração Z valoriza embalagens menores, que representem praticidade, menor desperdício e acessibilidade financeira. Esse aspecto reforça a importância de pensar não apenas no produto, mas também no formato em que ele é oferecido.

Além disso, há um reconhecimento claro dos benefícios nutricionais. Um levantamento do Agriculture and Horticulture Development Board (AHDB), no Reino Unido, revelou que 83% dos jovens reconhecem os lácteos como fonte de cálcio e 62% associam o setor à vitamina B12.

Isso indica que, embora haja críticas e pressões, existe também um potencial importante a ser explorado com mais clareza e proximidade.

Caminhos para conquistar a Geração Z
Se por um lado as dificuldades são evidentes, por outro elas revelam oportunidades concretas de reposicionamento para os lácteos.

A forma como o mercado percebe e interage com a Geração Z — jovens nascidos entre meados dos anos 1990 e início de 2010 — é peça-chave para superar esses desafios.

Acostumados a ter informação na palma da mão e movidos pelo desejo de formar suas próprias opiniões, esses consumidores podem recorrer em segundos ao Google, ao YouTube ou a qualquer rede social para encontrar conteúdos de todo tipo. Esse acesso imediato amplia suas referências, influencia seus pontos de vista e, naturalmente, direciona suas escolhas de consumo.

É nesse cenário que se torna essencial que o setor se comunique com clareza e destaque a relevância dos diferenciais e benefícios dos lácteos.

O investimento em inovação, por exemplo, pode abrir espaço para o desenvolvimento de produtos funcionais, nutritivos e inclusivos, capazes de atender consumidores com diferentes perfis, seja com opções sem lactose, versões enriquecidas ou formatos mais convenientes para o dia a dia.

Também há espaço para fortalecer as narrativas de sustentabilidade, mostrando de forma clara os avanços obtidos na redução de emissões, no uso eficiente de recursos naturais e nas práticas éticas que envolvem toda a cadeia produtiva.

Ao mesmo tempo, o setor pode se aproximar culturalmente da Geração Z, adotando linguagens, canais e formatos que façam sentido dentro do universo digital onde esses jovens circulam e constroem suas referências de consumo.

Por fim, um pilar essencial está em construir confiança por meio da transparência: comunicar de maneira simples e direta desde a origem do produto até os seus benefícios. Como mostra a pesquisa da AHDB, os jovens reconhecem atributos nutricionais dos lácteos, mas precisam que essa mensagem seja transmitida de forma autêntica, sem ruídos.

Esses movimentos não apenas respondem às demandas atuais, mas também podem consolidar os lácteos como uma categoria moderna, relevante e alinhada às transformações globais. (Milkpoint)


Jogo Rápido

Associados do Sindilat/RS têm desconto no Dairy Vision 2025
Associados do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) tem 10% de desconto nas inscrições para o Dairy Vision 2025, evento que ocorre nos dias 11 e 12 de novembro, durante o Expo Dom Pedro, na cidade de Campinas (SP). O encontro concentrará mais de 20 palestras de especialistas nacionais e internacionais em dois dias de programação, para debater o tema “Lácteos voltando ao protagonismo?”. Serão cinco painéis que desdobram o tema na ampliação de mercados, sustentabilidade, oportunidades e desafios de produtos com alta proteína, estratégias comerciais e a aplicação de inovações tecnológicas no segmento. As inscrições podem ser feitas no site oficial www.dairyvision.com.br. Para ter acesso ao desconto, associados do Sindilat/RS devem realizar o cadastro no link.