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12/09/2025

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 12 de setembro de 2025                                                 Ano 19 - N° 4.479


Seminário do Senar/RS debate agro na geopolítica mundial

Evento realizado na quinta-feira, no teatro do Bourbon Country, também discutiu as conjunturas econômica e fiscal no Brasil atual

O futuro do agronegócio e da economia brasileira foi o assunto do Seminário Campo das Ideias, realizado ontem, no teatro do Bourbon Shopping, em Porto Alegre. Especialistas nacionais sobre os dois temas palestraram no evento promovido pelo Senar-RS, que teve na abertura a presença do governador Eduardo Leite.

“Precisamos inovar, pensar diferente na nossa produção, a gestão dos nossos negócios, nossa estrutura de resiliência às dificuldades e até mesmo as nossas relações sociais”, lembrou o superintendente do Senar-RS, Eduardo Condorelli, na abertura do encontro do qual participaram quase mil pessoas, entre produtores rurais, lideranças e autoridades empresariais e públicas.

O ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, disse ver o mundo “difícil”, passando não por uma “nova ordem econômica”, mas uma nova “desordem” econômica, diante da perda de protagonismo de grandes organizações multilaterais, como a Organização das Nações Unidas (ONU) e Organização Mundial do Comércio (OMC). Neste contexto, afirmou que todos estão atropelados por quatro modernos “cavalos do apocalipse”: insegurança alimentar, insegurança energética, mudanças climáticas e desigualdade social.

“O mais sensível é a insegurança alimentar”, acrescentou. “E alimentos para o povo significam a única condição de estabilidade política e social de uma nação. É preciso enfrentar estes quatro fantasmas”, advertiu. “Eu estou convencido que quem vai resolver estas questões todas é o agro”, disse. “Mas qual agro? O agro tropical”, emendou, evocando a agropecuária praticado no Brasil.

O economista, cientista político e diplomata Marcos Troyjo citou a história do personagem bíblico José do Egito que, há milhares de anos, orientou o faraó a se preocupar com questões econômicas e estruturais para garantir a sobrevivência assim que a fase de “vacas gordas” fosse substituída pela de “vacas magras”.

“Porque acho esta história tão importante para o Brasil, para o agro no atual contexto mundial. Porque eu tenho a impressão que estamos entrando numa fase que é potencialmente ruim para a grande maioria das nações”, explicou, mencionando o termo “trumpulência”, a turbulência global causada pelo presidente norte-americano.

A economia brasileira e mundial foi abordada pelo economista e professor de Economia da UFRGS Marcelo Portugal. Segundo ele, as perspectivas para a economia brasileira são complicadas, não apenas neste ano, mas para os dois próximos.

“O ano que vem vai ser tudo empurrado com a barriga”, definiu, referindo-se às eleições.

“Vai ser um problema muito grave em 2027”, projetou. Portugal explicou que o país cresceu 1,3% no primeiro trimestre, mas que agora os números perderam fôlego. “E em 2026 vamos empurrar os problemas para frente. Ninguém vai tratar de problemas estruturais da economia brasileira”, lamentou. “Infelizmente, o nosso maior problema, que é o fiscal, não vai ser resolvido”, disse.

O economista-chefe da federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz, descreveu a situação fiscal do Brasil como bastante comprometedora, uma vez que o governo federal não promove ações para reduzir suas despesas.

“Apesar dos bons números do agronegócio, o setor não é uma ilha, ele é parte de um grande navio, e esse navio é a nossa economia. Estamos com uma Selic de 15% e a mortalidade das empresas vai aumentar”, previu.

“Assim como a mortalidade de produtores rurais será enorme. Aliás, já está sendo”, completou. (Correio do Povo)


EMATER/RS: Informativo Conjuntural 1884 de 11 de setembro de 2025

BOVINOCULTURA DE LEITE

O volume de produção leiteira permanece no ápice da curva sazonal, e houve expressivo incremento nas propriedades conduzidas em sistema de produção a pasto. 

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, as chuvas intensas têm dificultado o manejo das propriedades leiteiras, causando degradação das pastagens, maior demanda por silagem e aumento na ocorrência de mastites associadas ao acúmulo de barro, o que compromete a comercialização do leite em um período de alto potencial produtivo. 

Na de Ijuí, observa-se aumento nos casos de elevação da Contagem de Células Somáticas (CCS), indicador que tem gerado preocupação entre os produtores devido ao risco de comprometimento da saúde do úbere, especialmente pela maior incidência de mastites. 

Na de Passo Fundo, a bovinocultura de leite está estável, e os rebanhos apresentam boas condições sanitárias e nutricionais, assegurando níveis de produção dentro do esperado.

Na de Santa Maria, a baixa luminosidade compromete o desenvolvimento das pastagens cultivadas, resultando em oferta limitada de forragem e impactando negativamente o escore corporal dos animais. 

Na de Santa Rosa, os dias ensolarados intercalados com chuvas favoreceram o crescimento das forrageiras e o bem-estar animal, ampliando o consumo de alimentos a campo. (Emater/RS)

BOLETIM INTEGRADO AGROMETEOROLÓGICO Nº 37/2025 – SEAPI

Os últimos sete dias foram marcados por chuva e diminuição da temperatura em grande parte do Rio Grande do Sul. 

As forrageiras apresentam bom desenvolvimento, principalmente o azevém, que garante elevada produção de massa verde. As aveias de ciclo curto estão em fase final, com menor oferta de forragem. Já as espécies anuais de verão encontram-se em emergência, com semeaduras escalonadas. 

O volume de produção da bovinocultura de leite permanece no ápice da curva sazonal, e houve expressivo incremento nas propriedades conduzidas em sistema de produção a pasto. No entanto, nas áreas de maior precipitação houve dificuldade no manejo dos animais, causando degradação das pastagens, maior demanda por silagem e aumento na ocorrência de mastites associadas ao acúmulo de barro. 

Nos próximos dias, o tempo deverá permanecer estável em parte do Rio Grande do Sul, com destaque para a elevada amplitude térmica. 

Na sexta-feira (12/09) e sábado (13/09), o tempo seguirá estável e seco em grande parte do território gaúcho. Não há previsão de chuvas significativas, e as temperaturas apresentarão amplitude térmica elevada, ou seja, com noites frias e tardes mais quentes. No domingo (14/09), as temperaturas médias irão se elevar, principalmente na porção oeste do estado, e há possibilidade de chuva apenas em pontos isolados. 

Na segunda-feira (15/09) e terça-feira (16/09), um sistema de baixa pressão deverá se formar próximo ao estado do Rio Grande do Sul, favorecendo a ocorrência de chuvas ao longo desses dois dias. Por fim, na quarta-feira (17/09), com o afastamento do sistema, o tempo voltará a permanecer estável 
em grande parte do território gaúcho.

De forma geral, os totais esperados oscilarão entre 5 e 30 mm na maioria das regiões e somente no extremo sudeste não deve ocorrer precipitação. Em alguns municípios das regiões da Campanha, Fronteira Oeste, Central e Metropolitana os volumes previstos podem alcançar os 50 milímetros acumulados. (Seapi)


Jogo Rápido

SOJA/CEPEA: Exportações aquecidas elevam preços no BR
 Soja vêm subindo neste início de setembro o grão e de óleo tem acirrado a disputa entre consumidores domésticos e estrangeiros e elevado os prêmios de exportação. Os preços da soja vêm subindo neste início de setembro, apontam levantamentos do Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, o bom desempenho dos embarques brasileiros de soja em grão e de óleo tem acirrado a disputa entre consumidores domésticos e estrangeiros e elevado os prêmios de exportação. Além disso, pesquisadores explicam que a valorização do dólar frente ao Real aumenta a competitividade do produto nacional e estimula as negociações internas. De acordo com dados da Secex analisados pelo Cepea, o Brasil exportou 9,33 milhões de toneladas de soja em agosto. Apesar da queda de 23,8% frente a julho – movimento comum para o período –, o volume foi recorde para o mês. No acumulado de 2024 (janeiro a agosto), os embarques totalizaram 86,5 milhões de toneladas, também recorde. (Cepea Via Terra Viva)