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14/08/2025

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 14 de agosto de 2025                                                        Ano 19 - N° 4.458


Prévia da captação de leite: pela primeira vez na história, 2º trimestre registra crescimento frente ao anterior

Captação de leite cresce no 2º trimestre de 2025, contrariando a entressafra e marcando um feito histórico. Entenda!

De acordo com dados preliminares da Pesquisa Trimestral do Leite do IBGE, a captação formal de leite no Brasil atingiu 6,5 bilhões de litros no segundo trimestre de 2025, um aumento de 9,3% na média trimestral em relação ao mesmo período de 2024.

O resultado chama atenção já que, historicamente, o segundo trimestre coincide com a entressafra e tende a registrar retração na produção. Apesar do aumento ter sido modesto (0,1%), esta foi a primeira vez, desde o início da série histórica, que o segundo trimestre apresentou crescimento frente ao anterior.

Gráfico 1. Evolução do 2º trimestre da Captação de leite no Brasil 

Desempenho mensal
Tabela 1. Captação total mensal de leite no Brasil (Prévia)

Fonte: IBGE - elaborado pelo MilkPoint Mercado

A prévia indica que o primeiro semestre de 2025 registrou 12,98 bilhões de litros de leite, reforçando a tendência de crescimento observada desde o primeiro trimestre, apresentando crescimento de 6,2% em relação ao primeiro semestre de 2024. 

Gráfico 2. Captação brasileira de leite

A viabilização desse cenário justifica-se, em parte, pela maior rentabilidade do produtor. Os valores permanecem acima da média registrada entre 2019 e 2023.

(Observação: os dados apresentados referem-se à prévia divulgada pelo IBGE. A publicação definitiva, prevista para o próximo mês, poderá sofrer revisões.)

Fonte: Milkpoint editado pelo Sindilat/RS


Minhas vacas estão sadias, porque devo testar para tuberculose?

Doença crônica e silenciosa, a tuberculose bovina exige vigilância. Entenda os riscos e a importância da testagem periódica no controle sanitário do rebanho.A doença com relatos mais antigos na humanidade afeta também os bovinos, em especial os que vivem em criação intensiva como na produção leiteira, e coloca em risco trabalhadores, produtores e os consumidores. A tuberculose bovina continua sendo um problema sanitário e econômico no Brasil.

Os dados sobre a ocorrência e distribuição da doença no Brasil são bastante claros quanto a sua maior prevalência nas áreas de produção leiteira, tendo maior risco as propriedades de maior produção, sem rotina de testagem no rebanho e entrada de animais sem a realização da tuberculinização. 

Como a tuberculose se manifesta nos animais
A tuberculose em humanos é caracterizada pela tosse e catarro com sangue, mas será que em bovinos também é assim? A literatura científica nos mostra que não. A tuberculose bovina se caracteriza por uma doença de evolução crônica que demora muito para ter manifestação clínica, ou seja, ter sinais clínicos nos animais doentes.

Quer ver um cenário comum? Você decide enviar alguns animais de descarte para o abate, aquelas vacas que já não estão tão produtivas. Imagina que vai receber um dinheiro pelo que o animal pesa e de repente a surpresa. Não recebe nada, pois durante o abate o frigorífico descobre lesões sugestiva de tuberculose em toda carcaça do animal.

Já passou por isso? Conhece alguém que ficou bravo com o frigorífico por conta de uma condenação? Sabe porque isso ocorre? A bactéria que causa a doença bovinos, Mycobacterium bovis, entra no organismo do animal pelas vias respiratórias ou pela ingestão de leite ou alimento contaminado e inicia uma multiplicação local e assim pode ficar por semanas, meses e até anos.

A importância da testagem
Nesse sentido, a tuberculose bovina pode ser comparada a condições crônicas em humanos, como o diabetes ou a hipertensão, que muitas vezes se desenvolvem de forma silenciosa, sem sinais aparentes por longos períodos. Mas por que essa comparação é importante? Assim como monitoramos a glicemia e a pressão arterial para cuidar da saúde e evitar complicações futuras, o monitoramento sanitário do rebanho é fundamental para prevenir e controlar doenças como a tuberculose.

Quando o animal infectado não apresenta sintomas por muito tempo, ele continua atuando como transmissor da bactéria, mesmo sem aparentar estar doente. Isso faz dele um elo invisível no ciclo da doença dentro da propriedade. Identificar e manejar precocemente esses casos é essencial para proteger o rebanho e garantir a produtividade, evitando surpresas que possam comprometer a saúde animal e os resultados da fazenda.

É melhor fazer o diagnóstico precoce, descartar um animal doente a deixar a doença se espalhar silenciosamente perder várias vacas, ou mesmo todas, por causa da doença.

Referências bibliográficas
FERREIRA NETO, J. S., SILVEIRA, G. B. DA, ROSA, B. M., GONÇALVES, V. S. P., GRISIFILHO, J. H. H., AMAKU, M., … LAGE, A. P. (2016). Avaliação de 15 anos do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose, Brasil. Semina: Ciências Agrárias, 37(5Supl2), 3385–3402. https://doi.org/10.5433/1679-0359.2016v37n5Supl2p3385

LAGE, A. P.; ROXO, E.; MÜLLER, E.; POESTER, F.; CAVALLÉRO, J. C. M.; FERREIRA NETO, J. S.; MOTA, P.M.P.C.; GONÇALVES, V.S.P. Programa nacional de controle e erradicação da brucelose e da tuberculose animal (PNCEBT). Brasília: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 2006. 184p. (Manual técnico).

MEGID, J., RIBEIRO, M.G., PAES, A.C. Doenças Infecciosas em Animais de Produção e de Companhia. Editora Roca, 1ª Ed., 2016.

SKUCE, R. A.; ALLEN, A. R.; MCDOWELL, S. W. J. Herd-level risk factors for bovine tuberculosis: a literature review Herd-level risk factors for bovine tuberculosis: a literature review. Veterinary Medicine International, v. 2012, Article ID 621210, p.1-10, 2012. Available at: http://www.hindawi.com/journals/vmi/2012/621210/abs/

Leite/Europa: O preço do leite ao produtor na UE está acima da média dos últimos 5 anos

A União Europeia (UE) publicou o relatório sobre as perspectivas de curto para os mercados agrícolas em 2025. O relatório observou que o preço do leite cru está acima da média dos últimos cinco anos, impulsionado pela forte demanda do varejo e dos serviços de alimentação. 

O relatório observa que a expectativa é de que a produção de leite na região aumentará ligeiramente este ano, apesar do declínio do rebanho leiteiro. A tendência, em relação ao ano passado, é de que a produção de queijo e de soro de leite continuará aumentando, inclusive no segundo semestre. 

No entanto, a produção de leite em pó, tanto integral como desnatado seguirá em queda na comparação 
interanual e a expectativa é de que continuará declinando, em meio às condições desfavoráveis do mercado. 

A Casa Branca e a Comissão da União Europeia (UE) anunciaram, recentemente, um novo acordo comercial estabelecendo tarifas de 15% dos Estados Unidos sobre a maioria dos produtos vendidos pela UE. Esse tratado inclui uma cláusula para trabalhar na redução de barreiras não tarifárias que afeta os produtos agrícolas. O anúncio da Casa Branca estabelece que isso implica a redução dos requisitos de certificados sanitários para os produtos lácteos.  O Comitê para o Desenvolvimento da Agricultura e Horticultura do Reino Unido (AHDB) divulgou um relatório sobre as expectativas do setor lácteo. Os analistas projetam que o setor lácteo deverá ser o segmento pecuário global com crescimento mais rápido de 2025 a 2034: cerca de 0,7%. O relatório ressalta que o número de fazendas leiteiras declinará 17% de 2024 a 2035 e os rebanhos terão redução de 8%, no mesmo período. A volatilidade de preços, a escassez de mão de obra e os surtos de doenças serão os maiores desafios para o segmento lácteo, diz o relatório. 

No Leste Europeu, os dados sobre da Ucrânia, em junho de 2025, mostraram que houve declínio de 4% na produção de leite cru em relação ao mês anterior, e de 7% na comparação interanual. O volume de leite produzido de janeiro a junho de 2025 é 5% menor em relação ao 1º semestre de 2024. A redução acumulada do ano ocorreu principalmente no setor privado, já que a produção de leite empresarial aumentou 4% na mesma comparação. Um grupo industrial destacou que os baixos preços do leite ao produtor e as incertezas dos mercados estão impedindo uma recuperação significativa da produção de leite do país. 

Relatório USDA: 
https://www.ams.usda.gov/marketnews/individual-dairy-market-news-commodityreports#International
Tradução livre: www.terraviva.com.br


Leite: um aliado para o emagrecimento saudável
A obesidade é um dos maiores desafios de saúde pública no Brasil e no mundo. Segundo dados mais recentes do Ministério da Saúde, mais da metade da população adulta brasileira está com excesso de peso, e cerca de 24,3% são considerados obesos. O tratamento desse quadro é complexo e exige uma combinação de fatores: mudanças de hábitos, apoio psicológico, acompanhamento médico e, principalmente, uma alimentação adequada com acompanhamento nutricional. Nos últimos anos, as chamadas canetas emagrecedoras, como a semaglutida e a liraglutida, análogos do hormônio GLP-1, ganharam espaço nas prescrições médicas por atuarem diretamente no controle do apetite. No entanto, seu uso requer atenção e cuidados especiais. Como alerta o nutricionista, mestre pela Faculdade de Medicina da USP e membro do American College of Sports Medicine, Pedro Perim, esse tipo de tratamento também traz riscos nutricionais importantes se os usuários não realizarem um acompanhamento adequado. “A perda de peso rápida pode comprometer a massa muscular e aumentar a chance de deficiências nutricionais se a alimentação não for bem estruturada.” Estudo recente com pessoas que usam análogos do hormônio GLP-1 revelou que muitos participantes estavam consumindo menos nutrientes do que o recomendado. Entre eles, estão fibras, cálcio, ferro, magnésio, potássio, colina, vitaminas A, C, D e E, além de proteínas. É nesse contexto que o leite volta aos holofotes como um potencial aliado nas estratégias de emagrecimento saudável. “É prático, versátil, nutritivo e pode ajudar tanto na saciedade quanto na preservação da massa magra, além de agregar valor nutricional à dieta por ser um alimento fonte de diversos nutrientes”, destaca Pedro Perim. Segundo o nutricionista, trata-se de uma excelente opção para quem busca emagrecer com saúde, especialmente em fases de redução da ingestão alimentar. “As proteínas do leite ajudam a manter a saciedade por mais tempo e são fundamentais para preservar a massa muscular, algo essencial para evitar o efeito sanfona”, explica. Veja os principais benefícios do leite no processo de emagrecimento: Mais saciedade: as proteínas e gorduras presentes no leite promovem maior sensação de saciedade, o que pode ajudar no controle do apetite (ideal para evitar beliscos fora de hora) Preserva a massa magra: o leite contém caseína e whey protein, proteínas de alta qualidade, o que ajuda a evitar a perda de massa muscular comum em dietas restritivas e no uso de medicamentos que diminuem o apetite Fonte de nutrientes: além das proteínas, o leite é fonte de cálcio, vitaminas B2, B12, D e niacina, essenciais para o metabolismo e a saúde óssea Praticidade: o leite UHT pode ser armazenado fora da geladeira antes de aberto, não precisa ser fervido e está pronto para o consumo a qualquer momento Seguro e sustentável: o leite UHT não contém conservantes, não é reprocessado, e suas embalagens são recicláveis e protegem o alimento sem interferir em seu valor nutricional  Fonte de compostos bioativos: são substâncias presentes em alimentos que têm um efeito sobre a saúde do organismo, além de seu valor nutricional básico. O leite é fonte de compostos que têm potencial anti-inflamatório, antioxidante, anti-hipertensivo e benéfico para saúde intestinal. Com tantos benefícios e ampla versatilidade no preparo de smoothies, shakes e receitas saudáveis, o leite se confirma como um alimento completo e acessível para integrar dietas bem orientadas. “A perda de peso é mais eficaz e segura quando acompanhada de uma nutrição adequada. Não basta apenas comer menos, é preciso comer bem. E o leite pode, sim, fazer parte dessa estratégia”, finaliza o nutricionista. As informações são do Estado de Minas via Milkpoint