Pular para o conteúdo

12/08/2025

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 12 de agosto de 2025                                                        Ano 19 - N° 4.456


Jovem ajuda família em produção de leite e mostra resultados de sucessão bem planejada

Com um rebanho de cerca de 80 animais, a família produz em torno de 1.400 litros de leite por dia

No pequeno município de Ibiraiaras, na região nordeste do Rio Grande do Sul, a rotina do jovem Fabrício Daros, de 16 anos, já envolve ajudar a família na produção de leite. “Cada um fica com uma tarefa. Meu pai trabalha mais com a alimentação dos animais, minha mãe tira o leite, e eu colaboro nas lavouras e faço a limpeza dos estábulos”, conta.O apoio dos pais é um incentivo para que Fabrício queira permanecer na atividade rural, um desejo que é diferente do da maioria dos jovens da sua região. “Muitos querem sair, acham o trabalho muito estressante. Mas eu tenho sorte de, na minha família, escutarem minhas ideias e me incentivarem”, relata.A propriedade da família, de 45 hectares, é voltada para a produção de leite e o plantio de lavouras para silagem. Com um rebanho de cerca de 80 animais — dos quais 40 em lactação —, a família produz em torno de 1.400 litros de leite por dia, que são vendidos para a cooperativa Coasa.Cursando o ensino médio, Fabrício pensa em seguir para o curso técnico em agropecuária na sede de Sertão (RS) do Instituto Federal do Rio Grande do Sul. Ao mesmo tempo, já investe em sua qualificação fora das salas de aula. O jovem integra o programa Gestores do Futuro, da cooperativa CCGL.A iniciativa, que é voltada para sucessores rurais, oferece ferramentas de gerenciamento e aprimoramento da produtividade e da sustentabilidade nas propriedades leiteiras. “Eu penso em ficar no campo. A minha ideia é aumentar a produção e ser um grande pecuarista no ramo de leite”, afirma. (Globo Rural)

Iogurtes sem refrigeração ganham espaço com foco em praticidade e saúde

Indústria asiática aposta em iogurtes de longa duração com culturas probióticas ativas, alinhando tecnologia e conveniência ao estilo de vida moderno.

A busca por praticidade, saúde e produtos com maior vida útil está impulsionando o desenvolvimento de iogurtes estáveis em temperatura ambiente, especialmente nos mercados asiáticos. Esse formato oferece conveniência ao consumidor moderno, permitindo armazenamento e consumo sem necessidade de refrigeração, sem abrir mão dos benefícios dos probióticos. Culturas vivas após tratamento térmico
Na China, o mercado de iogurte segue em forte expansão, com projeções de crescimento anual composto (CAGR) de 8,52%. O segmento específico de iogurtes estáveis à temperatura ambiente acompanha essa tendência, com um CAGR de 3,6%. Atentas a esse movimento, indústrias têm investido em tecnologias que garantem a presença de culturas vivas mesmo após processos térmicos, adicionando os probióticos após a esterilização ou após a fermentação, assegurando viabilidade microbiana e manutenção do sabor e textura característicos.Evitando a pós-acidificação
Outro avanço interessante explora o uso de bactérias lactose-negativas em combinação com Lactobacillus rhamnosus para controlar a fermentação e a acidez. O objetivo é evitar a fermentação excessiva durante o armazenamento e, assim, ampliar a vida útil do produto sem comprometer suas características funcionais.Adaptações climáticas e culturais
Na Índia, o cenário é semelhante. O mercado de iogurtes deve atingir US$ 50,45 bilhões até 2029, com um crescimento projetado de 8,97% ao ano. A maior consciência em relação à saúde, aliada à demanda por alimentos prontos para consumo, tem favorecido o avanço dos iogurtes probióticos de longa duração. Grandes multinacionais  já atuam no desenvolvimento de formulações adaptadas ao clima local e aos hábitos de consumo indiano, promovendo iogurtes que combinam estabilidade, benefícios funcionais e conveniência.

Esses movimentos mostram como o setor lácteo asiático está se reinventando para acompanhar as transformações nos padrões de consumo. A integração entre inovação tecnológica, microbiologia aplicada e marketing nutricional promete abrir novas fronteiras para os lácteos funcionais — agora, prontos para o consumo a qualquer hora e em qualquer lugar.

As informações são da GrayB, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint

Proteínas lácteas bioativas: aliadas contra a sarcopenia no envelhecimento

Com alto valor biológico e peptídeos funcionais, proteínas lácteas bioativas ajudam a preservar a massa muscular e a saúde na terceira idade.

As proteínas lácteas bioativas estão ganhando destaque como ingrediente-chave para o envelhecimento saudável, especialmente no combate à sarcopenia — perda de massa e força muscular comum após os 60 anos.

Com a expectativa da OMS de que a população mundial acima dessa idade dobre até 2050, superando 2 bilhões de pessoas, cresce a necessidade de soluções nutricionais que mantenham a funcionalidade, a independência e a qualidade de vida.

Reconhecidas como padrão ouro em nutrição proteica, as proteínas lácteas oferecem alto valor biológico, excelente digestibilidade e um perfil de aminoácidos que atende ou excede as necessidades humanas.

A composição inclui caseínas (80% do total proteico do leite bovino), que liberam aminoácidos de forma lenta, e proteínas do soro (whey protein), de digestão rápida e ricas em leucina — aminoácido que ativa a via mTORC1, essencial para estimular a síntese de proteínas musculares, cuja eficiência tende a diminuir com a idade.

Além de fornecerem todos os aminoácidos essenciais, as proteínas lácteas apresentam peptídeos bioativos com propriedades fisiológicas específicas.

Entre eles, compostos derivados da caseína, como IPP e VPP, demonstraram efeito anti-hipertensivo ao inibir a enzima conversora de angiotensina. Já peptídeos antioxidantes ajudam a neutralizar radicais livres, reduzindo danos oxidativos associados à perda muscular e ao envelhecimento precoce.

Outros, como lactoferrina e lactoperoxidase, exibem ação imunomoduladora, fundamental para idosos que sofrem com a imunossenescência.

Essa combinação de benefícios é particularmente relevante diante do fenômeno chamado inflammaging, caracterizado por inflamação crônica de baixo grau que acelera a perda de massa magra e aumenta a resistência à insulina.

Estudos indicam que certos peptídeos lácteos podem reduzir citocinas pró-inflamatórias como IL-6 e TNF-α, ajudando a frear esse processo.

No contexto da sarcopenia, a whey protein se destaca pela rapidez de absorção e alta concentração de leucina, que ajudam a superar a resistência anabólica típica do envelhecimento.

A ingestão adequada de proteína — especialmente de alta qualidade — é apontada pelo European Working Group on Sarcopenia in Older People como um dos fatores de risco modificáveis mais importantes.

Para a indústria de alimentos, o potencial dessas proteínas impulsiona o desenvolvimento de iogurtes proteicos, bebidas lácteas enriquecidas, sobremesas funcionais e suplementos em pó direcionados a públicos sênior e esportivo.

Cresce também o uso de whey protein hidrolisada, com melhor digestibilidade, solubilidade e liberação controlada de peptídeos bioativos — solução ideal para bebidas ready-to-drink.

Blends que combinam proteínas lácteas, fibras prebióticas e micronutrientes como cálcio, vitamina D e magnésio vêm se consolidando como formulações completas para suporte ao envelhecimento saudável, aproximando o conceito de “alimento como medicina”.

No entanto, ainda existem desafios tecnológicos, como manter estabilidade em pH ácido, evitar sabor residual e preservar a bioatividade durante a pasteurização.

Do lado regulatório, alegações funcionais como “auxilia na manutenção da massa muscular” exigem comprovação científica robusta, e o reconhecimento dessas claims varia conforme a jurisdição.

O mercado está aquecido: segundo a Grand View Research, o setor global de whey protein superou US$ 10 bilhões em 2023, impulsionado não apenas pelo consumo esportivo, mas também pela demanda crescente do público idoso.

Europa e Japão já registram forte penetração de bebidas e suplementos voltados a essa faixa etária, enquanto políticas públicas incentivam dietas que previnam a sarcopenia, reduzindo custos com saúde.

Diante desse cenário, as proteínas lácteas bioativas não apenas alimentam, mas também atuam como ferramenta estratégica para preservar a autonomia e a vitalidade de uma população que envelhece mais — e quer envelhecer melhor.

*Adaptado para eDairyNews, com informações de Ciência do Leite


Mapa publica edital para credenciamento de laboratórios em áreas estratégicas da defesa agropecuária
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), por meio da Secretaria de Defesa Agropecuária, publicou nesta quarta-feira (23) o Edital SDA/MAPA nº 1/2025, que abre seleção pública para o credenciamento de laboratórios nas áreas de físico-química de produtos de origem animal e vegetal, microbiologia de alimentos e água, resíduos e contaminantes em alimentos, físico-química de alimentos para animais e físico-química de vinhos, bebidas e fermentados acéticos. A medida está alinhada à Portaria nº 747/2024, que modernizou os critérios para credenciamento e fiscalização de laboratórios, conforme as diretrizes da Lei do Autocontrole (Lei nº 14.515/2022). O novo modelo estabelece credenciamentos por meio de editais públicos, tornando o processo mais transparente e alinhado às prioridades nacionais da defesa agropecuária. Na mesma data, foi publicada a Portaria nº 819/2025, que altera o art. 43 da Portaria nº 747/2024, permitindo a alteração dos responsáveis técnico, pela direção e pela qualidade nos credenciamentos ainda vigentes sob a Instrução Normativa nº 57/2013. A medida visa adequar a dinâmica das relações de trabalho, assegurando a continuidade adequada da operação dos laboratórios até o prazo limite previsto no art. 42 da Portaria nº 747/2024. Segundo Fabrício Pedrotti, coordenador-geral de Laboratórios Agropecuários da SDA, “o novo processo de credenciamento é mais dinâmico, prioriza demandas estratégicas da defesa agropecuária e incorpora avanços legais dos últimos anos e a exigência de critérios técnicos mais robustos”. Com a nova regulamentação, o credenciamento passa a ter validade de 10 anos, e os laboratórios interessados deverão atender aos requisitos técnicos, operacionais e legais definidos no edital e na legislação aplicável. Os credenciamentos atualmente em vigor, com base na Instrução Normativa nº 57/2013, continuarão válidos por prazos determinados, de acordo com a área de atuação. Com a nova regulamentação, o credenciamento passa a ter validade de 10 anos, e os laboratórios interessados deverão atender aos requisitos técnicos, operacionais e legais definidos no edital e na legislação aplicável. Os credenciamentos atualmente em vigor, com base na Instrução Normativa nº 57/2013, continuarão válidos por prazos determinados, de acordo com a área de atuação. A publicação do edital representa um marco na modernização do sistema laboratorial que apoia as atividades oficiais de defesa agropecuária no Brasil. (MAPA)