Porto Alegre, 17 de julho de 2025 Ano 19 - N° 4.438
Com base nas diretrizes do Plano de Desenvolvimento Econômico, Inclusivo e Sustentável, o governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec), e a Invest RS anunciaram o Empreender RS, um pacote de ações para impulsionar o futuro do Rio Grande do Sul. O ato ocorreu na tarde da quarta-feira (16/7), no Palácio Piratini, com a presença do governador Eduardo Leite, de secretários de Estado, empreendedores, líderes empresariais e imprensa.
O objetivo das ações do Empreender RS é transformar o Rio Grande do Sul em um destino empreendedor, estimulando a abertura de empresas, a atração de investimentos, a prospecção de mercados e o fortalecimento da posição do Estado como um polo de promoção de negócios nacionais e internacionais.
Leite destacou que o Empreender RS não é uma ação isolada, mas sim parte de um esforço estruturado de longo prazo. “Não são medidas por espasmos ou iniciativas avulsas. Contratamos uma das maiores consultorias do mundo, a McKinsey, com metodologia reconhecida, para nos ajudar a estruturar o Plano de Desenvolvimento Econômico, Inclusivo e Sustentável do Rio Grande do Sul”, disse. “Todas as ações do Empreender RS estão correlacionadas com esse plano, que define onde o Estado deve agir e como, com metas, monitoramento e resultados. É isso que garante coerência e sustentabilidade às políticas públicas, para que sejam apropriadas pela sociedade e se mantenham ao longo do tempo.”
● Conexão Indústria RS
São ações previstas no Plano de Desenvolvimento Econômico, Inclusivo e Sustentável, que contemplam desde a divulgação de informações estratégicas para a tomada de decisão das empresas que querem investir no Estado, passando por desenvolvimento regional até a qualificação da exportação da produção do RS para mercados internacionais.
O presidente da Invest RS, Rafael Prikladnicki, destacou que a colaboração foi a força motriz para a elaboração do Empreender RS. “Não é apenas um conjunto de iniciativas, é uma estratégia de futuro que fortalece o ambiente de negócios, atrai investimentos e projeta o Rio Grande do Sul como um Estado preparado e competitivo. E isso é feito de forma colaborativa. São diversas parcerias e projetos em conjunto com o governo, a sociedade civil e entidades, com o objetivo de transformar o nosso Estado”, afirmou Prikladnicki.
Em um gesto simbólico, ao apresentar os objetivos do Desenvolve Municípios – programa que irá ajudar prefeituras a criar planos de desenvolvimento e atrair investimentos –, Prikladnicki entregou a chave simbólica do escritório de São Paulo da agência de desenvolvimento gaúcha para a presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs).
Encontro celebra Ano Internacional do Cooperativismo
Comemoração foi organizada pela Frencoop, na Assembleia Legislativa, e exaltou os números de superação do Rio Grande do Sul no segmento apesar da tragédia climática de 2024
A Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop) na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, em parceria com o Sistema Ocergs, promoveu na manhã desta quarta-feira, no Salão Júlio de Castilhos do Parlamento, um ato de comemoração ao Ano Internacional do Cooperativismo, em que o Brasil foi escolhido pela segunda vez consecutiva como sede. O encontro celebrou, também, a formatura de 120 alunos do 2º Curso de Educação Política para Cooperativas.
O presidente do Sistema Ocergs, Darci Hartmann, apresentou no evento os números do cooperativismo mundial, nacional e gaúcho. Hartmann destacou a amplitude do sistema no planeta, com um faturamento de 2,4 trilhões de dólares, 3 milhões de cooperativas e 1 bilhão de cooperados. No Rio Grande do Sul, o faturamento de 2024 chegou a R$ 93,2 bilhões, com sobras (lucro) de R$ 5 bilhões, num universo de 372 cooperativas e 4,2 milhões de cooperados.
"É um momento muito importante. Se nós olharmos um ano atrás, quando tínhamos uma série de problemas e não sabíamos nem qual seria o futuro do nosso Estado. Apresentar os números do cooperativismo gaúcho de hoje é muito acima das expectativas", disse.
O dirigente também destacou a formação das lideranças políticas do setor para atuarem nas instâncias estadual e federal negociando as demandas do setor e apoiando a atuação dos parlamentares. Quanto à influência do tarifaço de Donald Trump no segmento, Hartmann destacou que ele pode atingir fortemente cooperativas de café e laranja, mas disse crer numa negociação entre os países que deixe de fora a aplicação da Lei de Reciprocidade.
O presidente da Frente Parlamentar, deputado estadual Elton Weber (PSB), lembrou também a catástrofe climática que atingiu o Estado no ano passado e o exemplo de cooperação de toda a sociedade gaúcha. "Por isso, nós temos hoje, apesar de todos os problemas , um crescimento econômico de 8,4% no setor cooperativo", comentou. O deputado acredita que a imposição de tarifa feita pelos Estados Unidos pode prejudicar o Rio Grande do Sul, sim.
"Eu prezo pelo diálogo para tentarmos resolver esta situação, que mistura assuntos, e não tem conexão de justificativas. Se não for possível, teremos de aplicar a reciprocidade", completou. (Correio do Povo)
Produção de leite dispara em Frederico Westphalen e lidera renda rural
Produção de leite cresce 60% em uma década e supera soja e milho como principal fonte de renda no campo, movimentando R$ 165 milhões na economia local.
A produção de leite em Frederico Westphalen, no Rio Grande do Sul, cresceu 60% entre 2015 e 2024, consolidando-se como a principal fonte de renda do agronegócio local.
A informação é da Emater, que apontou o leite à frente da soja e do milho na geração de receita rural no município, com impacto direto de R$ 54 milhões e efeito total estimado em R$ 165 milhões no PIB local.
Apesar de a quantidade de propriedades leiteiras ter caído de 374 para 169 no período, o desempenho produtivo dos que permaneceram na atividade melhorou consideravelmente.
Segundo o engenheiro agrônomo Jeferson Vidal Figueiredo, do escritório municipal da Emater, a alta na produtividade reflete o avanço técnico e a profissionalização dos produtores.
“Mesmo com menos produtores, a eficiência aumentou. Temos propriedades atingindo produtividade de 47 litros por vaca por dia.
Isso é fruto de gestão profissional, genética de qualidade, alimentação balanceada e controle de custos”, explicou Figueiredo, que também ressalta a importância do conhecimento técnico para manter a viabilidade econômica da atividade. “A margem é curta e exige eficiência máxima”, pontuou.
Para discutir essa evolução e os desafios futuros da bovinocultura leiteira, Emater e entidades parceiras organizam o evento “Evolução da Bovinocultura de Leite em Frederico Westphalen”, no dia 16 de julho, às 19h, no auditório do Sindicato dos Trabalhadores Rurais.
A programação inclui a palestra “Sistemas de Produção de Leite: Desafios, Oportunidades e Viabilidade Econômica”, além da apresentação de dados atualizados e mesa-redonda com representantes de instituições, universidades, setor público e produtores.
O desafio da sucessão rural
Mesmo diante dos avanços, a continuidade da atividade leiteira enfrenta um obstáculo importante: a sucessão familiar. Segundo Figueiredo, é necessário romper com o amadorismo e encarar o leite como um negócio rural.
“Quem quiser continuar na atividade precisa investir em capacitação, buscar assistência técnica e profissionalizar a gestão. Não se trata apenas de tirar leite, mas de gerir uma empresa rural”, destacou.
A região noroeste do Rio Grande do Sul, onde está localizado Frederico Westphalen, tem se consolidado como referência nacional na produção de leite. O município aparece como exemplo de articulação institucional, planejamento técnico e protagonismo dos produtores na condução do desenvolvimento rural.
“Chegamos até aqui com muito esforço. Agora, o nosso desafio é pensar nos próximos passos. Como garantir a permanência do jovem no campo? Como aumentar a rentabilidade sem aumentar os custos? Esses serão os temas centrais do nosso encontro”, afirmou Figueiredo. (Emater via edairy)
Jogo Rápido
Leite anuncia R$ 150 milhões para prorrogação de dívidas de produtores
O governador Eduardo Leite anunciou um aporte de R$ 150 milhões para viabilizar a prorrogação de dívidas de crédito rural contratadas junto ao Banrisul e não contempladas pela resolução nº 5220 do Conselho Monetário Nacional (CMN). Os recursos têm origem no Fundo do Plano Rio Grande (Funrigs). A medida foi apresentada por Leite durante reunião-almoço com a diretoria da Federação da Agricultura do Rio. A medida garante que produtores de municípios com decreto de emergência ou calamidade durante o período das enchentes de 2024 possam renegociar operações de crédito rural com vencimento em 2025. “Estamos falando de um investimento público que busca dar fôlego aos produtores, proteger empregos e garantir a continuidade da produção. O Estado está fazendo a sua parte para complementar as medidas federais e atender quem ficou de fora da cobertura original”, afirmou o governador. A projeção é de que o apoio viabilize a prorrogação de até R$ 3,04 bilhões em crédito rural, com manutenção dos juros contratuais e pagamento escalonado a partir de 2026. O modelo foi desenvolvido em parceria com o Banrisul e inclui metodologia técnica para comprovação de perdas, com base em índices climáticos padronizados, dispensando a apresentação de laudos individuais. (Correio do Povo)