Porto Alegre, 04 de julho de 2025 Ano 19 - N° 4.428
Ijuí será sede de evento da cadeia leiteira
No dia 12 de julho, data em que é comemorado o Dia Nacional do Produtor de Leite, Ijuí sediará o lançamento oficial da programação do Milk Summit Brazil, evento que promete ser o maior encontro da cadeia leiteira do Sul do país. A apresentação acontecerá a partir das 8h, no Auditório do Centro Administrativo da Sicredi das Culturas RS/MG, e contará com a presença de lideranças políticas, representantes de indústrias, cooperativas, técnicos, instituições de apoio ao setor e, especialmente, produtores de leite.
O evento de apresentação da programação representa uma etapa importante na mobilização para a primeira edição do Milk Summit, prevista para outubro de 2025, também em Ijuí. A proposta do evento é reunir os atores ligados à cadeia produtiva do leite com o objetivo de fomentar o diálogo entre os diferentes elos do setor, promover a difusão de tecnologias e traçar estratégias para o fortalecimento da atividade leiteira no país.
Segundo o secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) e coordenador do Milk Summit Brazil, Darlan Palharini, a apresentação da programação será um momento simbólico e de grande importância para o segmento, que possui grande relevância para o município de Ijuí e para a região Noroeste.
“O evento do dia 12 de julho marca o início das ações do Milk Summit Brazil 2025, com o lançamento oficial da programação. Será um momento estratégico para o setor lácteo, em que indústrias, cooperativas, produtores, lideranças e instituições estarão reunidos para debater temas centrais como políticas públicas, competitividade e tendências de mercado”, afirma o secretário-executivo.
A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) é uma das realizadoras do Milk Summit, com apoio de recursos do Fundo de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Leite do Rio Grande do Sul (Fundoleite). O secretário da Agricultura, Edivilson Brum, também participará da cerimônia de lançamento, no dia 12 de julho.
Além da Secretaria, o Milk Summit também conta com o apoio do Sindilat/RS, da Emater/RS-Ascar, da empresa Suport D Leite, do Impulsa Ijuí, da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (Fecoagro), do Sebrae e da Prefeitura de Ijuí.
O evento de lançamento terá início com o credenciamento e um “milk break”, um café da manhã com produtos derivados do leite. Em seguida, Valter Galan, do MilkPoint, apresentará uma análise dos cenários e das principais tendências do mercado leiteiro.
Durante este encontro inicial, também será realizada a premiação dos produtores de leite de Ijuí, promovida pela Prefeitura Municipal. Segundo um levantamento da Emater/RS-Ascar, o município é o maior fornecedor de leite cru para industrialização no Rio Grande do Sul, com produção anual de 741,9 milhões de litros e um rebanho de mais de 157 mil vacas leiteiras — gerando um Valor Bruto de Produção (VBP) de R$ 2,03 bilhões ao ano.
A programação do evento de lançamento também inclui um painel sobre competitividade e políticas públicas, com o secretário da Agricultura, Edivilson Brum; e uma mesa-redonda com painel das instituições mais representativas do setor, como Emater, Senar, Sebrae, Fecoagro, Gadolando, Gado Jersey, Conseleite, Fazenda San Diego e Milkpoint. Por fim, o evento também contará com a abertura oficial das inscrições para o Milk Summit 2025. (Jornal da Manhã)
Setor lácteo aponta caminhos para outros segmentos
De um cenário nada positivo, há cerca de três anos, o setor lácteo se tornou, em 2025, um rentável negócio — alcançando margens de até 30% de lucro, de acordo com o presidente da CCGL, Caio Vianna, cooperativa que reúne outras cooperativas, com foco no apoio aos produtores e no beneficiamento de leite.
A virada se mede justamente após o segmento identificar os principais pontos frágeis do produtor e agir efetivamente sobre eles. O primeiro passo foi conseguir reunir ações no campo, a mesma política e no modelo de negócio para que as perdas começassem a ser revertidas em ganhos.
No campo, a prioridade foi colocar um “exército” de técnicos para apoiar desde mudanças básicas — como o manejo de animais, terras e pastagens — até a gestão da propriedade. Atualmente, entre profissionais da CCGL e de outras cooperativas, cerca de mil técnicos estão conectados com os produtores. Curiosamente, um dos pontos de abordagem dessa iniciativa foi frear a euforia em torno dos investimentos em tecnologia e se voltar novamente à terra e aos cuidados com os animais.
“Obviamente, tecnologia é importante, mas a compra de um equipamento, se mal dimensionada em custo, benefício e necessidade, pode quebrar as finanças do produtor. Não adianta robotizar um sistema que ainda não produziu a margem que permita a aquisição desse equipamento”, pondera o presidente da cooperativa.
A quantidade de leite que uma vaca vai produzir depende da alimentação, do manejo para o bem-estar e da seleção genética”, alerta Vianna.
A aposta demasiada na tecnologia e na compra de equipamentos modernos, observa o executivo, não é uma exclusividade do setor lácteo. O mesmo ocorre em outros segmentos. Vianna comenta que parte dos produtores que investiram pesado em itens de última geração acabou se endividando sem o retorno esperado — seja através do aumento dos processos básicos de plantio quanto para tecnologias que, efetivamente, não são usadas muito aqui com o potencial esperado.
“Houve muito exagero com tecnologias que não eram necessárias e nem utilizadas a pleno. Isso tudo descapitaliza um produtor para investir no melhoramento do animal ou na gestão”, analisa o presidente da CCGL.
Com os dados reais levantados a partir do diagnóstico focado no campo para ajudar a aumentar as produtividades por meio de ações que nem sempre exigem investimentos ou grandes aportes. O resultado é que os ajustes, manejo e operação, assegura Vianna, vêm ocorrendo em seis meses ou em muito poucos semanas. Os 550 produtores do G100 (selecionados pela CCGL com produtividade acima da média de 42 litros diários por vaca), por exemplo, já revelam resultados com manejo e retorno superior.
Mesmo assim, há ainda um grupo de produtores que representa cerca de 80% acima da média e de sua própria produtividade inicial, de 17 litros. Os 17 litros/vaca ainda são a média dos outros 2,5 mil produtores que não fazem parte do grupo de assessorados.
“Eles não integram esse grupo porque não querem, pois temos disponibilidade de atendê-los. Há, porém, produtores mais fechados no sentido de receber orientações ou mesmo de implementar mudanças na sua forma de trabalho”, explica. (Jornal do Comércio)
EMATER/RS: Informativo Conjuntural 1874 de 03 de julho de 2025
BOVINOCULTURA DE LEITE
O excesso de umidade e de barro comprometeu o manejo e o bem-estar animal, favorecendo mastites, lesões e a baixa qualidade do leite. A suplementação alimentar foi intensificada diante da limitação das pastagens em várias regiões. Em algumas, houve registro de queda na produtividade.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, a produção se recuperou com a melhora das condições do solo e com o retorno do desenvolvimento das pastagens de aveia e azevém. No entanto, persiste o acúmulo de barro nas áreas de trânsito intenso. Em algumas propriedades, a insuficiência de áreas de pastagem em relação ao número de animais tem provocado rebaixamento excessivo das forrageiras e impedido o rebrote, mesmo com uso de piqueteamento. Em Manoel Viana, a coleta do leite foi restabelecida em função dos reparos realizados nas estradas, mas a produção deve ficar comprometida pelos danos nas pastagens.
Na de Caxias do Sul, a condição corporal dos animais manteve-se satisfatória. Contudo, o bem-estar foi prejudicado por chuvas frequentes, temperaturas mais baixas e acúmulo de barro nos corredores e nas entradas das salas de ordenha não pavimentadas.
Foram registrados casos de lesões nos cascos, atribuídos às condições úmidas e lamacentas das áreas. Na de Erechim, a maioria das propriedades estão em níveis estáveis de produção. Nos sistemas de piqueteamento, foi possível pastoreio mais eficiente e uniforme. Por outro lado, o excesso de umidade e de barro nas instalações e nas pastagens tem favorecido a ocorrência de mastites e problemas locomotores, exigindo maior atenção no manejo.
Na de Frederico Westphalen e na Passo Fundo, devido à dificuldade de manejo dos animais e das pastagens, causada pelas chuvas constantes, houve uma leve diminuição na produção de leite, e os animais não conseguem manter peso e escore corporal.
Na de Ijuí, apesar da alta umidade, a sanidade dos animais está adequada, e as infecções de úbere controladas. Na região Celeiro, há registro de piora nos índices de qualidade do leite em termos de Contagem Padrão em Placas (CPP), atribuída à umidade excessiva, ao frio e a pouca luminosidade.
Na de Santa Rosa, as condições climáticas têm demandado maiores cuidados com a higiene na ordenha devido ao barro nos úberes. Houve aumento de suplementação na dieta. Apesar do clima adverso, registrou-se aumento de 8% na produção de leite, impulsionado por sistemas confinados e pelo crescimento do número de animais em lactação. A qualidade do leite segue dentro dos parâmetros. Na de Soledade, persistem alguns casos de doenças parasitárias, como anaplasmose, além dos problemas com o manejo de animais nas pastagens, ocasionados pelas condições climáticas. (Emater/RS)
Jogo Rápido
Previsão do tempo SEAPI
Está prevista a ocorrência de geada em Bom Jesus, Capão do Tigre, São José dos Ausentes, Bom Retiro e Jaquirana nesta sexta-feira (4/7). É o que aponta o Boletim Integrado Agrometeorológico 27/2025, da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), em parceria com a Emater/RS-Ascar e o Irga.
Para o restante da semana, um sistema de alta pressão deverá atuar em todo o Rio Grande do Sul, com predomínio de sol até a próxima quarta-feira (9/7), quando um sistema de baixa pressão começará a se intensificar no Estado e provocará chuvas fracas em forma de garoa em regiões pontuais mais ao Norte e Nordeste do RS. Os acumulados não devem ultrapassar o máximo de 2 mm de chuva. As temperaturas devem permanecer baixas, mas sem atingir valores negativos. No Nordeste do Estado e nas regiões mais altas, como em São José dos Ausentes, Vacaria e Bom Jesus, as mínimas podem chegar a 2 °C, mas a sensação térmica deve ficar em - 6°C. O boletim também aborda a situação de diversas culturas e criações de animais pelo Estado. Veja em www.agricultura.rs.gov.br/agrometeorologia (Seapi)