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03/07/2025

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 03 de julho de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.427


Inverno não prejudica a produção de leite no RS, afirma coordenador do Conseleite

O coordenador do Conseleite, Darlan Palharini, afirmou que o período de inverno não representa um problema para a produção leiteira no Rio Grande do Sul. Segundo ele, as características do rebanho e a estrutura produtiva do estado são adaptadas às baixas temperaturas.

De acordo com Palharini, esse desempenho está diretamente relacionado à origem europeia do plantel leiteiro gaúcho. “Nosso gado leiteiro tem origem em raças europeias, como a holandesa e a jersey, que são naturalmente mais adaptadas ao frio. Isso faz com que o inverno, ao contrário do que muitos imaginam, não afete negativamente a produção de leite”, explicou.

O coordenador ainda destacou que, em muitos casos, o clima ameno do inverno pode até favorecer o desempenho do rebanho. “O gado sofre menos estresse térmico no frio do que no calor intenso do verão. Isso pode resultar em uma produção mais estável, especialmente em propriedades com boa estrutura de manejo e alimentação”, complementou.

Palharini também ressaltou a importância de políticas públicas e de apoio técnico aos produtores para garantir que essa estabilidade produtiva seja mantida ao longo de todas as estações. “Com assistência técnica adequada e investimentos em infraestrutura, o Rio Grande do Sul pode continuar sendo referência na produção leiteira do país”, concluiu.

FONTE - JORNALISMO RÁDIO MUNDIAL


Inovar no setor leiteiro é possível - e necessário

*Por Ana Paula Forti, Diretora da área de Processamento da Tetra Pak Brasil.   

O mercado lácteo é um setor alto potencial de crescimento: 80% da população mundial consome leite ou derivados de maneira regular, de acordo com o relatório Dairy and Socio-Economic Development, da Global Dairy Plataform. Porém, mesmo que o consumo de leite faça parte da rotina dessas pessoas, o setor de laticínios ainda carrega características de uma indústria tradicional, marcada por práticas consolidadas e estruturas que mudaram pouco ao longo do tempo.

Por outro lado, a humanidade passou por mudanças que resultaram em novas maneiras de pensar, ver e vivenciar o mundo – que também passou por alterações – e a cadeia leiteira, mesmo que seja uma indústria tradicional, precisa acompanhar. Modernizar processos, investir em equipamentos mais eficientes e incorporar tecnologias sustentáveis não é mais uma opção: é uma condição para seguir competitivo.

Há uma cobrança crescente do mercado por qualidade, segurança, rastreabilidade, uso responsável de recursos e inovação. E, ao mesmo tempo, também temos uma mudança no consumidor, que hoje presta muito mais atenção em aspectos como origem, composição e impacto dos alimentos. Ele quer produtos alinhados aos seus valores: mais saudáveis, com menos impacto ambiental e que entreguem conveniência sem perder o frescor. Em um cenário como esse, não há espaço para a estagnação.

Inovar em um setor tradicional, como é o caso do leiteiro, começa dentro da planta. Maquinários novos, com maior nível de automação, eficiência energética e precisão nos processos, além de soluções de digitalização e controle em tempo real, já estão disponíveis no mercado e oferecem ganhos concretos de produtividade, economia de insumos e previsibilidade operacional. Mais do que isso: permitem uma produção mais inteligente, capaz de se adaptar com agilidade às demandas do mercado e às exigências regulatórias.

E a transformação também passa pelo impacto ambiental. É possível reduzir o consumo de energia e água, minimizar perdas e valorizar subprodutos por meio de tecnologias voltadas ao uso eficiente da matéria-prima e ao aproveitamento integral do leite. Essas mudanças impactam positivamente não só o meio ambiente, mas também a rentabilidade dos negócios.

Por sua vez, a tecnologia, assim como o mundo, a humanidade e a maneira de produzir, também passou por alterações e agora é mais acessível. Embora exista uma percepção de que muitas dessas inovações em equipamentos e linha de processamento sejam caras e, por isso, devam ficar restritas apenas a grandes empresas, hoje, produtores de pequeno e médio porte também podem ter acesso a tecnologias de ponta, com eficiência, segurança e sustentabilidade, tudo isso sem comprometer o custo-benefício.

Por isso, mesmo em um setor consolidado como o leiteiro, há espaço para avanços contínuos. Porém, vale lembrar, o tempo, como diz o ditado, pode ser um grande aliado da indústria nesse momento: a inovação não precisa vir de uma disrupção radical, mas sim da atualização constante de processos, equipamentos e mentalidade. Mesmo que ela ocorra em pequenos passos, essa transformação exige dos produtores atenção às tendências e abertura para investimentos que trazem a possibilidade de retorno financeiro – muitas vezes a curto prazo. O futuro dos laticínios passa, necessariamente, por decisões tomadas agora, com base em dados, visão de longo prazo e disposição para sair do lugar comum. (Néctar comunicação)

Agricultura familiar terá crédito para genética bovina

Plano Safra 2025/26 inclui linha do Pronaf para transferência de embriões, ampliando produtividade e renda em pequenas propriedades leiteiras.

O melhoramento genético dos rebanhos leiteiros foi uma das novidades anunciadas pelo governo federal no Plano Safra da Agricultura Familiar 2025/2026, divulgado nesta segunda-feira, 30, no Palácio do Planalto, em Brasília. O Programa de Transferência de Embriões prevê uma linha de crédito do Pronaf ( Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) para o uso dessa tecnologia nas pequenas propriedades produtoras de leite do país. 

Segundo o ministro de Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, o Brasil possui uma das melhores tecnologias genéticas do mundo e, com essa linha, o produtor terá acesso a esse trabalho. “O Pronaf irá financiar o melhoramento genético por embriões, o que pode fazer toda a diferença. A vaca que o produtor tem vale R$ 3 mil, a bezerra vai valer R$ 6 mil. Se produzir 5 litros de leite, vai produzir 15 a 20 litros. E o produtor poderá dizer que tem uma vaca pura de origem”, disse o ministro durante o lançamento.

Ronei Volpi, presidente da Câmara Setorial de Leite e Derivados do Ministério da Agricultura (MAPA), disse que todo e qualquer programa que traga ganhos em qualidade e novas tecnologia é bem-vindo. No entanto, segundo ele, o pequeno produtor ainda tem outras necessidades. “A agricultura familiar precisa de coisas mais básicas, como sanidade do rebanho, inseminação artificial e assistência técnica. Enquanto a transferência de embriões é uma tecnologia de ponta, ainda é preciso avançar em coisas mais básicas”, afirmou.

Paulo Martins, pesquisador da Embrapa Gado de Leite, achou a medida “louvável”. “O programa que o governo lançou é de suma importância. Mostra uma vontade imensa de que os produtores brasileiros aumentem a produtividade por hectare. No entanto, melhoramento genético é um passo importante, mas não definitivo”, disse.

Segundo o pesquisador, no Brasil, a cada três litros de leite produzidos, dois são originários de propriedades da agricultura familiar. “Estamos dando um passo importante, para aumentar a rentabilidade do produtor de leite brasileiro. Isso interioriza a renda e mantém empregos e família unida no interior do Brasil”, completou.

Apoio das associações de raça
O presidente da Associação Brasileira de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa, Armando Rabbers, considerou o anúncio um avanço muito forte para esses produtores, mas destacou que a tecnologia deve vir acompanhada de apoio no manejo dos animais e na nutrição de qualidade.

“Seria importante incentivar que estes produtores, que iniciarem esse trabalho, como vão pegar animais de raça pura com registro, continuassem fazendo o registro na associação da raça. Assim, o produtor faz o trabalho de genealogia, tipificação e controle leiteiro com o apoio da associação para fazer o melhor trabalho de melhoramento genético”, acrescentou Rabbers.

As informações são do Estadão.


Jogo Rápido
Mapa lança banco de dados do AgroInsight com oportunidades de exportação identificadas por adidos agrícolas
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) acaba de lançar, seguindo a diretriz do ministro Carlos Fávaro, uma nova funcionalidade do AgroInsight: um banco de dados que reúne, em um só lugar, todas as oportunidades de exportação identificadas pelos adidos agrícolas do Brasil no exterior. Na última semana o volume 6 do AgroInsight foi divulgado ao público e junto a ele, o banco de dados exclusivo com todas as oportunidades identificadas e listadas pelos adidos agrícolas brasileiros no exterior. O sistema permite buscas por produto, país ou tema, facilitando o acesso a informações sobre tendências de mercado, demandas específicas e potenciais compradores.  “Ao centralizar esse conteúdo, damos um passo importante para ampliar a inteligência comercial do setor agropecuário. Produtores e exportadores agora conseguem, de forma rápida, identificar onde estão as maiores oportunidades para os seus produtos”, destacou o secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua.  O sistema foi desenvolvido com foco na usabilidade. A navegação é simples e acessível. A ferramenta oferece filtros simples e permite uma visualização clara das informações, promovendo maior assertividade.  A iniciativa é mais uma ação que visa fortalecer a atuação internacional do Brasil. Em um cenário global competitivo e em constante transformação, ferramentas digitais como essa contribuem para ampliar a presença de produtos brasileiros no comércio exterior e oferecem suporte direto aos que movimentam a cadeia produtiva do agro. (MAPA)


 
 
 

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