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02/07/2025

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 02 de julho de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.426


Programação do Milk Summit Brazil será lançada em evento especial do setor leiteiro

Atividades de apresentação ocorrem em Ijuí, no dia 12 de julho

No sábado (12/7), Dia Nacional do Produtor de Leite, será realizado o lançamento oficial da programação do Milk Summit Brazil, evento que promete ser o maior encontro da cadeia leiteira do Sul do país. A apresentação acontecerá a partir das 8h, no Auditório do Centro Administrativo da Sicredi das Culturas RS/MG, em Ijuí (RS).

A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi)é uma das realizadoras do Milk Summit, com apoio de recursos do Fundo de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Leite do Rio Grande do Sul (Fundoleite). O Secretário da Agricultura, Edivilson Brum, participará da cerimônia de lançamento.

O evento representa uma etapa importante na mobilização para a primeira edição do Milk Summit Brazil, prevista para outubro de 2025, também em Ijuí. A proposta é reunir produtores, indústrias, cooperativas, técnicos, autoridades e representantes de instituições ligadas à cadeia produtiva do leite, com o objetivo de fomentar o diálogo entre os diferentes elos do setor, promover a difusão de tecnologias e traçar estratégias para o fortalecimento da atividade leiteira no país.

A atividade do lançamento tem início com o credenciamento e um “milk break”. Em seguida, Valter Galan, do MilkPoint, apresentará uma análise dos cenários e das principais tendências do mercado leiteiro.

Durante o encontro, também será realizada a premiação dos produtores de leite de Ijuí, promovida pela Prefeitura. De acordo com dados da Emater, o município é o maior fornecedor de leite cru para industrialização no Rio Grande do Sul, com produção anual de 741,9 milhões de litros e um rebanho de mais de 157 mil vacas leiteiras — gerando um Valor Bruto da Produção (VBP) de R$ 2,03 bilhões ao ano.

A realização do Milk Summit Brazil 2025 é uma iniciativa conjunta da Seapi, Sindilat/RS, Emater/RS-Ascar, Suport D Leite, Impulsa Ijuí, FecoAgro/RS e Prefeitura de Ijuí.

Programação do evento de lançamento:

Local: Auditório do Sicredi – Rua São Cristovão, 30 - Ijuí/RS, nº 30.


GDT 383: Aumento de volume pressiona os preços no mercado internacional

Leilão GDT tem nova queda e pressiona preços globais dos lácteos. Leite em pó recua 5,1%, e importações brasileiras podem seguir em alta no curto prazo.

No 383º leilão da plataforma Global Dairy Trade (GDT), realizado nesta terça-feira, 1º de julho, o mercado continua apresentando correções de baixa, com a maioria dos produtos em queda. O preço médio dos produtos negociados ficou em US$4.274 por tonelada, refletindo uma queda de 4,1% no GDT Price Index. 

Gráfico 1. Preço médio leilão GDT

O preço do leite em pó integral (WMP), principal referência entre os derivados lácteos negociados na plataforma GDT, registrou uma queda de 5,1%, sendo comercializado a US$3.859 por tonelada. Esse é o quarto recuo consecutivo, porém o mais agressivo deles. No acumulado, a queda foi de 11,9%, e com isso, os preços voltaram a se comportar em patamares vistos em janeiro, mais próximos da média histórica. O maior preço deste ano foi no primeiro leilão de maio, e até aqui, houve o recuo de aproximadamente US$515/tonelada. 

O preço do leite em pó desnatado também continua com variações negativas, caindo 1,7%, com média de US$2.718 por tonelada.

Gráfico 2. Preço médio LPI.

A muçarela apresentou certa estabilidade neste leilão, sendo negociada a US$4.790 por tonelada, queda de apenas 0,2%. O que indica ainda uma pequena variação após altas vistas nos leilões passados. 

A manteiga, que apresentou valorização no leilão passado, desta vez apresentou variação negativa, com queda de 4,3%, tendo seu valor médio negociado à US$7.522/tonelada. O queijo cheddar teve o mesmo comportamento, com recuo de 2,8% após altas vistas no último leilão. 

As únicas valorizações vistas nesse leilão foram da Lactose, que vem de um comportamento de instabilidade após alta significativa em maio, com valorização de 4,2% e valor médio de US$1.375/tonelada, e do Leitelho em pó, que tem apresentado bastante volatilidade nos últimos leilões. 

A Tabela 1 apresenta os preços médios dos derivados ao fim do evento, assim como suas respectivas variações em relação ao leilão anterior.

Tabela 1. Preço e variação do índice dos produtos negociados no leilão GDT em 01/07/2025.

Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2025.
Volume negociado tem alta notável

O volume negociado no leilão apresentou alta, depois de queda significativa desde o começo do ano. É o maior volume negociado desde o segundo leilão de janeiro. No total, foram comercializadas 25.705 toneladas, o que representa uma alta de 69% em relação ao evento anterior. Essa variação positiva pode ser explicada por um mercado com crescente oferta prevista, o que implicou em uma queda nos preços, que abriu espaço para maiores negociações. 

Gráfico 3. Volumes negociados nos eventos do leilão GDT.

Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2025.

Impacto nos contratos futuros
Os contratos futuros de leite em pó integral na Bolsa da Nova Zelândia (NZX Futures) apresentam volatilidade. Embora os preços para agosto e novembro tenham sido menores dos vistos no último leilão, os contratos para setembro, outubro e dezembro apresentaram melhoras, porém ainda com a tendência de queda ao longo do ano.

Gráfico 4. Contratos futuros de leite em pó integral (NZX Futures).

Fonte: NZX Futures, elaborado pelo MilkPoint Mercado, 2025.

E como os resultados do leilão GDT afetam o mercado brasileiro?
A produção global tende a crescer para os próximos trimestres, mas a demanda ainda é incerta, devido ao mercado exterior mais turbulento, que tem causado menores exportações e negociações entre os países. Fatores como a desaceleração da economia chinesa, tensões comerciais e conflitos internacionais aumentam a incerteza externa. 

Nesse contexto de preços em baixa no mercado internacional, os valores praticados para exportações do Mercosul (especialmente Argentina e Uruguai), que são nossos principais fornecedores, também tendem a apresentar redução. Além disso, a taxa de câmbio R$/USD vem operando em níveis mais baixos, abaixo dos R$5,50. Ou seja, as importações de lácteos tendem a apresentar preços mais competitivos à frente, mantendo as importações pelo Brasil em patamares elevados no curto prazo.  (Milkpoint)

Cooperativismo gaúcho registra crescimento

Resultados do setor foram apresentados nesta terça-feira, 1º, pela Organização das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul

Dos 10,8 milhões habitantes do Rio Grande do Sul (de acordo com o censo de 2022), 38,8% estão vinculados a alguma cooperativa estabelecida no Estado. Em 2024, o setor atingiu o número de 4,2 milhões de associados, um crescimento de 7,13% em relação a 2023.

Este foi um dos resultados apresentados pela Organização das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul (Ocergs) na manhã desta terça-feira, 1º, em evento na sede da entidade, em Porto Alegre. O público associado à rede de cooperativas foi um dos destaques citados pelo presidente da organização, Darci Hartmann.

"Estamos aqui mostrando números importantíssimos”, disse Hartmann.

O sistema também aumentou 21,87% em relação ao patrimônio líquido de 2023, chegando a R$ 39,2 bilhões. O mesmo percentual expressa a elevação dos ativos, que somaram R$ 217,8 bilhões. Os ingressos alcançaram R$ 93,25 bilhões em 2024, um aumento de 8,41% sempre em comparação com 2023.

De acordo com Hartmann, “14% do PIB (produto interno bruto) gaúcho é de cooperativas”. O presidente afirmou ainda que a Ocergs, que representa mais de 370 cooperativas no RS, “tem uma expectativa de crescimento muito grande” para 2025, “de dois dígitos”.

“No Ano Internacional das Cooperativas, declarado pela ONU (Organização das Nações Unidas), celebramos a capacidade do cooperativismo de sustentar e impulsionar a economia do Rio Grande do Sul, mesmo diante das maiores adversidades. Em um período marcado por perdas e reconstrução, especialmente no meio rural, os resultados demonstram a força, a resiliência e o compromisso do sistema cooperativo com o desenvolvimento sustentável e com as comunidades onde atua”, avalia Hartmann.

O ramo agropecuário, que representa mais da metade do faturamento total do cooperativismo gaúcho, igualmente ofereceu resultados positivos. Os ingressos, de R$ 49,9 bilhões, subiram 2,49% em comparação com 2023. As sobras totalizaram R$ 1,2 bilhão, alta de 30,78% ante ao ano anterior.

“É importante destacar a resiliência que o agro teve no ano passado, mas ainda temos problemas. O estoque da dívida não foi solucionado”, comentou Hartmann.

Paulo Pires, presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (FecoAgro), explicou que o crescimento do ramo agro foi impulsionado pela industrialização da proteína animal.

“Cooperativas importantes voltaram a ter esse processo. Essa é uma coisa importante, que é esse resgate da rentabilidade da indústria que ocorreu em todos os setores”, disse o presidente da FecoAgro.

Os bons números na agropecuária não afastam o temor em relação às possíveis consequências da falta de solução para a dívida, a descapitalização e a falta de crédito dos produtos, na percepção tanto de Hartmann quanto de Pires.

"Uma cooperativa é uma organização de produtores. Aí, mesmo com a cooperativa capitalizada, mas com o produtor endividado, sem condições de levar adiante o plantio, é muito preocupante”, resumiu Pires. (Correio do Povo)


Jogo Rápido
Ásia e Américas puxam alta na produção mundial de leite em 2025
A produção mundial de leite está prevista para alcançar 992,7 milhões de toneladas em 2025, com um aumento de 1% em relação ao ano anterior, marcando o segundo ano consecutivo de crescimento modesto, segundo o relatório semestral mais recente da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) sobre o mercado global de alimentos. Espera-se que os aumentos na Ásia impulsionem esse crescimento global, impulsionados pela expansão contínua dos rebanhos e ganhos graduais de produtividade em Bangladesh, Índia e Paquistão. Esses avanços devem compensar uma queda projetada na China, onde os preços pagos aos produtores continuam em queda e as pressões de custo persistem, limitando o crescimento da produção. Aumentos expressivos no Brasil e no México, juntamente com uma recuperação na Argentina e nos EUA, devem sustentar uma retomada mais ampla nas Américas. A produção de leite na Europa e na Oceania deve permanecer estável, com aumentos modestos em meio a tendências nacionais divergentes. Em contraste, prevê-se uma leve queda na África, onde o aumento dos custos de insumos e interrupções causadas por conflitos em algumas partes do continente provavelmente dificultarão a produção. O comércio global de laticínios, medido em equivalente leite, deverá cair 0,8% em 2025. Uma retomada esperada das importações pela China – impulsionada pelo aumento da demanda da indústria alimentícia e por uma perspectiva de produção mais fraca – pode compensar apenas parcialmente as quedas previstas nas importações da África, América Latina e Caribe, e Oriente Próximo, devido à melhora da produção regional. As informações são do Dairy Industries International, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint.


 
 
 

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