Porto Alegre, 09 de junho de 2025 Ano 19 - N° 4.409
Importações passam por pequeno avanço em maio
Saldo da balança comercial de lácteos recua para -164,6 milhões de litros em maio. Confira!
Segundo dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), o saldo da balança comercial de lácteos em maio/2025 foi de -164,6 milhões de litros em equivalente-leite, um recuo em relação aos -154 milhões de litros registrados em abril. A movimentação do mês reflete um cenário de relativa estabilidade nas importações, que seguem abaixo dos volumes observados no final de 2024 e início de 2025 — principalmente devido à menor competitividade de preços dos produtos importados frente aos nacionais.
Gráfico 1. Saldo mensal da balança comercial brasileira de lácteos – equivalente leite.
Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.
As exportações brasileiras somaram cerca de 7,21 milhões de litros em equivalente-leite, representando um aumento de 58% em relação a abril e 62% maior em relação a maio/2024.
Gráfico 2. Exportações em equivalente-leite.
Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.
O volume total importado em equivalente-leite no último mês foi de cerca de 171,8 milhões de litros de leite, representando um aumento de 8% em equivalente-leite em relação a abril e 17,4% maior em relação a mai/24.
Mesmo com o avanço no volume total, é importante observar que maio teve um dia útil a mais que abril, o que ajuda a explicar parte do crescimento. Quando considerada a média diária em toneladas, o volume foi 2% inferior ao mês anterior.
Gráfico 3. Importações em equivalente-leite.
Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.
Em maio, as exportações de lácteos apresentaram variações significativas em relação ao mês anterior. Destacaram-se os aumentos nas vendas de leite em pó integral (+167 toneladas | +976%), leite condensado (+112 toneladas | +22%) e manteiga (+92 toneladas | +54%).
Quanto às importações, os principais aumentos foram registrados no ,leite em pó desnatado (+795 toneladas | 23,4%), leite em pó integral (+474 toneladas | +5,1%), doce de leite (+116 tonelas | +114%) e manteiga (+62 toneladas | +30%). Já a principal queda ocorreu para o grupo de soro de leite (-900 toneladas | -46,8%).
Tabela 1. Balança comercial de lácteos em maio de 2025
Tabela 2. Balança comercial de lácteos em abril de 2025
Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados COMEXSTAT.
O que podemos esperar para os próximos meses?
No mês de maio, registrou-se um aumento tanto nas importações quanto nas exportações. Apesar disso, o saldo da balança comercial foi ainda mais negativo em comparação ao mês anterior. A muçarela importada segue menos competitiva diante do produto nacional, ao passo que os leites em pó — integral e desnatado — , apesar de estarem mais caros, ainda apresentam certa atratividade, sustentando os volumes de importações.
Diante desse cenário, espera-se a continuidade do quadro atual, com importações em patamar estável, refletindo a menor competitividade de alguns produtos importados em relação aos nacionais. Além disso, o cenário permanece desafiador, já que, nos próximos meses, a captação de leite deve aumentar no Brasil, elevando a oferta de derivados no mercado nacional e acirrando a competitividade em relação aos importados.
Além disso, o dólar segue apresentando volatilidade frente ao cenário de incertezas na economia global, o que pode impactar as dinâmicas do comércio exterior (Milkpoint)
CONSELEITE MINAS GERAIS
A diretoria do Conseleite Minas Gerais no dia 06 de Junho de 2025, atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I e de acordo com metodologia definida pelo Conseleite Minas Gerais que considera os preços médios e o mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes, aprova e divulga:
a) os valores de referência do leite base, maior, médio e menor valor de referência para o produto entregue em Maio/2025 a ser pago em Junho/2025.
base se refere ao leite analisado que contém 3,30% de gordura, 3,10% de proteína, 400 mil células somáticas/ml, 100 mil ufc/ml de contagem bacteriana e produção individual diária de até 160 litros/dia. Os valores são posto propriedade incluindo 1,5% de Funrural.
CALCULE O SEU VALOR DE REFERÊNCIA
O Conseleite Minas Gerais gera mais valores do que apenas o do leite base, maior, médio e menor valor de referência, a partir de uma escala de ágios e deságios por parâmetros de qualidade e ágio pelo volume de produção diário individual, apresentados na tabela acima.
Visando apoiar políticas de pagamento da matéria-prima leite conforme a qualidade e o volume, o Conseleite Minas Gerais disponibiliza um simulador para o cálculo de valores de referência para o leite analisado em função de seus teores de gordura, proteína, contagem de células somáticas, contagem bacteriana e pela produção individual diária. O simulador está disponível no seguinte endereço eletrônico: www.conseleitemg.org.br.
Agricultura de Baixo Carbono é tema de Seminário Internacional
Encontro em Brasília/DF contou com a participação da Seapi
“Políticas de Agricultura de Baixo Carbono (ABC+): um caminho para a resiliência sustentável no Brasil” foi o tema do Seminário Internacional realizado em Brasília, no Distrito Federal, nesta quarta (04/5) e quinta-feira (05/5).
O engenheiro florestal da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) e coordenador do Plano ABC+RS, Jackson Brilhante, participou do encontro, que contou com a presença de representantes de países da América Latina e das embaixadas do Reino Unido, França e Tailândia.
“O evento foi muito importante porque hoje, a nível mundial, o Brasil é referência na adoção de práticas de agricultura de baixa emissão de carbono. E foi a oportunidade de mostrar para os países participantes do encontro que as práticas brasileiras, além de garantir a segurança alimentar, promovem a redução da emissão de gás de efeito estufa”, afirmou Brilhante. O coordenador destacou também que o encontro foi uma oportunidade de troca de experiências entre os estados, que possuem realidades diferentes.
“Nós, do Rio Grande do Sul, acreditamos que estamos no caminho certo e vamos buscar cada vez mais fortalecer esta importante política pública que é o Plano Estadual de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono do Rio Grande do Sul”, declarou Brilhante. O Rio Grande do Sul, no Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) é o terceiro estado com maior área, com 2,2 milhões de hectares com esta prática.
Programação
Durante o evento ocorreu uma visita técnica aos campos experimentais da Embrapa Cerrados, em Planaltina/DF, para apresentação de experimentos em ILPF, sistemas agroflorestais, manejo integrado de solos e métricas de carbono.
E nesta quarta-feira (04/5) foram apresentados quatro painéis sobre o Plano ABC e ABC+, a agricultura de baixo carbono, as políticas locais do plano ABC e o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas (Caminho Verde Brasil).
Durante o evento, segundo Brilhante, foi possível discutir as evidências de aumento da produtividade e o retorno econômico alcançadas pelo Plano ABC+ e também os mecanismos de geração e transferência de tecnologia, assistência técnica e extensão rural para disseminar tecnologias ABC.
O Seminário foi organizado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Department for Environment, Food & Rural Affairs (DEFRA-UK).
O que é o Plano ABC+
O Plano de Agricultura de Baixo Carbono (Plano ABC) foi criado em 2010 com metas de difusão de tecnologias como Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), plantio direto, fixação biológica de nitrogênio e recuperação de pastagens. Em 2021, o plano foi atualizado para ABC+ 2020-2030, que projeta reduzir em 1,1 bilhão t de CO₂- equivalente até 2030 por meio da adoção em larga escala de práticas sustentáveis nas fazendas brasileiras. (SEAPI)
Jogo Rápido
Produtor tem até o final do mês para entregar a Declaração Anual de Rebanho
O prazo para a Declaração Anual de Rebanho referente ao ano de 2025 vai até o dia 30 de junho. Todos os produtores rurais gaúchos detentores de animais devem fazer a Declaração. A Declaração Anual de Rebanho conta com um formulário de identificação do produtor e características gerais da propriedade. Formulários específicos devem ser preenchidos para cada tipo de espécie animal que seja criada no estabelecimento, como equinos, suínos, bovinos, aves, peixes, abelhas, entre outros. "O produtor, além de estar cumprindo uma obrigação sanitária legal, está contribuindo para o aperfeiçoamento das bases de dados de Defesa Sanitária Animal, possibilitando ter uma melhor visão do cenário produtivo e sanitário do Estado", afirma o chefe da Divisão de Controle e Informações Sanitárias (DCIS) da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), médico veterinário Paulo André Santos Coelho de Souza. Segundo ele, a expectativa é de sejam entregues 361 mil declarações neste ano de 2025 em todo o Estado. A declaração pode ser feita diretamente pela internet, em módulo específico dentro do Produtor Online, através de formulários em PDF ou presencialmente nas Inspetorias ou Escritórios de Defesa Agropecuária.
Para mais informações: www.agricultura.rs.gov.br/declaracao