Atualização do Relatório Socioeconômico da Cadeia Produtiva do Leite apresenta dados regionalizados
A mais recente edição do Relatório Socioeconômico da Cadeia Produtiva do Leite, elaborada pela Emater/RS-Ascar, traz uma importante inovação: a apresentação dos dados de forma regionalizada, permitindo um olhar mais preciso sobre a realidade da produção de leite no Rio Grande do Sul.
“Embora os números estaduais já fossem conhecidos, com destaque para os mais de 4,1 bilhões de litros de leite produzidos anualmente pelos gaúchos, a nova abordagem regional facilita o entendimento das dinâmicas locais e revela as vocações de cada território, permitindo que se trabalhe estrategicamente no desenvolvimento de todo o setor”, destaca Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat/RS).
Entre as informações, os dados do Quadro 16 sobre produção conforme o destino, destacam a região de Ijuí, que se sobressai no fornecimento de leite cru para industrialização, com 741,9 milhões de litros/ano; seguida por Santa Rosa, com 611,2 milhões de litros/ano e Passo Fundo como com 577,5 milhões de litros/ano.
Conforme Jaime Ries, extensionista rural e assistente técnico estadual da Emater/RS-Ascar, a nova apresentação dos dados traz transparência e precisão à análise setorial, oferecendo subsídios para políticas públicas, estratégias industriais e ações de desenvolvimento regional. “A expectativa é de que, com esse detalhamento, as decisões se tornem ainda mais eficazes e conectadas às realidades locais”, indica.
Os novos gráficos com dados regionalizados tanto para as informações coletadas pelos escritórios da Emater no Estado, quanto para as agrupadas dos Coredes sobre diferentes aspectos da produção leiteira gaúcha estão disponibilizados a partir da página 80 no relatório bianual que pode ser encontrado na biblioteca virtual da Emater/RS, clicando aqui. A sexta edição do estudo, apresentando os indicadores preliminares de 2025, será apresentada na Expointer deste ano.
As informações são da Assessoria de Imprensa do Sindilat/RS
Participar de uma maratona não exige apenas preparo físico e resistência muscular, mas também impõe um grande desafio ao sistema imunológico.
O exercício físico intenso e prolongado pode influenciar temporariamente a imunidade, deixando o organismo mais vulnerável a infecções, especialmente nas vias respiratórias.Atletas submetidos a esforços de alta intensidade apresentam maior incidência de infecções do trato respiratório superior.
Embora estudos anteriores tenham sugerido que as manifestações nas vias aéreas superiores estejam, em geral, relacionadas a infecções, também foram demonstradas associações com eventos inflamatórios e alérgicos. Corroborando essa ideia, alterações nas concentrações de IL-6 e IL-10 — marcadores inflamatórios — tanto no soro quanto na mucosa nasal, foram encontradas em maratonistas que apresentaram sintomas.
É justamente nesse contexto que os probióticos vêm ganhando destaque como possíveis aliados da saúde de atletas.
Pensando nisso, um estudo brasileiro publicado na revista Nutrients investigou os efeitos do consumo diário de leite fermentado contendo o probiótico Lactobacillus casei Shirota (Lcs) sobre a imunidade de maratonistas.
O estudo
Durante 30 dias antes da Maratona Internacional de São Paulo, 42 atletas amadores do sexo masculino foram divididos aleatoriamente em dois grupos: um recebeu diariamente 80 mL de leite fermentado contendo 40 bilhões da cepa Lactobacillus casei Shirota, enquanto o outro recebeu uma bebida placebo sem microrganismos vivos, mas sensorialmente muito semelhante.
Amostras de sangue e saliva foram coletadas antes do início da suplementação, 30 dias depois (sendo antes da maratona) e logo após a corrida, com o intuito de analisar marcadores inflamatórios e imunológicos. A ideia era observar se esse consumo contínuo do leite fermentado seria capaz de modular as respostas inflamatórias provocadas pelo estresse físico extremo da maratona.
Resultados promissores
Os participantes que consumiram o leite fermentado probiótico apresentaram melhor controle da resposta inflamatória sistêmica após a maratona. Em geral, após atividades físicas muito intensas, os níveis de IgA (imunoglobulina A secretora) tendem a cair, facilitando infecções. No grupo que consumiu o leite fermentado probiótico, os níveis de IgA salivar se mantiveram mais estáveis.
Além disso, o grupo consumidor do leite fermentado probiótico apresentou aumento dos níveis nasais de IL-10 (uma citocina anti-inflamatória clássica); redução dos níveis nasais de citocinas pró-inflamatórias; e diminuição da infiltração de neutrófilos na mucosa nasal, demonstrando um efeito anti-inflamatório.
Dessa forma, enquanto no grupo placebo, as citocinas pró-inflamatórias se elevaram de forma mais descontrolada após a prova, no grupo que ingeriu leite fermentado os indicadores inflamatórios permaneceram mais estáveis, indicando uma resposta de recuperação mais eficiente do organismo.
A pesquisa reforça o conceito de que alimentos funcionais, como o leite fermentado com probióticos, podem ir além da nutrição básica e oferecer benefícios aos atletas, especialmente em condições de estresse físico elevado. Contudo, vale ressaltar que outras variáveis também influenciam na resposta inflamatória do organismo, como sono e alimentação.
A cepa Lactobacillus casei Shirota já é bastante estudada e reconhecida por sua ação no equilíbrio da microbiota intestinal. Este estudo acrescenta à literatura científica uma evidência aplicável da cepa, demonstrando o potencial do leite fermentado como produto de valor agregado e aliado da saúde, abrindo caminho para o desenvolvimento de novos produtos voltados a públicos específicos e/ou recomendações dietéticas associadas com nutrição esportiva.
FONTE:
- Vaisberg, M.; Paixão, V.; Almeida, E.B.; Santos, J.M.B.; Foster, R.; Rossi, M.; Pithon-Curi, T.C.; Gorjão, R.; Momesso, C.M.; Andrade, M.S.; et al. Daily Intake of Fermented Milk Containing Lactobacillus casei Shirota (Lcs) Modulates Systemic and Upper Airways Immune/Inflammatory Responses in Marathon Runners. Nutrients 2019, 11, 1678. https://doi.org/10.3390/nu11071678
Quais os benefícios do soro do leite?
O soro do leite é rico em proteínas e minerais que fortalecem a imunidade e desempenho físico. leia e entenda os benefícios.
Com crescimento significativo de aceitação no mercado consumidor, o soro de leite vêm sendo objeto de pesquisas e desenvolvimento de produtos nas indústrias.
O soro de leite sempre foi o maior subproduto da indústria de laticínios e há algum tempo representava um grande problema. Mas o “jogo virou” e agora ele é desejado por grande parte da população, principalmente no uso de suplementos esportivos e nutricionais, como o Whey Protein ou as bebidas proteicas, por exemplo.
NUTRIÇÃO E COMPOSIÇÃO: QUAIS OS BENEFÍCIOS DO SORO DO LEITE?
O soro contém: proteínas, lactose, minerais (cálcio, fósforo, magnésio, zinco), vitaminas, e traços de gordura. Lembrando que as proteínas do leite são compostas basicamente por 80% caseínas e 20% de proteínas do soro - sendo as frações: beta-lactoglobulina (BLG), alfa-lactoalbumina (ALA), albumina do soro bovino (BSA), imunoglobulinas (Ig's) e glico-macropeptídeos (GMP).
Destacando que as proteínas solúveis do soro do leite apresentam um excelente perfil de aminoácidos, caracterizando-as como proteínas de alto valor biológico. As principais proteínas do soro do leite são: Alfa-Lactoalbumina (ALA), Beta-Lactoglobulina (BLG) e Albumina do Soro Bovino (BSA). Estas representam cerca de 20% no total de proteínas do leite.
A beta-lactoglobulina merece destaque, pois além de representar 50% do volume, ela é o polipeptídeo com maior teor de aminoácidos essenciais, ou seja, aqueles que não conseguimos sintetizar e precisamos obtê-los via alimentação.
A alfa-lactoalbumina é a segunda proteína em maior volume no soro e caracteriza-se por ser de fácil e rápida digestão. É rica em aminoácidos como: triptofano, lisina, leucina, cistina e treonina. Além disso, devido a sua estrutura, a ALA consegue se ligar a minerais fundamentais ao organismo, como cálcio e Zinco.
Já a Albumina do Soro Bovino (10%) é rica em cistina, precursor da cisteína. E devido a sua afinidade é responsável por auxiliar no transporte, via corrente sanguínea, de ácidos graxos/lípidos.
Considerando a alta qualidade das proteínas presentes no soro do leite, as pesquisas relatam bioatividade benéfica para os humanos, em especial associadas as proteínas, como:
● Atividades antimicrobiana e antiviral
● Atividade de imunomodulação
● Atividade anticâncer
● Saúde cardiovascular
FONTES:
- U.S. Dairy Export Council. Reference Manual for U.S. Whey And Lactose Products. Arlington, VA: U.S. Dairy Export Council, 2003.
- Zimecki, M., A. Wlaszczyk, R. Wojiechowski, et al. Arch. Immunol. Ther. Exp. 49: 325, 2001.
- Low, P.P., K.J. Rutherfurd, H.S. Gill, et al. Int. Immunopharmacol. 3: 393, 2003.
- Bounous, G., and J.H. Molson. Anticancer Res. 23(2B): 1411, 2003.
- Walzem, R.L., C.J. Dillard, and J.B. German. Crit. Rev. Food Sci. & Nutr. 42: 353, 2002.
- Harper, W.J. Biological Properties of Whey Components. A Review. Chicago, IL: The American Dairy Products Institute, 2000 with updates 2001, 2003.
- Whey protein: composition, nutritional properties, applications in sports and benefits for human health. Rev. Nutr. 19 (4). Ago 2006. https://doi.org/10.1590/S1415-52732006000400007
Jogo Rápido
Brasil vai exportar manteiga aos EUA
A Lactalis Brasil se prepara para exportar aos Estados Unidos a manteiga com a marca Président. Atualmente,o mercado americano é abastecido com manteiga Président produzida na operação da Lactalis na França, mas com a menor oferta de gordura e a limitação de capacidade de produção no país europeu, a multinacional decidiu atender os EUA a partir de sua unidade em Teutônia (RS). Segundo a empresa, a menor oferta na França está relacionada à dinâmica do mercado de leite em pó desnatado, já que a manteiga é um sub produto do processo de fabricação.“Quando o mercado de leite em pó desnatado não está tão forte, você não tem disponibilidade de manteiga”,diz Roosevelt Júnior, CEO da Lactalis Brasil. (Valor Econômico)