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17/12/2025

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 17 de dezembro de 2025                                                 Ano 19 - N° 4.537


Sindilat/RS realiza nesta quarta-feira a entrega do 11º Prêmio Sindilat de Jornalismo e do Prêmio Destaques 2025

O Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) promove, nesta quarta-feira, 17 de dezembro, em Porto Alegre, a cerimônia de entrega do 11º Prêmio Sindilat de Jornalismo e do Prêmio Destaques 2025, durante o tradicional jantar de confraternização anual da entidade.

A iniciativa tem como objetivo reconhecer e valorizar a cobertura jornalística da cadeia produtiva do leite, além de homenagear lideranças, instituições e profissionais que contribuem de forma relevante para o desenvolvimento do setor lácteo gaúcho.

Consolidado como uma das principais premiações do segmento no Estado, o Prêmio Sindilat de Jornalismo contempla trabalhos inscritos nas categorias Audiovisual e Texto, destacando reportagens que abordam temas como desafios do setor, inovação, tecnologia, sustentabilidade e a importância do leite para a economia e a segurança alimentar.

O Prêmio Destaques 2025 reconhece personalidades e organizações cuja atuação tem impacto positivo no fortalecimento da cadeia láctea no Rio Grande do Sul, valorizando trajetórias, iniciativas institucionais e contribuições ao cooperativismo, à produção e ao desenvolvimento setorial.

A cerimônia integra a programação anual do Sindilat/RS e reúne autoridades, representantes do setor produtivo, profissionais da comunicação, parceiros institucionais e convidados.

O jantar de confraternização e a premiação contam com patrocínio da Tetra Pak, parceira do setor lácteo e apoiadora de iniciativas voltadas à valorização da comunicação e do desenvolvimento da cadeia do leite.

A divulgação dos vencedores e homenageados ocorre ao longo da noite, durante a cerimônia oficial. (As informações são do Sindilat/RS)


Dia de campo destaca benefícios da irrigação na produção de leite em Faxinalzinho, diz Emater/RS

Emater/RS-Ascar realizou, na manhã desta quinta-feira (11), um Dia de Campo voltado aos sistemas de irrigação e ao manejo de pastagens na propriedade do produtor Ari da Costa, no município de Faxinalzinho. 

O evento reuniu agricultores e técnicos para discutir práticas de manejo e o papel das políticas públicas na sustentabilidade da produção rural. A propriedade de Ari da Costa conta, há 15 anos, com um sistema de irrigação implantado por meio de políticas públicas estaduais. A tecnologia tem permitido manter a produtividade e garantir massa verde para as 24 vacas holandesas do rebanho, mesmo em períodos de estiagem mais severos. O sistema se consolidou como um ponto de apoio estratégico para a estabilidade da produção de leite. Durante o Dia de Campo, extensionistas rurais da Emater/RS-Ascar abordaram temas como manejo de irrigação, manejo de pastagens, solo e adubação. Também foram discutidas as políticas públicas de reservação de água e irrigação do Governo do Estado, através das secretarias estaduais da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) e de Desenvolvimento Rural (SDR), destacando sua importância para ampliar a resiliência das propriedades. 

A programação incluiu ainda a demonstração de um método de quantificação da disponibilidade de massa verde na Unidade de Referência Técnica (URT) de irrigação localizada na propriedade, que abrange uma área de quatro hectares. A atividade permitiu que os participantes conhecessem, na prática, ferramentas que auxiliam na tomada de decisão sobre o uso racional da água e o manejo adequado das pastagens. (Fonte: Emater/RS-Ascar)

 

Otimizando a ordenha: menos tempo no fosso, mais qualidade de vida e lucro

Uma rotina bem planejada reduz o desgaste das vacas, economiza mais de uma hora por dia e melhora a qualidade de vida de quem trabalha no campo. Entenda como ajustar tempos, dimensionar a estrutura e usar tecnologia para ganhar eficiência sem perder qualidade.

A rotina de ordenha é o coração da propriedade leiteira. Quando longa e desgastante, ela consome horas preciosas do dia, resultando em uma jornada exaustiva que limita o tempo disponível para outras tarefas essenciais da fazenda. Otimizar a ordenha é, portanto, um investimento direto na eficiência do negócio e na qualidade de vida de quem trabalha no campo.

O impacto de uma ordenha demorada vai além do cansaço do produtor. Quanto mais tempo a vaca permanece em pé na sala de espera e de ordenha, sobre um piso duro, maior é seu desgaste e nível de estresse. Como meta de bem-estar animal, o tempo total que uma vaca passa fora de sua área de descanso ou pasto não deveria ultrapassar 1 hora e 30 minutos por turno.

Esse tempo envolvidas na ordenha também é subtraído de suas atividades mais importantes: descanso, ruminação e alimentação. Vacas que retornam mais rápido ao seu ambiente natural aproveitam melhor a forragem, pois têm mais tempo para o pastejo, especialmente nos horários de sua preferência — o amanhecer e o entardecer, como já abordado no artigo de Ebert et al. (2025): Suas vacas têm tempo para pastar?

O tempo ideal da ordenha: respeitando a fisiologia da vaca
Eficiência na ordenha não significa pressa, mas sim realizar o processo no tempo correto, alinhado à fisiologia da vaca e ao bom dimensionamento dos equipamentos.

Fisiologicamente, a ordenha ideal de cada vaca dura entre cinco e seis minutos. Esse intervalo aproveita o pico de ação da ocitocina, o hormônio responsável pela ejeção do leite. Embora existam variações naturais (algumas vacas terminam em quatro minutos, outras podem levar até oito), este é o referencial de excelência. Respeitar esse tempo reduz o risco de sobreordenha (ordenhar a vaca "no vazio"), uma prática que causa lesões nos tetos. Tais lesões são portas de entrada para bactérias causadoras da mastite, resultando no aumento da Contagem de Células Somáticas (CCS) e em perdas econômicas.

Um dos erros mais comuns que atrasam o processo é a estimulação incorreta. O tempo ideal entre o primeiro estímulo (limpeza e toque nos tetos) e a colocação das teteiras deve ser de 90 a 120 segundos. É nesse intervalo que a ocitocina atinge seu pico, garantindo uma descida do leite rápida e completa. Acoplar os conjuntos antes ou depois desse período resulta em uma ordenha mais lenta e em menor esgotamento do úbere.

Como calcular e otimizar sua rotina de ordenha
Para planejar e avaliar a eficiência do seu processo, pode-se usar como referência uma média de oito minutos por vaca, somando o tempo de preparação e de ordenha efetiva.

Exemplo Prático:

Vamos analisar um rebanho de 40 vacas em lactação.

Cenário 1: 4 Conjuntos de Ordenha
Cálculo: (40 vacas / 4 conjuntos) x 8 minutos/rodada = 80 minutos
São necessárias 10 rodadas para ordenhar todo o rebanho.
 
Cenário 2: 6 Conjuntos de Ordenha
Cálculo: (40 vacas / 6 conjuntos) x 8 minutos/rodada = ~53 minutos
O número de rodadas cai para menos de 7, economizando quase 30 minutos por ordenha.
 
Cenário 3: 8 Conjuntos de Ordenha
Cálculo: (40 vacas / 8 conjuntos) x 8 minutos/rodada = 40 minutos
Com 5 rodadas, o tempo de ordenha é reduzido pela metade em comparação com o primeiro cenário.
Neste exemplo, a diferença entre o primeiro e o último cenário é de 40 minutos de economia a cada ordenha. Em um sistema com duas ordenhas diárias, isso representa uma economia total de 80 minutos, ou seja, 1 hora e 20 minutos a menos de trabalho por dia e de tempo adicional para as vacas pastarem ou ruminarem.

Tecnologias que aceleram a rotina e aumentam a eficiência

A tecnologia pode ser uma grande aliada para tornar a ordenha mais rápida, segura e menos dependente da habilidade manual do operador.

Extratores automáticos de teteiras: a capacidade humana é um fator limitante. Um único ordenhador em uma sala canalizada consegue operar com eficiência de cinco a seis conjuntos. Acima disso, o risco de sobre ordenha aumenta. O extrator automático resolve esse gargalo, permitindo que uma pessoa gerencie até oito conjuntos com segurança. O equipamento se retira sozinho ao final da ordenha, evitando lesões e agilizando o trabalho.

Programadores automáticos de lavagem: em muitas propriedades, a limpeza dos equipamentos consome até 25% do tempo total da rotina. Os programadores de lavagem automatizam completamente o processo. Ao final da ordenha, o sistema executa todos os ciclos de enxágue e sanitização, garantindo uma higienização padronizada e liberando o produtor para outras atividades.

Linhas de leite duplas: para propriedades onde não é viável expandir a estrutura física da sala, a instalação de uma linha de leite dupla é uma alternativa. Embora o ganho de tempo não seja tão expressivo quanto ampliar o fosso, essa adaptação permite agilizar o fluxo de ordenha sem a necessidade de grandes obras.

O impacto da otimização: ganhos que vão além do relógio

O planejamento da ordenha reflete diretamente na viabilidade econômica, social e na sustentabilidade do negócio.

Retorno sobre o investimento: ordenhas mais rápidas significam vacas com mais tempo para pastar, beber água e descansar. Esse bem-estar se traduz em maior consumo de forragem e, consequentemente, em maior produção de leite. Portanto, investir em tecnologia para a ordenha não é um gasto, mas uma estratégia para aumentar a eficiência e a lucratividade.

A dimensão social: ordenhas que se estendem por mais de duas horas consomem de quatro a cinco horas do dia. Reduzir esse tempo torna a atividade leiteira menos penosa e melhora a qualidade de vida da família. Em muitas propriedades, essa tarefa é assumida por mulheres, que acumulam a função com os cuidados da casa e dos filhos. Tornar a ordenha mais ágil é também uma questão de valorização do capital humano.

Otimização da mão de obra: em sistemas com funcionários, a redução no tempo de ordenha permite que a equipe se dedique a outras atividades importantes, como manejo de pastagens, cuidados com bezerras ou manutenção. A mão de obra se torna mais produtiva e estratégica.

Considere o tempo de ordenha na estrutura da propriedade.

Os aspectos técnicos, como possibilitar mais tempo para pastejo, especialmente nos momentos cruciais para pastejo pelo comportamento animal, que coincidem com os períodos tradicionais onde são feitas as ordenhas e as questões de saúde das vacas e sanidade da produção, já indicam que tornar as ordenhas mais ágeis pode ser visto como investimento para eficiência dos sistemas de produção.

Porém, esse tema merece uma atenção ainda redobrada, ao considerar que a mão de obra é talvez a maior limitação ou dificuldade enfrentada no campo pelos produtores, especialmente familiares. Diminuir o tempo de envolvimento com a ordenha todos os dias pode significar a diferença em relação à satisfação com a atividade. (Leandro Ebert e Maicon Berwanger para Milkpoint)


Jogo Rápido
SOJA/CEPEA: Negócios se aquecem no spot
Cepea, 15/12/2025 – As negociações envolvendo soja no mercado spot se aqueceram na última semana, aponta levantamento do Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, o impulso veio do aumento da demanda para completar cargas nos portos brasileiros e das novas estimativas da Conab indicando redução no estoque de passagem frente ao projetado no relatório anterior. Esse cenário reforçou o movimento de valorização dos prêmios de exportação no Brasil e elevou os preços internos, conforme explicam pesquisadores do Cepea. Os embarques brasileiros da safra 2024/25 (que se encerra ao final deste mês) foram revisados pela Conab para um novo recorde de 106,97 milhões de toneladas, alta de 0,3% em relação ao relatório anterior. Segundo dados da Secex, 98,88% desse volume já havia sido embarcado até 5 de dezembro. Fonte: Cepea (www.cepea.esalq.usp.br)