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10/12/2025

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 10 de dezembro de 2025                                                 Ano 19 - N° 4.532


IBGE: Trimestrais da pecuária - Aquisição de leite teve alta de 10,2% em comparação com o mesmo período do ano anterior

No 3º trimestre de 2025, a aquisição de leite cru feita pelos estabelecimentos que atuam sob algum tipo de inspeção sanitária (Federal, Estadual ou Municipal) foi de 7,01 bilhões de litros, acréscimo de 10,2% em relação ao 3° trimestre de 2024. Essa marca estabeleceu recorde da série histórica, iniciada em 1997, superando o volume alcançado  nas aquisições do quarto trimestre de 2020. Em relação ao 2º trimestre de 2025, a variação nas aquisições também foi positiva, na ordem de 7,9%.

No Gráfico I.11 é possível perceber um comportamento cíclico no setor leiteiro, em que os 3º trimestres frequentemente superam os primeiros trimestres do ano, numa tendência de recuperação que culmina no quarto trimestre. O mês de maior captação, dentro do período, foi agosto, no qual foram  contabilizados 2,37 bilhões de litros de leite.

A Região Sul apresentou a maior proporção na captação de leite cru, com 43,0% do total, seguida pelas Regiões Sudeste (35,1%), Centro-Oeste (9,9%), Nordeste (9,0%) e Norte (3,0%). No comparativo do 3º trimestre de 2025 com o mesmo período em 2024, o acréscimo de mais de 650,67 milhões de litros de leite captados, em nível nacional, é proveniente de aumento de aquisição registrado em 23 das 26 UFs participantes da Pesquisa Trimestral do Leite. Em nível de Unidades da Federação, os acréscimos mais relevantes ocorreram no Paraná (+106,39 milhões de litros), Rio Grande do Sul (+102,25 milhões de litros) e São Paulo (+83,82 milhões de litros) (Gráfico I.12).

O preço líquido médio do litro de leite pago ao produtor no 3º trimestre de 2025 foi de R$ 2,57, valor 8,2% menor do que o praticado no trimestre equivalente do ano anterior. Em comparação ao preço médio auferido no 2° trimestre de 2025, houve decréscimo de 6,6% (Gráfico I.13). 

Ao longo do terceiro trimestre, assim como observado no trimestre anterior, o preço do leite veio performando queda, obtendo uma média de R$ 2,65 em julho, R$ 2,58 em agosto e R$ 2,50 em setembro. 

Segundo o IPCA, o item “Leites e derivados” teve aumento de 1,95% no acumulado de janeiro a setembro de 2025, inferior ao índice geral de 3,64% no mesmo período. Dos oito subitens desta lista, as maiores variações no período foram verificadas no leite em pó (+6,47%), no leite condensado (+5,87%) e em iogurte e bebidas lácteas (+5,27%). A maior parte da captação de leite pelos laticínios brasileiros foi realizada por estabelecimentos de grande porte, que receberam mais de 150 mil litros de leite/dia (6,5% do total de estabelecimentos) e foram responsáveis por 69,7 % do volume de leite cru captado no 3º trimestre de 2025 (Tabela I.13).

No 3º trimestre de 2025, participaram da Pesquisa Trimestral do Leite 1 965 estabelecimentos, sendo 645 (32,8%) registrados no Serviço de Inspeção Federal (SIF), 847 (43,1%) nos Serviços de Inspeção Estadual (SIE) e 473 (24,1%) nos Serviços de Inspeção  Municipal (SIM), respondendo, respectivamente, por 87,8%, 10,4% e 1,8% do total de leite  captado. O Amapá foi a única Unidade da Federação a não participar da pesquisa, por não  apresentar estabelecimento elegível ao universo investigado.

FONTE: Indicadores IBGE - Estatística da Produção Pecuária - jul.-set. 2025 - Publicado em 10/12/2025


RAR verticaliza operação na cadeia produtiva de alimentos e bebidas

Ao recapitular a história da RAR Agro & Indústria em uma das apresentações do Fórum Econômico, o presidente-executivo da empresa, Sergio Barbosa, contou como o controle de qualidade em toda a cadeia produtiva tornou a RAR uma das líderes no mercado de produtos alimentícios. A produção de maçãs, vinhos e queijos se destaca no portfólio reconhecido por combinar tradição, inovação e sustentabilidade.A empresa – que leva as iniciais do fundador Raul Anselmo Randon – iniciou as atividades em 1979 com a produção de maçãs em Vacaria. A iniciativa marcava a entrada no setor agropecuário de um dos fundadores das Empresas Randon, a maior produtora de reboques da América Latina. Naquele ano, o governo federal oferecia incentivos fiscais para o cultivo de maçãs, uma vez que o País dependia fortemente de importações desses gêneros alimentícios.Hoje, a RAR é a terceira maior produtora de maçãs do Brasil, colhendo cerca de 80 mil toneladas por ano em um pomar de 1.500 hectares. Em torno de 20% das frutas são exportadas. A receita de 2024 do grupo RAR girou em torno de R$ 505 milhões.

"A coleta das maçãs é feita de forma manual. Cerca de 20 mil pessoas vão à Vacaria na época da coleta das maçãs. Já existem projetos para fazer a colheita automatizada, mas ainda são muito embrionários", observou Barbosa.

Após o sucesso na fruticultura, o fundador da RAR ingressou no mercado de laticínios. Em 1992, Randon importou 140 vacas holandesas prenhas dos Estados Unidos, que deram origem ao plantel atual de 1.500 animais. Hoje a empresa é a maior produtora de leite do Rio Grande do Sul, com uma média de 17,5 milhões de litros ao ano.

O leite serviu de matéria-prima para a produção do primeiro queijo tipo grana produzido fora da Itália, o Gran Formaggio. As primeiras formas saíram em 1996 e, hoje, a fábrica também produz parmesão e outros tipos de lácteos. São cerca de 1.380 toneladas de Gran Formaggio e 660 toneladas de parmesão ao ano.

"Para fazer uma forma de queijo (Gran Formaggio) de 40 quilos, são necessários 500 litros de leite. Temos duas câmaras (para armazenar os queijos) com quase 33 mil formas. São câmaras climatizadas, com controle da temperatura e umidade", contabilizou o presidente-executivo da RAR.

Finalmente, a empresa começou o cultivo de algumas variedades de uvas, o que abriu caminho para a entrada no mercado de vinhos e espumantes. Alguns dos sucessos da marca foram desenvolvidos a pedido de Raul Randon em datas comemorativas. Por exemplo, entre 1999 e 2002, o fundador da empresa conduziu a produção do vinho Reserva de Família, como uma celebração das bodas de ouro do seu casamento com Nilva Randon.

"Aí começou a paixão do seu Raul pelos vinhos. Em seguida, ele foi para as uvas brancas, destilados, sidras. Tudo para comemorar os bons momentos da vida", relembrou Barbosa. Hoje a RAR tem um portfólio com dezenas de vinhos, espumantes, cidras e grappas com diversos prêmios nacionais e internacionais.

Um dos diferenciais dos produtos da RAR Agro & Indústria é o controle de qualidade desde a produção dos próprios insumos até o produto final. Além disso, o acompanhamento de toda a cadeia produtiva permite que a empresa tenha cuidados com o meio ambiente, bem-estar animal e ambiente de trabalho. Graças às boas práticas nessas áreas, a RAR recebeu os selos Fair Food pelo tratamento adequado aos animais, Global G.A.P pelas práticas sustentáveis na agricultura e Eu Reciclo pelo compromisso com a reutilização de materiais recicláveis. (Jornal do Comércio)

Mulheres que bebem lácteos líquidos têm menos fraturas, mostra análise

Uma das maiores coortes sobre saúde óssea em mulheres revela que o consumo regular de lácteos líquidos reduz o risco de fraturas totais e osteoporóticas 

O consumo regular de lácteos líquidos voltou ao centro do debate científico após um estudo de grande escala indicar que esses produtos podem reduzir de maneira significativa o risco de fraturas em mulheres adultas.

A pesquisa, conduzida pela Fundação Iberoamericana de Nutrição (FINUT) e publicada no European Journal of Nutrition, acompanhou ao longo de 25 anos mais de 14 mil mulheres finlandesas, oferecendo uma das análises mais sólidas já realizadas sobre saúde óssea e dieta.

Segundo a FINUT, o objetivo principal foi esclarecer o impacto de diferentes tipos de lácteos sobre a incidência de fraturas, um problema crescente de saúde pública. Estimativas globais apontam que cerca de nove milhões de pessoas sofrem fraturas anualmente, muitas relacionadas à osteoporose. Com o avanço do envelhecimento populacional, a incidência dessas lesões aumentou mais de 33% nas últimas três décadas — um dado que preocupa especialistas e pressiona sistemas de saúde.

A coorte analisada incluiu 14.220 mulheres com idade média inicial de 52 anos. Ao longo do acompanhamento, as participantes responderam questionários detalhados sobre saúde geral, estilo de vida e frequência de consumo de diferentes lácteos. O total de observação superou 245 mil pessoas-ano, oferecendo um panorama robusto sobre padrões alimentares e risco de fraturas. Durante o período, 4.358 mulheres sofreram algum tipo de fratura. A mortalidade geral foi de 22,7%.

Os resultados chamaram atenção dos pesquisadores: mulheres que não consumiam lácteos líquidos — como leite, leite fermentado e iogurte — apresentaram maior risco de fraturas totais e osteoporóticas. Já aquelas que mantinham ingestão regular desses produtos mostraram redução significativa nesse risco. A FINUT destaca que essa diferença reforça a hipótese de um “efeito limiar” do cálcio, no qual mesmo quantidades moderadas já seriam suficientes para exercer impacto protetor sobre a estrutura óssea.

O estudo também explorou distinções entre diferentes categorias de lácteos. Enquanto os lácteos líquidos demonstraram associação clara com menor risco de fraturas totais e osteoporóticas, o queijo apresentou efeito específico: um consumo elevado foi associado à redução do risco de fratura de quadril, mas não das demais fraturas avaliadas. De acordo com os autores, essa diferença pode estar relacionada ao perfil nutricional do queijo, que concentra proteínas, sódio e compostos bioativos como probióticos, prebióticos e vitamina K. A diversidade de tipos e processos de maturação também dificulta comparações diretas entre estudos.

Outro ponto abordado pela pesquisa é a complexidade da fratura de quadril, cuja ocorrência — mais rara na amostra estudada — dificulta a identificação de relações estatísticas robustas com a ingestão de lácteos líquidos. Ainda assim, os autores destacam que os benefícios observados sobre fraturas vertebrais e outras fraturas osteoporóticas são consistentes e alinhados com o que se conhece sobre o papel do cálcio e das proteínas de alta biodisponibilidade na manutenção do tecido ósseo.

Para a FINUT, o principal recado do estudo é claro: mulheres que não consomem lácteos apresentam maior risco de fraturas ao longo da vida. Assim, incentivar o consumo de lácteos líquidos pode ser uma estratégia eficaz de saúde pública, especialmente em países onde a população idosa cresce rapidamente. Além do potencial impacto sobre a qualidade de vida, estudos econômicos sugerem que reduzir a incidência de fraturas pode aliviar custos substanciais sobre os sistemas de saúde.

Embora os dados tenham sido coletados em uma população finlandesa, com características dietéticas e climáticas próprias, os pesquisadores destacam que a robustez metodológica — incluindo longa duração e validação médica das fraturas — dá força às conclusões e amplia sua aplicabilidade a outros contextos.

A FINUT conclui que promover a ingestão moderada de lácteos líquidos deve ser considerado nas diretrizes nutricionais voltadas ao envelhecimento saudável, reforçando que o hábito pode oferecer proteção significativa contra fraturas debilitantes na vida adulta.

*Escrito para o eDairyNews, com informações de Infobae


Jogo Rápido
SOJA/CEPEA: Negócios iniciam dezembro em ritmo lento; produtor segue atento ao clima
Levantamento do Cepea mostra que as negociações envolvendo soja e derivados estão em ritmo lento neste começo de dezembro, limitadas pela disparidade entre os preços ofertados por compradores e os pedidos por vendedores. Segundo o Centro de Pesquisas, enquanto boa parte dos consumidores está abastecida e à espera de queda nas cotações, muitos produtores se mostram capitalizados e pouco dispostos a ofertar novos lotes no spot. Esses sojicultores estão focados nas atividades de campo e preocupados com possíveis perdas de produtividade, especialmente em regiões que enfrentam déficit hídrico. Inclusive, colaboradores consultados pelo Cepea acreditam ser pouco provável que a safra 2025/26 alcance as 177 milhões de toneladas previstas pela Conab. Fonte: Cepea