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05/12/2025

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 05 de dezembro de 2025                                                 Ano 19 - N° 4.529


CCGL e Embrapa analisam custos e eficiência de sistemas de produção de leite em Cruz Alta

A sede da Cooperativa Central Gaúcha Ltda. (CCGL) recebeu, nesta quarta-feira, 03, pesquisadores da Embrapa Gado de Leite para o 3º dia do 6º Workshop de Sistemas Típicos de Produção de Leite do Rio Grande do Sul. O encontro reuniu técnicos e dirigentes do setor para validar indicadores econômicos e zootécnicos da atividade leiteira no estado.A reunião marca o encerramento da programação iniciada na segunda-feira. Após dois dias de coleta de dados em propriedades rurais do Noroeste gaúcho, o grupo dedicou a quarta-feira à análise técnica das informações. O objetivo foi atualizar a metodologia dos Sistemas Típicos de Produção de Leite (STPL), ferramenta utilizada para monitorar a evolução dos custos e da competitividade da cadeia.Os painéis foram conduzidos pelos pesquisadores Luiz Antônio Aguiar de Oliveira e Lorildo Aldo Stock, da Embrapa. A pauta concentrou-se no comparativo de desempenho entre diferentes modelos produtivos, com destaque para a avaliação de custos em sistemas de compost barn e de ordenha robotizada.Além da equipe técnica da cooperativa, participaram do debate o gerente de Suprimento de Leite da CCGL, Jair da Silva Mello, o Secretário-Executivo do Sindilat/RS, Darlan Palharini, e o assistente técnico da Emater/RS, Oldemar Weiller.

Segundo a metodologia do workshop, os dados reais coletados nas visitas de campo foram confrontados com modelos matemáticos para identificar gargalos de produção e tendências de mercado. As conclusões do grupo de trabalho servirão de base para a orientação técnica de produtores e para o planejamento estratégico das entidades envolvidas. (Ascom CCGL)


Balança comercial de lácteos: novembro marca retração nas importações de LPI

As exportações aumentaram e as importações recuam, causando certo alívio ao saldo da balança comercial de lácteos.

O saldo da balança comercial de lácteos fechou em -172,3 milhões de litros em equivalente-leite, o que representa uma redução de 15% (-203,7 milhões de litros em outubro). As exportações aumentaram 10%, enquanto as importações recuaram 15% em relação a outubro.

Gráfico 1. Saldo mensal da balança comercial brasileira de lácteos – equivalente leite.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.

Em novembro, as exportações de lácteos totalizaram 4,9 milhões de litros em equivalente-leite, um aumento de 10% frente ao mês anterior, mas apenas 2% acima do registrado no mesmo mês de 2024. No acumulado de janeiro a novembro de 2025, porém, as exportações ainda mostram queda de 24,5% em relação ao mesmo período de 2024.

Gráfico 2. Exportações em equivalente-leite.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.

As importações caíram 15% em novembro, totalizando 177,2 milhões de litros em equivalente-leite. Na comparação com novembro de 2024, a queda é de 13%. No acumulado de janeiro a novembro de 2025, as importações registraram retração de 5% frente ao mesmo intervalo de 2024.

Gráfico 3. Importações em equivalente-leite.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.

Em novembro, as exportações apresentaram movimentos distintos entre os produtos:

Manteiga: registrou alta de 20%;
Categoria Queijos (total): cresceu 32%;
Soro de leite: recuou 6%;
Leite condensado: teve queda de 5%;
Creme de leite:  apresentou retração de 17%.
 
Nas importações, observam-se os seguintes movimentos:

Leite em pó integral (LPI): principal item importado, com queda de 30% na variação mensal;
Leite em pó desnatado (LPD): segundo principal item, com alta de 13%, possivelmente em função de uma menor oferta no mercado basileiro dado ao panorama de fortes recuos nos preços da matéria gorda;
Soro de leite: retração de 45% nas importações.
 

As tabelas 1 e 2 mostram as principais movimentações do comércio internacional de lácteos nos meses de outubro e novembro de 2025.

Tabela 1. Balança comercial de lácteos em novembro de 2025

Tabela 2. Balança comercial de lácteos em outubro de 2025

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados COMEXSTAT. 

O que podemos esperar para os próximos meses?
A ampla oferta de lácteos, tanto no mercado interno quanto no internacional, continua ampliando a disponibilidade do produto e pressionando as cotações. No Mercosul, principalmente Argentina e Uruguai, observa-se um movimento de redirecionamento das exportações para outros mercados, já que o Brasil enfrenta um panorama de forte aumento de oferta, causando um mercado travado e preços menores  — fatores que tendem a reduzir o interesse desses países em comercializar com o mercado brasileiro, o que ajuda a justificar esses números menores de importações. 

Especificamente para o leite em pó desnatado, o momento é de menor oferta no mercado nacional, causado pela desvalorização da matéria gorda, que tem diminuído o interesse pela produção deste produto. Isto pode contribuir para a manutenção dos volumes importados nos próximos meses. 

Embora a essa redução das importações totais possa trazer algum alívio aos players internos, o principal fator de pressão sobre os preços permanece sendo o avanço expressivo da captação brasileira, que pode continuar limitando espaço para reações significativas dos preços no curto prazo. (Milkpoint)

EMATER/RS: Informativo Conjuntural 1896 de 04 de dezembro de 2025

BOVINOCULTURA DE LEITE

De maneira geral, segue adequada a condição corporal e a sanidade dos rebanhos. O tempo mais seco do período favoreceu o controle de mastites e o manejo de ectoparasitas, apesar do aumento nos casos de infestação por moscas, especialmente mosca-dos-chifres, e de carrapatos em algumas propriedades. Devido à transição entre o final de ciclo das pastagens de inverno e o início da oferta das pastagens de verão, foi necessário reforçar a alimentação dos animais com concentrados energéticos e proteicos.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, a sequência de dias com altas temperaturas limitou o consumo de alimento por parte dos animais nos horários de maior temperatura. 

Em Manoel Viana, a produção está estável em razão da oferta de pastagens  anuais de verão, estabelecidas no início da primavera, que apresentam desempenho muito satisfatório até o momento. 

Em São Gabriel, a produção também se encontra em bons níveis, e há oferta de alimento diversificada, como potreiros de campo nativo, pastagens anuais implantadas em outubro e pastagens perenes já consolidadas. 

Na de Caxias do Sul, a produtividade de leite está estável devido às condições climáticas propícias e à boa disponibilidade de alimentos. A sanidade está adequada, sem relatos de suspensão de coleta por estar fora dos padrões da legislação. 

Na de Erechim, a ocorrência restrita de chuvas favoreceu o manejo dos animais e contribuiu para a manutenção da sanidade dos rebanhos. Os agricultores seguem contabilizando prejuízos por causa do granizo no período anterior, que danificou estruturas de produção e destruiu pastagens e lavouras de milho.

Na de Passo Fundo, do ponto de vista sanitário, foram registradas algumas ocorrências típicas da época, mas sem maior gravidade, relacionadas principalmente a parasitoses externas, que foram tratadas com aplicação pontual de carrapaticidas em alguns rebanhos.

Na de Santa Maria, a maior parte das propriedades leiteiras adota sistema baseado em pastagens anuais, o que tem resultado no déficit nutricional dos rebanhos devido ao vazio forrageiro, característico deste período. Já as propriedades que dispõem de pastagens perenes, especialmente aquelas formadas por espécies do gênero Cynodon, apresentam boa oferta de forragem e menor impacto sobre o desempenho animal. O tempo seco tem reduzido os problemas relacionados ao barro, proporcionando melhor higiene na ordenha, nas instalações e nos caminhos utilizados pelos animais, bem como favorecendo a manutenção da sanidade dos rebanhos.

Na de Santa Rosa, nos dias mais quentes do período, foi mantida a condução dos animais para locais com maior disponibilidade de sombra e de água. Em algumas propriedades, foi adotado o molhamento intercalado com ventilação durante a alimentação para reduzir o estresse calórico e garantir o apetite das vacas.

Na de Soledade, os produtores ainda fazem uso da estratégia de aumento da lotação animal nas áreas de pastagens, com uso intensivo de silagem em detrimento do pastejo. Essa estratégia tem aumentado os custos de produção, o que pode comprometer os indicadores de produtividade e reduzir a margem de lucro dos agricultores. (Emater/RS)


Jogo Rápido

BOLETIM INTEGRADO AGROMETEOROLÓGICO Nº  49/2025 – SEAPI 
Nesta semana, foram registradas pancadas de chuva fraca a moderada no Rio Grande do Sul e queda de granizo em localidades isoladas na Serra e Leste gaúcho. Na maioria das cidades, houve condição de tempo bom e temperatura em elevação. A próxima semana apresenta uma janela de tempo firme e quente até o domingo. A partir de segundafeira o calor dará lugar a instabilidades com risco de temporais, antes da chegada da chuva mais generalizada e benéfica para as lavouras. Em 04/12 (quinta-feira), um sistema de alta pressão atuará sobre o Rio Grande do Sul, proporcionando um dia ensolarado, com poucas nuvens e temperaturas elevadas no Oeste, de 30 °C a 32 °C, e no Leste entre 24 °C e 28 °C. Em 05/12 (sexta-feira), o dia será ensolarado, e o céu apresentará pouca ou nenhuma nebulosidade; a temperatura variará entre 28 °C e 
34 °C no Estado. Em 06/12 (sábado), o dia será abafado e ensolarado, com temperaturas entre 30 °C e 36 °C e previsão de pancadas de chuva isoladas, associadas à temperatura e umidade, em todas as regiões. Em 07/12 (domingo), o sol predominará na maior parte do dia, mas a presença de nuvens aumentará a possibilidade de pancadas de chuva isoladas, e a temperatura máxima variará entre 30 °C e 38 °C. Até quarta-feira, a tendência é de chuva generalizada no estado, com acumulados que devem 
melhorar a umidade do solo e recompor a disponibilidade hídrica das culturas de verão.
Em 08/12 (segunda-feira), a instabilidade retorna ao Rio Grande do Sul, deixando a atmosfera propícia para pancadas de chuva isoladas com trovoadas e potencial para vento forte e granizo no Oeste, Norte e Centro; a temperatura máxima variará de 24 °C a 36 °C. Em 09/12 (terça-feira), o deslocamento de uma frente fria sobre o território gaúcho proporcionará chuva para todas as regiões, especialmente na Metade Sul e Leste do Estado, que devem registrar os maiores acumulados; a temperatura máxima 
ficará entre 22 °C e 28 °C. Em 10/12 (quarta-feira), o sistema de baixa pressão transportará umidade do mar para o continente, proporcionando chuva no Sul e Leste e ventos mais intensos no Litoral do RS; a temperatura máxima variará entre 20 °C a 30 °C no Estado. (SEAPI)