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04/12/2025

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 04 de dezembro de 2025                                                 Ano 19 - N° 4.528


Chuvas abaixo da média previstas para os próximos três meses, aponta Copaaergs

Probabilidade é de La Niña fraca até janeiro de 2026

As projeções do Centro de Previsão Climática da NOAA (NOAA/CPC), nos Estados Unidos, indicam probabilidade acima dos 60% para ocorrência de La Niña até janeiro de 2026. É o que informa o Boletim Trimestral do Conselho Permanente de Agrometeorologia Aplicada do Estado do Rio Grande do Sul (Copaaergs), coordenado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi). As previsões apresentadas pelo boletim são baseadas no modelo estatístico do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O prognóstico indica chuvas variando de normal a abaixo da média na maioria das regiões em dezembro de 2025 e janeiro e fevereiro de 2026. Maiores desvios negativos de precipitação pluvial devem ocorrer na metade sul e oeste do Estado, especialmente entre dezembro de 2025 e janeiro de 2026. Nos meses janeiro e fevereiro, as precipitações pluviais ainda podem ficar ligeiramente abaixo da média, com maior irregularidade espacial. Há tendência de precipitação acima da média no nordeste do Estado em janeiro, retornando as condições de valores ligeiramente inferiores no nordeste e norte em fevereiro.As temperaturas do ar sobem gradativamente ao longo do trimestre, devendo ter anomalias mais positivas em relação aos meses anteriores, com possíveis ondas de calor. Com o aquecimento, eventos de granizo e tempestades típicas de verão, com rajadas de vento, podem ocorrer.

Leite:

As temperaturas elevadas previstas para o trimestre podem intensificar o estresse térmico nos animais, especialmente em vacas leiteiras de alta produção. Recomenda-se adotar estratégias de manejo que atenuem os efeitos do calor, como sombreamento, oferta abundante de água fresca, redução da exposição direta ao sol e ajustes no fornecimento de alimento, a fim de preservar o desempenho e evitar perdas econômicas.

O boletim do Copaaergs é elaborado a cada três meses por especialistas em Agrometeorologia de 13 entidades estaduais e federais ligadas à agricultura ou ao clima. O documento também lista uma série de orientações técnicas para as culturas do período.

As informações são da SEAPI RS


CNA participa de audiência pública e defende medidas antidumping para setor do leite

Produtores de várias regiões do país estiveram presentes na Câmara dos Deputados na quarta (3)

Brasília (04/12/2025) – A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participou, na quarta (3), de audiência pública na Câmara dos Deputados para discutir os próximos passos após decisão do governo de retomar a investigação de dumping nas importações de leite em pó de países do Mercosul.

A medida foi anunciada, na terça (2), pelo vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, em reunião com parlamentares e entidades do setor leiteiro.

Com a decisão, o MDIC reconsiderou o entendimento preliminar publicado em 11 de agosto e voltou a considerar que leite em pó e leite in natura são similares, permitindo a continuidade do processo de defesa comercial.

Durante a audiência na Câmara, que contou com a presença de produtores de diversas regiões do país, o presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA, Ronei Volpi, destacou o impacto das importações na crise enfrentada pelo setor desde 2023.

“Quando a crise causada pelo excesso das importações começou, o objetivo imediato era resolver o desequilíbrio entre a oferta e a demanda. A CNA foi provocada a entrar numa guerra longa, difícil e trabalhosa, que foi a ação antidumping. Lutamos desde então ao lado dos produtores brasileiros e, com apoio e articulação com o governo, por meio de audiências e reuniões, conseguimos avançar”, afirmou.

Em sua fala, Ronei enfatizou que a medida anunciada traz um alento aos produtores e um estímulo para que continuem na atividade. Entretanto, apesar da vitória, é necessária a aplicação imediata de direitos antidumping provisórios.

Já o vice-presidente da Comissão, Jonadan Ma, ressaltou que a retomada do processo representa um avanço, mas também cobrou a adoção de medidas provisórias antidumping para reduzir a pressão das importações sobre os produtores.

“Vemos uma luz no fim do túnel. Foi uma grande conquista, mas com a aplicação das medidas provisórias, as importações a preços e dumping poderão ser tarifadas e teremos condições mais equilibradas de competir no mercado”, afirmou.

Jônadan informou que os próximos passos passam pela retomada do rito processual da investigação, cujos achados deverão ser novamente publicados e a recomendação de direitos provisórios deverá ser pauta de reunião da Câmara de Comércio Exterior (Camex). “Embora tenham validade de quatro meses, prorrogáveis por mais dois, são fundamentais para a sobrevivência do setor. Precisamos recuperar nossa competitividade e a honra de produzir no Brasil”, completou.A deputada federal Ana Paula Leão (MG), autora do requerimento da audiência, apresentou um histórico da atuação da CNA, dos parlamentares e da cadeia leiteira desde o aumento excessivo das importações de leite em pó. Para ela, mesmo com a decisão do MDIC, o setor ainda precisa de agilidade na aplicação das tarifas provisórias para redução dessas importações.

“Nós, produtores de leite, necessitamos de um socorro emergencial. Precisamos da publicação oficial do ato para dar continuidade ao processo”, disse.

Discursaram na audiência os deputados federais Pedro Lupion (PR), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA); Domingos Sávio (MG), Sérgio Souza (PR), Rafael Simões (MG), Emidinho Madeira (MG), Daniela Reihner (SC), Evair de Melo (ES), Vermelho (PR), Heitor Schuch (RS), Airton Faleiro (PA), 0Rafael Pezenti (SC), Rodrigo Rollemberg (DF) e Greyce Elias (MG).

Linha do Tempo
Agosto 2024 – A CNA protocolou uma petição no MDIC solicitando a análise de prática de dumping na importação de leite em pó da Argentina e do Uruguai.

Dezembro 2024 – O governo acatou o pedido com base nos indícios encontrados pela CNA de que os países do Mercosul estariam vendendo o leite em pó mais barato aqui do Brasil, do que em seus próprios países.

Janeiro 2025 – Após abertura da investigação, a CNA participou de várias reuniões, ajudando com dados e informações.

Março 2025 – As importações de leite em pó bateram recorde no primeiro trimestre. Diante desse cenário, a CNA pediu a aplicação de tarifas antidumping provisórias.

Agosto 2025 – O MDIC publicou uma circular anunciando a mudança do entendimento sobre a similaridade do leite em pó e leite in natura.

Agosto 2025 – A CNA, deputados e entidades do setor leiteiro contestaram a decisão e pediram que o governo reconsiderasse o novo entendimento.

Agosto 2025 – A Confederação forneceu ao Departamento de Defesa Comercial (Decom) dados técnicos que comprovavam a tese de similaridade entre os produtos.

Setembro 2025 – Novamente, a CNA, deputados e entidades do setor leiteiro contestaram a decisão e insistiram para que o governo retomasse a investigação.

Outubro 2025 – O presidente da CNA, João Martins, gravou um vídeo reforçando o pedido que o MDIC aceitasse o pedido do setor.

Novembro 2025 – Em reunião com o ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Paulo Teixeira, e em audiência pública na Câmara do Deputados, a CNA reforçou que o antidumping é a única alternativa para reduzir os impactos das importações de leite.

Dezembro 2025 – O vice-presidente da República e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, aceitou a solicitação da CNA e retomou as investigações de práticas desleais de comércio nas importações de leite em pó do Uruguai e da Argentina, considerando leite in natura como similar ao leite em pó importado e garantindo o acesso dos produtores rurais às ferramentas de defesa comercial.

Assista a audiência na íntegra clicando aqui: 

https://www.camara.leg.br/evento-legislativo/80382

As informações são da CNA

Uruguai vê oportunidade para os lácteos rumo ao mercado asiático

A provação para a incorporação do Uruguai ao Acordo Abrangente e Progressista para a Parceria Transpacífica (CPTPP) representa uma porta de acesso privilegiada a mercados que concentram 14% do comércio mundial de produtos lácteos. Leia.

A recente aprovação para a incorporação do Uruguai ao Acordo Abrangente e Progressista para a Parceria Transpacífica (CPTPP) representa uma porta de acesso privilegiada a mercados que concentram 14% do comércio mundial de produtos lácteos e que importam, anualmente, mais de 13 milhões de toneladas de leite equivalente.

Estima-se que o processo para o ingresso formal ao bloco possa levar entre seis meses e um ano, segundo cálculo do ex-vice-chanceler Nicolás Ablertoni.

De acordo com um relatório técnico elaborado pelo Inale, esse acordo, integrado por 11 países, entre eles Japão, Vietnã, México, Malásia e Canadá, oferece ao Uruguai condições tarifárias mais favoráveis e acesso a cotas que hoje não estão disponíveis ao país. O CPTPP é especialmente relevante para os lácteos, pois permite competir em igualdade de condições com grandes exportadores como Nova Zelândia e Austrália, já membros plenos do bloco.

Japão e Vietnã como destaques
O Japão se destaca como o principal mercado de lácteos dentro do CPTPP, com importações anuais superiores a 700 mil toneladas de leite equivalente. Em 2022, suas compras totalizaram US$ 4,4 bilhões. Em produtos como o leite em pó desnatado, o país aplica uma tarifa média de 25% para nações sem acordo, enquanto os membros do CPTPP contam com cotas com tarifas preferenciais e reduções graduais até a eliminação total.

No caso do queijo, que representa um terço de suas importações totais, Nova Zelândia e Austrália respondem por 59% do volume. Ambos os países acessam o mercado japonês por meio de contingentes específicos dentro do CPTPP, que se expandem ano após ano e contam com tarifas decrescentes. Isso representa uma vantagem significativa sobre concorrentes de fora do bloco, que enfrentam tarifas entre 22% e 40%, dependendo da classificação do produto.

Já o Vietnã, que importa mais de US$ 1,2 bilhão em produtos lácteos, mostra uma tendência robusta de crescimento da demanda, especialmente por fórmulas infantis e leite em pó. As tarifas para leite em pó integral de países fora do acordo ficam em 20%, enquanto os membros do CPTPP contam com reduções tarifárias progressivas que chegarão a zero entre 2026 e 2031, conforme o tipo de produto.

O acordo garante ao Uruguai acesso automático às preferências tarifárias e às cotas de importação (TRQs) que os países membros já aplicam aos parceiros do CPTPP. No entanto, em alguns casos, como Japão e Canadá, há mecanismos de salvaguarda que podem suspender temporariamente as preferências caso as importações ultrapassem determinados limites. O relatório lembra que esses níveis já foram superados em anos anteriores por outros membros, o que indica um consumo real e o uso ativo dessas cotas.
 
Oportunidades para novos produtos

Os benefícios não se limitam aos produtos tradicionais. O relatório do Inale menciona oportunidades de diversificação da oferta, com potencial para queijos especiais, fórmulas infantis, soro de leite e produtos de maior valor agregado destinados a consumidores exigentes, dispostos a pagar mais por qualidade e diferenciação.

Em conclusão, o acesso preferencial oferecido pelo CPTPP representa uma vantagem significativa para o Uruguai, tanto em termos comerciais quanto estratégicos, diante de concorrentes que já operam com benefícios tarifários.

Essa abertura pode facilitar a entrada e ampliação em mercados de alto valor, impulsionando as exportações de lácteos e abrindo novos horizontes para o setor.

As informações são do Tardáguila Agromercados, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint.


Jogo Rápido

Foi publicado no Diário Oficial da União desta quarta-feira (03/12) o Despacho Decisório nº 99/2025/MDIC, que determina a revisão da exclusão do leite in natura como produto similar doméstico na investigação antidumping do leite em pó e reabre a fase probatória do processo. Acesse o documento na íntegra clicando aqui.